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46 Unidade II Unidade II 5 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAL E DE MARKETING Depois de nos dedicarmos a compreender o cenário em que estão inseridos o e-commerce e o marketing digital, analisando ideias e conceitos que desenham negócios na Era Digital, vamos descobrir conceitos fundamentais para estruturar um comércio eletrônico e ativar ações virtuais do marketing. Para isso, é preciso, antes de tudo, conhecer os chamados sistemas de informação gerencial (SIGs), que têm entre eles o sistema de informação de marketing (SIMs). Laudon e Laudon (2010) definem sistema de informação (SI) como conjunto de componentes que se inter-relacionam para coletar ou recuperar, processar, armazenar e distribuir informações destinadas a apoiar as tomadas de decisões, a coordenação e o controle das diferentes áreas de uma organização. Já O’Brien (2004) considera se tratar de um amplo conjunto organizado de recursos humanos, hardware, software, redes de comunicação e recursos de dados que coleta, transforma e dissemina informações em uma organização. Trata-se de sistemas que desempenham funções primordiais a partir de dados transformados em informações, tornando-se recursos estratégicos para elaboração de projetos e gestão de negócios de maneira inteligente e eficiente. É mais um ganho que nasceu com os avanços da tecnologia, em especial da informática, para facilitar e agilizar informações em meios computadorizados. Figura 10 – Sistema de informação (SI) Disponível em: https://bit.ly/3r7YeAa. Acesso em: 6 abr. 2022. 47 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL A seguir, conheceremos melhor essa estrutura indispensável para acompanhar o ritmo de mudanças do mercado, do comportamento do consumidor, do crescimento e de desafios possíveis de uma marca. E não se assuste: parece coisa de gente grande (ou empresa grande), mas são princípios que todo empreendedor ou empreendedora, gestor ou gestora, de um negócio em plataforma, do porte que for, pode e precisa entender e aplicar de acordo com a própria realidade. 5.1 Precisão e assertividade na tomada de decisão Você deve lembrar que, ao longo dos tópicos anteriores, falamos sobre como estamos em tempos de tomada precisa de decisão graças à tecnologia e à conectividade. Gestores de todas as áreas e especialistas de diferentes expertises utilizam dados de usuários e organizações para compreender hábitos presentes, projetando tendências futuras nos usuários, prevendo e adiantando o que as pessoas ainda irão desejar e a que mercado a empresa deverá se adaptar. Todo esse poder de assertividade está “guardado” em hardwares e softwares que dão vida aos SIGs. Hardware inclui dispositivos diversos: computadores, discos rígidos, assistentes digitais pessoais, chips e até smartphones, entre outros. É a estrutura, algo materialmente concreto; ou seja, tudo o que permite a softwares executarem suas funções, como sistemas operacionais e milhares de programas computacionais necessários para todos os departamentos de uma empresa. Eles garantem agilidade e confiabilidade aos processos de uma companhia ou instituição pública desde a parte operacional até o nível gerencial. Para Capron e Johnson (2004), um computador é formado por três componentes principais. O equipamento (hardware) é o espaço no qual um conjunto de instruções, denominado (software), diz ao computador o que deve ser realizado. Claro que é importante, mas são as pessoas o componente que utiliza o poder das máquinas para realizar tarefas necessárias e chegar a resultados desejados. Um programador é um indivíduo; os usuários são indivíduos. São eles que utilizam de fato as capacidades do computador, analisam problemas, traçam planejamentos e inovam. Pensando na IA e na aprendizagem de máquina, que vimos anteriormente, reflita se podemos considerar o fator humano como essencial nos processos hoje tão baseados em dados. No nível operacional de uma organização, o computador permite que ações sejam executadas. Pense, por exemplo, em uma fábrica de envase de refrigerantes, com equipamentos que executam todo o procedimento, que vai desde a higienização, passando pela exata colocação do líquido até a lacração das garrafas, depois distribuídas igualmente em caixas. Há um computador que aciona um programa, permitindo que essas etapas aconteçam. O software lê milhares de informações que estão em um sistema para que a máquina funcione. No nível gerencial, tais sistemas dão subsídios para que decisões importantes sejam tomadas com muito mais precisão do que se conseguia até por volta dos anos 2010. Em um trabalho em equipe e colaborativo, gestores de diferentes áreas indicam aos profissionais de tecnologia da informação e inteligência de negócios os dados que necessitam para cruzar, comparar e identificar. A partir daí, transformam em informações que irão direcionar estratégias. 48 Unidade II São quatro os tipos principais de manipulação de dados, de acordo com Capron e Johnson (2004), necessários para um computador: entrada, processamento, saída e armazenamento. A tecnologia de armazenagem comanda a organização de dados com equipamentos de computação e comunicação, que podem ser conectados em rede. Esses dados são capazes, inclusive, de captar dados por voz, imagens, sons, vídeos, textos e posts de redes sociais, que são conhecidos como dados não estruturados e correspondem a 80% dos dados gerados no mundo. Por sua vez, dados estruturados são aqueles projetados, que possuem padrões e formato rígido. Aparecem nos bancos de dados, por exemplo, tabelas, gráficos e relatórios. Por fim, há os dados semiestruturados, que não têm estruturas rigidamente predefinidas, mas são reconhecíveis pelo tipo e pela extensão. Por exemplo, um arquivo XML (sigla para extensible markup language, linguagem de marcação que define regras para codificar diferentes documentos) ou RDF (resource description framework, metadados que facilitam o entendimento dos relacionamentos e a utilidade das informações dos dados). Saiba mais O prefixo meta vem do grego e significa “além de”. Portanto, metadados são informações que facilitam a organização dos dados. Esse entendimento e muitos outros que estão mexendo com nossa vida podem ser encontrados no livro Governança de dados: práticas, conceitos e novos caminhos, do professor e consultor Carlos Barbieri. Em sua abordagem na obra, o autor considera que dados são o maior recurso organizacional da sociedade digital. Confira a seguir a referência completa. BARBIERI, C. Governança de dados: práticas, conceitos e novos caminhos. [S.l.]: Alta Books, 2020. E-book. Laudon e Laudon (2010) reforçam: informação são dados apresentados em uma forma significativa e útil para os seres humanos. Dados brutos são sequências de fatos ainda não analisados. Representam ocorrências e eventos de ambiente físico, mas ainda não foram organizados e arranjados de uma forma que as pessoas possam entendê-los e usá-los. Para Oliveira (1997), dado é um elemento identificado em sua forma bruta e que, sozinho, não tem significado, enquanto informação é um dado trabalhado que leva à compreensão de um fato ou uma situação. Diante de todos esses pontos, já podemos nos concentrar no sistema de informação de marketing (SIM). Segundo Kotler (1998, p. 111), esse sistema envolve “processos, pessoas e equipamentos, com o objetivo de coletar, selecionar e analisar informações e repassá-las para os responsáveis de marketing para que eles possam tomar decisões mais assertivas”. Ou seja, dados analisados e sistematizados que tragam clareza ao gestor de marketing sobre determinado assunto ou cenário, fazendo, assim, a melhor escolha para a marca. 49 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Lembrete Sistemas de informação gerencial (SIGs) são formados por hardwares e softwares. Coletam, armazenam e organizam dados brutos, que são transformados em informações úteis para tomadas de decisão e definições de tarefas operacionais. 5.2 Pesquisa de marketing versus SIM Não é incomum, hoje,o entendimento equivocado de que o SIM seja a pesquisa de marketing; na verdade, esse sistema auxilia a pesquisa, mas são elementos estratégicos diferentes e é sempre importante evidenciarmos essa questão. O SIM nos permite um olhar amplo sobre comportamentos atuais dos consumidores, com seus dados em tempo real sendo coletados e armazenados em bancos, o que promove uma projeção precisa dos comportamentos futuros, indicando as tendências que se tornarão, em determinado período, a regra dos hábitos. O SIM utiliza dados internos da organização (que correspondem a tudo que acontece nos seus processos e estratégias) e externos (que são os coletados pelos comportamentos e transformações da sociedade). Seu foco não é apenas a solução de um problema ou o atendimento de uma necessidade já presente no mercado, que são papéis específicos da pesquisa de marketing. O SIM também busca antecipar os problemas e necessidades que ainda se tornarão comuns. Outra diferença importante é que a pesquisa de marketing responde a questionamentos pontuais de um tema, com começo, meio e fim. Há um resultado final, enquanto o SIM funciona em ciclos, é constante, nunca para. Claro que, ao analisar dados de vendas de uma marca durante uma semana, por exemplo, um relatório apresentará resultados desse período determinado. Mas não necessariamente responderá exatamente o mesmo na semana seguinte, porque novos dados coletados podem trazer diferentes observações, e assim por diante. Observação A pesquisa entende comportamentos passados e presentes, respondendo algo sobre o presente. O SIM usa informações passadas, presentes e indica tendências, respondendo algo sobre o mundo que virá. No entanto, isso tudo não significa que a pesquisa de marketing perdeu sua importância, pois os SIMs e ela são ferramentas que se completam. A pesquisa é um processo sistemático que busca validar uma hipótese de maneira confiável. O primeiro intuito é identificar problemas e estabelecer objetivos realistas de pesquisa. Depois, analisar o cenário no qual o problema acontece, estabelecendo possíveis razões para explicá-lo, até que se desenvolva um estudo que dê as melhores respostas para as hipóteses levantadas. 50 Unidade II É sempre importante não confundir pesquisa de marketing com pesquisa de mercado. A diferença, segundo Kotler (1998), é que a pesquisa de mercado age em um mercado específico, sendo apenas um componente da pesquisa de marketing. É uma técnica que permite coletar dados de clientes, fornecedores ou concorrentes que serão essenciais na composição do estudo mais amplo do marketing. Vale refletir: como a confusão de conceitos pode atrapalhar o objetivo final de um planejamento? Fique sempre atento a esse fator. Uma vez esclarecida tal diferença, vamos analisar quais são os componentes do sistema de informação de marketing. No sistema de registro interno, encontramos dados da própria empresa, como relatórios sobre vendas, número de funcionários, balanços financeiros, cadastro de clientes etc. Já a partir desses dados, acessados com rapidez e simplicidade por serem internos, o profissional de marketing ganha subsídios para começar a desenhar seu planejamento. No sistema de inteligência de marketing, outro componente, estão dados já transformados em informações a partir do conteúdo de notícias, reportagens e entrevistas de diversas fontes da mídia. Este armazena o conteúdo de livros e pesquisas anteriores sobre comportamento dos consumidores, além de informações relevantes obtidas com fornecedores e parceiros de trabalho em geral. Figura 11 – Sistemas de inteligência de marketing Disponível em: https://bit.ly/35JhwEy. Acesso em: 11 mar. 2022. Para Robert Harmon (2003), a estrutura principal do SIM pode ser dividida em quatro elementos: • Interface para o usuário: o design do painel de controle deve ser fácil e intuitivo para os gestores acessarem e analisarem as informações já sistematizadas. 51 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL • Software: como já vimos, é o programa que permite coleta e gerenciamento dos dados. • Banco de dados: é o local em que os dados estão armazenados. • Suporte do sistema: profissionais de TI capacitados para compreender o que profissionais de marketing precisam, bem como manter o bom funcionamento tanto do software quanto do hardware. O SIM, portanto, tem a ver com sistematização, trabalhando dados aparentemente desconexos, que levam à compreensão de determinada tendência. Reduz erros e oferece uma visão ampla das possibilidades no mercado, fornecendo informações suficientes que apoiem as decisões dos gestores de marketing. Pode se referir ao posicionamento da marca em relação à concorrência ou a quantas anda o relacionamento com o cliente, entre muitas outras possibilidades. Mas isso só se torna possível quando a análise é realizada por profissionais preparados para interpretar tais dados, o que permite também um crescimento sustentável a uma organização. 5.3 Métricas do marketing que direcionam o e-commerce Você deve estar se perguntando o que o SIM tem a ver com métricas e de que maneira isso impacta o e-commerce. Só é possível construir uma plataforma de e-commerce que dê bons resultados se a empresa souber lidar de forma assertiva com os dados que ali são gerados. Mais do que isso: se souber sistematizar e otimizar esses dados, e um dos melhores caminhos para isso são as métricas. Em qualquer área, métricas são indicadores que permitem medir resultados. No marketing digital, elas mensuram resultados de ações e campanhas de marketing disparadas nas mídias digitais, que foram antes moldadas por toda a sabedoria do SIM. Então, as métricas chancelam aquilo que os dados disseram aos gestores ser a melhor escolha para determinado cenário. No e-commerce, a relação é direta com o desempenho da plataforma. Métricas indicam como estão as vendas, as buscas por produtos, quais jornadas de compra se completam e como tornar mais efetivos os anúncios e campanhas, a relação com o cliente, o pós-venda e a real capacidade de conquistar e fidelizar um cliente (falaremos mais sobre isso adiante). A previsibilidade que a mensuração de dados possibilita evita, por exemplo, que determinado produto fique encalhado em estoque porque se comprou uma quantidade dele que ultrapassou o interesse dos consumidores. Isso evita, também, mau uso de orçamentos, perda de lucratividade e até uso desequilibrado do espaço físico disponível em um centro de distribuição. 52 Unidade II Saiba mais Você conhece a importância do funil de vendas e sabe o que são leads? Forçar uma venda a um consumidor que não está interessado, geralmente, leva ao fracasso. Por isso, uma das estratégias mais importantes do e-commerce é entender a informação que o funil de vendas está mostrando, também chamado de funil de marketing. Cada vez mais, os consumidores sentem-se incomodados com técnicas invasivas que interrompem uma experiência. Por exemplo, o comercial que interrompe um programa de TV ou rádio, ou mesmo um vídeo no YouTube. Isso é forçar o público a conhecer um produto ou serviço, e, em nossas experiências atuais, como as proporcionadas pelo streaming, nos sentimos incomodados. É preciso atrair o consumidor de forma orgânica, fornecendo informações, mas permitindo-lhe a decisão de compra. Para saber mais sobre esses conceitos, consulte a referência a seguir. O QUE é funil de vendas? Atendare, [s.d]. Disponível em: https://bit.ly/3MMBlLR. Acesso em: 11 mar. 2022. Tudo que é digital, incluindo o comércio eletrônico, aperfeiçoa-se constante e rapidamente para ser mais ágil. Portanto, diferentes formas de mensuração surgem sempre. Mas existem algumas métricas de e-commerce respaldadas pelo marketing digital já clássicas, que são as principais e que estão ao alcance de organizações de qualquer porte. Muitas são simples de serem acompanhadas até mesmo nas estatísticas das redes sociais – sendo, parte delas, gratuitamente. Vamos conhecê-las. Custo de aquisiçãode clientes (CAC) Soma dos recursos investidos para que os clientes cheguem até o seu e-commerce, dividida pelo número de clientes adquiridos. Ou seja, quanto menor o CAC, melhor a estratégia de retenção de clientes. Some o investimento de marketing digital para conquistar um cliente e divida pelo número de clientes conquistados. É essencial considerar todos os gastos para atrair os consumidores, incluindo qualquer dinheiro investido nisso: mídia paga, posts patrocinados nas redes sociais, disparo de e-mail marketing etc. Taxa de conversão Indica quantos dos visitantes da plataforma de fato realizaram compras. Quanto maior essa taxa, melhor, pois significa que os visitantes estão realmente sendo atraídos e conquistados. Calcule o número de visitantes que realizaram uma compra dividido pelo número de visitantes total e multiplique por 100; essa é a porcentagem de quantos visitantes se tornaram consumidores. Se a 53 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL marca já é conhecida e a taxa permanece baixa, algumas coisas que costumam atrapalhar a jornada de compra são: etapas de pagamento complexas; descrição do produto confusa ou insuficiente; suporte de atendimento ao cliente ineficiente. Figura 12 – Métricas de performance no e-commerce Disponível em: https://bit.ly/3j8zvYb. Acesso em: 6 abr. 2022. Observação Metrics: métricas. Behavior: comportamento. Outcomes: resultantes. Returns: devoluções. Testing: teste. Experience: experiência. Taxa de cancelamento (ou abandono) Conhecida também pelo termo em inglês churn rate, consiste no estudo fundamental de como, em que momento e por qual motivo as pessoas têm desistido de uma compra. Só assim é possível alterar e melhorar alguma parte do processo do e-commerce. Um dos indicativos mais comuns é a desistência 54 Unidade II da compra já no carrinho; se o consumidor chegou até essa etapa, é porque a intenção de compra existia, o que pode indicar dificuldades na finalização da compra e até mesmo na etapa de pagamento. Calculando o número de pessoas que colocam produtos no carrinho dividido pelo número de pessoas que realizam uma compra multiplicado por 100, tem-se a porcentagem de cancelamentos efetuados. Ticket médio Valor médio de gasto por compra na plataforma, indispensável para analisar como bater metas de vendas, saber com o que os clientes estão gastando e o que os atrai mais. Calcule a soma do montante de vendas em reais dividido pelo número de vendas realizado: o resultado é a média de gastos do cliente. É uma métrica que varia de acordo com o tipo de produto ofertado, mas essa previsibilidade ajuda a definir os próximos passos relacionados a lucro. Relação de KPIs Key performance indicators (KPI) são indicadores-chave de performance de um negócio, personalizados para tal, disponíveis em ferramentas do próprio site, plataforma ou rede social que a marca utiliza. Também é possível contratar ferramentas externas mais sofisticadas para esses cálculos. CAC e taxa de conversão são KPIs, mas, dependendo do tamanho do negócio, exigem-se cálculos mais elaborados do que os apresentados aqui, só possíveis a partir de softwares especializados. LTV Sigla que vem do inglês lifetime value. Define o quanto um cliente vale para a plataforma – por exemplo, plataformas que oferecem algum tipo de serviço contínuo, como cursos, e para acessá-los o usuário paga uma mensalidade. Se, após alguns cursos gratuitos ou de valores simbólicos, os clientes optarem por pagar mensalidades de R$ 100, fechando pacotes de 12 meses, o LTV é de R$ 1.200. É um indicador importante de consumidor conquistado. Taxa de conversão de campanhas Uma campanha pode atrair muitas pessoas e cliques quando patrocinada, ou seja, quando um dinheiro investido nela impulsiona seu alcance. Aqui, é preciso entender por conversão o objetivo definido, que não necessariamente é vender; pode ser um aumento no número de pedidos de orçamento ou de download de um material, por exemplo. Divida o número de conversões (pedidos ou downloads) pelo número de visitas daquele anúncio, ou mesmo pelo total de contatos; multiplique por 100. Está aí a conversão em porcentagem. Foram 1.500 downloads do e-book? Divida por um total de 5 mil visitantes à página na qual é possível baixar o material e o resultado será 0,3, que, multiplicado por 100, resulta em 30%. ROI (return on investment) Mede a taxa de lucro, sendo calculada pelo retorno do investimento (menos o seu custo) dividido pelo valor investido. Calma, é mesmo um pouco mais complexo, mas vamos explicar melhor. Por 55 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL exemplo, uma loja virtual de roupas infantis investe R$ 1 mil em uma campanha com anúncios para divulgar uma nova coleção. A produção de cada item da coleção custou, em média, R$ 100, sendo o valor médio de venda de R$ 350. Foi identificado que 15 peças foram vendidas com a jornada de compra iniciada a partir do anúncio clicado. Assim, tem-se: Retorno do investimento: 15 peças vendidas x R$ 350 (valor médio de venda) = R$ 5.250 Custo do investimento: 15 peças vendidas x R$ 100 (custo de produção) = R$ 1.500 + R$ 1 mil (custo da campanha) = R$ 2.500 Então, R$ 5.250 – R$ 2.500 = R$ 2.750 : R$ 2.500 = R$ 1,1 Significa que cada R$ 1 investido trouxe um retorno de R$ 1,1. Ou seja, o investimento trouxe lucro. Saiba mais Neste webinário da Rock Content, Fernanda Cappi, especialista em suporte ao cliente, e Aline Neves, responsável pela experiência global do consumidor, mostram como criar conteúdos que geram mais e melhores conversões. Confira o vídeo na referência a seguir: COMO gerar mais conversão com conteúdo. 2022. 1 vídeo (60 min). Publicado pelo canal Rock Content. Disponível em: https://bit.ly/3I4sH84. Acesso em: 14 mar. 2022. Pontuadas essas métricas clássicas, vale chamar a atenção para o que, no marketing digital, são classificadas como métricas de vaidade. Cuidado! São dados que não são de fato representativos na avaliação do desempenho de um negócio. Não que devam ser ignorados, mas interpretados com critério e humildade. Tomando como exemplo o que vimos nos conceitos anterior, o número de visitas à plataforma é importante, mas se essas visitas nunca se convertem em resultados finais, como vendas, não adianta ter orgulho do indicador. Vejamos outras. Reações (like, coraçãozinho etc.) Alguém pode curtir a postagem porque achou a imagem bonita, concordou com o título ou riu com o GIF engraçado, mas nem leu a informação. Downloads de apps Claro que um negócio cuja base é um aplicativo deve acompanhar quantas pessoas fizeram o seu download. Isso não significa, porém, que a pessoa vai de fato usá-lo. A taxa de desinstalações diz mais sobre um app do que a de instalações. 56 Unidade II Figura 13 – Ícones que representam interações virtuais Disponível em: https://bit.ly/3JesIaa. Acesso em: 6 abr. 2022. Cliques É uma taxa importante, indicadora de que pessoas estão visitando sua marca – seja site, blog ou anúncio. Mas, como dito anteriormente, se tais cliques não revertem em taxas de conversão, temos um número vazio. Será que sua página ou anúncio estão alinhados com o que prometem em um primeiro contato com o usuário? Não ceda aos clickbaits, chamadas que instigam, mas que, quando acessadas, não entregam nada demais. Geram tráfego, porém associam a marca a conteúdos enganosos. Compartilhamentos Se estão compartilhando seu conteúdo, é porque é bom, deu certo, mas isso não necessariamente é reflexo de resultado positivo de uma estratégia. Porque você pode gerar tráfego online para a marca com um meme, com milhares de compartilhamentos, mas não quer dizer que o conteúdo de qualidade, importante, também será atingido. Seguidores Atualmente, o número de seguidores de qualquer rede social não diz praticamente nada sobre resultados tangíveis de uma empresa. É claro que indica interesse pela marca, admiração, inspiração, o que também tem valor, mas não é uma métrica de negócios em si. Postagens orgânicas, ouseja, sem impulsionamento com dinheiro, atingem menos de 1% do total de seguidores. Visualizações da página Conhecido também pelo termo em inglês pageviews, não indica uma evolução da marca. É, inclusive, um número com o qual nada se pode fazer, pois, se alguém viu seu site e não clicou em nada, não realizou nenhuma ação, não é possível aplicar outras estratégias que levem, por exemplo, a uma compra 57 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL ou download de material. No próximo tópico, vamos entender como os chamados analytics ajudam a utilizar bem esse e outros dados. Exemplo de aplicação Neste tópico partimos dos sistemas de informação gerencial (SIGs), que têm entre eles o sistema de informação de marketing (SIM). Desempenham funções fundamentais a partir de dados transformados em informações, tornando-se recursos estratégicos para a elaboração de projetos e a gestão de negócios de maneira inteligente e eficiente. O SIM envolve “processos, pessoas e equipamentos, com o objetivo de coletar, selecionar e analisar informações e repassá-las para os responsáveis de marketing para que eles possam tomar decisões mais assertivas” (KOTLER, 1998). Ou seja, dados analisados e sistematizados que tragam clareza ao gestor de marketing sobre determinado assunto ou cenário, fazendo, assim, a melhor escolha para a marca. Compreendemos a diferença entre o SIM e a pesquisa de marketing, além de sua complementaridade. O SIM nos permite um olhar amplo sobre comportamentos atuais dos consumidores e traz um vislumbre preciso sobre comportamentos futuros, indicando as tendências que se tornarão, em determinado período, a regra dos hábitos. A pesquisa de marketing responde a questionamentos pontuais de um tema, com começo, meio e fim, havendo um resultado final. Já o SIM funciona em ciclos, é constante, nunca para. Só é possível construir uma plataforma de e-commerce que dê bons resultados se a empresa souber lidar de forma assertiva com os dados gerados no SIM. Métricas são indicadores que permitem medir resultados. No marketing digital, mensuram resultados de ações e campanhas de marketing disparadas nas mídias digitais pelo e-commerce, principalmente nas vendas. Tais ações e campanhas foram antes moldadas por toda a sabedoria do SIM. Então, as métricas chancelam o que os dados indicaram aos gestores para determinado cenário. Escolha com seu grupo de estudos uma rede social de uma empresa à qual tenham acesso (pode ser uma na qual trabalham ou um negócio de que um dos colegas seja proprietário, por exemplo). Analisem as estatísticas presentes no site e nas redes sociais da marca, identificando possíveis pontos a melhorar. 6 VENDAS E FIDELIZAÇÃO O objetivo final de um e-commerce é vender, e, sem dúvidas, é importante contar com ações do marketing digital para tornar a plataforma conhecida e interessante, criar boa relação com o cliente, ampliar o número de consumidores alinhados com o espírito da marca etc. Contudo, tornar um negócio financeiramente viável e sustentável é o que permitirá ao comércio eletrônico existir, lucrar e gerar empregos. Ao mesmo tempo, como vimos juntos até aqui, estamos falando de um universo de transformações velozes e constantes, o que significa que o jogo nunca está ganho para uma 58 Unidade II empresa. Para as vendas acontecerem, é preciso lançar mão de recursos com os quais os negócios tradicionais não se preocupavam. Exemplo de aplicação A partir deste tópico, faça a seguinte reflexão: do que mais um e-commerce depende para dar certo? Vale pontuar no caderno ou em um documento online o que você identifica como necessário para uma plataforma de comércio eletrônico realmente conquistar espaço no mercado virtual. Hoje, a comunicação via redes sociais com o consumidor, por exemplo, é indispensável, assim como a marca atrelar sua imagem a um influenciador digital é quase regra para que os usuários sintam real confiança no que a empresa expressa – apesar de alguns cuidados na contratação desses profissionais serem necessários, um dos pontos que abordaremos adiante. Lembrete Relembrando o conceito de e-commerce: atividade mercantil que realiza uma conexão eletrônica entre empresa e cliente para venda e compra de produtos ou serviços, sempre mediante transação financeira, também efetuada eletronicamente, para pagamento do que foi adquirido. Vender no digital, portanto, é sinônimo de fidelizar pessoas, e só faz isso bem quem constrói diálogo com o cliente, mantém a autenticidade, encara os desafios, acompanha as ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado – e sempre entrega no prazo (veremos a importância da logística mais adiante). 6.1 Possibilidades e desafios do Google Dados são essenciais, assim como métricas, conectividade e ferramentas tecnológicas. Todavia, para construirmos nos próximos parágrafos uma reflexão sobre possibilidades e desafios do comércio e do marketing digitais, vale reforçar o que os professores já afirmaram: leia. Livros, reportagens, artigos, no papel ou online, mas leia – sobre assuntos diferentes, temas que interessam ou que instigam. Sabe por quê? Porque é o caminho para um texto bem escrito. E sabe por que é essencial um texto bem escrito no mundo virtual? Porque você pode ter a melhor plataforma de e-commerce, a mais criativa campanha de marketing digital, mas textos mal escritos são considerados pelos algoritmos conteúdo de má qualidade e que não deve ir adiante, muito menos ranquear bem em mecanismos de busca, como o Google. 59 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Figura 14 – Redação: elemento essencial na criação de conteúdo para e-commerce Disponível em: https://bit.ly/3KhOoU4. Acesso em: 6 abr. 2022. Seja um texto curto ou longo, os algoritmos entendem que um texto com erros gramaticais ou de digitação podem ser prejudiciais aos usuários da marca. No caso do texto longo, mesmo que você tenha colocado as melhores palavras-chave (falaremos delas a seguir), quando não há coerência e falta uma ordem clara com começo, meio e fim na explanação de uma ideia, os algoritmos também compreendem como conteúdo sem relevância. Observação Você sabe o que é escrita criativa? Escrita criativa é o termo que define toda escrita literária que exige criatividade da autora e do autor: poemas, contos, crônicas, romances, novelas, entre outros. É também uma área do conhecimento que transmite práticas e técnicas de estruturação de textos criativos em oficinas e cursos. Por muito tempo, foi uma disciplina compreendida como voltada para aqueles que desejavam seguir a carreira de escritor. Ainda é, mas hoje se entende que também serve a quem deseja se expressar melhor por meio da escrita, seja por motivos profissionais, seja por motivos pessoais. A redação literária é um campo acadêmico que permite investigação, reflexão e construção de argumentos possíveis de serem aplicados nas mais diversas carreiras. 60 Unidade II Podemos, então, considerar uma escrita clara e coerente como um dos primeiros desafios para uma empresa vender e fidelizar clientes, o que poderia parecer improvável, a princípio. Escrever bem, que é reflexo do hábito da leitura, também é fator de vantagem no mundo virtual. Saiba mais No livro A jornada do escritor: estrutura mítica para escritores, o autor americano Christopher Vogler analisa as narrativas a partir da ideia de mitos e como boas histórias são contadas e recontadas pela humanidade. Já em Como se encontrar na escrita: o caminho para despertar a escrita afetuosa em você, a jornalista e escritora brasileira Ana Holanda mostra como textos escritos com emoção transformam, aproximam e afetam o outro. Confira a seguir as referências completas. HOLANDA, A. Como se encontrar na escrita: o caminho para despertar a escrita afetuosa em você. São Paulo: Bicicleta Amarela, 2018. VOGLER, C. A jornada do escritor: estrutura mítica para escritores. São Paulo: Aleph, 2015. Vamos conhecer outras ferramentas e conceitos disponíveis para ampliar as possibilidadesde um e-commerce. Note, nesse caso, como o Google é onipresente, não havendo ainda alguma empresa capaz de fazer frente ao que a gigante da tecnologia oferece. Google Analytics É a ferramenta mais conhecida na atualidade para o monitoramento do comportamento dos visitantes em um e-commerce. Por ter muitas funções ainda na versão gratuita, é acessível a empresas e empreendedores de qualquer porte. É simples de analisar e traz dados precisos sobre os usuários de uma plataforma. Por exemplo: número de visitantes e origem das visitas, ou seja, qual dispositivo usaram para acessar o e-commerce (smartphone, notebook) e a partir de qual canal vieram (mecanismo de busca, digitação direta na barra de endereços ou via link em algum site ou rede social). O tempo que o usuário ficou em uma página e a taxa de rejeição a um site são outros itens possíveis de acompanhamento, bem como o desempenho de vendas de cada produto de uma loja virtual e qual ação de marketing digital alcança melhores resultados. O objetivo é entender de que maneira as pessoas estão navegando pela plataforma. Ao criar uma conta gratuita no Google, um código será gerado para ser instalado no site e já estará funcionando. 61 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Think with Google Serviço gratuito que oferece métricas, análises e relatórios disponibilizados pelo Google a partir dos interesses de busca dos internautas. Uma fonte de conhecimento profundo sobre a jornada e o comportamento de compra do consumidor, inclusive no mobile, permitindo estruturar com clareza estratégias de marketing e vendas digitais. Google Trends Ferramenta gratuita que permite pesquisar termos específicos e verificar o seu volume de buscas dentro de um período de tempo e local especificados. Um trunfo para decidir temas de campanhas de marketing e mesmo as melhores palavras, que podem chamar mais a atenção de acordo com o segmento de um negócio, otimizando a presença de uma loja virtual nas pesquisas online dos usuários. Por exemplo, categorização dos produtos e/ou um tema que pode render post no blog do site. Google Adwords Permite criar anúncios com escolha de diversos formatos, títulos, posicionamento e valores a serem investidos. É um dos dashboards de métricas mais completos e intuitivos para acompanhar os resultados de um anúncio, com a opção de refazer as configurações para ajustes que otimizem a campanha caso não esteja dando o resultado esperado em um primeiro momento. A ferramenta é gratuita, mas o anúncio é pago. Figura 15 – Análises do comportamento do usuário de e-commerce Disponível em: https://bit.ly/3uYEUGX. Acesso em: 6 abr. 2022. 62 Unidade II Keyword Planner A ferramenta é conhecida mesmo pelo termo em inglês, e nada mais é que um planejador de palavras-chave. É uma das mais usadas por plataformas de e-commerce. Permite definir as melhores palavras-chave para o segmento da plataforma de acordo com o volume de buscas, preços e concorrência. Esses indicadores podem ser usados nos textos (bem escritos!) de blogs, sites, descrição de produtos, campanhas, títulos etc. Para usá-la, gratuitamente, é preciso ter conta no Google Ads. SEO Sigla em inglês para o termo search engine optimization, ou seja, otimização para mecanismos de busca, entre muitos que existem. Mas, de novo, a onipresença do Google é esmagadora, sendo o buscador mais utilizado em todo o planeta. As estratégias de SEO trabalham para que um site seja encontrado nos mecanismos de busca, mas de forma orgânica, sem que a plataforma precise pagar para aparecer. Sem pagar, significa que é preciso investir tempo para resultados que não aparecem tão rápido como os apresentados em outras ferramentas, o que se compensa gerando um número crescente e constante de acessos. As palavras-chave de que falamos no item anterior são os termos digitados pelas pessoas para pesquisa. Com base em tais palavras, os algoritmos vasculham a internet para encontrar em quais sites estão o que elas buscam para exibir, assim, os melhores resultados. Por isso a importância dos textos de um site conterem as palavras relevantes para o segmento em que atua ou do que vende. Também fazem parte do SEO o meta title (metatítulo) e a meta description (metadescrição). Ambos ajudam os algoritmos a entender o assunto de determinada página. São campos exibidos nos resultados de busca e são muito importantes para o ranqueamento. Segundo o site especializado em SEO Backlink O, descrições devem ter mais de mil palavras. Mas estudos mostraram que páginas de produtos com 300 palavras já possuem tempo de permanência positivo dos usuários (MOUSINHO, 2019). ERP Sigla para o termo em inglês enterprise resource planning, ou seja, sistema integrado de gestão empresarial. Trata-se de um programa corporativo que concentra todas as informações de um e-commerce e integra dados das áreas de vendas, finanças, estoque e logística. Uma organização essencial para monitorar todo tipo de transação da plataforma – compra, venda, lucro, publicidade etc. Existem muitas opções de softwares no mercado. Como o Google se tornou uma big tech? O Google nasceu como um projeto de pesquisa de doutorado de Larry Page e Sergey Brin, em janeiro de 1996. Ambos eram estudantes na Universidade Stanford, na Califórnia, Estados Unidos. Até então, os chamados motores de busca na internet exibiam resultados classificados pela contagem de quantas vezes os termos de busca apareciam na primeira página. Eles consideraram que um sistema melhor poderia analisar relações entre sites, batizando essa nova tecnologia de PageRank, ranque de página. A ideia era que a relevância de um site fosse determinada pelo número de páginas e pela importância de páginas em que surgisse, sendo capazes de levar um usuário de volta ao site original. 63 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL O nome originou-se de um erro ortográfico da palavra googol, um termo matemático para o número 1 seguido de 100 zeros, indicando um alcance exponencial de dados e informações que o motor de busca poderia processar. Ao mesmo tempo, se relaciona com ir atrás (goo) de metas (gol). O domínio Google foi registrado em setembro de 1997, e a empresa foi constituída exatamente um ano depois. Em março de 1999, o Google mudou sua sede para Palo Alto, Califórnia, seguindo a trilha de centenas de outras startups de tecnologia, tornando famosa a região do Vale do Silício. No ano seguinte, começaram as vendas de anúncios associados a palavras-chave, vendidas com base em combinações de propostas de preços e cliques nos anúncios, a partir de 5 centavos de dólar por clique. O negócio deu certo e a partir de 2001 o Google passou a adquirir startups de sucesso, além de firmar parcerias com diferentes organizações, abraçando desde pesquisa até publicidade, sendo que esta última se tornou responsável por 99% da receita da empresa. Em agosto de 2015, a empresa reorganizou suas áreas em uma holding, a Alphabet Inc. Diversas empresas de tecnologia oferecem recursos para garantir a performance de um comércio eletrônico, mas, como dito no começo do capítulo, o Google é mesmo líder disparado no mercado, com ferramentas ao alcance de qualquer negócio, seja em tamanho, seja em segmento. O que também está disponível para empreendedores e organizações em geral são as redes sociais, indispensáveis para as marcas em um mundo conectado. Saiba mais Para conhecer todos os recursos do Google Analytics e descobrir como usá-los, consulte o e-book indicado na referência a seguir: ROCK CONTENT. Guia completo do Google Analytics. [s.d.]. E-book. Disponível em: https://bit.ly/3OJ2r7x. Acesso em: 15 mar. 2022. 6.2 Redes sociais: diálogo, conquista e compra No início deste livro-texto, conversamos sobre três sociedades: da informação, do conhecimento e em rede, que convergem moldando a Era Digital, na qual estamos inseridos atualmente. Nesse contexto, um dos elementos mais marcantes são as redes sociais, que nascem com o objetivo de conectar pessoas. Todavia, coma evolução e o poder crescente de influenciar a maneira como nos comunicamos, as empresas rapidamente entenderam que não poderiam ficar fora dessa. Redes sociais são canais de diálogo e de encantamento do consumidor, tanto para manter quem já foi conquistado quanto para conquistar novos clientes. Uma marca fora das redes sociais não existe mais como marca. Ela deve estar presente na rede social na qual o público que a interessa está. Isso permite que algumas não se façam presentes em todas as redes, assim como não exige de marcas premium usar as mesmas ações de marketing digital que a maioria das organizações usa para 64 Unidade II engajar os seguidores. De toda forma, rede social faz parte da identidade virtual da empresa, para que ela se comunique com seu público, traga-o para perto e, como consequência, leve-o a consumir seus produtos. Figura 16 – O consumidor nas redes sociais Disponível em: https://bit.ly/3v20pXl. Acesso em: 6 abr. 2022. Antes de analisarmos as principais redes sociais para empresas no Brasil, vamos conhecer um conceito fundamental das estratégias de marketing digital bem-sucedidas: persona. Criar uma persona para a marca é imaginar o cliente ideal, aquele que desejamos muito que consuma nosso produto ou serviço – e que, de preferência, exponha isso nas redes sociais! Na verdade, uma marca pode ter uma ou mais personas, mas precisa se certificar de elaborar esse conceito de acordo com a realidade mesclado com objetivos de crescimento. Significa considerar dados reais de quem consome a marca, mas também delinear quais outros perfis de consumidor se espera atrair para a expansão da empresa. É importante frisar que público-alvo e persona são conceitos diferentes: público-alvo se refere a um segmento de pessoas com características em comum. Destacaremos um exemplo a seguir. Estudantes de marketing, entre 18 e 30 anos, moradores do estado de São Paulo, com renda familiar de até R$ 5 mil, que buscam estágio na área de formação. Já persona indica características mais específicas de alguém que faz parte do público da empresa. Por exemplo: Paula, 20 anos, solteira, mora com a mãe e a avó na cidade de Osasco, na região metropolitana de São Paulo. É recepcionista de uma clínica médica no município vizinho, Barueri. Cursa ensino superior em Marketing na mesma cidade em que trabalha, no período noturno. Carismática, comunica-se claramente, gosta de trabalhar com o público e é estimada pelos donos da clínica. Sabe que lá tem chances de crescer profissionalmente, mas não em sua área de formação. Seu principal obstáculo é 65 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL deixar um emprego no qual ganha o suficiente para pagar suas contas, pagar a faculdade e ajudar nas despesas de casa por um estágio que não cobre nem metade de tais valores. Em público-alvo, a definição dos clientes é mais genérica, enquanto a persona apresenta uma identidade bem-definida, com uma narrativa que nos permite visualizar a personagem. Observação Público-alvo é um conceito amplo: não aborda hábitos, não se refere a alguém, fala de pessoas que podem querer seu produto ou serviço. Persona é um conceito específico: apresenta detalhes sobre hábitos, vida e trabalho; é o perfil do consumidor ideal. Persona é um método de segmentação do mercado, uma ferramenta que usa dados demográficos e comportamentais, problemas e desafios para representar diferentes tipos de clientes com características alinhadas à organização. A partir de um brainstorm, a equipe de marketing pontua essas informações e avalia fatores como: • quem gasta mais e como; • quem gasta menos, mas com certa periodicidade; • quem não consome sempre, mas é fã, admirador e defensor da marca; • quem não consome ainda, mas é fã, admirador, defensor da marca e aspira a consumi-la; • quem representa a marca; • quem pode agregar ainda mais valor à marca; • quem a consome, mas critica nas redes sociais. Ou seja, trata-se de informações que consideram a relação cliente-marca observando o racional, mas também o emocional, pois isso ajuda a desenvolver planejamentos mais certeiros, direcionados aos interesses dos clientes. Tudo embasado em dados, não em suposições do que o público espera. O conceito de persona foi criado por Alan Cooper, designer e programador de softwares, quando desenvolvia um sistema de gerenciamento de projetos. A ideia surgiu em 1983, quando uma gestora de projetos chamada Kathy foi entrevistada pelo especialista para compreender os detalhes de sua atuação. No decorrer do trabalho, Cooper respondia a si mesmo como se fosse Kathy enquanto criava uma série de explicações sobre o software. Ele percebeu que, com uma pessoa em mente, ficava mais fácil perceber dúvidas e necessidades reais, assim como encontrar soluções de interação e design. Cooper formalizou a ideia de persona como um método de seu processo de criação em 1998, quando lançou um livro a 66 Unidade II respeito. Vale dizer que ele é considerado um dos gênios da experiência do usuário na tecnologia e um pioneiro no design com foco em interação. Depois da tecnologia, o conceito extrapola para outras áreas, porém com aplicação mais significativa no marketing digital. Saiba mais No livro Buyer personas, a autora Adele Revella mostra que estratégias de marketing de conteúdo bem fundamentadas exigem a definição de persona, considerando, inclusive, hábitos de navegação e consumo na internet. Confira essas ideias na íntegra consultando a referência a seguir: REVELLA, A. Buyer personas. [S.l.]: Wiley, 2015. E-book. A presença de uma marca nas redes sociais que alcance seu perfil de cliente ideal pode ser a chave para sair na frente da concorrência, despertando desejo de consumo e inserindo de fato o indivíduo na jornada de compra. Ao criar uma persona, a marca aprofunda o conhecimento sobre o público e compreende quais valores os clientes enxergam em seus produtos e serviços. Além disso, identifica o tipo de linguagem e o tom de voz (formal, informal, descontraído etc.) com os quais o cliente mais tem afinidade, como gosta de navegar na internet e quais conteúdos mais procura. São pontos essenciais para definir as redes sociais em que é preciso estar (e como agir nelas) para se aproximar desse cliente ideal com maiores chances de fidelização à marca. O Brasil é um dos países em que mais se utilizam redes sociais no mundo. Estamos em terceiro lugar, atrás de Filipinas e Colômbia, de acordo com um relatório de 2021 das consultorias HootSuite e WeAreSocial, com uma média de 3 horas e 42 minutos de acesso pelos usuários diariamente. Sendo tão populares, sabemos bem quais redes fazem parte do nosso cotidiano, mas vale citá-las aqui, pensando no seu impacto para os negócios, considerando o ranking das mais utilizadas no país (LIMA, 2021). Facebook Criada em 2004, é a mais popular das redes sociais no Brasil, apesar de perder usuários desde 2018, após o escândalo da Cambridge Analytica, que abordamos anteriormente – em especial usuários mais jovens. Começou como um espaço virtual de troca de mensagens e possibilidade de conexões entre as pessoas, mas logo se tornou uma plataforma de negócios, quando as empresas perceberam que era um novo meio de comunicação com seus consumidores e no qual também recebiam críticas, que precisavam ser administradas. Hoje, o alcance dos posts orgânicos, ou seja, não patrocinados, não chega nem a 1% do total de seguidores de uma página, e é preciso colocar cada vez mais investimento para ampliar o seu alcance. Ainda assim, e mesmo que uma marca prefira usar mais outra rede social, é importante estar nesse ambiente digital, com o qual a maior parte das pessoas que usam redes sociais está mais familiarizada. Hoje em dia, o Facebook pertence à Meta, conglomerado americano de tecnologia. 67 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Figura 17 – Redes sociais no contexto do e-commerce Disponível em: https://bit.ly/3NU1Xes. Acesso em: 6 abr. 2022. Instagram Nasceu como uma rede decompartilhamento de fotos, o que logo atraiu negócios que dependem muito de imagens para divulgação e atração de clientes, como é o caso dos segmentos de turismo, gastronomia, moda, beleza e luxo. Com o tempo, ganhou característica de espaço de discussões, com textos acompanhando as fotos e os vídeos. A principal crítica é que se tornou muito semelhante ao Facebook, no modo de interação entre as pessoas, mas foi a plataforma que introduziu novidades como os stories. Para empresas dos segmentos citados, continua sendo importante, além de ser a preferida dos pequenos empreendedores em geral pela facilidade de uso dos recursos e da análise de estatísticas. Também pertence à Meta, conglomerado americano de tecnologia. LinkedIn É a rede em que todo mundo aparece bem-arrumado, preocupado com a imagem profissional que vai transmitir, inclusive através dos conteúdos que compartilha. O foco é sempre exaltar pontos fortes que destacam formação e carreira. Se, no começo, muita gente “torceu o nariz”, achando a plataforma um classificado de emprego sem muito resultado, agora é um espaço de alto valor para as organizações, que usam essa rede para realmente pesquisar, avaliar e entrar em contato com profissionais para contratações, publicar suas vagas abertamente para as pessoas se candidatarem, além de detalhar em suas páginas como é trabalhar na empresa, seus valores e seu propósito. Também é uma rede reconhecida pela qualidade dos conteúdos profissionais, o que acabou destacando muita gente como formadora de opinião. Pertence à Microsoft, uma das mais tradicionais big techs. 68 Unidade II Observação Há uma diferença conceitual entre redes sociais e mídias sociais/digitais. Redes sociais são os espaços de interação entre as pessoas, as plataformas em si que usamos para postar, compartilhar e divulgar as mais diferentes informações para os nossos grupos e seguidores. As mídias sociais são todo o conteúdo publicado na internet como parte das relações sociais: textos, áudios, vídeos, fotos, animações etc. Ou seja, o post publicado é uma mídia social inserida em uma rede social. WhatsApp O aplicativo começou apenas como um meio de troca de mensagens escritas e hoje é uma multiplataforma, com diversos recursos, incluindo mensagens de áudio e chamadas de voz e de vídeo gratuitas, além de envio de documentos, imagens, localização, criação de grupos, listas de transmissão, entre outros. A partir da pandemia de covid-19, ficou ainda mais evidente a importância do app para os negócios, em especial de pequenos empreendedores que tiveram que fechar as portas e rapidamente se adaptar à tecnologia para manter as vendas e o relacionamento com clientes. Oferece a opção WhatsApp Business, que traz a identificação de conta comercial, facilitando o reconhecimento do usuário. Muito popular entre os brasileiros, parte considerável da população tem seu uso da internet resumido ao WhatsApp – com mais de 120 milhões de usuários no país, segundo uma série de estimativas (AMARO, 2022). Um dos problemas gerados pela rede é a disseminação veloz e em massa de informações falsas (fake news). Também pertence à Meta, conglomerado americano de tecnologia. YouTube Principal rede de vídeos online do mundo, com mais de 2 bilhões de usuários, tornou-se uma plataforma de informação e de produção de conteúdo que deu impulso à consolidação dos chamados influenciadores digitais (que abordaremos mais adiante). Youtuber virou profissão e pode trazer rendimentos consideráveis. Se no início eram vídeos simples e caseiros, hoje são exibidas produções de alta qualidade. Muitas marcas lançam suas ações publicitárias no Youtube, com vídeos viralizantes, antes de em qualquer outra rede. Outras, como a Apple, lançam apenas em seu canal nessa plataforma. É um meio tanto de entretenimento quanto de educação e informação, e permite exibir tanto gravações como transmissões ao vivo. Pertence à Alphabet, conglomerado americano de tecnologia (que também comanda o Google). Twitter Conhecido também como microblog, permite a publicação de textos de até 280 caracteres, os tweets. Os usuários enviam e recebem as mensagens em tempo real, de forma que se tornou um meio de expressão do que está acontecendo de relevante nos mais diferentes cenários, com destaque para comentários e assuntos políticos. No Brasil, também tem um forte caráter de comentários sobre questões 69 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL de entretenimento, o que logo chamou a atenção das marcas e as levou a também participarem. Para pequenos empreendedores, tem uma importância menor, não sendo obrigatório em suas estratégias de comunicação digital. TikTok Muita gente acreditou que seria “fogo de palha” e mais uma rede que desapareceria logo, mas virou um sucesso e rapidamente as marcas aderiram à rede. É uma plataforma de criação e compartilhamento de vídeos curtos, de até 60 segundos, com música, filtros, acelerados ou desacelerados. Na verdade, continua sendo uma grande brincadeira, mas justamente por isso é importante para as empresas, pois oferece momentos de descontração aos consumidores, o que encanta e aproxima o público. Pertence à ByteDance, companhia de tecnologia chinesa. É importante destacar que, desde 2020, surgiu um novo impulso para o e-commerce com o crescimento de um recurso chamado live shop, transmissão ao vivo via redes sociais com foco em vendas. A empresa organiza a transmissão como se fosse um programa, usando recursos de câmera para mostrar produtos ou até mesmo uma vitrine. Há casos de especialistas e influenciadores convidados para falar sobre detalhes dos produtos e serviços. Dicas de combinações de peças, de diferenciais do que está sendo vendido e dos possíveis usos são parte das atrações. Para o público que está acompanhando e interagindo em tempo real, são ofertadas promoções, descontos e exclusividades. Um vídeo gravado não permite esse elemento de contato mais “quente” com o público, que estimula engajamento e, claro, o desejo de compra. Lembrete Para um e-commerce vender bem e fidelizar clientes, precisa acompanhar de perto o próprio desempenho via métricas, aplicar recursos tecnológicos que melhor o posicionem e dialogar com o público nas redes sociais. 6.3 Influenciadores digitais: quando compensa investir neles As redes sociais impulsionaram comunidades virtuais de pessoas com interesses em comum. São grupos de trocas de informações capazes de influenciar o comportamento uns dos outros, além de influenciarem as marcas. Criando suas próprias comunidades no espaço das redes, as empresas encontraram um nicho de lançamentos de produtos e novidades exclusivas para os membros dos grupos, inaugurando uma nova ponte de diálogo entre cliente e marca. Ao mesmo tempo, foi ficando evidente o quanto as redes sociais levam a uma grande exposição das pessoas, o que também criou oportunidades para quem resolveu trabalhar as próprias ideias e a imagem pessoal em vídeos e posts online. Surgiram, assim, os influenciadores digitais, formadores de opinião dos mais diversos assuntos, algo que começou de forma amadora e como conteúdo de curiosos, tornando-se uma profissão, inclusive com cursos de formação. 70 Unidade II Em que momento alguém passa a ser considerado personalidade de referência na internet, capaz de mostrar autoridade com suas opiniões e conquistar seguidores que se reconhecem em suas colocações? Existe um caminho para chegar até este atual domínio dos influenciadores na vida das pessoas, e, não menos importante, para eles ganharem um papel nas estratégias de marketing digital. A internet nos deu as redes sociais, que são plataformas em que pessoas comuns publicam seus interesses para seus seguidores, ou seja, sua comunidade. Também os reality shows impulsionaram a ideia de que qualquer um agora pode ser famoso. A acessibilidade do processo de criação se deve: à facilidade de acessar conteúdos gratuitos e de pesquisar antes de tomar uma decisão, comprar um produto,contratar um serviço, tirar uma dúvida ou descobrir uma informação; à praticidade proporcionada por smartphones com câmeras cada vez mais sofisticadas, fáceis de manusear e que rendem vídeos de alta qualidade; à existência de softwares de edição de vídeo espalhados pela web. O terreno foi preparado para pessoas que usam suas diferentes expertises para produzir conteúdo – e, sim, muitos influenciadores são geradores de excelente conteúdo, o que os torna referência para o público em geral. Outro fator-chave é que, sendo um indivíduo comum, que leva um cotidiano mais ou menos parecido com o nosso, e não uma celebridade inalcançável, o influenciador gera proximidade. É como se estivéssemos considerando a opinião de um colega de trabalho, um familiar ou um amigo para fazer uma escolha. Essa dinâmica transforma a jornada de compra e a tomada de decisão do consumidor, e um alerta se acende entre as marcas: sozinhas, seu poder de persuasão já não é mais o mesmo. Essa perda de poder da marca é o que profissionaliza os influenciadores digitais, pois as empresas começam a contratá-los para testar e falar sobre seus produtos e serviços. O conceito de influenciador digital é definido como usuário das redes digitais que consegue influenciar uma grande quantidade de pessoas por meio de sua reputação adquirida em plataformas como blogs, sites ou redes sociais. É aquele que passa informações e opiniões que são levadas em consideração por aqueles que o seguem. Dentro do marketing, nasceram agências especializadas apenas em gerenciar carreiras de influenciadores digitais, assim como criar estratégias com esses profissionais para as marcas: é o marketing de influência. Elas também dividiram esses formadores de opinião em tipos, dos quais citamos alguns exemplos: • Top celebridades: falam sobre diversos assuntos de forma mais genérica e agradam pessoas com gostos muito distintos. • Fit celebridades: pessoas com relevância e fit (“encaixe”) com assuntos da marca. Têm foco em segmentos como moda, maquiagem, fitness, gastronomia, viagem etc. • Autoridades: respeitadas dentro do seu segmento de atuação, com grande repercussão e similaridade com o assunto da marca. São especialistas em determinado tema, como cientistas, médicos, professores e educadores financeiros. 71 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL • Criadores de tendências: experts em seus campos de atuação e reconhecidos como early adopters, ou seja, usam uma tendência ou inovação antes de virar algo comum à maior parte das pessoas. São pioneiros em experimentar e divulgar lançamentos, principalmente do campo tecnológico. • Jornalistas: trabalham na imprensa tradicional, mas também têm grande alcance nos meios digitais como formadores de opinião relevantes. Já parou para pensar quantas decisões você já tomou ou o que aprendeu a partir dos influenciadores que segue? É um exercício válido mensurar o impacto desses formadores de opinião no seu cotidiano. A expansão da atuação dos influenciadores é tão intensa e veloz que as agências de marketing viram a necessidade de criar categorias para direcioná-los aos trabalhos que melhor se encaixam com seus perfis, objetivos e atividades. Para a Influency.me (POLITI, 2019), plataforma de marketing de influência, a atual divisão dos influenciadores, com algumas variações, é considerada da seguinte maneira, de acordo com o número de seguidores em suas redes: • Megainfluenciador: mais de 1 milhão de seguidores. • Macroinfluenciador: de 500 mil a 1 milhão de seguidores. • Intermediário: de 100 mil a 500 mil seguidores. • Microinfluenciador: de 10 mil a 100 mil seguidores. • Nanoinfluenciador: até 10 mil seguidores. Mas não se engane associando a capacidade de impacto dos influenciadores ao seu número de seguidores. Os microinfluenciadores, que têm entre 10 e 100 mil seguidores, por exemplo, têm taxas de engajamento maiores do que os megainfluenciadores. O motivo? Esse microinfluenciador pode ser alguém não apenas próximo no sentido de pontos de vista, mas também geograficamente, como um colega de escola que virou um formador de opinião sobre a cidade em que vocês moram. As chances de contato mais direto, respondendo aos fãs, também é maior. Com menos seguidores, as interações são acompanhadas mais de perto. O megainfluenciador, de certa maneira, acaba se tornando uma celebridade, e o seguidor é mais um entre milhares. Ele segue mobilizando muitas pessoas, mas, dependendo da estratégia de uma marca, a empresa precisa de alguém que fale com mais propriedade sobre o lugar em que o seguidor vive ou sobre a vida que ele leva. Esse “se reconhecer” em quem fala algo por você ou para você gera confiança e credibilidade. Mesmo entre micro e nanoinfluenciadores, há diferenças de estratégias e objetivos. Ambos têm um certo número de seguidores e não são tão caros quanto os macroinfluenciadores na hora de cobrar por um post ou vídeo abordando a marca. Além disso, a autenticidade atrai atenção, e a quantidade de seguidores nada desprezível comprova habilidades para construir relacionamento com o público. No 72 Unidade II caso dos nanoinfluenciadores, as pessoas enxergam suas indicações como se fossem conselhos de um amigo, gerando benefícios consideráveis a pequenos empreendedores e negócios de bairro, por exemplo. Mas como, afinal, influenciadores digitais ganham dinheiro? No começo, as marcas presenteavam os influenciadores com seus produtos ou os convidavam para experimentar seus serviços. A ideia era que testassem e, em seus vídeos e posts, comentassem sobre os produtos e serviços que gostaram, com detalhes, indicando diferenciais. Desde o início, dificilmente um influenciador falaria mal de algo que recebeu; a “etiqueta”, nesse caso, seria apenas não falar nada. Quando o influenciador experimentava algo por conta própria, não se sentia desconfortável em abordar alguma falha ou problema. Hoje, depois de comprovarem seu poder de atração e engajamento, os influenciadores cobram para fazer um post ou vídeo falando de determinado lugar ou produto. Esse valor depende de muitas variáveis, sendo as principais: número de seguidores, engajamento dos seguidores, quantidade de vezes que o post é replicado e alcance da ação (local, regional, nacional ou internacional). O segmento em que atuam também conta pontos: uma marca de cosméticos vai se interessar por uma influenciadora que seja do mesmo universo. Um levantamento da plataforma de marketing digital Rock Content (SOUZA, 2020) indica os seguintes valores, em média (não existe tabela fixa no mercado): • De 5 mil a 10 mil seguidores: US$ 100 – US$ 500. • De 10 mil a 25 mil seguidores: US$ 500 – US$ 800. • De 25 mil a 50 mil seguidores: US$ 800 – US$ 1.500. • De 50 mil a 100 mil seguidores: US$ 1.500 – US$ 2.000. • De 100 mil a 250 mil seguidores: US$ 2.000 – US$ 6.000. • De 250 mil a 1 milhão de seguidores: US$ 6.000 – US$ 10.000. • 1 milhão ou mais de seguidores: a partir de US$ 10.000. Note que, ainda hoje, os valores estão dolarizados. Inclusive no Brasil, o preço determinado pelas agências, seguindo parâmetros internacionais, baseia-se no dólar, o que vale em especial para Instagram, Facebook e YouTube. No caso do YouTube, é possível, ainda, monetizar pela plataforma, o que significa ganhar dinheiro cada vez que alguém assiste ao vídeo de um canal. Existem alguns critérios para isso: • ter pelo menos 4 mil horas de conteúdo assistido em um ano; • ter no mínimo mil inscritos no canal; • produzir conteúdo 100% original. 73 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Essa remuneração pelo número de cliques no YouTube também é dolarizada, e o valor é convertido para reais no dia do mês em que é pago na conta do youtuber. Saiba mais No site da Influency.me estão disponíveis vários cases de sucesso de marcas que alcançaram seus objetivos contratando influenciadores. Saiba mais acessando a plataforma. Disponível em: https://www.influency.me/cases/. Acesso em: 17 mar. 2022. Essas oportunidades, tanto para influenciadoresquanto para marcas, não estão livres de problemas. Há casos já muito conhecidos de influenciadores que tiveram alguma atitude questionável ou opinião ofensiva e que, na velocidade da internet, não só os seguidores abandonaram suas páginas, como as marcas que os patrocinavam foram procuradas com pedidos de boicote contra eles. Depois de um período de “febre” de patrocínios de influenciadores, as marcas se tornaram mais criteriosas na escolha dos profissionais com quem trabalhar, definindo contratos com regras mais claras e rapidamente retirando o apoio financeiro aos influenciadores, com comunicados abertos à mídia em geral e em suas redes sociais, dirigindo-se aos consumidores, ressaltando não concordarem com esta ou aquela fala ou atitude. Como estão cientes de que a Era Digital é de poder dos consumidores, nenhuma marca quer ter sua imagem atrelada a um profissional com posicionamentos desrespeitosos e/ou discriminatórios. Por outro lado, pensando especificamente no trabalho do influenciador, não basta indicar o produto ou serviço de uma marca. Os consumidores estão atentos e sabem quando a opinião não é genuína, o que diminui a reputação desse profissional digital. Não se pode enganá-los. Exemplo de aplicação O objetivo final de um e-commerce é vender. Ações de marketing digital são importantes para tornar a plataforma conhecida e ampliar o número de consumidores alinhados com o espírito da marca. Tornar um negócio financeiramente viável e sustentável, porém, é o que permitirá o comércio eletrônico existir, lucrar e gerar empregos. Para as vendas acontecerem, é preciso lançar mão de recursos com os quais até outro dia negócios tradicionais não se preocupavam. A comunicação via redes sociais com o consumidor é indispensável. Vender no digital é sinônimo de fidelizar pessoas, e só faz isso bem quem constrói diálogo com o cliente, mantém a autenticidade, encara os desafios e acompanha as ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado. Algoritmos entendem que um texto com erros de gramática ou digitação podem ser prejudiciais aos usuários da marca. As melhores palavras-chave, mas também coerência e clareza, são o que 74 Unidade II permite que os algoritmos compreendam o conteúdo como relevante – e o Google é mesmo líder em ferramentas ao alcance de qualquer negócio para otimizar funções e mensurações do e-commerce. Um conceito fundamental das estratégias de marketing digital bem-sucedidas é a persona. Ele permite imaginar o cliente ideal, aquele que desejamos muito que consuma nosso produto ou serviço, podendo ser a chave para a marca sair na frente da concorrência ao despertar desejo de consumo e inserir de fato o indivíduo na jornada de compra. Ao criar uma persona, a marca aprofunda o conhecimento sobre o público e compreende quais valores os clientes enxergam em seus produtos e serviços. Os influenciadores digitais inauguraram uma nova profissão, a qual toda marca deve considerar em suas estratégias. Eles surgiram a partir da facilidade de criar conteúdo graças a smartphones com câmeras cada vez mais sofisticadas, fáceis de manusear, que rendem vídeos de alta qualidade. Softwares de edição de vídeos também se espalharam pela web. Contudo, ciente de que a Era Digital é de poder dos consumidores, nenhuma marca quer ter sua imagem atrelada a um profissional com posicionamentos desrespeitosos e/ou discriminatórios. Por outro lado, não basta indicar o produto ou serviço de uma marca, pois os consumidores estão atentos e buscam autenticidade entre aqueles que escolhem seguir. Com seu grupo de estudos, entrem nas redes sociais de marcas que vocês seguem e avaliem quais são os influenciadores que representam a empresa e como vocês classificariam a imagem desse profissional. Positiva? Negativa? Neutra? Justifiquem as classificações mostrando de que maneira a atuação dos influenciadores impacta a reputação da marca. 7 INOVAÇÃO CONSTANTE A National Retail Federation (NRF) é a maior feira do setor varejista nos Estados Unidos. Na edição de 2022, ocorrida no mês de janeiro, Corie Barry, CEO da Best Buy, multinacional de produtos eletrônicos, era uma das palestrantes mais aguardadas. Durante sua explanação, ela destacou o aprendizado da companhia na pandemia do novo coronavírus: Desde o início, um de nossos princípios mais importantes era proteger a saúde de nossa equipe e dos clientes. Estávamos constantemente e empiricamente olhando para a ciência para perguntar: “Qual é o ambiente mais seguro, dado o que sabemos hoje?”. Então, a questão mais importante para nós agora é que o cliente ou o funcionário se sinta seguro, com base em sua própria situação de vida (JOHNSTON, 2022). O que a executiva indica em sua fala é a importância de oferecer as opções para que o público consuma e trabalhe se sentindo acolhido e compreendido em suas necessidades. A partir daí, ela listou as cinco maiores tendências do mercado nos próximos tempos (JOHNSTON, 2022). • Segurança: as pessoas querem se sentir seguras e esperam que as empresas ofereçam tais condições. Os gestores devem ficar atentos. 75 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL • Conveniência: há clientes que esperam receber a compra em casa, outros querem comprar online e pegar na loja no mesmo dia, enquanto outros querem primeiro passear entre as prateleiras, fisicamente, para decidir. O cliente determina. • Conforto digital: as pessoas querem ser surpreendidas com novas facilidades e uma experiência ainda mais encantadora. Escuta ativa e criatividade para atender tais expectativas são primordiais. • Oportunidade: colaboradores querem mais controle sobre suas carreiras, com equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de enxergarem evidentes possibilidades futuras de crescimento. A tecnologia não supera o capital humano. • Dados: poucas empresas conseguem extrair as informações valiosas e convertê-las em vendas, e esse é o salto que determinará cada vez mais quem sobrevive no mercado. Figura 18 – O cliente no contexto virtual Disponível em: https://bit.ly/3thIXhU. Acesso em: 17 mar. 2022. Observando a citação anterior, note que a executiva Corie Barry aborda o digital, no entanto as tendências envolvem necessidades humanas. Em geral, quando se debate a inovação constante, há um olhar muito específico sobre aproveitar ao máximo os recursos da tecnologia. Isso deve ser feito, está posto. Entretanto, como observamos na nossa construção de conhecimento ao longo deste livro-texto, são pessoas que continuam definindo o que será consumido, assim como quando, onde, de qual maneira e por quais motivos. São pessoas que chancelam as capacidades de uma organização, e hoje explicitam isso, aos quatro ventos, no ciberespaço: sejam compradores, funcionários ou parceiros de trabalho. Assim, nossa reflexão sobre inovação, nos próximos parágrafos, será totalmente alinhada com a ideia do livro Marketing 5.0: tecnologia para a humanidade, de Kartajaya, Kotler e Setiawan (2021), em que os autores afirmam, como destacado no subtítulo, que a tecnologia é para e pela humanidade. Inovação tem a ver com melhorar a vida de cada um de nós, e não causar fissuras e aumentar desigualdades. O pioneirismo move o mundo, e não a criação de mundos em que poucos podem chegar e ficar. 76 Unidade II Uma maneira de compreender os impactos da inovação são as mudanças que podem ocorrer em uma indústria tradicional e estabelecida. Por exemplo, o serviço de táxi, para levar passageiros de um ponto a outro em um carro mediante pagamento, existe há décadas. Contudo, a partir dos aplicativos de transporte, esse serviço se tornou economicamente mais acessível aos passageiros; mais prático, com a oferta de diferentes meios de pagamento; mais próximo e de igual para igual com o usuário, que pode avaliar o serviço oferecido, de forma que sua opinião está não só sendo ouvida, mas colocada em prática. Ou seja, o processo passa por melhorias contínuas, com foco nas reais necessidades do público, e cria vantagemcompetitiva no mercado para as organizações. 7.1 Desafios do ambiente digital A consultoria Deloitte lança anualmente um relatório de tendências mundiais, o Global Marketing Trends. Obrigatório para profissionais, estudiosos, agências e departamentos de marketing, o documento, divulgado em janeiro de 2022, indicou que investimentos em tecnologia seguem como peça-chave das organizações, desde que aliados à capacidade analítica do ser humano (PESCARIN, 2022). Mais de mil executivos dos Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Holanda e França foram ouvidos. A pesquisa contou, ainda, com a opinião de 11.500 consumidores de 19 países, sendo o Brasil um deles (PESCARIN, 2022). Os gestores entrevistados esperam o seguinte: • melhorar a produtividade e a eficiência (39%); • aprimorar o envolvimento com os clientes (33%); • acelerar a mudança para plataformas digitais (29%); • melhorar o bem-estar dos funcionários (28%); • aumentar o impacto positivo das organizações na sociedade (28%). Percebe-se, nas respostas, que o mundo conectado e a importância das pessoas caminham lado a lado nas metas dos executivos. Consumidores não abandonarão mais os canais digitais, a praticidade e a instantaneidade. Talento e relacionamento seguem importantes nas habilidades dos times, e tempos de reação longos ficaram para trás, como o e-commerce já ensina. Observação Inovação significa criar algo novo, explorar uma ideia ou método que rompe com padrões anteriores e consagrados. Refere-se também a melhorar algo que já existe, transformando um produto ou serviço estabelecido em algo que alcance outros patamares. 77 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Pensando na combinação máquina e humanidade, vamos analisar as sete tendências apontadas no relatório (PESCARIN, 2022): • Propósito: o crescimento de mercado está alinhado com o compromisso com a sociedade. As pessoas priorizam preço e qualidade na jornada de compra, mas estão atentas às organizações cujos pilares refletem seus próprios valores de vida. • Marketing inclusivo: 76% dos entrevistados afirmam estar mais dispostos a se relacionar com marcas que se posicionam contra as desigualdades sociais e a favor de iniciativas pró-diversidade e de inclusão em sua força de trabalho, no mercado e na sociedade. Mas isso deve ser verdadeiro, e o público já sabe identificar a autenticidade. • Mecanismo criativo e inteligente: um marketing cuja estratégia de atração de talentos não é convencional também atrai mais o cliente, preenchendo lacunas de habilidades e gerando ideias mais diversificadas. É preciso olhar para a força de trabalho considerando as suas formas remotas, já que, com a conectividade, caíram as limitações geográficas. • Mundo sem cookies: esse recurso da internet que armazena informações de navegação do usuário pode estar com os dias contados. Há pressões para que tal tipo de rastreamento deixe de existir em 2023, o que impactará os anúncios digitais. A ideia é voltar um passo atrás, obtendo dados dos consumidores por métodos menos invasivos, como e-mail marketing e promoções. Das empresas que mais cresceram em 2021, 61% se preparam para a mudança que busca construir maior confiança. Figura 19 – O ambiente digital Disponível em: https://bit.ly/35KcOq6. Acesso em: 6 abr. 2022. 78 Unidade II • Experiência de dados que prioriza o ser humano: coletar dados das pessoas apresenta uma linha tênue entre a oferta de anúncios relevantes e a invasão de privacidade. Para o marketing, significa ser capaz de projetar experiências baseadas em dados, mas cuidadosas, promovendo confiança e valor para o cliente. • Experiências híbridas: nos próximos 12 meses, 75% dos executivos entrevistados irão investir em experiências híbridas. A busca é por inovação, mas de forma personalizada e auxiliando as pessoas a se conectarem com simplicidade, de forma orgânica e intuitiva. Consumidores (especialmente os mais jovens) estão usando novos canais para interagir e comprar das marcas. • IA aprimorando atendimento ao cliente: a sofisticação na experiência do cliente no contato com a marca virá da inteligência artificial. Boas ofertas e personalização de produtos e serviços são os principais motivos que levarão os clientes a preferirem uma marca a outra. Você sabe o que são metaverso e blockchain? A princípio, parecem mundos muito à parte da realidade da maioria das pessoas. Mas se alguém lá na década de 1990, vindo do futuro, nos dissesse que nossas vidas dependeriam tanto de um pequeno aparelho retangular, a princípio uma evolução do telefone e que se tornaria um dos mais potentes computadores da história, também acharíamos impossível. Talvez seja esse exercício que devemos fazer quando pensamos em dois universos que estão ganhando forma no digital: o metaverso e o blockchain. O metaverso é, literalmente, um mundo virtual que replica a realidade por meio de dispositivos digitais. É uma nova fase da web, classificada como internet imersiva, que é possível em plataformas de espaços compartilhados e coletivos. “Entraremos” lá por meio da realidade virtual e da realidade aumentada para interações sociais e profissionais. Algo como você estar na sala de casa, colocar seus óculos de realidade virtual e “encontrar” amigos em uma praia do Caribe qualquer dia da semana para um happy hour – cada um deles também em suas respectivas salas de estar e óculos de realidade virtual. A reunião de trabalho também pode ser na praia do Caribe (ou qualquer outro lugar) se assim todos desejarem. Facebook e Microsoft já estão desenvolvendo seus metaversos, sendo que Facebook até criou a holding Meta Platforms, a qual agora pertence ao Facebook, indicando que a companhia deve direcionar o futuro das redes sociais também para esse mundo à parte do real. O blockchain é um sistema que permite rastrear envio e recebimento de alguns tipos de informação bem específicos via internet. Como o nome em inglês indica, são correntes de blocos de dados que carregam informações em pedaços de códigos online. Difícil? Ao contrário do metaverso, o sistema é usado no mundo, especialmente em transações financeiras online das chamadas criptomoedas, as moedas digitais. Bitcoin é a moeda digital mais conhecida e blockchain é a tecnologia que a tornou possível. Há quem já faça compra e venda de criptomoedas e o interesse por elas cresce. 79 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL A pergunta que fica é: serão inovações capazes de diminuir ou de aumentar as desigualdades sociais e econômicas? Criarão sociedades “melhores”, mas acessíveis a poucos? Poderão resultar em pessoas vivendo apenas em universos paralelos, se distanciando da realidade e de relações saudáveis? Vamos acompanhar. Saiba mais Para ver um exemplo de ficção baseada na relação da humanidade com a IA, assista ao filme Avatar, de 2009, em que o personagem principal é cadeirante e usa sua versão avatar para viver uma realidade completamente diferente, no mundo de Pandora. A previsão de estreia do segundo filme é ainda para 2022. AVATAR. Direção: James Cameron. EUA: Lightstorm Entertainment, 2009. 182 min. São desafios que já vêm se desenhando e até mesmo sendo implantados por algumas das grandes empresas do mercado. Como a vivência digital das pessoas comuns se amplia, toda e qualquer organização precisará trabalhar essas tendências. Melhor que seja o quanto antes, mesmo quando se é um pequeno empreendedor, como veremos a seguir. Exemplo de aplicação Em geral, as startups, que são modelos de negócios repetíveis e escaláveis, ajudam a compreender o conceito de inovação. Quais são as startups inovadoras que permitiram a você acessar diferentes serviços que facilitam seu dia a dia? Faça uma lista e debata com seus colegas as experiências que proporcionam. 7.2 Resultados acessíveis ao pequeno empreendedor Quantos elementos estruturam o universo digital, não? São ferramentas, tecnologias, conceitos inovadores e interessantes. Contudo, como também analisamos, geram muitos desafios, por seremmarcados por mudanças constantes. Em um primeiro momento, talvez seja difícil acreditar que tudo isso esteja acessível ao pequeno empreendedor, mas mostraremos que é. Sendo princípios tão intuitivos, inseridos no nosso cotidiano pessoal, não vêm acompanhados de barreiras intransponíveis. Com estudo, prática e constância, qualquer empresa, de qualquer porte e área, é capaz de usufruir dos benefícios que acompanham o digital – seja fazendo marketing, seja comandando uma plataforma de comércio eletrônico, ou ambos. 80 Unidade II Para o pequeno empreendedor alcançar resultados positivos na jornada digital, terá que lançar mão dos recursos já citados até aqui, adaptando-os à própria realidade. Isso sempre serve como inspiração do que é possível construir e aonde se pode chegar. Portanto, vamos acentuar alguns pontos simples que ajudarão os negócios menores ou iniciantes a condensarem o conhecimento, que se tornará estrutura e prática em vendas e marketing digital. Criatividade Na concepção de alguns, trata-se de uma habilidade inata, ou seja, um talento nascido com a pessoa, mas, na realidade, o ato de criar é uma competência que pode ser desenvolvida ou aperfeiçoada. Ideias originais ou aplicação de ideias que já existem, mas são otimizadas, surgem quando nos expomos a estímulos, experiências diferentes, aprendizados novos, conversas com pessoas distintas de nós. Ainda sobre isso, é interessante destacar a diferença entre os conceitos de inovação e criatividade. Julgá-los sinônimos é um equívoco, mas eles caminham juntos: inovar é quando reinventamos e/ou melhoramos algo que já existe (por exemplo, táxis versus aplicativos de transporte, como Uber); criar é o princípio da criatividade, dar vida a algo do zero. Mas o ato de inovar não deixa de passar pelo de criar, por isso a confusão. A linha é tênue na diferença, e os conceitos se completam. Para Dyer, Gregersen e Christensen (2018), a criatividade é composta de cinco elementos: associação, questionamento, observação, networking e experimentação. A associação explica a conexão entre duas ideias que pareciam opostas. O questionamento nos ajuda a perguntar e descobrir o que mais existe além do nosso conhecimento ou do conhecimento que alguém espera nos passar (duvidar é importante, assim como ir atrás de mais de uma fonte de resposta). A observação nos permite enxergar os detalhes de um contexto e ir além do que, a princípio, é óbvio. O networking destaca como se relacionar com pessoas que trazem ideias novas para nossas verdades, permitindo também estabelecer contatos e gerar oportunidades. Por fim, a experimentação nos tira da zona de conforto. Complementando, trazemos a reflexão de um dos gurus do marketing digital, considerado um dos profissionais mais criativos da área, Neil Patel (PIRES, 2017), que listou 10 passos para qualquer pessoa se tornar mais criativa: • Acompanhe o trabalho de pessoas criativas e inovadoras: siga quem você considera referência em blogs, sites e redes sociais e leia seus livros. • Inove nas suas tarefas diariamente: assim como fazer um novo caminho para ir ao mercado, realizar pequenas mudanças cotidianas estimula o cérebro. • Exercite a criatividade diariamente: brincar com seu pet, escrever um diário de gratidão no começo ou no final do dia, tocar um instrumento musical, entre outras atividades que ajudem a “sair da caixinha”. 81 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL • Faça interrupções ao longo do dia: criatividade não se força. Não insista quando não consegue desenvolver uma atividade, especialmente em frente ao computador. Pare 15 minutos, volte mais tarde, não fique longas horas na frente de telas. É preciso olhar o mundo que nos cerca. • Faça um resumo sobre livros preferidos: agrupando ideias, assimilamos melhor conceitos e informações. Coloque em suas próprias palavras o que extraiu do conteúdo. • Esteja informado: é importante ler livros, artigos e reportagens sobre nossa área de atuação, mas também com conteúdos de outras áreas, diferentes do que sua mente está acostumada. • Organize-se: é um mito afirmar que pessoas criativas vivem no caos e na bagunça. Pelo contrário. Organização não nos deixa perder tempo. E com tempo ganho sobra mais para estimular a criatividade. • Conheça o mundo: arte, cultura, viagens. Novos lugares, novas experiências, novas pessoas. Você não precisa esperar juntar dinheiro e visitar outro país, pode começar descobrindo seu bairro, sua cidade, conversando com vizinhos com quem nunca conversou, e assim por diante. • Cuide do ambiente de trabalho: um espaço limpo, arrumado, com detalhes que remetem a coisas de que gostamos, como a foto de alguém querido ou um vasinho de planta. • Faça anotações: ande sempre com um caderninho e anote pensamentos, algo diferente que viu, ideias que aparecem de repente. Depois de um tempo, você se surpreende com o que já escreveu e os insights que teve. Saiba mais O livro DNA do inovador: dominando as 5 habilidades dos inovadores de ruptura, dos autores citados anteriormente, é uma excelente leitura para abrir os horizontes e inaugurar um cotidiano que trabalhe as capacidade de criação e inovação até que se tornem orgânicas. Leia: DYER, J.; GREGERSEN, H.; CHRISTENSEN, C. DNA do inovador: dominando as 5 habilidades dos inovadores de ruptura. São Paulo: Alta Books, 2018. Nenhum desses passos exige investimento em dinheiro e está ao alcance de todas as pessoas. Uma vida criativa vem, no fim, mais de bons hábitos do que de tecnologias avançadas. Desenvolvidos e internalizados tais passos, ficará mais fácil perceber soluções, inclusive para pequenos negócios. 82 Unidade II Figura 20 – Tempo e disciplina também são investimentos efetivos Disponível em: https://bit.ly/38BZOEl. Acesso em: 6 abr. 2022. Estatísticas das redes sociais Para quem está começando, todo dinheiro investido deve ser bem calculado, e é natural que exista receio em gastar de maneira errada, sem resultados. Assim, quem é bem iniciante em uma atividade, mas já deseja começar com espírito digital, pode se valer das estatísticas disponíveis nas redes sociais. Acha cedo para lidar com Google Analytics? Precisa de mais fôlego para separar uma graninha e investir em posts patrocinados, SEO, definir as melhores palavras-chave, e assim por diante? Use a criatividade nas redes! Fotos bonitas clicadas com o próprio celular, posts com textos bem escritos e temas interessantes para os seguidores, uma lista de transmissão via WhatsApp (peça, antes, permissão para os contatos a quem deseja enviar, verificando se estão de acordo em receber o conteúdo e com qual periodicidade) de ofertas, promoções e curiosidades da marca são ações simples mas que, se bem-feitas e constantes, atraem um público fiel. Para saber o desempenho de tais ações, basta acompanhar as estatísticas das próprias redes sociais. Dá para saber o que chama mais atenção do cliente, o que traz mais engajamento, o perfil do seguidor (futuro consumidor), entre outros pontos importantes e que ajudam a direcionar os próximos passos. Vale investir tempo (quando ainda não se tem dinheiro ou determinadas expertises) para os primeiros resultados. Dica: as pessoas adoram bastidores! Coloque fotos do dia a dia do trabalho, conte a história da marca e as histórias das pessoas que formam a equipe, compartilhe elogios de clientes. É simples e efetivo, tanto para o feed quanto para o story. Influenciadores Falamos anteriormente, neste livro-texto, dos influenciadores, e vale reforçar o valor dos nanoinfluenciadores. Como explicamos, muitos deles ainda não cobram cachês para divulgar produtos ou serviços, mas topam experimentar para, se gostarem, indicarem a seus seguidores. Por exemplo, se você abre um restaurante no seu bairro e há um nanoinfluenciador que pode se interessar em 83 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL conhecer o espaço, os produtos e os serviços, é um investimento na marca. Porque ele não só replicará nas redes sociais, como o próprio empreendedorpode replicar nas redes da marca, atraindo novos seguidores e, futuramente, novos clientes. Vale combinar hashtags que a empresa já usa e mesmo pensar em outras em parceria com o influenciador para que postem as palavras juntas, aumentando o direcionamento de usuários da rede para a publicação. O agora famoso símbolo da cerquilha (#) usado antes de palavras e expressões transforma-se em um hiperlink que, ao ser clicado, leva a páginas com publicações relacionadas ao tema. Mas não exagere! Juntar muitas palavras em uma mesma hashtag dificulta a leitura, atrapalhando uma ferramenta cujo objetivo é ampliar a compreensão do que é abordado no post. Lembrete Os desafios do ambiente digital existem, mas, com criatividade e inovação caminhando juntas, mantendo a autenticidade, praticidade e inclusão, todo o poder da internet está ao alcance de qualquer negócio, inclusive dos pequenos. 7.3 A influência das organizações exponenciais Logo ingressaremos no tópico final do nosso livro, com um olhar prático sobre como um e-commerce entra em ação, funciona. Para enlaçar os conceitos, princípios e ferramentas que acompanhamos nas páginas anteriores, é importante reservarmos um espaço para a compreensão das chamadas organizações exponenciais. Foram elas que, antes de todo o mundo, de todo o mercado, perceberam que as dinâmicas de comportamento e de vida vinham mudando e que a tecnologia poderia ampliar possibilidades e oportunidades. Algumas delas já citamos: Google, Facebook, Uber e Microsoft, entre as mais conhecidas mundialmente; Nubank, como uma companhia brasileira que vem se internacionalizando; Apple, Tesla, Amazon, Netflix e Spotify, para mencionar mais algumas. Outras nacionais, como iFood, Globoplay e 99, e, ainda, aquelas que não nasceram exponenciais, mas souberam internalizar os princípios de tais organizações, transformando a maneira de gerir a empresa e as relações com equipes e consumidores – Magalu, Natura, Unilever e Coca-Cola. Na matemática, quando um número é multiplicado diariamente por um valor constante, que cresce rapidamente e parece matematicamente incontrolável, é identificado como exponencial. Essa se tornou a definição ideal para explicar o crescimento das empresas que são exemplo da economia compartilhada: são aquelas que crescem rápido e constantemente, mas que também criaram novas formas de trabalho e de consumo. O termo organização exponencial foi criado pelo empreendedor canadense Salim Ismail, também investidor, autor e palestrante. Junto com Yuri van Geest e Michael Malone (2019), escreveu o livro Organizações exponenciais: por que elas são10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que a sua (e o que fazer a respeito). No prefácio da obra, eles escrevem que este é o momento em que 84 Unidade II a concorrência não é mais a empresa multinacional no exterior, mas “o cara em uma garagem no Vale do Silício ou em Bandra (Mumbai), utilizando as mais recentes ferramentas online para projetar e imprimir a partir da nuvem sua última criação” (ISMAIL; MALONE; VAN GEEST, 2019, p. 49). Os autores ressaltam que são empresas cada vez mais rápidas, que contam com pessoas cada vez mais capazes de se reinventar e extremamente criativas. Foram tais organizações que colocaram o marketing em outro patamar, levando ao nascimento e elevando a importância do marketing elaborado digitalmente e direcionado por dados, assim como das vendas por plataformas de comércio eletrônico. Pensando nisso, vale discutir com seu grupo de estudos quais empresas vocês conhecem que começaram pequenas e cresceram muito rápido, e quais são os prós e contras dessas organizações. As organizações exponenciais foram capazes de transformar em pouco tempo e praticamente ao mesmo tempo comportamentos de consumo em diferentes partes do mundo graças à tecnologia, à internet, aos algoritmos e à análise de dados. Observe a seguir suas características: • mindset (mentalidade) de longo prazo; • cultura de inovação, tecnologias colaborativas, experimentação; • capacidade superior de diálogo com o público que interessa; • forte posicionamento de marca e propósito (PMT); • antecipação de demandas do mercado; • pouca ou nenhuma hierarquia nas equipes; decisões compartilhadas. • pensamento linear (constante e regular) superado pelo pensamento exponencial (multiplicação de produtos e serviços escaláveis). Destaque para o PMT, sigla que indica um propósito massivo transformador, ou seja, essas organizações pautam desenvolvimento, administração e orientação por um propósito que impacte o maior número de pessoas, esperando ser grande, aspiracional e significativo para as pessoas e o planeta. Além de possuírem forte base tecnológica e serem negócios em plataforma, as organizações exponenciais nasceram e cresceram focadas em melhorar a qualidade de vida da humanidade e mitigar ao máximo impactos no meio ambiente. Elas são responsáveis social e ambientalmente, pensando a sustentabilidade e a diversidade de uma maneira holística – não apenas para cumprir tabela, mas para de fato manterem a longevidade e a capacidade constante de renovação a partir do que precisa ser melhorado na sociedade. Possuem fãs apaixonados e defensores da marca, que vão da própria equipe, passam por parceiros de trabalho, e chegam aos clientes, levando milhares de pessoas a se tornarem uma extensão da empresa. 85 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Essas organizações representam a transformação que impactou a realidade de cada um de nós nos últimos anos, assim como a maneira de existir das empresas e a atuação dos mercados. Estão longe de serem perfeitas. São muitas as críticas a tais organizações: as condições de trabalho, estressantes no limite e/ou precarizadas, e a não transparência no uso de dados pessoais dos usuários em algumas delas são o debate mais constante e que merece ser considerado e cobrado. Mas uma boa parte delas é também inspiração para quem chega ao mercado, seja como empreendedor, seja como profissional contratado. Exemplo de aplicação Falamos sobre a importância de oferecer as opções para que o público consuma e trabalhe se sentindo acolhido e compreendido em suas necessidades. Inovação envolve aproveitar ao máximo os recursos da tecnologia, mas são as pessoas que definem o que será consumido. É preciso traçar estratégias de marketing com base em propósito, inclusão, criatividade, inteligência artificial e respeito à privacidade, projetando experiências híbridas baseadas em dados, mas cuidadosas, promovendo confiança e valor para o cliente. Conforme a vivência digital das pessoas comuns se amplia, toda e qualquer organização precisa trabalhar essas tendências. Mesmo os pequenos negócios podem (e devem) se valer da criatividade, das estatísticas das redes sociais e de pequenos influenciadores digitais para conquistar seu público. Analisar o que são e quais são as organizações exponenciais nos ajudou a visualizar as transformações digitais na nossa vida, pois elas representam os impactos recentes na realidade de cada um de nós, a atuação dos mercados e das marcas. Escolha uma organização exponencial, nacional ou presente em vários países, e identifique com seu grupo de estudos quais as mudanças que essa empresa produziu no mercado em que atua. Identifique também tendências como inclusão e respeito à privacidade nessa organização. De que maneira isso vem sendo trabalhado? Por fim, pesquise um pequeno negócio (no seu bairro ou na sua cidade) que já esteja inserido no ambiente digital e identifique como esse empreendimento pode melhorar se inspirando em uma organização exponencial. 8 E-COMMERCE EM AÇÃO Estamos na reta final da construção do nosso conhecimento sobre marketing digital e e-commerce. Vários conceitos nos possibilitaram compreender a realidade de empresas e da nossa vida no ciberespaço, os impactos da conectividade no mercado, além das estratégias que permitem assertividade no relacionamento com o perfil do consumidor-alvo de cada marca.Isso tudo acontece em negócios estruturados em plataformas, nos quais ferramentas tecnológicas ampliam caminhos para eles se realizarem enquanto empreendimentos. O e-commerce é a tradução de um negócio cuja base é uma plataforma direcionada por tecnologia, dados e internet. Um espaço virtual de vendas disponível a qualquer tipo de empresa, que expande a possibilidade de conquista do público e é marcado por uma praticidade que muitos consumidores experimentaram recentemente, e da qual não vão mais abrir mão – se não para todas as transações e atividades diárias, com certeza para grande parte delas. 86 Unidade II Figura 21 – Mercado digital Disponível em: https://bit.ly/3x9nDgP. Acesso em: 6 abr. 2022. É primordial finalizar nosso ciclo de aprendizagem entendendo como fazer para colocar um comércio eletrônico em ação. Novamente, vale destacar que não se trata de algo que exige de imediato um investimento financeiro alto. Pelo contrário, existem estruturas de lojas virtuais de qualidade, intuitivas e gratuitas, fáceis de implantar e de alinhar com a potência das redes sociais. Nesse processo de “colocar para rodar” um e-commerce, a atenção maior pode estar em um plano de logística eficiente, porque, sem ele, não basta ter a melhor, mais bela e descolada plataforma. A alma do comércio eletrônico, afinal, está lá na ponta: a entrega, o contato humano, o pegar o objeto. Mas vamos iniciar esse passo a passo com a estrutura. 8.1 Plataforma, planejamento e implantação de loja virtual O conceito de plataforma se refere a um ambiente computacional no qual um software é projetado para executar determinadas funções, enquanto a plataforma de e-commerce em si é o sistema em que uma loja virtual é criada. Há funções que permitem personalizar esse ambiente de acordo com características da marca (logo, cores, fontes dos textos, fotos etc.), e ele pode ser gerenciado para aceitar inclusão de produtos, transações financeiras e gestão de estoques. Parece óbvio, mas vale destacar: a loja é virtual; os produtos vendidos, não. Portanto, antes de disponibilizar na plataforma itens para serem comercializados, um estoque inicial deve estar garantido para que o envio ocorra dentro do prazo prometido. Vamos falar mais disso adiante, mas é importante 87 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL iniciar esse processo tendo em mente que não se vende o que não se tem, pensando em adquirir para revenda somente depois do cliente efetuar a compra. Pode ser a ruína de um negócio. Não é investir na compra de um estoque enorme sem saber se haverá demanda; é iniciar aos poucos, mas com os devidos cuidados, de forma planejada. A seguir, vamos analisar o que é necessário para implantar uma loja virtual. Nicho de mercado Entender o próprio mercado de atuação, quem é seu público, qual a melhor comunicação para seu perfil de cliente, como está a concorrência, entre outros pontos, é essencial para a escolha da plataforma, suas funcionalidades e possibilidades de personalização. Por exemplo, se a loja virtual vender roupas, é necessária uma plataforma que permita cadastrar diferentes artigos e especificar categorias e subcategorias (cor, tamanho, medidas, tecido). Orçamento O porte da empresa e uma projeção de curto, médio e longo prazo de crescimento são informações que definirão quanto dinheiro aportar na estruturação de um e-commerce. Se a ideia é expandir, por exemplo, para todo o país, é necessária uma plataforma que traga funcionalidades para atender tal expansão. Se o objetivo é ganhar toda a agilidade do virtual, mas vendendo apenas localmente, uma plataforma mais simples resolve. Muitas plataformas oferecem grade variada de planos justamente para as adaptações de expansão de um negócio. Há planos econômicos para a loja virtual iniciante e planos avançados para empresas que já lidam com grande volume de acessos, e cada tamanho têm um preço. Observação Marketplace é o termo que designa um espaço de encontro de várias lojas e/ou marcas. Vem do inglês market (mercado) e place (lugar). Segurança Abordamos pontos importantes sobre cibersegurança, mas é sempre importante reforçar. Afinal, em tempos de rastreamento de dados, garantir ao cliente que a marca cuida bem dos dados que ele fornece faz parte do processo de fidelização. Portanto, antes de montar uma loja virtual, é essencial verificar se a plataforma permite instalar o certificado de segurança SSL (secure sockets layer, que, em inglês, é algo como “camadas de encaixes de segurança”). É pago, mas há muitos valores no mercado, de acordo com o tamanho e as funções da loja. Vale pesquisar. No geral, a plataforma precisa garantir tecnologia e infraestrutura confiável e completa. Procurar as que já atendem lojas virtuais de diversos segmentos e tamanhos é um caminho. Busque por possíveis críticas e avaliações sobre a plataforma na internet. No contato com o consumidor, não se deve esquecer que manter facilidade de contato e suporte via e-mail, chat, telefone e apps de mensagens instantâneas também gera segurança para o público de que, se algo não sair como esperado, é possível resolver. 88 Unidade II Figura 22 – Marketplace Disponível em: https://bit.ly/3r6rSWF. Acesso em: 6 abr. 2022. Personalização Uma loja virtual deve deixar em evidência as referências da marca, como logo e cores, mas sempre sem excessos e com elegância. Um layout bonito, descolado e agradável aos olhos, junto com funcionalidades fáceis de acessar e categorias bem comunicadas, retém por mais tempo e desperta maior interesse no consumidor. O site também é mais facilmente lembrado. Há plataformas que permitem a customização completa da loja virtual, conferindo autonomia à marca, sem depender de terceiros e programadores, o que é excelente para um negócio que ainda dá os primeiros passos. Saiba mais O e-book 5 etapas da jornada de compras omnichannel mostra como utilizar a estratégia de comunicação e vendas via diversos canais com foco nas transformações de comportamento do consumidor. Faça o download gratuitamente acessando a referência a seguir: LETT. 5 etapas da jornada de compras omnichannel. [s.d.]. E-book. Disponível em: https://bit.ly/3KDbZ0Z. Acesso em: 21 mar. 2022. Integrações São meios de garantir a transmissão de determinados tipos de informações fundamentais para rodar bem a plataforma e atender amplamente o visitante da loja virtual. Por exemplo, lista de desejos, na qual os usuários selecionam os itens que interessam, finalizando a compra depois. Design responsivo, 89 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL sistema que adapta a página à tela de aparelhos móveis (smartphones e tablets), sem precisar de uma URL diferente para o acesso nesses dispositivos, e garante uma experiência positiva de navegação, mantendo a identidade visual da loja também bem-adaptada. Outra integração indispensável que uma plataforma deve oferecer é a forma de envio, como assimilação direta com os Correios, sistema logístico para trabalhar com transportadoras e possibilidade de customização do frete (por exemplo, quando um desconto é aplicado de acordo com CEP, peso, valores etc.). O marketplace, plataforma que reúne bens e serviços para compra e venda, também deve estar no radar das marcas. O termo pode ser sinônimo de um espaço físico, mas ficou muito mais conhecido pelos ciberespaços de comercialização, como Mercado Livre, Submarino, Americanas, Netshoes, Amazon, só para citar alguns dos maiores e mais famosos. Existem muitos marketplaces menores, mas que são excelentes para impulsionar vendas ou uma reunião de pequenos empreendedores. Um exemplo é o Elo7, uma plataforma que virou vitrine para produtos criativos e autorais, como os de artesãos, e que recebe milhares de visitantes mensalmente. Existe diferença entre marketplace e e-commerce: o primeiro é uma espécie de shopping virtual, com várias lojas, enquanto o segundo é uma loja virtual própria, de apenas uma marca. Um e-commerce pode integrar-se a um marketplace, o que aumentaa visibilidade da marca e a possibilidade de lucros. Não podemos nos esquecer do omnichannel, conhecido também pelo termo em português omnicanal, uma estratégia que utiliza diferentes canais de comunicação e vendas com o consumidor, mas com a garantia de que a qualidade da experiência de atendimento, relacionamento e compra será a mesma em cada um deles, tanto no meio online quanto no offline. O omnichannel é justamente caracterizado pela interação do e-commerce com lojas físicas. A jornada de compra pode ser, inclusive, realizada por diversos sistemas simultaneamente. Por exemplo, comprar virtualmente, mas retirar presencialmente em uma loja. Ou acessar um link que remete a um catálogo online de produtos e recebê-los pelas mãos de um revendedor, pessoalmente (estratégia que vem sendo muito utilizada por empresas de cosméticos, que sempre tiveram sua força principal nas revendedoras porta a porta). 8.2 Mobile commerce e mobile payment Mais da metade dos brasileiros acessam a internet apenas pelo celular, sendo que 58% da população utiliza a telinha do smartphone para navegar, de acordo com dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgados em junho de 2020. Com um recorte para as classes D e E, esse número é ainda maior, alcançando 85% dos acessos pela rede móvel. Esse é um indicativo fundamental para as marcas internalizarem de vez a importância de investimento em mobile commerce ou m-commerce (BUTCHER, 2021). Sites intuitivos, fáceis e agradáveis de navegar devem estar disponíveis na versão mobile sempre. Não é algo a se deixar em segundo plano. A não devida atenção ao uso do celular por parte dos consumidores pode levá-los automaticamente à concorrência que tenha uma plataforma de e-commerce rodando melhor no aparelho que têm em suas mãos. 90 Unidade II Oferecer diversas e seguras formas de pagamento para o público é um diferencial para lojas virtuais, sendo importante que a plataforma de e-commerce conte com os canais de transações virtuais mais utilizados no mercado. O boleto bancário próprio é mais simples para quem está começando, mas oferece menos segurança no caso de fraudes (como vimos anteriormente), assim como o depósito bancário. De qualquer forma, é importante oferecer tais opções, e por isso a plataforma deve contar com um sistema de segurança. As demais possibilidades de transações são possíveis por meios de pagamento com base tecnológica avançada. Vamos conhecer quais são a seguir. Os gateways de pagamento são serviços mantidos por operadoras financeiras que autorizam pagamentos de transações virtuais. É o equivalente àquele espaço em uma loja física no qual estão as maquininhas de pagamento e ocorre a análise de crédito. O gateway, que, em inglês, significa “porta de entrada”, protege informações sensíveis de cartões de crédito por criptografia, para que as informações trafeguem com segurança entre o dispositivo eletrônico pelo qual o cliente compra e o software da loja, e desta para a instituição financeira. Os adquirentes envolvem a empresa que repassa à loja os valores comercializados por meio de cartões de crédito e débito. Faz toda a comunicação com as chamadas bandeiras de cartões e com os bancos emissores. Por sua vez, os intermediadores são responsáveis pela conexão entre e-commerce, consumidor, instituição financeira e operadora de cartão para que a compra vá adiante e seja efetivada. Também são conhecidos como subadquirentes. São muitas ferramentas e pontos de checagem para garantir a segurança das transações comerciais em uma plataforma, cada um com uma finalidade. Observação O checkout transparente aumenta a confiabilidade do consumidor no e-commerce. O sistema permite que o cliente pague diretamente na plataforma em que realizou a compra, sem ser remetido para outro site para concluir o pedido, de forma que o usuário se sente mais seguro. Quanto menos dispersão na jornada de compra, maior a credibilidade de uma loja virtual. O m-commerce é uma evolução do e-commerce, assim como o acesso à internet via dispositivos móveis, e não apenas por computadores. Tão logo entenderam que a porta de entrada de parte considerável dos usuários para as compras online eram celulares, muitas marcas se preocuparam em criar sites responsivos, que se adaptam sem perda de qualidade e de funções às telas menores. Ao mesmo tempo, com interfaces de comércio mais amigáveis e jornadas de compra fluidas, sem empecilhos como cadastros para pagamento em outro site fora do que se estava adquirindo o produto, o processo de compra via smartphone já deixou de ser (ou parecer) algo complexo demais para se realizar. 91 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Caminhando com tal tendência, mais pessoas ocuparam o meio digital nos últimos anos, inclusive impulsionadas pela pandemia do novo coronavírus, que exigiu das pessoas adaptações rápidas para trabalhar, estudar e consumir online. Além das vantagens como praticidade e acessibilidade, o comércio móvel carrega a vantagem da portabilidade: pode ser acessado de qualquer lugar, a qualquer hora. Saiba mais Empresas que começam como startups e alcançam valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares são chamadas de unicórnios. E o Brasil tem os seus! A Stone, que é uma adquirente dos meios de pagamento, é um unicórnio brasileiro. Vale conhecer a história da organização. Consulte o site a seguir: BOCCIA, S. Stone: o unicórnio brasileiro que chamou a atenção de Warren Buffett. PEGN, 25 fev. 2019. Disponível em: http://glo.bo/3DKGqQR. Acesso em: 6 abr. 2022. Com o m-commerce, cria-se uma outra necessidade: o mobile payment. Ou seja, o pagamento via dispositivos móveis (celulares e tablets). Claro que, ao acessar uma loja virtual que disponibilize todos os meios de pagamento possíveis, como cartões de crédito, o usuário pode seguir por esse caminho, mas cresce o pagamento usando apenas o celular. No Brasil, essa possibilidade foi popularizada pelo Pix, sigla que identifica o pagamento instantâneo cujo processo é extremamente simples. O nome é inspirado na palavra pixels, remetendo à tecnologia de suporte. Figura 23 – Transações financeiras no e-commerce Disponível em: https://bit.ly/37peRk4. Acesso em: 6 abr. 2022. 92 Unidade II O Pix leva o comércio por meio digital a outro patamar, pois permite até mesmo que um pequeno empreendedor não tenha loja virtual, se assim acreditar ser melhor. Ele pode estar à frente apenas de uma loja física, mas mantendo o relacionamento via WhatsApp, por exemplo, para envio de ofertas. O cliente escolhe o que deseja e paga por Pix. Vale também para profissionais autônomos, como manicures e boleiras, receberem o pagamento pelos serviços prestados. É um mundo de autonomia. Antes do Pix, as grandes empresas de tecnologia já estavam trabalhando com o pagamento móvel. Surgiram, assim, Google Pay e Apple Pay, e logo os apps dos bancos se adaptaram à tendência (impulsionados pelos bancos digitais, que permitem transferência sem cobrança de taxas), chegando na sequência as startups de pagamento (que não são bancos, mas permitem transferências de valores). Nesse contexto, mais opções vêm se estruturando e crescendo. O s-commerce é a função de compra e venda entre usuários de mídias sociais. O c-commerce se refere à comercialização via apps de mensagem que fazem conversão para os apps de compras, em uma interação entre aplicativos para a transação. O t-commerce descreve o uso da TV digital para que os espectadores interajam com as marcas e consumam seus produtos entre uma série e outra. Lembrete Uma plataforma segura, funcional e intuitiva faz toda a diferença para uma loja virtual dar certo. Existem opções de qualidade e gratuitas no mercado, e é preciso ter atenção para a evolução dos meios de pagamento, inclusive em dispositivos móveis. 8.3 Logística, operação e leis Chegamos, então, até esse patamar de compreensão sobre vendas e marketing digitais, sobre a força da conectividade para tais áreas, e sobre comopôr em prática esse conhecimento, o que é essencial para a evolução e o crescimento dos negócios. Porém, se tudo o que vimos ao longo deste livro-texto for realizado com perfeição, mas a logística não apresentar a mesma eficiência, o esforço poderá ser ineficiente. A logística é uma especialidade da administração que permite que as atividades de uma empresa aconteçam. Organização e gestão de detalhes, localizações e transportes necessários para uma ação dar certo são sua responsabilidade. Quando se trata da área de vendas e comercialização, a logística nos dá um conjunto de métodos que garantem a entrega de um produto ao destinatário certo e dentro do prazo previsto. Se a plataforma é o coração do e-commerce, a logística é seu espírito. Entram em seu gerenciamento espaços físicos para estocar produtos e centros de distribuição para despachar mercadorias. Tais lugares devem atender normas técnicas e de segurança, inclusive 93 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL de preservação da validade dos produtos. Os que necessitam de refrigeração, por exemplo, exigem um espaço diferente daquele requerido por produto seco e não perecível. Nesse contexto, citamos a logística reversa, um conjunto de procedimentos para recolher e dar encaminhamento a determinados produtos, seja para reciclagem, seja para descarte correto de resíduos. Em agosto de 2010 foi publicada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n. 12.305 (BRASIL, 2010), que estabelece um acordo com fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes quanto à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. Ou seja, dependendo do setor em que uma empresa atua, ela é obrigada a definir diretrizes de logística reversa em seus processos. Por exemplo, segmentos que lidam com pilhas, baterias, óleos, lâmpadas fluorescentes e produtos com componentes eletrônicos. Mesmo organizações de outros setores podem implantar a logística reversa com foco em reutilização de produtos ou reciclagem comum. A iniciativa impacta positivamente a imagem e a reputação da empresa, indicando que há preocupação com sustentabilidade, meio ambiente e consumo consciente, questões primordiais na atualidade. Importante destacar que essa é a logística pós-consumo. No e-commerce, é comum a logística reversa pós-venda quando há o retorno à cadeia de distribuição de um produto com defeito ou devido a alguma insatisfação do cliente. Inclui o processo de recebimento do produto, retorno para estoque, se for o caso, e cancelamento do documento fiscal. Saiba mais Acessando a referência a seguir, confira um vídeo do Grupo Boticário apresentando como a empresa realiza a logística reversa de seus produtos. GRUPO Boticário: logística reversa. 2018. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Grupo Boticário. Disponível em: https://bit.ly/3D70pZx. Acesso em: 23 mar. 2022. No comércio eletrônico, as áreas de logística e operações não se dissociam, criando um fluxo de ponta a ponta para uma experiência completa e positiva para o consumidor. Em muitas empresas são, inclusive, um setor só com foco em otimização de processos. Vamos analisar pelo que são responsáveis a seguir. Gerenciamento de estoque Para administrar um estoque, é preciso calcular a quantidade média de pedidos de um produto por dia, o tempo para reposição por parte do fornecedor e o estoque mínimo para garantir sua venda. É preciso conhecer a chamada curva A-B-C: A são produtos com maior saída; C, os com menor saída. Assim, o controle de estoque é mais assertivo. 94 Unidade II Gestão de fornecedores Fornecedores parceiros e cumpridores de prazos de entrega são essenciais para um e-commerce não falhar. Vale entender como funciona o cross-docking, sistema integrado no qual o cliente compra em um e-commerce, mas o pedido vai diretamente para o centro de distribuição, que realiza a expedição da encomenda. Gestão de transporte Correios, frota própria ou terceirizada: a entrega depende do tipo de produto e do tamanho da empresa. Já existem plataformas que oferecem entregas também por bicicleta. A loja virtual precisa, ainda, analisar tabelas de preços e fretes das transportadoras. Há variáveis que impactam os custos de frete – algo que o cliente precisa saber logo no momento da compra –, como peso, região e volume do produto embalado. Embalagem, conferência e expedição Para manter a qualidade do produto, é necessário sobrepor uma embalagem inviolável e resistente à já existente no próprio item. Por exemplo, papelão ou plástico-bolha. É importante investir em embalagens recicláveis e personalizadas com a marca, bonitas e funcionais, indicando ao consumidor que a empresa se preocupa com a experiência que terá ao receber o produto. Oferecer a opção de pacote para presente é fundamental. Fluxo de pedidos Basicamente, envolve: entrada do pedido; análises para validar a compra (como a financeira); autorização do pagamento; coleta de produto do estoque; picking (retirada do pedido na prateleira do armazém); packing (embalagem); conferência (se os dados do pedido estão de acordo com o produto na caixa); retirada pela transportadora; entrega do pedido. Ao final desse ciclo, o e-commerce deve enviar uma mensagem perguntando se deu tudo certo com a compra e pedindo uma avaliação do serviço. O Decreto n. 7.962 (BRASIL, 2013), conhecido como Lei do E-commerce, regulamenta o Código de Defesa do Consumidor em relação ao comércio eletrônico. A lei dispõe de forma específica sobre as transações entre uma loja virtual e o público. Desde as pequenas lojas virtuais até os marketplaces devem obedecê-la, sendo os principais pilares: • clareza e disponibilidade de informação; • suporte imediato ao cliente; • direito de arrependimento em até sete dias úteis do recebimento da compra. 95 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Alguns pontos que exemplificam esses pilares: • ocultar o valor de um produto; • incluir eventuais riscos à saúde e à segurança dos consumidores; • especificar taxas, despesas, prazos de entrega, formas de pagamentos, condições de devolução, confirmação da compra etc. • usar linguagem universal e oferecer atendimento ágil. Em caso de descumprimento da norma, os empreendedores de e-commerces estarão sujeitos às sanções administrativas previstas no artigo 56 do Código de Defesa do Consumidor, tais como multas, apreensões de mercadorias, cassação de registro, entre outros (BRASIL, 2013). Exemplo de aplicação Como você enxerga a efetividade de tal legislação? Acredita que vem sendo cumprida, em especial no caso de lojas menores? Debata com os colegas de grupo suas impressões. Terminando nossa trajetória, não podemos esquecer de ressaltar que todos esses processos do e-commerce devem caminhar de acordo com leis e regulamentações previstas para o setor. Além da Lei do E-commerce e do Código de Defesa do Consumidor, não esqueçamos a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que garante respeito, privacidade e bom senso no uso de dados pessoais coletados nas plataformas. Considerações finais Lá se vão mais de 70 anos desde que o marketing surgiu como uma estratégia centrada no produto e se tornou a força propulsora de uma marca com foco no ser humano. A aplicação da tecnologia é, hoje, indispensável para criar, comunicar e entregar valor ao consumidor ao longo da jornada de compra. A compreensão do alcance do e-commerce e do marketing digital, mas indissociável do impacto na vida das pessoas, é uma habilidade fundamental de um gestor ou gestora, empreendedor ou empreendedora do século XXI. Vivemos um momento especial: precisamos transformar constantemente, por meio do virtual, sem deixar de persistir na importância que uma ou muitas marcas têm para direcionar a sociedade – que isso seja feito de forma positiva e ampliando oportunidades para todos. Como nos lembram Kartajaya, Kotler e Setiawan (2021, p. 14), a tecnologia no marketing vai “muito além da simples distribuição de conteúdo nas mídias sociais ou da construção de uma presençaonicanal”. É uma fase de revolução por meio da inteligência artificial, da IoT, das tecnologias sensoriais capazes de “alavancar o bem para a humanidade”. 96 Unidade II Estudar e trabalhar com tais elementos, na atualidade, é e será uma grande responsabilidade e, também, a chance de fazer a diferença na realidade do mundo. Exemplo de aplicação O e-commerce é um negócio possível graças à tecnologia, à análise de dados e às conexões de internet, um espaço virtual de vendas que conquista o cliente pela praticidade. A plataforma de e-commerce em si é o sistema em que uma loja virtual é criada. Como vimos, 58% dos brasileiros acessam a internet pelo celular, número que cresce para 85% quando olhamos para as classes D e E, um indicativo fundamental para as marcas internalizarem de vez a importância de investimento em mobile commerce, ou m-commerce, com sites responsivos, intuitivos, fáceis e agradáveis de navegar na versão mobile. O m-commerce é uma evolução do e-commerce. Com ele, nasce o mobile payment, pagamento via dispositivos móveis. No Brasil, essa possibilidade foi popularizada pelo Pix, termo que identifica o pagamento instantâneo cujo processo é extremamente simples. A logística nos dá um conjunto de métodos que garantem a entrega de um produto para o destinatário certo e dentro do prazo previsto. Se a plataforma é o coração do e-commerce, a logística é seu espírito. Depois de acompanhar este nosso último tópico, elabore com seu grupo o planejamento de uma loja virtual, junto com uma estratégia de marketing digital, para um pequeno comércio que vocês conhecem. Pode ser um no qual alguém do grupo trabalha ou que conheçam. O ideal é desenvolver esse plano para uma pequena marca, que ainda use poucos recursos do universo digital. Vocês estarão ajudando um pequeno empreendedor a dar um passo importante, além de colocarem em prática todos os nossos ensinamentos. 97 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Resumo Os sistemas de informação gerencial (SIGs) desempenham funções fundamentais a partir de dados transformados em informações, tornando-se recursos estratégicos para a elaboração de projetos e a gestão de negócios de maneira inteligente e eficiente. O sistema de informação de marketing (SIM) envolve “processos, pessoas e equipamentos, com o objetivo de coletar, selecionar e analisar informações e repassá-las para os responsáveis de marketing para que eles possam tomar decisões mais assertivas” (KOTLER, 1998). Nesta unidade, compreendemos que o SIM nos permite um olhar amplo sobre comportamentos atuais e futuros dos consumidores. Funciona em ciclos, é constante, nunca para, e só é possível construir uma plataforma de e-commerce que dê bons resultados se a empresa souber lidar de forma assertiva com os dados gerados no SIM. No marketing digital, métricas mensuram resultados de ações nas mídias digitais. No e-commerce, principalmente nas vendas, tais ações e campanhas foram antes moldadas por toda a sabedoria do SIM. Então, as métricas chancelam o que os dados indicaram aos gestores para determinado cenário. Para as vendas acontecerem no comércio eletrônico, é preciso lançar mão de recursos com os quais até outro dia negócios tradicionais não se preocupavam. A comunicação via redes sociais, o diálogo com o cliente, a autenticidade e as ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado permitem encarar esse desafio, e o Google é líder em ferramentas ao alcance de qualquer negócio para otimizar funções por meio da inteligência dos algoritmos. Ao criar uma persona, a marca aprofunda o conhecimento sobre o público e compreende quais valores os clientes enxergam em seus produtos e serviços. Por outro lado, influenciadores digitais inauguram uma nova profissão, mas os consumidores estão atentos e buscam autenticidade entre aqueles que escolhem seguir. Inovação tem a ver com aproveitar ao máximo os recursos da tecnologia. Mas são as pessoas que definem o que será consumido. É preciso traçar estratégias de marketing com base em propósito, inclusão, criatividade, inteligência artificial e respeito à privacidade, projetando experiências híbridas baseadas em dados, mas cuidadosas, promovendo confiança e valor para o cliente. Vimos que conhecer as organizações exponenciais nos ajuda a visualizar as transformações digitais na nossa vida e nos mercados. Por fim, não se pode pensar e-commerce sem considerar que a maior parte dos brasileiros acessa a internet pelo celular, um indicativo fundamental 98 Unidade II para as marcas internalizarem de vez a importância de investimento em mobile commerce, com sites responsivos, intuitivos, fáceis e agradáveis de navegar na versão mobile. O m-commerce é uma evolução do e-commerce. Com ele, nasceu o mobile payment, pagamento via dispositivos móveis. A logística nos dá um conjunto de métodos que garantem a entrega de um produto para o destinatário. Se a plataforma é o coração do e-commerce, a logística é seu espírito. Exercícios Questão 1. Segundo Robert Harmon (2003), a estrutura principal do sistema de inteligência de marketing (SIM) é dividida nos componentes a seguir. • Interface para o usuário. • Software. • Banco de dados. • Suporte do sistema. Considere as descrições I, II, III e IV a seguir. I – Programa que possibilita a coleta e o gerenciamento dos dados. II – Local no qual os dados são armazenados. III – Equipe de TI capacitada a compreender as necessidades dos profissionais de marketing e manter o adequado funcionamento do software e do hardware. IV – Design do painel de controle, que deve ser amigável e intuitivo, a fim de que os gestores possam acessar e analisar as informações sistematizadas. Assinale a alternativa que associa correta e respectivamente os termos relativos às descrições I, II, III e IV. A) Interface para o usuário, software, banco de dados e suporte do sistema. B) Software, banco de dados, suporte do sistema e interface para o usuário. C) Banco de dados, software, suporte do sistema e interface para o usuário. D) Software, suporte do sistema, banco de dados e interface para o usuário. E) Banco de dados, suporte do sistema, software e interface para o usuário. Resposta correta: alternativa B. 99 E-COMMERCE E MARKETING DIGITAL Análise da questão • Software é o programa que possibilita a coleta e o gerenciamento dos dados. • Banco de dados, no contexto da questão, é o local no qual os dados são armazenados. • Suporte do sistema corresponde à equipe de TI capacitada a compreender as necessidades dos profissionais de marketing e a manter o adequado funcionamento do software e do hardware. • Interface é a parte que o usuário “enxerga” e com a qual interage. Ela é composta de um painel de controle, que deve ser amigável e intuitivo, a fim de que os gestores possam acessar e analisar as informações sistematizadas. Questão 2. Imagine uma loja virtual que produza e venda cadernos e que tenha investido R$ 1.100,00 em uma campanha publicitária para divulgar seus produtos. A produção de cada item teve custo médio de R$ 15,00 e valor médio de venda de R$ 50,00. Foi identificado que 180 cadernos foram vendidos com a jornada de compra iniciada a partir do anúncio clicado. Para essa situação, o retorno sobre o valor investido foi igual a: A) 1,37. B) 1,56. C) 1,70. D) 1,01. E) 0,98. Resposta correta: alternativa A. Análise da questão O retorno sobre o valor investido (ROI, do inglês return on investment) é calculado pelo retorno do investimento menos o custo do investimento, com esse resultado dividido pelo custo do investimento. Assim, para o caso em análise, temos o que segue. Retorno do investimento Retorno do investimento = n. de peças vendidas x valor médio de venda Retorno do investimento = 180 x R$ 50,00 Retorno do investimento = R$ 9.000,00 100 Unidade II Custo do investimento Custo do investimento = (n. de peças vendidas x valor médio de custo) + custo da campanha Custo do investimento = (180 x R$ 15,00) + R$ 1.100,00Custo do investimento = R$ 2.700,00 + R$ 1.100,00 Custo do investimento = R$ 3.800,00 Conclusão Então, R$ 9.000,00 – R$ 3.800,00 = R$ 5.200,00 Se fizermos R$ 5.200,00 dividido por R$ 3.800,00, obteremos R$ 1,37. Logo, cada R$ 1,00 investido trouxe um retorno de R$ 1,37. Ou seja, o investimento trouxe lucro. 101 REFERÊNCIAS Audiovisuais ACOMPANHE o IPO do Nubank na B3. 2022. 1 vídeo (63 min). Publicado pelo canal Nubank. Disponível em: https://bit.ly/3Kpdvnv. Acesso em: 7 mar. 2022. A.I.: inteligência artificial. Direção: Steven Spielberg. EUA: Warner Bros. Pictures, 2001. 140 min. AVATAR. Direção: James Cameron. 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