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SABRINA B. A. FARIA N U T R I C I O N I S T A M E S T R E E M S A Ú D E M A T E R N O I N F A N T I L E S P E C I A L I S T A E M N U T R I Ç Ã O C L Í N I C A A T U A L I Z A Ç Ã O E M N U T R I Ç Ã O F U N C I O N A L E S P E C I A L I S T A E M M E T O D O L O G I A S D E E N S I N O A D I S T A N C I A PÂNCREAS E VESÍCULA Anatomofuncional e principais patologias VESICULA BILIAR Localizada na superfície visceral do fígado - cavidade sub-hepática. VESÍCULA BILIAR (VB) VB concentra, armazena e excreta a bile, composta por colesterol, água, sal, pigmentos biliares e imunoglobulinas. A bile é produzida no fígado e direcionada até a VB por meio dos canais biliares intra-hepáticos, e ducto biliar. VESICULA BILIAR Secretina: liberação pelo fígado e armazenamento de bile no duodeno. Cálculo na vesícula: 80% contém primariamente colesterol; 20% contém sais de cálcio e bilirrubina. FUNÇÃO A principal função da vesícula biliar é armazenar e concentrar a bile transportada até o duodeno através do trato biliar. Ao ingerir determinada refeição, a presença de gorduras e proteína no intestino, estimula a liberação de colecistocinina. Quando a pressão no trato biliar aumenta, o esfíncter de Oddi relaxa, e a bile flui do trato biliar para o duodeno. PANCREAS O pâncreas é uma glândula que é dividida: cabeça, corpo e cauda. Esse órgão é dividido funcionalmente em exócrino (enzimas) e endócrino (hormonio). O esfíncter de Oddi, juntamente com a ampola de Vater, regula a secreção pancreática no trato gastrointestinal. Pâncreas exócrino Mais de 95% da massa pancreática corresponde a células exócrinas, agrupadas em lóbulos (ácinos). As células acinares sintetizam enzimas digestivas, em sua forma inativa, tais como amilases, proteases, lipases e nucleases. As enzimas são secretadas nos ductos pancreáticos e transportadas até o duodeno, onde são ativadas. As células dos ductos produzem mucina e fluidos ricos em bicarbonato- neutralização do conteúdo ácido estomacal. São responsáveis pela digestão no intestino delgado. Os principais exemplos são a amilase pancreática (carboidratos), lipase pancreática (gordura), tripsinogênio e quimiotripsinogênio (proteínas). Pâncreas endócrino A função endócrina é desempenhada por aglomerados de células, dispersas no tecido acinar pancreático, denominados Ilhotas de Langerhans. O pâncreas adulto normal, contém cerca de 1 milhão de ilhotas. As células pancreáticas mais importantes e prevalentes, são as células α e β. As células α correspondem a cerca de 15-20% das células das ilhotas. Localizam-se na periferia e sintetizam e secretam glucagon, glicentina, GRPP (peptídeo pancreático relacionado com glicentina), GLP 1 e GLP 2 (peptídeo tipo glucagon 1 e 2). PANCREAS O pâncreas produz através de uma secreção exócrina o suco pancreático que entra no duodeno através dos ductos pancreáticos. Uma secreção endócrina produz glucagon e insulina que entram no sangue. O pâncreas produz diariamente 1200 – 1500 ml de suco pancreático. Funções pancreáticas Glândula anfícrina, também conhecida como glândula mista, é assim denominada quando esta exerce, simultaneamente, funções de glândulas endócrina e exócrina. A função exócrina do pâncreas é de síntese do suco pancreático, composto por enzimas responsáveis pela digestão dos macronutrientes. São: - Amilase pancreática: carboidratos. - Lipase pancreática: lipídios. - Quimiotripsina e carboxipolipeptidase: proteínas. Os principais estimulantes das secreções pancreáticas são os lipídios e, os carboidratos, os que menos estimulam essa secreção. A função endócrina, responsável pela síntese hormonal, é determinada pela produção, nas Ilhotas de Langerhans, de dois hormônios antagônicos: - Insulina: células betas. - Glucagon: células alfas. Além de atuar na digestão de macronutrientes, o pancreas, dissolve ácido nucleicos (ribonuclease e desoxirribonuclease). OUTRAS FUNÇÕES Secreta bicarbonato; elevação do pH no duodeno. PATOLOGIAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS- VESÍCULA BILIAR LAMA BILIAR É conhecida também, como barro biliar. Ocorre quando a VB não esvazia a bile completamente no intestino e seu conteúdo, como o colesterol e os sais que se acumulam em seu interior, deixando-o espesso. A lama biliar é fator de risco para litíase biliar. LAMA BILIAR A digestão fica mais lenta, o paciente pode ficar com dispepsia, ao comer alimentos gordurosos. Existem medicamentos que podem fluidificar a bile, o mais comum é o ácido ursodesoxicólico- tratamento contínuo. LAMA BILIAR Geralmente, um indivíduo portador de lama biliar tem um quadro assintomático, embora em raros casos possam referir dor na lateral direita, náuseas, vômito, anorexia. Pacientes diabéticos, excesso de peso corpóreo, gestantes, transplantados e que perderam peso de forma muito rápida, são mais propensos a apresentar este quadro clínico. COLELITÍASE É diagnosticada quando há presença de cálculos biliares, porém, sem infecção da VB. Os cálculos são precipitações de elementos da bile que podem ocorrer por : Alterações na síntese e excreção da bile pelo fígado; Consumo elevado de alimentos ricos em gordura e colesterol; Alteração na concentração da bile na VB; Perda de ácido biliar em função de doenças intestinais; Colonização da VB por bactérias intestinais. Na presença de cálculos nos ductos biliares, o quadro é diagnosticado como coledocolitíase, com sintomas de forte dor na forma de cólica na região biliar. Os cálculos menores se direcionam ao colédoco e causam uma obstrução, ocasionando um quadro clínico de icterícia obstrutiva. A complicação mais grave, se dá com o desenvolvimento da pancreatite aguda de origem biliar, responsável por cerca de 40% dos casos. Outra complicação clínica na presença de coledocolitíase, pode ser a colangite. A colelitíase é um fator de risco para câncer de vesícula biliar (TORRES, O.J.M. et al., 2002) A colelitíase pode ser aguda (normalmente causada pelos cálculos biliares) ou crônica (de origem bacteriana, irritantes químicos ou litíase biliar). COLELITÍASE COLECISTITE É a inflamação da vesícula biliar (VB), geralmente, em decorrência da obstrução dos ductos biliares em função da litíase biliar. Nesse caso, a bile retorna para a VB, impedida de seguir pelo duodeno. COLECISTITE Os sintomas são dores no quadrante superior, náuseas, vômito, presença de flatos, mal absorção de lipídios, icterícia, fezes descoradas – dada a ausência dos pigmentos biliares. Quadros clínicos sugestivos de colecistite aguda calculosa acometem mais mulheres após os 40 anos de idade, com um filho ou mais, e presença de sobrepeso ou obesidade. Uma das complicações é o abdome agudo. COLANGITE A colangite é a inflamação de quaisquer ductos biliares, desde os de menor calibre, até os mais calibrosos. A principal causa é a interrupção do fluxo biliar para o duodeno. Nestas condições, bactérias intestinais se movem para os ductos biliares, causando o processo inflamatório. COLANGITE A inflamação bacteriana, caracteriza a doença como colangite aguda. Os sintomas podem ser febre, dor na região abdominal superior direita, icterícia, náusea, vômito, anorexia. Se não tratada, a colangite pode levar o indivíduo a óbito, em função de sepse. COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMARIA (CEP) A Colangite Esclerosante Primária (CEP) é uma doença muito grave, que causa esclerose das vias biliares por um processo inflamatório não identificado. Suspeita-se que a fisiopatogenia esteja relacionada ao sistema autoimune. Em muitos casos de CEP, há necessidade de transplante hepático e, esta doença pode levar o paciente a óbito. Cerca de 70% a 90% dos pacientes com CEP apresentam alguma Doença Inflamatória Intestinal (DII), porém, pouco mais de 2% a 4% dos pacientes com DII, desenvolvem CEP (HEPCENTRO, 2007). CEP Em muitos casos de CEP (70%), ospacientes apresentam em conjunto, a retocolite ulcerativa. Os pacientes também podem exibir sintomas de diarreia, forte dor abdominal, perda de peso, sangue, ou muco nas fezes (HEPCENTRO, 2007) EXAMES Alguns exames bioquímicos são muito úteis na avaliação do fluxo e de lesões nas vias biliares, como: - Fosfatase alcalina: quando acima dos valores de referência podem indicar obstrução biliar e/ou colestase. - Gama Glutamiltransferase (GGT): se apresenta alterado em pacientes portadores de doença hepatobiliar. EXAMES Bilirrubinas (direta e indireta): o aumento das suas concentrações pode estar relacionado com a falta de eliminação de bilirrubina pela bile. Em casos em que ambas as bilirrubinas estejam altas, porém, com maior ênfase à bilirrubina direta, pode ser causa de obstrução do fluxo da bile. EXAMES Amilases e lipase sérica: quando elevadas, podem indicar problemas pancreáticos, decorrentes de coledocolitíase. Aspartato Aminotransferase (AST) e Alanina Aminotransferase (ALT): o aumento pode indicar colestase extra-hepática. Vitaminas lipossolúveis: a deficiência destas, pode estar relacionada com a má absorção intestinal, por fluxo biliar reduzido. COLESTASE A colestase ocorre em função do fluxo biliar impróprio para o duodeno, sendo classificada em intra-hepática e extra-hepática (vias biliares extra- hepáticas). Essa condição clínica deriva da obstrução dos ductos biliares que se localizam nas regiões externas ao fígado. E qual seria um dos problemas que a colestase pode ocasionar? CIRROSE COLESTASE São observadas deficiências de vitaminas do complexo, E, K, C, além de ferro e proteínas. O nutricionista deve auxiliar na recuperação do estado nutricional, corrigir possíveis casos de má- absorção, e esteatorreia. PANCREATITE AGUDA As duas principais causas: são a ocorrência de litíase biliar, e o consumo de álcool- correspondem a quase 80% dos casos. É importante ressaltar que, o álcool ocasiona pancreatite crônica, sendo que pacientes alcoolistas com quadro clínico de pancreatite aguda, já apresentam uma doença crônica de base. Outras causas conhecidas, mais raras, são: hipertrigliceridemia, hipercalcemia, fármacos (antirretrovirais para Aids, azatioprina, sulfonamidas, estrógenos, AINEs, inibidores da ECA, etc.), trauma abdominal, infecções virais, fibrose cística, entre outras. PANCREATITE AGUDA As causas mais comuns, são: ingestão de álcool e doenças biliares, porém, também pode ser causada por traumas abdominais, pós-operatório de cirurgia abdominal, uso de medicamentos (corticoides), hipertrigliceridemia. O processo inflamatório se dá pela liberação de citocinas, após ativação das enzimas digestivas nas células acinares- provoca a lesão no órgão. Os sintomas são: dor abdominal na região epigástrica e periumbilical, náuseas, vomito e febre, podendo haver hipotensão em função do sequestro de líquidos. Existem duas formas de PA: PA leve: apresenta edema discreto, elevação da concentração de amilase, dor abdominal, vômitos, com baixos índices de mortalidade. O tratamento nutricional deve seguir as seguintes etapas: Jejum por 2 a 5 dias, realizando somente hidratação volêmica e analgesia. Após redução das concentrações de amilase e lipase, inicia-se a dieta via oral, com dieta líquida sem resíduos. Se não houver aceitação da dieta pelo paciente, entre 5 e 7 dias, é recomendada TNE, com posicionamento pós-pilórico, infusão contínua, e fórmula hipolipídica. PA necrótica e hemorrágica: ocorrem os mesmos sintomas da PA leve, com a presença de distúrbios mais graves, como insuficiência de órgãos e síndrome da resposta inflamatória sistêmica. Esse quadro clínico, que acomete cerca de 10% a 20% dos casos, exibe alto índice de mortalidade. Os pacientes se encontram em quadro de hipermetabolismo, hipercatabolismo proteico e, por consequência, desnutrição. PANCREATITE MIX DE IMUNONUTRIENTES (Arginina, Ômega-3 e nucleotídeos): sem evidência suficiente para recomendar. GLUTAMINA: > 0,3g/kg de peso quando a Terapia Nutricional Parenteral (TNP) está indicada. • Pancreatite aguda grave: Fórmula oligomerica • Enteral (jejuno) – normolipídica (< 30%) com alto teor de triglicerídeo de cadeia média (TCM). Suplementação de Ômega- 3,3g/dia); Parenteral – lipídeos de 0,8 a 1,0. Oral: Pacientes na fase mais grave e tardia da lesão pancreática. Enteral: quando a TN oral não é satisfatória. Na persistência da ingestão inadequada de nutrientes, perda de peso progressiva no pré- operatório e nas complicações, como, estenose piloro-duodenal. Parenteral: estenose duodenal (obstrução gástrica), fístula pancreática, na desnutrição protéico-energética no pré-operatório quando a TNE não é possível. Lipídeo - 0,8-1,5g/kg/dia. Sem lipídeo, se triglicerídeos (TG> 1000mg/dL). Pancreatite aguda leve: Oral - lipídeos < 30% da ingestão energética; Pancreatite aguda grave O principal objetivo na terapia nutricional é manter o pâncreas em repouso, ou seja, o paciente deve ser mantido em jejum. Dentro de 24 a 48 horas após o início do tratamento médico, e após estabilidade hemodinâmica, deve ser iniciada a terapia nutricional, sendo a Enteral (TNE), com uso de fórmula oligomérica. A velocidade inicial de infusão deve ser bem baixa, progredindo conforme evolução do quadro clínico para fórmula polimérica, conforme tolerância do paciente. Segundo Caruso (2014), se a fórmula polimérica for bem tolerada desde o início da terapia nutricional, poderá ser utilizada:Triglicerídeos de Cadeia média (TCM), e o mínimo possível, de Triglicerídeos de Cadeia Longa (TCL). Quando a TNE for indicada e administrada, a posição deve ser jejunal, a fim de evitar o estímulo da atividade exócrina pancreática. Em alguns casos, a posição gástrica é tolerada (CARUSO, 2014). O uso da Terapia Nutricional Parenteral (TNP), se indicado, pode ser feito de forma parcial, como forma complementar da TNE, ou total. PANCREATITE- NUT PARENTERAL As soluções lipídicas podem fornecer 25% a 30% das calorias. Quando administrados por via endovenosa, os lipídios proporcionam pouca estimulação pancreática. Para esses pacientes, devem ser observadas as concentrações de triglicérides séricos, pois pode haver hipertrigliceridemia (CARUSO, 2014). As principais recomendações nutricionais para pancreatite grave são (CARUSO, 2014): ™Energia: 25 a 35 Kcal/Kg de peso ideal/dia (considerar o grau de hipermetabolismo). ™ Proteínas: 1,2 a 1,5 g/Kg de peso ideal/dia (pode ser indicada suplementação com glutamina, em função do hipermetabolismo). PANCREATITE CRONICA Apesar de sua origem ser desconhecida, acredita- se que alguns fatores possam contribuir, como: hipersensibilidade à pouca quantidade de álcool, mutações no gene da fibrose cística ou do tripsinogênio. e pequenos traumas pancreáticos. A pancreatite crônica autoimune, também rara, em geral está associada a outras doenças autoimunes, como cirrose biliar primária, doença inflamatória intestinal. Os sintomas são mais leves, e os pacientes geralmente apresentam melhora com o uso de corticoides e/ou imunossupressores. Outras causas de pancreatite crônica são obstruções dos canalículos pancreáticos (por cálculos ou estenose inflamatória), hiperparatireoidismo, trauma, fibrose cística, e hipertrigliceridemia. Pancreatite crônica Diagnosticada pela inflamação persistente, em geral está associada com o alcoolismo. Este quadro provoca um déficit funcional da glândula, com menos produção de enzimas, comprometimento da absorção e, muitas vezes, com desenvolvimento de diabetes – em função da produção insuficiente de insulina, esteatorreia – comprometimento da absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), e má digestão. Pancreatite crônica É comum observarmos deficiência de tiamina, cálcio, magnésio e zinco. Em casos de progressão da doença, pode ocorrer azotorreia. (CARUSO, 2014) Esteatorreia é uma condição clínica em queo paciente elimina gordura pelas fezes, geralmente com presença de diarreia, e distensão abdominal. Azotorreia- consiste em aumento da quantidade de matéria nitrogenada na urina ou fezes. Esse quadro ocorre quando a atividade secretora do pâncreas, é de 5% a 10% do normal. Pancreatite crônica O tratamento nutricional consiste nas seguintes recomendações (CARUSO, 2014; SBNPEb, 2011): ™ Energia: 30 a 35 Kcal/Kg de peso corporal/dia ou 20 Kcal/ Kg de peso atual/dia, com progressão gradativa: quando houver subnutrição grave (IMC < 16 Kg/m2 pelo risco de síndrome de realimentação. Carboidratos: normoglicídica – necessário o acompanhamento da glicemia. Pancreatite crônica Proteínas: 1,0 a 1,5 g/Kg de peso/dia. ™ Lipídios: 30% do valor energético total, se bem tolerado. Se não houver ganho de peso, e a esteatorreia for persistente, deve se restringir a 20%, utilizando TCM. ™ -Vitaminas e minerais: devem ser avaliadas as concentrações séricas. Pancreatite crônica Pode haver necessidade de suplementação das vitaminas lipossolúveis, vitamina B12 (embora seja rara sua deficiência), cálcio, magnésio e zinco. Em casos de etilismo, pode ser necessária a suplementação com vitaminas B1 , B2 , B3 , B9. ™ A ingestão de enzimas pancreáticas pode estar associada com a suplementação oral, ou terapia nutricional enteral. As enzimas pancreáticas são fornecidas, inicialmente, com 10.000UI de lipase e posteriormente, 30.000UI por refeição (SBNPEb, 2011). PARA DISCUSSÃO Em pacientes etilistas crônicos, vários micronutrientes devem ser suplementados. Qual a razão desta recomendação nutricional? Como o nutricionista pode auxiliar no tratamento nutricional de pacientes com pancreatite crônica, por alcoolismo? CASO CLÍNICO Uma paciente do sexo feminino, 54 anos, branca, procura auxílio médico no serviço de emergência com história de dor abdominal de forte intensidade há um dia, localizada no quadrante superior ao abdome. Ela teve três episódios de vômitos nas últimas seis horas, e afirma não apresentar diarreia ou febre. Relata já ter sentido crises de dor semelhante anteriormente, porém menos intensas e com alívio espontâneo. Ela também nega a existência de comorbidades. Ao realizar exame e avaliação-IMC=31 kg/m², sudorese, taquicardia, anictérica, afebril, eupneica, com pressão arterial de 100/74 mmHg; aparelho respiratório: murmúrio vesicular uniformemente distribuído, aparelho cardiovascular: ritmo cardíaco regular; abdome com ruídos hidroaéreos diminuídos, com dor difusa à palpação, fígado palpável com consistência normal. Em relação aos exames complementares, obtiveram- se os seguintes resultados: glicose de 250 mg/dL; hemograma com 13.000 leucócitos (3.400-10.000); amilase de 700 U/L (até 220 U/L); lipase de 550 U/L (até 190 U/L); aspartato-aminotransferase (AST) de 100 U/L (11- 36 U/L); Indica-se internação hospitalar da paciente. Qual conduta nutricional? REFERENCIAS ANAPAZ, V.; OLIVEIRA, A. 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