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Empreendedorismo e Criação de Startups Introdução ao Empreendedorismo e Criação de Startups Neste primeiro conteúdo iremos abordar a base do empreendedorismo; alguns conceitos, história, sobre as startups, o que são elas e como surgiram. Outro importante ponto e pouco estudado será o mindset empreendedor, ou a cabeça empreendedora. Como que deve funcionar o pensamento empreendedor para que ele alcance seus objetivos e metas traçadas. O que é empreender? Mais do que uma palavra que está na moda no Brasil, as palavras empreendedor e empreendedorismo devem ser encarados como uma forma de se encarar o mercado de trabalho, um estilo de vida. Empreender, de forma bem resumida significa transformar ideias em projetos e negócios. Não existe empreendedorismo para quem permanece no mundo das ideias e não operacionaliza o seu projeto. Algumas definições acerca do termo são: • Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias e oportunidades (DORNELAS, 2008). • Segundo Louis Jacques Fillion (Professor de Empreendedorismo da Montreal Business School), empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões. • De acordo com Robert Hisrich (Professor da Global Entrepreneurship Center), o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. • O empreendedor é mais conhecido como aquele que cria novos negócios, mas pode também inovar dentro de negócios já existentes, segundo Schumpeter. Repare que uma característica existente entre as definições expostas acima é o fato do empreendedor ser a figura que transforma algo intangível em tangível. Um sonho em realidade. Uma ideia em projeto ou negócio. O empreendedor pode ser facilmente comparado aquela imagem de cientistas que transformavam soluções que ainda não existiam em realidade. Porém, é interessante ressaltar o teor midiático e exacerbado, incorreto, que possui a comunicação frente à carreira empreendedora. Podemos, com extrema facilidade, encontrar sites, perfis em redes sociais, profissionais que divulgam a carreira empreendedora como algo mais fácil do que de fato seja. Pormenorizando os pontos de atenção e exaltando apenas as características positivas e atrativas da carreira. Algo muito perigoso, pois pode indiretamente, ou diretamente, iludir profissionais insatisfeitos em suas carreiras, porém sem as características necessárias para se ingressar nesta empreitada a se engajarem nesta causa e não obterem sucesso no decorrer do caminho. Abaixo, formato um quadro com algumas afirmações utilizadas nestes meios supracitados, utilizando de textos argumentativos e sensacionalistas e ao lado afirmações mais realistas e “pé no chão” sobre como, de fato, funciona a carreira empreendedora e o empreendedorismo no Brasil. O que divulgam O que de fato é Largue seu chefe e abra seu próprio negócio A decisão de se largar o emprego, deve ser feita de forma planejada e calculada. Normalmente por um longo período o seu trabalho irá caminhar paralelo ao seu empreendimento e o esforço para que o mesmo logre êxito deverá ser muito grande. Pois, null null null null null null null null null null null null null você exercerá duas funções ao mesmo tempo. Não bata mais ponto no trabalho e não responda a nenhum superior Sim, você não terá mais ponto para bater, mas não terá também hora para parar de trabalhar. Muito comum existir, no início da sua atividade, um acúmula de funções pelos fundadores do negócio ou mesmo os fundadores. Com isso o trabalho acaba sendo dobrado, muitas vezes triplicado. Fique rico Este mindset é o mais incorreto. É possível enriquecer empreendendo? Sim. É condição ser empreendedor e enriquecer? Não. O caminho entre o sucesso financeiro e o início do trabalho é longo. E caso seu foco inicial seja ficar rico e não atender a um “problema”, a probabilidade de não obter sucesso é grande. Largue os estudos e monte seu próprio negócio Alguns dos maiores empreendedores do mundo, abriram mão de completar seus cursos superiores para investir seu tempo e energia nas suas empresas, porém não significa que eles largaram os estudos ou que não se atualizavam. E importante dizer que foram exceções e não regras. Veja que, existem pontos positivos e desafiadores para toda carreira profissional e com o empreendedorismo não seria diferente. O maior ponto de atenção que devemos ter é não focarmos apenas nos pontos positivos e atrativos e negligenciarmos os pontos desafiadores. A carreira empreendedora é sim uma jornada muito interessante e nos leva a nos desenvolver de forma constante, mas deve ser encarada de forma responsável e prudente, sem superlativos. Perfil e Mindset do empreendedo Todos devemos manter uma atitude empreendedora não só nos negócios, mas em nossa vida também. Ter uma atitude empreendedora, significa ser protagonista das suas atitudes e decisões. É identificar um problema, ou uma necessidade e verificar as possibilidades de atender tais necessidades através de soluções que podem vir em forma de produtos, projetos ou negócios. Portanto para que você ingresse na carreira empreendedora é preciso entender que tipo de comportamento é necessário para ter sucesso nesta empreitada. Uma poderosa frase é: o empreendedorismo é para todos, mas nem todos são para o empreendedorismo. Esta frase evidencia a importância de se possuir um comportamento diferenciado frente aos desafios e dificuldades que a carreira empreendedora possui. E que comportamentos são esses? É possível aprender a ser empreendedor? É uma habilidade nata das pessoas? Como fazer? Segundo Sosnowski (2018) quanto mais se estuda as características necessárias para seguir na jornada empreendedora, mais se constata que o empreendedorismo está muito mais ligado à inteligência emocional e habilidades comportamentais do que ao conhecimento técnico. Esta citação ao lado, reforça a teoria e algumas histórias de excelentes e bem sucedidos empreendedores que fizeram uma carreira vitoriosa, criando excelentes produtos, empresas inovadoras, mas que não possuíam a formação técnica tradicional relacionado à Gestão e Administração de uma forma geral. De fato, nenhum profissional nasce conhecedor de todas as valências necessárias para se tornar um bom empreendedor, sendo assim se torna necessário o aprendizado de algumas valências que levam a formar o que chamamos de mindset empreendedor. Ainda de acordo com Sosnowski (2018), é um comportamento aprendido com as experiências vividas, a busca por conhecimento e a força de vontade para sair da zona de conforto. E quais são essas características? Segundo David McClelland, psicólogo da Universidade de Havard, os empreendedores de sucesso desenvolvem características específicas que podem ser treinadas, que são elas: null null null null null null null null null null null null 1. Busca de oportunidade e iniciativa 2. Persistência 3. Comprometimento 4. Exigência de qualidade e eficiência 5. Correr riscos calculados 6. Estabelecimento de metas 7. Busca de informações 8. Planejamento e monitoramento sistemáticos 9. Persuasão e rede de contatos 10. Independência e autoconfiança A importância do estudo acima foi tão grande que originou o curso Empretec, um conhecido curso no Brasil sobre comportamento empreendedor. Para os participantes do curso, mesmo os que não ingressaram na carreira empreendedora, conseguiram aumentar a sua empregabilidade frente ao mercado de trabalho. História, Definição e Conceito de startup O surgimento das empresas startups acompanha o advento e crescimento da tecnologia e consequentemente a evolução da internet.Segundo Sampaio et al (2007), entre os anos de 1996 e 1998 os bancos e as grandes cadeias de comércio “descobriram” o mercado potencial da Internet, impulsionado pelo surgimento de um grande número de provedores de acesso (inclusive gratuitos). Neste período, começou o que se entende por Web profissional, com empresas criando estratégias para este mercado. Foi um período onde a internet se tornou uma ferramenta de uso comercial e pessoal e passou-se a se encontrar cada vez mais na casa dos consumidores finais. Foi um período de mudança no comportamento do consumidor e das pessoas de uma maneira geral. A internet passou a ser utilizada como uma plataforma de acesso para clientes que buscavam serviços oferecidos pelos bancos (pagamento de contas, consultas de saldos) e para compras online. A evolução de novas tecnologias facilitou a criação de sites mais atrativos que comercializassem pela internet seus produtos ou serviços, os chamados e-Commerce. O Quadro abaixo relaciona os principais serviços e utilidades procuradas por um usuário típico na internet no final da década de 1990. Quadro 1 – Principais serviços e utilidades procuradas por um usuário típico na internet no final da década de 1990 Principais serviços e utilidades procuradas por um usuário típico na internet no final da década de 1990 On-line Banking Notícias Compras Serviços Chat Impostos Concursos e-Learning Pesquisa de Preços Fonte: Elaborado pelo autor com base em SAMPAIO; CLEUTON (2007, p. 7) Perceba que o uso no final dos anos 90 ainda é bastante limitado em comparação aos dias atuais. Por mais que o termo startup tivesse sido utilizado antes da década de 90 nos Estados Unidos, foi a internet que popularizou o termo ao redor do mundo com o crescimento repentino de empresas como Google e Yahoo! que souberam aproveitar os investimentos que obtiveram no período pós-bolha e se mantiveram em posições de liderança no mercado. As startups criadas no início dos anos 2000 tinham como um grande aliado para o desenvolvimento do seu negócio, a internet. A internet possibilitou que essa categoria de empresa pudesse divulgar seus produtos sem despender uma grande quantidade de dinheiro e, de certa forma, “experimentando” o seu lançamento sem muito trabalho operacional, identificando possibilidades de melhorias e versões melhoradas do produto. A definição de empresa “startup”, onde inicialmente era relacionada a um grupo de pessoas que empreendiam uma ideia diferente com uso intensivo de tecnologia e com potencial futuro de ganhos exponenciais, vem mudando com o decorrer do tempo. De acordo com Blank e Dorf (2014, pag.56), “Startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza”. null null null null null null null null Pode-se observar pela definição colocada que os seguintes termos são de suma importância para a compreensão de uma startup em tempos atuais: • Modelos de Negócios: São as formas que a startups irão procurar para gerar valor para os seus consumidores e transformar esse valor gerado em receita para a empresa. Como exemplo, uma nova forma de se divulgar um produto, uma nova forma de se alugar um quarto de hotel ou um hostel, uma nova forma de se locomover pela cidade, ou seja, uma solução de negócio para os “problemas sociais”. • Repetível: É a capacidade do produto não ter limite de estoque e estar constantemente disponível para o consumidor, independente da demanda e com pouca necessidade de customização e adaptação. Podemos dar o exemplo de empresas que trabalham com distribuição de mídias (vídeos, jogos, filmes, músicas) usando tecnologia de Streaming, possibilitando a venda deste tipo de produto de forma frequente e ininterrupta. • Escalável: Ter a capacidade de atender em larga escala, atendendo grandes quantidades de clientes, e crescer de forma que seus custos operacionais evoluam de uma maneira muito mais lenta em face de sua receita. Margens de lucro cada vez maiores, geradas pelas economias de escala. • Condições de extrema incerteza: Está diretamente relacionada ao fato de, independente das análises mercadológicas, operacionais e financeira de viabilidade que envolve a criação de uma startup, não pressupõe certeza do sucesso do empreendimento e aceitação por parte do consumidor. A startup possui uma característica específica. Com isso não são todas as empresas que podem se classificar como empresas startups. Pois, diferente do conceito inicialmente utilizado, para definir o que é uma startup, não basta que a empresa seja uma empresa recém-criada para ser chamada de startup e diferente da percepção de alguns, startup não é a versão menor de uma empresa constituída. Perceba acima a definição colocada pelo autor sobre o que é uma startup e pense um pouco sobre a forma de trabalho das seguintes empresas: Google, Yahoo, Apple, Amazon, LinkedIn, entre outras. O que elas possuem em comum para serem consideradas startups? Por que, talvez, as mesmas possam ser consideradas startups e uma quitanda de bairro ou um grande supermercado não? Não está ligado ao tempo de empresa ou ao tamanho dela, mas a forma que o empreendedor opera o negócio. Atividade Extra 1. Assista o filme: Fome de Poder (2016), disponível via Netflix, e faça a relação com o conteúdo que estamos desenvolvendo aqui. Reflita através das seguintes questões: • Como você descreve o perfil comportamental do Ray Kroc no tocante ao mindset empreendedor? • Quais questões éticas estão envolvidas na trama e como você consegue fazer uma analogia com a prática? O que fazer e não fazer nestas com essas questões citadas? • O que você teria feito de diferente dos fundadores do McDonalds para alcançar o sucesso? Lean Startup. O caminho mais rápido para obter sucesso em uma startup Este conteúdo descreve o que é a teoria da Lean Startup ou Startup Enxuta. Termo Colocado pelo autor Eric Ries, importante empreendedor do Vale do Silício e consultor que já ajudou centenas de startups a alavancar seus negócios utilizando a sua metodologia. Introdução à Lean Startup Uma startup não é uma empresa tradicional. Ela possui características específicas que a diferencia das demais. O autor relata que sentia um incomodo em ver as startups utilizarem de métodos tradicionais e heterodoxos para conduzir seus projetos e observou que a tratativa deveria ser diferente. null null null null null null null null null null null null null null null null null Valendo-se mão da sua experiência com diversas startups, o mesmo começou a coletar situações que podem ser intituladas “lições aprendidas” comuns a diversas startups e resolveu coletar tais informações. Com o objetivo de se procurar formas de se resolver tal problema e encontrar uma metodologia que desse suporte ao seu dilema (tratar uma startup de forma específica) ele encontrou através da manufatura enxuta, processo que nasceu no Japão com o sistema de produção da Toyota, um modo totalmente novo de pensar a produção de bens físicos. Ele viu que ao aplicar as ideias da manufatura enxuta nos desafios empresariais poderia ter uma solução ainda não previamente abordada para este segmento. E foi assim que nasceu a startup enxuta, a utilização de métodos e pensamento da manufatura enxuta na busca de um processo de inovação. O método da startup enxuta Os conceitos a seguir, permeiam a metodologia da startup enxuta: Empreendedores estão por toda parte: O conceito de empreendedorismo inclui qualquer pessoa que trabalha dentro da minha definição de startup: uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza. Você não precisa estar em uma garagem para ser um emprender, nem montar um aplicativo, muito menos uma ideia super disruptiva. Empreender é administrar: O empreendedoré um administrador de empresas, porém pelo fato desta empresa possuir algumas características específicas (falta de histórico, velocidade nas tomadas de decisão, busca do aprendizado corporativo, busca da inovação, inserção em um ambiente de extrema incerteza) é necessário que as ferramentas utilizadas para se administrar tal empresa seja diferenciada. Aprendizado validado: As startups não existem para seguirem processos costumeiros: criar produtos, ganhar dinheiro, criar processos, efetuar pagamento. Elas existem para aprender a desenvolver um negócio sustentável. Construir-medir-aprender: A atividade fundamental de uma startup é transformar ideias em produtos, medir como os clientes reagem, e, então, aprender se é o caso de pivotar ou perseverar. Todos os processos de startup bem-sucedidos devem ser voltados a acelerar esse ciclo de feedback. Contabilidade para a inovação: A fim de melhorar os resultados do empreendedorismo e poder atribuir responsabilidades aos inovadores, precisamos focar também em assuntos menos interessantes: como medir o progresso, definir marcos e como priorizar o trabalho. Isso requer um novo tipo de contabilidade desenvolvida para startups e para as pessoas responsáveis por elas. Visão Infelizmente, diversos planos de negócios de startups parecem mais que estão planejando o lançamento de uma espaçonave do que a condução de um carro. Esses planos prescrevem os passos a seguir e os resultados esperados nos mínimos detalhes, e como no planejamento para lançar um foguete, são configurados de uma maneira que mesmo erros minúsculos nas hipóteses podem levar a resultados catastróficos. O método da startup enxuta, em contraste, é projetado para você aprender a dirigir uma startup. Em vez de projetar planos complexos, baseados em inúmeras hipóteses, você pode fazer ajustes constantes por meio do “volante”, que é o ciclo de feedback construir-medir-aprender. As startups também possuem um norte verdadeiro, um destino em mente: criar um negócio próspero e capaz de mudar o mundo. Chamo isso de visão de uma startup. Para alcançar essa visão, as startups empregam uma estratégia, que inclui um modelo de negócios, um plano de produto, um ponto de vista acerca dos parceiros e dos concorrentes, e as ideias a respeito de quem serão os clientes. O produto é o resultado final dessa estratégia Os produtos mudam constantemente através do processo de otimização, o que denomino ajustando o motor: null null null null null null null null null null null null null null Devemos descobrir se estamos num caminho que levará ao desenvolvimento de um negócio sustentável. No modelo da startup enxuta, reabilitamos a aprendizagem com um conceito que denomino aprendizagem validada. A aprendizagem validada não é uma racionalização depois do fato ou uma boa história elaborada para ocultar o fracasso. É um método rigoroso para demonstrar o progresso quando uma pessoa está pisando no solo da extrema incerteza no qual as startups crescem. A aprendizagem validada é o processo de demonstrar empiricamente que uma equipe descobriu verdades valiosas acerca das perspectivas de negócio presentes e futuras de uma startup. Da mesma forma que a experimentação científica é permeada pela teoria, a experimentação da startup é orientada pela visão da startup. O objetivo de todo experimento associado à startup é descobrir como desenvolver um negócio sustentável em torno daquela visão. “Tradicionalmente, o gerente de produto diz: ‘Quero isso’. Em resposta engenheiro afirma: ‘Vou desenvolver isso’. Mas, ao contrário, pressiono minha equipe para primeiro responder a quatro perguntas: 1. Os consumidores reconhecem que têm o problema que estamos tentando solucionar? 2. Se houvesse uma solução, eles comprariam? 3. Comprariam de nós? 4. Conseguimos desenvolver uma solução para esse problema?” A tendência comum do pessoal de desenvolvimento de produto é pular direto para a quarta pergunta e desenvolver uma solução antes de confirmar que os clientes têm o problema Direção Em seu cerne, a startup é uma catalisadora que transforma ideias em produtos. À medida que os clientes interagem com os produtos, geram feedback e dados. O feedback é tanto qualitativo (por exemplo, o que gostam ou não) como quantitativo (por exemplo, quantas pessoas utilizam o produto e consideram que ele tem valor). Para aplicar o método científico a uma startup, precisamos identificar que hipóteses testar. Denomino atos de fé os elementos mais arriscados do plano de uma startup, as partes das quais tudo depende. As duas suposições mais importantes são a hipótese de valor e a hipótese de crescimento. Estas dão origem a variáveis de ajuste, que controlam o motor de crescimento da startup. Cada iteração de uma startup é uma tentativa de acionar esse motor para ver se ele funcionará. Assim que ele estiver em funcionamento, o processo se repete, mudando para marchas cada vez mais altas. Uma vez evidentes essas suposições do tipo ato de fé, o primeiro passo é entrar na fase Desenvolver o mais rápido possível com um produto mínimo viável (MVP, na sigla em inglês). O MVP é aquela versão do produto que permite uma volta completa do ciclo-construir-medir-aprender, com o mínimo de esforço e o menor tempo de desenvolvimento. Um outro item importante no processo de condução são as métricas de vaidade: o total de clientes e o total de perguntas respondidas, por exemplo. Ou seja, métricas que dão à equipe a sensação de movimento para a frente, ainda que a empresa estivesse fazendo pouco progresso. As métricas acionáveis são o antídoto para esse problema. Quando a causa e efeito são entendidos null null null null null null null null null null null com clareza, as pessoas são mais capazes de aprender a partir de suas ações. Os seres humanos são aprendizes talentosos por natureza quando recebem uma avaliação clara e objetiva. Uma vez que você ajustou a visão, aplicou e mediu, você deve ter em mente se irá pivotar (modificar o rumo do projeto mediante o feedback de informações que você coletou) ou perseverar (continuar no mesmo caminho investido no início do ciclo). Aceleração A teoria que é a base do sucesso da Toyota pode ser utilizada para melhorar substancialmente a velocidade pela qual as startups encontram a aprendizagem validada. A Toyota descobriu que os lotes pequenos tornavam suas fábricas mais eficientes. Em contraste, na startup enxuta, o objetivo não é produzir mais coisas de modo eficiente. É tão rápido quanto possível aprender como desenvolver um negócio sustentável. A importância de se trabalhar em pequenos lotes se dá pelo fato que você pode testar pequeno e em caso de falha, não ter muitos prejuízos. E se no fim das contas o cliente não quer o produto que estamos desenvolvendo? Embora nunca seja uma boa notícia para um empreendedor, descobrir isso mais cedo é muito melhor do que descobrir mais tarde. Trabalhar em lotes pequenos assegura que uma startup possa minimizar o gasto de tempo, dinheiro e esforço que, no final, teria sido desperdiçado. Assim que formulamos uma hipótese que queremos testar, a equipe de desenvolvimento de produto deve ser articulada para projetar e executar esse experimento o mais rápido possível, utilizando o menor tamanho de lote que possibilitará a realização da tarefa. Lembremos que, embora escrevamos o ciclo de feedback como construir- medir-aprender, pois as atividades ocorrem nessa ordem, o planejamento realmente funciona na ordem inversa: equacionamos o que precisamos aprender e, então, trabalhamos de trás para a frente para observar que produto funcionará como experimento para obtermos aquela aprendizagem. Portanto, não é o cliente, mas nossa hipótese acerca do cliente que puxa o trabalho do desenvolvimento do produto e de outras funções. Qualquer outro trabalho é desperdício. Essa teoria é baseada na produção puxada e não empurradado método de produção enxuta. DE ONDE VEM O CRESCIMENTO? Há quatro maneiras principais de os clientes passados impulsionarem o crescimento sustentável: 1. Boca a boca. Um nível natural de crescimento está integrado na maioria dos produtos provocado pelo entusiasmo dos clientes satisfeitos com o produto. 2. Como efeito colateral da utilização do produto. Produtos de moda ou status, tais como bens de luxo, promovem a consciência de si mesmos sempre que são usados. Quando você vê alguém vestido com uma roupa de grife ou dirigindo um certo carro, você pode ser influenciado a comprar aquele produto. Isso também é verdade em relação aos assim chamados produtos virais, como Facebook ou PayPal. Quando um cliente envia dinheiro para um amigo usando o PayPal, o amigo fica exposto automaticamente ao produto PayPal. 3. Por meio de publicidade financiada. A maioria das empresas utiliza a publicidade para incitar novos clientes a usar seus produtos. Para isso ser uma fonte de crescimento sustentável, a publicidade deve ser paga como resultado da receita recorrente, não de fontes ocasionais, como o capital de investimento. Enquanto o custo de adquirir um novo cliente (o assim chamado custo marginal) é menor do que a receita gerada pelos clientes (a receita marginal), o excesso (o lucro marginal) pode ser utilizado para conseguir mais clientes. Quanto maior o lucro marginal, mais rápido o crescimento. 4. Por meio da compra ou do uso repetido. Alguns produtos são projetados para ser comprados repetidas vezes por meio de um plano de assinatura (uma empresa de tevê a cabo) ou de recompras voluntárias (comestíveis ou lâmpadas). Porém, diversos produtos e serviços são deliberadamente projetados como eventos ocasionais: por exemplo, o planejamento de um casamento. Essas fontes de crescimento sustentável movimentam os ciclos de feedback que denominei motores de crescimento. A SABEDORIA DOS CINCO PORQUÊS null null null null null null null null null null null null null null Para acelerar, as startups enxutas precisam de um processo que fornece um ciclo de feedback natural. Quando estamos indo rápido demais, causamos mais problemas Na raiz de todo problema que parece técnico há uma problemática humana. O método dos Cinco Porquês fornece uma oportunidade de descobrir qual pode ser esse problema humano. Taiichi Ohno dá o seguinte exemplo: Diante de um problema, você já parou e perguntou por que cinco vezes? É difícil fazer isso, ainda que pareça fácil. Por exemplo, suponha uma máquina parada: 1. Por que a máquina parou? (Houve uma sobrecarga e o fusível queimou.) 2. Por que houve uma sobrecarga? (O mancal não estava lubrificado de modo adequado.) 3. Por que o mancal não estava lubrificado de modo adequado? (A bomba de óleo lubrificante não estava bombeando de maneira correta.) 4. Por que a bomba não estava bombeando de maneira correta? (O eixo de acionamento da bomba estava desgastado e trepidando.) 5. Por que o eixo estava desgastado? (Não havia filtro e entraram fragmentos metálicos.) Repetir “por que” cinco vezes, desse jeito, pode ajudar a revelar o problema original e corrigi-lo. A MALDIÇÃO DAS CINCO CULPAS Quando as equipes adotam os Cinco Porquês como ferramenta de solução de problemas, elas deparam com algumas armadilhas comuns. Precisamos de sistemas como o Cinco Porquês para superar nossas limitações psicológicas, pois tendemos a reagir de forma exagerada ao que está acontecendo no momento. Também tendemos a ficar frustrados se as coisas acontecem de uma maneira que não previmos. Quando a abordagem dos Cinco Porquês dá errado, denomino isso de Cinco Culpas. Em vez de perguntar por que repetidas vezes, numa tentativa de entender o que deu errado, os membros frustrados da equipe começam a apontar os dedos uns contra os outros, procurando decidir quem é o culpado. Em vez de utilizar os Cinco Porquês para achar e corrigir problemas, os gerentes e os funcionários podem cair na armadilha de utilizar as Cinco Culpas como meio de descarregar suas frustrações e desafiar os colegas por meio de falhas sistêmicas. Atividade Extra 1. Assista o filme: A Rede Social (2010) e faça a relação com o conteúdo que estamos desenvolvendo aqui. Reflita através das seguintes questões: 1. Qual necessidade foi identificada pelos criadores e como que eles buscaram validar a sua hipótese? 2. Você identificou em algum momento o desenvolvimento de um MVP? Quais as impressões? 3. O que você teria feito de diferente no desenvolvimento dos primeiros passos da empresa? Planejamento Mercadológico Marketing, um estudo mais apurado do mercado Neste conteúdo iremos abordar alguns conceitos que permeiam a ciência do Marketing. Conceitos básicos de Necessidade, oportunidades, definição de público alvo, posicionamento de mercado e Análise SWOT. Estes conceitos e ferramentas serão importantes para que você consiga inserir seu produto no mercado de forma eficiente e com riscos mais calculados. Necessidade e Oportunidades de Mercado Todo negócio parte do atendimento de uma necessidade. E esta necessidade parte de uma empresa, uma pessoa ou até do governo. Através desta troca entre o personagem que necessita do produto e o que provê, apresentou-se algumas siglas que designam tais relações que são: B2B significa Business to Business ou, em português, de empresa para empresa, são os negócios onde as transações ocorrem entre duas ou mais empresas. Ex: uma fábrica de embalagens que fornece seus produtos para empresas do comércio varejista, como supermercados e pequenos varejistas. null null null null null null null null null null null null null null null Por outro lado, a sigla B2C significa Business to Customer. Onde há uma transação comercial efetuada diretamente entre a empresa produtora, vendedora ou prestadora de serviços e o consumidor final. Esses são os tradicionais comércios disponíveis para nós consumidores finais. Já o consumer to consumer (C2C) é uma referência ao e-commerce que se desenvolve entre usuários pessoa física da internet. Isto é, trata- se do comércio de bens ou serviços que não envolve intermediários e, sim, consumidor final com consumidor final. Ex: Sites de troca de produtos, sites que ligam um vendedor de compra a um comprador final ou um apartamento. Ou seja, qualquer tipo de relação comercial sem um intermediário. G2G vem do inglês government to government ou, em português, governo para governo. Este conceito faz uma referência ao comércio que se desenvolve entre órgãos do governo. Como por exemplo, transações comerciais entre estados, municípios, entre cidades. Por fim, a sigla G2C significa government to citizen ou, em português, governo para cidadão. Trata-se de uma relação comercial pela internet entre o governo (federal, estadual ou municipal) e os contribuintes. Vejamos nos exemplos citados acima situações de trocas e transações comerciais onde encontramos um personagem que necessita de um produto e um agente que ofertará este produto, mediante o ponto focal da troca: a necessidade. Mas, é difícil falar sobre necessidade e não citar o psicólogo Abraham Harold Maslow (1 de Abril de 1908, Nova Iorque — 8 de Junho de 1970, Califórnia) e sua teoria conhecida como Hierarquia de Necessidades ou Pirâmide de Maslow. Fonte: Sociedade Brasileira de Coaching Necessidades fisiológicas: a base da pirâmide, são as necessidades básicas inerentes a todo ser humano, como a fome, a sede, a respiração, a excreção, o abrigo e o sexo, por exemplo. Necessidades de segurança: segundo nível, onde estão os elementos que fazem o indivíduos se sentirem seguros, como uma casa, ter dinheiro para pagar aluguel, segurança no trabalho, planos de vida e de saúde, previdência privada. Necessidades sociais: é o terceiro nível da Pirâmide. Aqui estão as necessidades de se sentir parte de um grupo social, como ter amigos,constituir família, viver em coletividade, ter um parceiro ou uma parceira. Necessidades de Status ou Estima: é a quarta etapa da Pirâmide de Maslow, que agrupa duas principais necessidades - a de reconhecer as próprias capacidades e de ser reconhecido por outras pessoas. Nesta etapa, está a capacidade de se sentir respeitada e orgulhosa de si. Ex: não basta o indivíduo fazer parte de um grupo, ele possui a necessidade pessoal de se destacar dentro do grupo. Necessidades de autorrealização: o topo da Pirâmide, quando o indivíduo consegue aproveitar todo o potencial de si próprio. E alcança um estágio de plenitude, independência, a capacidade de fazer aquilo que gosta e que é apto a fazer, com satisfação. Algumas particularidades devem ser destacadas sobre as etapas da Pirâmide de Maslow: 1. Uma etapa deve ser saciada (pelo menos em parte) para que o indivíduo passe para o próximo nível da hierarquia. 2. As necessidades da auto realização nunca são saciadas, sempre que uma necessidade se sacia, surgem novas ânsias e objetivos. 3. As necessidades fisiológicas nascem com os seres humanos e são as mais fáceis de serem saciadas, ao contrário das outras etapas. 4. Quando se conquista determinados elementos de um grupo de necessidades, o indivíduo sempre se motiva em conseguir atingir mais objetivos. null null null null null null null null null 5. As necessidades insatisfeitas, ou seja, que não conseguirem ser cumpridas, implicam reações negativas no comportamento do indivíduo, como frustrações, medos, angústias, inseguranças e etc. A pergunta que todo empreendedor deve fazer a si mesmo é: Qual tipo de necessidade o meu produto atente ao meu consumidor? Será que meu produto atende uma necessidade básica (fome) e vende um sanduíche por R$ 8,00 na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro? Ou será que meu produto é um sanduíche que atende uma necessidade social, promovendo um espaço de encontro entre amigos e grupos de pessoas? Ou será ainda que meu produto é um sanduíche vendido em Dubai, por um chefe super premiado por um valor de etiqueta de R$ 1.200,00? Atendendo uma necessidade de status ou estima. Repare, que estamos lidando com o mesmo produto (sanduíche), porém com suas necessidades sendo alocadas em diferentes camadas dentro da pirâmide proposta por Maslow. Definição do público alvo A definição de um público alvo parte da afirmação que uma organização não pode atender à todos os clientes do mundo de uma maneira uniforme. Não existe a possibilidade de ter um produto que atenda à necessidade de todos os habitantes do mundo, uma vez que já entendemos no conteúdo acima sobre necessidade que devemos atender através do negócio uma necessidade específica ou um conjunto de necessidades. Com isso, a existência da definição de um público específico a ser atendido e focado pela organização se torna imprescindível. Ter um público alvo definido faz com que a direção dos esforços de marketing e vendas seja mais eficiente, garantindo uma aproximação mais personalizada com aquele cliente que de fato pode ser um possível comprador de seu produto. Algumas perguntas são essenciais para a definição do seu público alvo: • Qual benefício que seu produto traz ao consumidor? • Quem são esses consumidores? • Qual o problema que seu produto resolve? • Qual o benefício que ele proporciona e como ele vai efetivamente resolver o problema de quem o adquirir? • Qual o perfil das pessoas que mais têm o problema que o meu produto ou serviço resolve? Em que situação eles utilizam? Respondendo essas perguntas, é só definir alguns pontos em comum. São homens? Mulheres? Crianças? Qual classe social? Idade? Local? Estilo de vida? Há grupos distintos que podem utilizar meu produto de diferentes maneiras? Veja um exemplo de público já definido: Homens, entre 25 e 35 anos, residentes em capitais, pós-graduado, executivos. Classe A, renda média entre R$ 15.000 e R$ 25.000, bem-vestidos com roupas de aspecto social. Além de gostarem de produtos de alto padrão de qualidade e não se importarem com o preço. Essas informações você pode levantar através de uma pesquisa de mercado bem estruturada ou através de bases com informações já apuradas como IBGE e SEBRAE. Deste exemplo acima você já determinou um personagem que irá consumir o seu produto, um público alvo. Onde você colocará seus esforços de venda e marketing direcionados para tal no intuito de se comunicar da melhor maneira possível e de uma forma mais personalizada. Posicionamento de mercado Basicamente é preciso que você responda a seguinte indagação: “Como eu quero que as pessoas vejam o meu produto?”. Qual sentimento ao ver meu produto? Minha marca? Meus colaboradores? Qual a impressão? Qual a imagem perante o mercado. Basicamente esse é o posicionamento da sua empresa perante o mercado. Todavia este processo é formado de uma maneira involuntária? A imagem que a seu posicionamento é criado de uma forma involuntária? Sim, porém existem formas de se influenciar o posicionamento de mercado. Conhecendo o funcionamento do mercado, as empresas podem influenciar a forma como seus produtos são vistos, criando uma imagem mais sólida para seus produtos e adotando medidas para que aumentem a null null null null null null null null null null null null null null null confiabilidade em seus produtos e nelas mesmo (MCKENNA, 1992, pág. 88). Uma estratégia utilizada para se criar credibilidade é o trabalho voltado para a publicidade e propaganda, reforçando através de sua comunicação a mensagem central que a empresa gostaria de passar para seu consumidor. Esta estratégia vai de certa forma interiorizando a mensagem central que reforçará a sua credibilidade no mercado. Porém apenas comunicar através da propaganda e da publicidade não é suficiente. É necessário que em toda interação existente entre cliente-empresa essa credibilidade seja reforçada. Ex: caso uma empresa comunique que possui uma extrema preocupação e cuidado com o bom atendimento dos seus consumidores, a mesma deverá cumprir com esta declaração no momento em que o consumidor de fato necessitar ser atendido pessoalmente. Caso a empresa cumpra com a sua declaração, ela reforçará sua credibilidade. Caso contrário, será um ponto a menos em seu processo de construção de um sólido posicionamento de mercado. Repare que o processo de posicionar uma empresa no mercado é um processo integrado. Isso que fará a empresa ser considerada: O carro mais seguro. Ou a empresa mais sustentável. Ou a empresa mais inovadora. Ou a empresa mais disruptiva. Dentre outros posicionamentos buscados. Mix de Marketing O Mix de Marketing, também conhecido como 4P´s é uma teoria criada por E. J. McCarthy que representa a forma como o ambiente interno e externo interagem. O Mix de Marketing é composto pelas palavras: produto, preço, praça e promoção. Sendo analisadas e implantadas de forma tática nesta ordem citada. Iremos analisar cada parte deste composto com o intuito de elucidar melhor qual tipo de tratativa devemos ter para cada etapa descrita acima. Produto: O produto é o resultado de uma produção. Qualquer objetivo, serviço ou artefato que pode ser oferecido à um consumidor para que o mesmo possa atender a uma necessidade previamente identificada. Um produto pode ter duas naturezas: ser um bem físico (lápis, um carro, uma casa) ou um serviço (uma ida ao cinema, uma ida ao restaurante, um show de seu artista favorito). Ambos os produtos são objetivos fim de um esforço feito dentro de um processo para que tenhamos como objetivo tais produtos citados. Então, o que diferencia um produto bem de um produto serviço? É o grau de tangibilidade ou intangibilidade existente em sua composição. Entenda como tangibilidade a capacidade de algo ser palpável ou não. Neste contexto um serviço possui muito menos componentes tangíveis quando comparamos aum bem físico. Você não estoca um show, não leva para casa, e não guarda para consumir amanhã. No máximo, o grava para posteriormente consumi-lo. Porém a experiência real de consumir aquele produto serviço só é obtida através do consumo no momento da execução daquele serviço. Diferentemente um produto físico bem, é possível ser estocado, guardado para consumo posterior, ser palpado, ser fisicamente sentido. Repare, que não falamos que um serviço é um produto puramente intangível assim como um produto físico não é um produto puramente tangível. Produtos físicos possuem também componentes intangíveis como entrega, garantia, assistência técnica, entre outros serviços. Assim como os serviços possuem componentes tangíveis como materiais folhetos, materiais de merchandising, a própria estrutura para que você possa ter seu serviço prestado, no caso do restaurante, a comida. Entre outros exemplos. Preço: Podemos entender que este composto que estamos aqui analisando pode ser facilmente comparado a uma receita de bolo, onde cada elemento que estamos exemplificando e nos aprofundando individualmente deve possuir uma sincronia entre si de modo que faça sentido para o composto todo. Com isso, o preço, item que aqui estaremos desenvolvendo, não será determinado ao sabor do dono da empresa e sim para que seja mais um elemento que irá refletir uma estratégia previamente definida. A primeira tratativa dada em sua definição do preço é a análise e pesquisa de mercado com o intuito de pesquisar e identificar o preço praticado pelo players existentes na indústria cujo o negócio está inserido. Uma vez identificado estes preços praticados, null null null null null null null null null null null olharemos, novamente, para qual posicionamento de mercado estamos buscando na implantação de nossa estratégia, juntamente da análise minuciosa dos custos envolvidos para a produção daquele produto. A importância de fazermos tal comparação do preço que a indústria pratica e qual nosso custo de produção está no fato de sabermos os limites que teremos na obtenção de descontos, preços promocionais, campanhas específicas que possam interferir no preço, dentre outras questões. Segue abaixo um exemplo de cálculo de Preço de Venda Custo total por produto: R$10,00; Percentual das despesas fixas: 20% Margem de Lucro desejada: 15% O resultado de 10+20%+15% é o preço mínimo para venda. Mas como calcular? Se você pensou em somar 10+35% de 10, pensou errado, devemos fazer uma equação que, nesse caso, servirá de fórmula do preço de venda. O preço de venda (PV) equivale a 100% do que você quer não é? 10+20%+15% dará o preço de venda, não é mesmo? Então montamos a equação assim: 100% (PV) = 10+20%+15% (realizamos a soma dos %) 100% (PV) = 10 + 35% (passamos o % para o outro lado com o sinal invertido) 100%(PV) – 35% = 10 (realizamos o cálculo do %) 65% = 10 (dividimos e achamos a %) PV= 10/65% PV = 0,1538 (multiplicamos por 100 e achamos o preço de venda) PV = 0,1538 x 100 = R$ 15,38 Análise SWOT A Análise SWOT é uma técnica utilizada para fazer análise de ambientes. É um sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa no ambiente estudado. Segundo Daychouw (2007), o termo SWOT é uma sigla em inglês que é o anagrama de Força (Strengths), Fraqueza (Weaknesses), Oportunidade (Opportunities) e Ameaças (Threats). Força (Strengths) - Vantagens internas da organização sobre a concorrência. Fraqueza (Weaknesses) - Desvantagens internas da organização sobre a concorrência. Oportunidade (Opportunities) - Aspectos positivos do ambiente externo que podem crescer a vantagem competitiva da organização. Ameaças (Threats) - Aspectos negativos do ambiente externo que podem crescer a vantagem competitiva da organização. Repare que a análise deve ser feita em duas etapas. Identificando as questões internas (Forças e Fraquezas) e externas da organização (Oportunidades e Ameaças). Fonte: Rock Content Para fazermos a análise SWOT é necessário olharmos o externo e o interno. E o que de externo pode afetar uma empresa? Questões políticas, econômicas, demográficas, sociais. Todas essas demandas podem ter total relação e interferência na empresa e deve ser identificada no processo de análise. Para o ambiente interno a análise é feita através de variáveis que a organização tem capacidade de interferir. Os processos internos, a motivação dos colaboradores, a gestão da marca, o planejamento, o atendimento, dentre outros itens. É necessário identificar quais desses itens precisam ser melhorados e quais são itens de destaque e vantagem frente aos concorrentes atuantes no mercado Atividade Extra 1. Assita a matéria do programa Mundo S/A sobre o Sistema Juice in Time (2017), link: https://www.youtube.com/watch?v=ooCDVJaosF0 &list=PLIBA41MkGyO9GJweCQGgtd4qLvNp4di5E &index=11&t=0s), disponível via Youtube, e faça a https://www.youtube.com/watch?v=ooCDVJaosF0&list=PLIBA41MkGyO9GJweCQGgtd4qLvNp4di5E&index=11&t=0s https://www.youtube.com/watch?v=ooCDVJaosF0&list=PLIBA41MkGyO9GJweCQGgtd4qLvNp4di5E&index=11&t=0s https://www.youtube.com/watch?v=ooCDVJaosF0&list=PLIBA41MkGyO9GJweCQGgtd4qLvNp4di5E&index=11&t=0s null null null null null null null relação com o conteúdo da matéria e responda a seguinte questão: Como você aplicaria o quadro SWOT neste modelo de negócio? Planejamento Estratégico I Planejamento Estratégico, o que e como irei fazer? Esta etapa dividiremos o planejamento estratégico em duas partes, frente a sua importância dentro do processo de desenvolvimento de uma organização. Iremos abordar os conceitos de planejamento, assim como as definições e exemplos de missão, visão e valores. Conceito de Planejamento Estratégico Segundo Chiavenato (2004), o planejamento estratégico é um importante processo interno organizacional onde o mesmo traça as diretrizes para o estabelecimento dos planos de ação que resultam em vantagens competitivas. Ele reconhece pontos fortes, fraquezas, oportunidades, ameaças, caminhos a serem seguidos, caminhos a serem evitados, ou seja, de uma forma macro é traçado o caminho que a organização irá percorrer no intuito de alcançar seus objetivos. É importante entender que o planejamento estratégico é um processo contínuo e interativo, não possibilitando hoje nos tempos atuais, efetuar planejamentos que sirvam para longos períodos frente às constantes mudanças e várias modificações que ocorrem frequentemente no ambiente externo. De acordo com Rezende (2008) é relevante discutir coletivamente o conceito e significados, adotar e vivenciar o que foi proposto, não deixando que fique apenas em planos e diretrizes e não seja praticado o proposto. Quando nos referimos às ações que a empresa deve tomar, podemos nos direcionar para três diferentes dimensões: estratégica, tática e operacional. De acordo com a imagem relacionada abaixo e suas dimensões e atuais para cada camada. Missão, Visão e Valores A missão, visão e valores são a base para se estabelecer uma orientação e norte para a organização, mas para se tornarem realidades elas devem ser traduzidas em objetivos e orientações estratégicas, táticas e operacionais, conforme vimos através da figura do último item. Missão: Razão, propósito pela qual a empresa foi criada, sua principal função, sua principal e fundamental tarefa. Na missão iremos escrever o que espera-se desta organização. Para a composição de uma missão eu devo responder às seguintes questões: • Para que minha organização existe? • O que ela se propõe a fazer? • Como ela deve fazer? • Onde atuar? • Qual o papel da minha organização no mercado e na sociedade? • Quem ela quer atingir? • Qual a responsabilidade social do meu negócio? Exs: Google “Organizar as informações do mundo todo e torná- las acessíveis e úteis em caráter universal.” Microsoft “Na Microsoft, a nossa função é ajudaras pessoas e empresas em todo o mundo a concretizarem todo o seu potencial. Esta é a nossa missão. Tudo o que fazemos reflete-se nesta missão e nos valores que a tornam possível.” Natura “Para ser percebida como uma empresa social e ambientalmente responsável e atuante, a Natura parte da premissa de que os impactos ambientais de sua atividade decorrem de uma cadeia de null null null null null null null null null null null null transformações, da qual representa somente uma parte. Por isso, acredita que, para ter eficácia, as ações ambientais precisam: considerar cada cadeia produtiva de maneira integral.” Nestlé “Oferecer ao consumidor brasileiro produtos reconhecidamente líderes em qualidade e valor nutricional, que contribuam para uma alimentação equilibrada, gerando sempre oportunidades de negócios para a empresa e valor compartilhado com a sociedade brasileira.” Visão: A visão é uma posição futura, onde que a empresa gostaria de chegar? Como ela gostaria de ser vista e em que espaço de tempo? Ao identificar e moldar a visão organizacional, o processo decisório em todos os níveis da empresa fica menos complicado. Se temos com clareza a nossa posição futura, não só por parte dos cargos estratégicos, mas através de todos os cargos e qual o papel e objetivo de cada um nessa empreitada, fica muito mais fácil de conseguir alcançar a posição futura almejada pela organização. Portanto, um importante papel da diretoria, também, é o de comunicar a sua visão e sua posição almejada para o futuro. Exs: Disney Visão – “Criar um mundo onde todos possam se sentir crianças.”. Coca-Cola Visão – “Matar a sede do mundo.”. Petrobrás Visão 2030 – “Ser uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo e a preferida dos seus públicos de interesse.”. Kopenhagen Visão – “Ser um grupo competitivo que atue de forma abrangente no segmento alimentício, através de um portfólio de produtos com qualidade, representado por marcas fortes, com características e propostas únicas.”. Duratex Visão – “Ser empresa de referência, reconhecida como a melhor opção por clientes, colaboradores, comunidade, fornecedores e investidores, pela qualidade de nossos produtos, serviços e relacionamento.”. Embraer Visão – “A Embraer continuará a se consolidar como uma das principais forças globais dos mercados: aeronáutico e de defesa e segurança, sendo líder nos seus segmentos de atuação e reconhecida pelos níveis de excelência em sua ação empresarial.”. PepsiCo Visão – “A responsabilidade da PepsiCo é melhorar continuamente os aspectos ambientais, sociais e econômicos das comunidades onde operamos, criando um amanhã melhor que hoje. Colocamos a nossa visão em prática por meio de programas e foco em gestão ambiental, atividades que beneficiam a sociedade e compromisso de construir valor para o acionista ao fazer da PepsiCo uma empresa verdadeiramente sustentável.”. Cacau Show Visão – “Ser a maior e melhor rede de chocolates finos do mundo, oferecendo aos seus clientes e parceiros uma relação duradoura, com foco no crescimento, rentabilidade e responsabilidade socioambiental.”. Vale Visão – “Ser a empresa de recursos naturais global número um em criação de valor de longo prazo, com excelência, paixão pelas pessoas e pelo planeta.”. Gerdau Visão – “Ser global e referência nos negócios em que atua.”. O Boticário Visão – “Ser a empresa que melhor atende e satisfaz as necessidades de produto, serviço e auto realização de seus clientes.”. Brasil Cacau Visão – “Ser uma marca com espírito de liderança, que promete um forte e arrojado crescimento para atender com originalidade e de forma democrática todos os brasileiros, oferecendo produtos de qualidade a preços acessíveis.”. Apple Visão – “Mudar o mundo através da tecnologia.”. Arcor Visão – “Ser a empresa nº 1 de guloseimas e biscoitos da América Latina e consolidar a participação no mercado internacional.”. null null BNDES Visão – “Ser o Banco do Desenvolvimento do Brasil, instituição de excelência, inovadora e proativa ante os desafios da nossa sociedade.”. Mercedes Benz Grupo Pão de Açúcar Visão – “O GPA almeja ampliar a participação no mercado brasileiro de varejo e tornar-se a empresa mais admirada por sua rentabilidade, inovação, eficiência, responsabilidade social e contribuição para o desenvolvimento do Brasil.”. Seara Visão – “Ser reconhecida como uma empresa de excelência no mercado brasileiro e internacional, por processar e comercializar produtos de alta qualidade, em todos os seus segmentos e marcas comerciais, e continuando a se expandir no mercado em que atua no Brasil e no Exterior, com o compromisso de aperfeiçoamento contínuo de seus produtos e com o desenvolvimento sustentável e rentabilidade nos seus negócios.”. Valores: Valores correspondem ao que é importante para a organização e devem ser considerados guias para o comportamento no dia- a-dia. Assim como uma pessoa física, as empresas devem possuir valores que permeiam as suas relações internas e externas. Existem determinados comportamentos que são basilares para algumas empresas, assim como para outras a base está em outros valores escolhidos. Exs: 1. Agilidade 2. Comprometimento 3. Conhecimento 4. Entusiasmo 5. Espírito de equipe 6. Ética 7. Foco no cliente 8. Integridade 9. Valorização das pessoas Fatores Críticos de Sucesso Toda organização está inserida em uma indústria. Entenda indústria, como o conjunto de empresas que formam um mercado. E esse mercado e indústria possuem suas leis, sua demanda, sua forma de atuar e funcionar. Não se engane, quem determina o que é necessário para o sucesso de uma empresa são os clientes, relata Lúcio (2008). Exemplo: entrega em 24 horas, garantia, prazo para pagamento, linha de crédito, linha de produtos rentável, margens, certificado. Ou seja, repare que são critérios exigidos pelo mercado, não pela empresa, para que você sobreviva e consiga operar no mercado. Entender os Fatores Críticos de Sucesso é essencial para a criação do planejamento estratégico da empresa e entender que cada ação arquitetada possui uma razão de existir, sem rodeios e gastos de energia desnecessários. Estratégias Genéricas Competitivas Em 1980, Michael E. Porter lançou o livro Estratégia Competitiva. Porter descreveu a estratégia competitiva como ações ofensivas e defensivas para criar uma posição sustentável dentro da indústria, ações que são uma resposta às cinco forças competitivas que veremos no decorrer do conteúdo. Ele identificou três estratégias genéricas que podem ser usadas separadamente ou em conjunto para criar uma posição sustentável a longo prazo. A primeira é de custo, na qual a empresa busca eficiência produtiva, na ampliação do volume de produção e na minimização de gastos com propaganda, assistência técnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento, e tem no preço um dos principais atrativos para o consumidor. Já a diferenciação faz com que a empresa invista mais pesado em imagem, tecnologia, distribuição, pesquisa e desenvolvimento, recursos humanos, pesquisa de mercado e qualidade, com a finalidade de criar diferenciais para o consumidor. A estratégia competitiva de foco significa escolher um alvo restrito, em que a firma atende necessidades específicas de um determinado grupo, dessa forma, a empresa pode oferecer algo considerado único. null null null null null null null null null null null null null null null null Atividade Extra Umas das empresas mais estudadas no tocante à sua missão, visão e valores é a Vale. Leia através deste texto quais são elas, link: http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/mission/Pa ginas/default.aspx. Com base nos últimos acontecimentos envolvendo a empresa, por conta do rompimento da barragem de Brumadinho e Mariana, quais atitudes você tomaria para manter as promessas feitas através de sua declaração demissão, visão e valores. Planejamento Estratégico II Planejamento Estratégico, o que e como irei fazer? Neste ponto entraremos um pouco mais a fundo em um dos maiores teóricos no assunto: Michael Porter e sua teoria das 5 Forças Competitivas de Porter. Este modelo lhe dará uma base para analisar o mercado e sua indústria de uma maneira mais assertiva e com riscos calculados. Outros pontos a serem abordados são o conceito de objetivo, meta e ação, além da ferramenta 5W2H Modelo das 5 forças de Porter As 5 forças de Porter são parte de um modelo de análise competitiva criado por Michael Porter, professor de estratégia e competitividade da Harvard Business School. Esse conceito foi introduzido em um artigo da Harvard Business Review de 1979, desde então, muitas empresas têm usado a metodologia. Consiste em considerar 5 “forças” que podem determinar a posição de qualquer empresa em seu respectivo mercado. São elas: 1. Rivalidade entre concorrentes 2. Poder de barganha dos fornecedores 3. Poder de barganha dos clientes 4. Ameaça de novos concorrentes 5. Ameaça de novos produtos ou serviços Vamos ver mais a fundo o que está envolvido em cada uma delas. 1. Rivalidade entre concorrentes A primeira força é a rivalidade que existe entre os concorrentes, ou seja, qual o grau de competição existente. Alguns mercados são pouco competitivos, mas isso pode indicar que a demanda não seja tão alta ou que o produto esteja ficando. Por outro lado, outros são extremamente saturados, com muitos concorrentes competindo por uma quantidade limitada de clientes. Nesse caso, o seu poder será muito menor. Algumas perguntas que ajudarão a analisar esse ponto são: • Quantos competidores existem? • Qual a situação dos concorrentes, eles competem por preço ou por outros diferenciais? 2. Poder de barganha dos fornecedores Tem por objetivo determinar o quanto a sua posição no mercado fica nas mãos de quem fornece matéria-prima. Se o número de fornecedores disponíveis for baixo, o seu controle será menor, já que os demais se verão numa posição confortável para aumentar preços, prazos e outros termos do acordo. http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/mission/Paginas/default.aspx http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/mission/Paginas/default.aspx null null null null null null null null null null Quando o número de opções é grande, por sua vez, a situação se inverte e você passa a ter o controle. Daí pode comprar mais barato e fazer demandas, como entrega mais rápida e condições de pagamento facilitadas. As perguntas para descobrir o poder de barganha dos fornecedores são: • Quantos fornecedores há no setor? • Existe muita diferença entre eles? • Qual o custo de mudança de um fornecedor para outro? • Quem detém o poder: eu ou meu fornecedor? 3. Poder de barganha dos clientes Segue o mesmo princípio básico do que foi dado acima. Se os clientes se verem em uma situação de escassez, na qual são poucas empresas que oferecem a solução de que precisam, o controle volta para as empresas. Mas em alguns casos o ticket médio é alto, o que torna cada cliente individual uma parte importante das receitas da empresa. Isso faz com que o poder de barganha seja mais equilibrado, já que um depende quase que igualmente do outro. Você pode concluir qual o poder de barganha dos clientes por considerar: • Qual a proporção de compradores para fornecedores do meu produto? • Qual o poder deles para ditar os termos de negócio? • Como o ticket médio dos meus clientes influencia no processo de compra? • Meus clientes são ativos nas mídias sociais, para afetar a opinião de outros? 4. Ameaça de novos concorrentes Dependendo do segmento de mercado em que o seu negócio estiver inserido, o nível de dificuldade para novos players iniciarem suas próprias operações muda bastante. Por exemplo, considere os mercados que têm ganhado espaço com a Transformação Digital, como o de infoprodutos e o de e-commerce. É extremamente fácil e rápido entrar nesses mercados, já que a dificuldade técnica e os custos de operação são cada vez menores. Por outro lado, para competir no mercado de Internet das Coisas ou Inteligência Artificial a situação já muda de figura, dados os altos investimentos necessários. Como determinar isso na sua indústria? Por responder o seguinte: • Qual o custo inicial para abrir um negócio no meu segmento? • Existem leis, regulações e credenciamentos que são necessários? • Existem fundos de investimento ou incentivos fiscais disponíveis para quem deseja ingressar no setor? • Existem outras barreiras de entrada que fortalecem a minha posição? 5. Ameaça de novos produtos ou serviços Nem sempre a pior ameaça vem de um concorrente conhecido ou de novos players de mercado, e sim de novos produtos ou serviços que tornam a sua solução ultrapassada. Por isso, vale a pena considerar com calma essa ameaça, que representa a quinta e última força de Porter. Até mesmo tarefas que pareciam quase impossíveis de digitalizar alguns anos atrás, como assinatura de documentos ou compra de roupas e sapatos, hoje são comuns. Por isso, pense nas seguintes questões: • Existe algum projeto ou protótipo que poderia substituir meu produto? • Existe alguma parte do meu trabalho que poderia ser automatizada, substituída ou terceirizada? • É fácil encontrar alternativas para a solução que eu ofereço? Uma nova força para se diferenciar da concorrência Uma outra força, normalmente chamada de sexta força de Porter (apesar de não ter sido usada por ele no artigo original) também pode ser de grande ajuda para explicar alianças estratégicas entre empresas. Afinal, essas alianças são formadas o tempo todo, quer por grandes empresas ou pequenos negócios — e incentivamos essa prática para você também. Essa força é chamada de complementaridade, quando um produto ou serviço pode se beneficiar grandemente de ser comercializado junto de outro. Exemplos disso envolvem a parceria de redes de fast food com marcas de refrigerante ou de null null null null null null null null null null null null null null null null chocolate para a produção de sobremesas, ou de agências de turismo com linhas aéreas para a venda de viagens. A melhor forma de usar essa força é pensar em quem podem ser as empresas que serviriam como complementadoras da sua, e desenvolver estratégias em conjunto. Conceito de objetivo, meta e ação O objetivo é a descrição daquilo que se pretende alcançar, ou seja, é o alvo a ser atingido. Por exemplo: Aumentar as vendas da empresa em 20% durante o ano de 2019. A meta nasce do objetivo e precisa ser tangível. É a definição daquilo que se pretende atingir de forma clara, específica e mensurável. Considerando o objetivo acima, pode-se definir 2 metas para exemplificar: Meta 1: Aumentar a satisfação do cliente em relação ao atendimento de 60% para 90% até agosto de 2019. Meta 2: Diminuir o preço de venda dos produtos em 5% até junho de 2019. E a ação é tarefa que deverá ser executada para o atingir a meta e alcançar o objetivo. Para facilitar o exemplo, veja a tabela a seguir: OBJETIVO: Aumentar as vendas da empresa em 20% durante o ano de 2019. META 1: Aumentar a satisfação do cliente em relação ao atendimento de 60% para 90% até agosto de 2019. Objetivos SMART SMART é a sigla em inglês para Specific, Measurable, Achievable, Relevant e Ti me-bound. Ou seja, Metas e objetivos SMART são aqueles que são Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis, Relevantes e Delimitados em um recorte de tempo. Específicos – Um objetivo SMART precisa ser claro e objetivo em seu propósito. Isso vai impactar todo o processo de definição, acompanhamento e geração de insights em cima dele. Mensuráveis – É preciso que haja formas claras e assertivas de mensurar aquele resultado. Por exemplo, não é possível estabelecer a meta de dobrar os números de visitantesem uma loja, se não há um dispositivo que meça quantas pessoas efetivamente visitam aquele lugar. Alcançáveis – Toda meta traçada deve ser alcançável. Caso contrário, as pessoas envolvidas no processo podem simplesmente desistir de tentar por julgar impossível. Relevante – Um objetivo SMART precisa ser relevante para o negócio, senão não há porque acompanhar aquele número. Delimitados em um recorte de tempo – Para medir com exatidão um resultado é preciso delimitar o período de tempo dos dados que serão usados. Ao traçar uma meta é preciso definir em quanto tempo a empresa pretende alcançá-la. Analise comigo: a meta “vender mais” isoladamente não é smart. Agora, “nossa meta é vender 10% mais de bolos de milho para aproveitar a sazonalidade das festas juninas” é um objetivo smart. Outro exemplo: a meta “ter mais seguidores nas redes sociais” não é smart. Porém, “nossa meta para este mês é aumentar a taxa de conversão das nossas páginas de compra pela internet” é SMART. Ferramenta 5W2H O que é 5W2H? O termo 5W2H se refere a uma sequência de ações para a execução de um projeto ou alcance de uma meta na empresa. Vamos agora entender melhor cada um dos pontos que compõem a 5W2H: What (o que)? Indica o que será realizado, ou seja, qual o objetivo, meta ou tarefa a cumprir. Exemplos: expandir o negócio para outra cidade, pagar as contas em dia, lançar um novo produto, aumentar a participação no mercado, reduzir o custo fixo, elevar o número de clientes ou o faturamento. Why (por que)? O gestor deve elencar aqui quais as razões para a proposição da meta. Exemplos: reduzir custos para propor um preço de venda mais baixo, aumentar o faturamento para ter uma margem de lucro melhor, ou pagar as contas em dia para deixar de ter prejuízos com multas e juros. Where (onde)? Determina em que local ou departamento a ação será realizada. null null null null null null null null null null null null null null null null null null null null null null null Exemplos: onde será instalado o novo negócio, em que área será lançado um novo produto ou em que setor haverá redução de custos. When (quando)? Você já definiu a meta, justificou a sua necessidade, determinou onde ela será realizada e, agora, deve indicar os prazos para que ela seja desenvolvida. Se um objetivo tiver mais de uma etapa, é importante estabelecer quando cada uma delas será realizada. Exemplos: o aumento no número de clientes deve ocorrer ao longo de um ano, com novas ações a cada trimestre. Who (quem)? Cada ação precisa ter um responsável. Aqui, você responde quem fará o quê, ou seja, a quem caberá o cumprimento de cada etapa para a concretização da meta. Exemplos: ao responsável pelo marketing caberá as ações para aumento da participação no mercado, à área financeira a proposição de estratégias para pagar as contas em dia e ao chefe de vendas a tarefa de elevar o número de clientes. How (como)? Você já tem quase tudo que precisa para colocar o seu projeto a funcionar, mas não se esqueça de definir como as ações serão desenvolvidas para o alcance das metas. Exemplos: quais táticas serão adotadas para elevar o faturamento ou o número de clientes, de que ações dependem o lançamento de um novo produto no mercado e o que será feito para reduzir o custo fixo do negócio. How much (quanto)? Para a etapa derradeira da metodologia 5W2H, você olha para o caixa. Afinal, a concretização da sua meta tem um custo, que precisa ser viável dentro da sua realidade financeira. Exemplos: a redução de custos só terá “gastos” em empenho e conscientização das equipes, enquanto a expansão do negócio pode ser bem mais dispendiosa, exigindo que o saldo e a projeção do caixa sejam bastante positivos. Atividade Extra Leia através do link: (https://casesdesucesso.files.wordpress.com/2008/0 3/habibs.pdf), o case do restaurante Habibs e responda as perguntas no final do texto que possui relação direta com o conteúdo que foi colocado aqui. Perceba também qual tipo de estratégia genérica competitiva o restaurante escolheu para chegar ao sucesso. Modelagem de Negócios Modelando seu negócio, uma importante e eficiente forma de se entregar valor ao cliente Termos que hoje são muito utilizados serão abordados neste tomo: modelagem de negócios, modelo de negócio, design thinking e business model canvas. Estes itens serão abordados em seus conceitos e principalmente através de aplicações práticas. O que é modelagem de negócios? Para começar, precisamos entender a diferença entre a modelagem de negócios e o modelo de negócio. O modelo de negócio descreve como a empresa vai criar, entregar e capturar valor. Ou seja, demonstra de que forma a empresa vai desenvolver seus produtos e serviços de forma que seus clientes vejam tantos benefícios neles que estejam dispostos a utilizá-los, pagando por eles. Já a modelagem de negócios é o processo de definir o seu modelo de negócios, usando ferramentas para pensar nas diversas áreas de sua empresa. Design Thinking: Metodologia e Aplicações O design thinking propõe que um novo olhar seja adotado ao se endereçar a problemas complexos, com um ponto de vista mais empático que permita colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto e gerar resultados que são mais desejáveis para elas, mas que ao mesmo tempo financeiramente interessantes e tecnicamente possíveis de serem transformados em realidade. Apesar de apresentar as mais diversas etapas, de forma nenhuma o Design Thinking pode ser pensado de forma linear, em uma sequência de fase. Ao contrário, cada etapa permeia a outra, fazendo parte de um todo coerente. Devido a sua natureza não-linear, a configuração das fases de um processo https://casesdesucesso.files.wordpress.com/2008/03/habibs.pdf https://casesdesucesso.files.wordpress.com/2008/03/habibs.pdf null null null null null null null null null null null null null null null null null null null podem ser configuradas de forma a se adequar a um problema ou projeto em questão. Assim, um processo de design thinking pode ser dividido, mas não sequenciado, em: Imersão: Dividida em duas partes, preliminar e em profundidade, é quando uma equipe se aproxima de um problema, a partir das mais diversas perspectivas e pontos de vistas. A imersão preliminar é quando o problema é entendido, a partir de um enquadramento e de pesquisas, tanto de campo inicial (pesquisa exploratória) quanto de referências, locais e globais (pesquisa desk). Nessa fase, os mais diversos atores do processo são identificados, além do escopo e limites de um projeto, fornecendo insumos para a fase seguinte, a de imersão em profundidade. A imersão em profundidade inicia-se com um Projeto de Pesquisa, seguindo de uma exploração do contexto do problema, muitas vezes, utilizado técnicas emprestadas da antropologia, como entrevistas, trabalho de campo, etc. A partir dos dados coletados, cria-se cartões de insights com reflexões e conclusões geradas durante a fase de imersão, de forma a facilitar a consulta e o manuseio. Dessa forma, é possível criar insumos para a etapa de análise e síntese. Análise e síntese: Os dados coletados na fase de imersão, organizados em cartões de insights, devem ser submetidos a uma fase de análise e síntese, de forma a serem organizados e criar padrões identificáveis, dentro de uma lógica que permita a compreensão do problema em questão. Nessa etapa, várias ferramentas podem ser usadas, como: cartões de insight, diagramas de afinidades (organização e agrupamento de cartões de insight com base em afinidades, similaridades, dependências ou proximidades, gerando um organograma),mapas conceituais (visualização gráfica, construída para organizar dados coletados em trabalho de campo), critérios norteadores (diretrizes balizadores do projeto), etc. Ideação ou ideation: É a fase onde o perfil de um público alvo é definido, daquelesque serão “servidos” pelas soluções criadas, a partir de ideias inovadoras para um tema do projeto em questão. Para tal, utiliza-se como insumo a síntese criadas a partir das fases anteriores. Nessa fase, além da equipe multidisciplinar envolvida em todo o projeto, outros sujeitos são incluídos como usuários (público) e profissionais da área em questão, de forma a obter várias perspectivas e um resultado mais rico e diverso. Nessa fase, brainstormings são realizadas, além de sessões de co-criação com o público e profissionais da área, gerando ideias que serão capturadas. Aqui ideias ousadas são bem-vindas, de forma que se evita qualquer julgamento de valores. Por isso o senso crítico não pode inibir os sujeitos envolvidos, sendo promovido apenas para o debate de ideias. Prototipação ou prototipagem: É o momento que ideias abstratas ganham conteúdo formal e material, de forma a representar a realidade capturada e propiciar a validação de todo o conteúdo apreendido. E apesar de ser apresentado como fase final do processo de design thinking, ele pode permear todo projeto, de forma a acontecer simultaneamente com a imersão, análise e síntese, e ideação. Nessa fase que as soluções inovadoras devem ser criadas, criando oportunidades de negócios, no caso de uma empresa Business Model Canvas O Business Model Canvas ou "Quadro de modelo de negócios" é uma ferramenta de gerenciamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio novos ou existentes. É um mapa visual pré-formatado contendo nove blocos do modelo de negócios. Com seu padrão de design de modelo de negócios, uma empresa pode facilmente descrever seu modelo de negócios. Business Model “Um Modelo de Negócios descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização.”, Osterwalder. O Business Model Canvas é um mapa dos principais itens que constituem uma empresa, pode ser também uma receita de estratégia, que deve estar sempre sendo revisado cada quadrante ao longo do tempo para saber se cada um está sendo bem atendido ou se é necessário fazer alteração em algum deles para se conseguir um melhor resultado. O mapa é um resumo dos pontos chave de um plano de negócio, mas não deixa de excluir um plano de negócio em si, é uma ferramenta menos null null null null null null null null null null null null null null formal que pode ser utilizada com mais frequência no dia a dia. 1. Proposta de valor: Defina qual é a oferta de valor do seu negócio para os clientes, ou seja, que benefícios pretende entregar e o que poderá levar as pessoas a se interessarem pelo seu produto ou serviço. Tente resumir tudo em uma única frase. 2. Segmento de clientes: Defina nichos de clientes, ou seja, que fatia do mercado você deseja atender. Pense em qual é seu perfil, onde eles estão, como estão agrupados e qual sua necessidade comum. 3. Canais: Defina por que caminho sua empresa chegará ao cliente, como se comunicará e entregará valor e como o consumidor poderá interagir com seu negócio. Pense em canais de comunicação, distribuição e vendas. 4. Relacionamento: Defina como sua empresa vai conquistar e manter um bom relacionamento com seus clientes. Pense em estratégias que serão um diferencial, de forma que os concorrentes não sejam escolhidos apenas por ter um preço mais baixo. 5. Receitas: Defina como e quanto seus clientes terão que pagar pelos benefícios que sua empresa oferta. Lembre-se de que, atualmente, as vendas não são o único modelo de receita — considere opções como aluguel, assinatura, licença, entre outras. 6. Recursos: Relacione os ativos necessários para realizar sua proposta de valor e colocar o negócio para funcionar. Pense tanto nos ativos físicos, como maquinário e equipamentos, quanto nos intelectuais, como recursos humanos e patentes. 7. Atividades: Relacione as atividades mais importantes para que a proposta de valor seja realizada e a empresa funcione corretamente. 8. Parcerias: Identifique toda terceirização que será feita, com fornecedores e parceiros necessários como apoio para a realização de sua proposta. Pense em outras empresas que ajudarão seu negócio a entregar a oferta de valor. 9. Estrutura de custos: Identifique tudo que será gasto para a operacionalização de seu negócio, considerando os custos com canais, recursos, atividades e parcerias. Com esse passo a passo, vai ficar fácil fazer o seu Business Model Canvas, pois agora você já sabe o que é necessário apresentar no diagrama montado e quais perguntas devem ser respondidas para completá-lo. Aplicação O Business Model Canvas pode ser impresso numa grande superfície para grupos de pessoas começarem a esboçar e discutir elementos do modelo de negócios com lembretes em Post-it ou marcadores para quadro branco. É uma ferramenta que fomenta o entendimento, a discussão, a criatividade e a análise. Atividade Extra 1. Veja este vídeo de aplicação do pensamento Design Thinking de resolução de problemas utilizada na Telefônica – Vivo através do link: (https://www.youtube.com/watch?v=z2y2gPz1BNg). Retire do vídeo três novos insights que você conseguiu identificar no processo de Design Thinking da Telefônica – Vivo. Investindo e Valorando Startups Preciso de dinheiro, e agora? Neste momento você precisa angariar recursos para o seu projeto. Como fazer? A quem recorrer? Quais as modalidades? Quem poderá lhe ajudar nesta questão? Uma segunda questão abordada neste tomo é: preciso dizer quanto vale a minha empresa. Por qual caminho seguir. Todos estes itens serão abordados no conteúdo a seguir A figura 2 apresenta as etapas para financiamento de um empreendimento. https://guiaempreendedor.com/veja-como-a-analise-de-mercado-impacta-na-tomada-de-decisoes-de-um-negocio/ https://guiaempreendedor.com/os-segredos-do-bom-relacionamento-com-o-cliente/ https://www.youtube.com/watch?v=z2y2gPz1BNg null null null null null null Figura 2: Etapas para o financiamento de um empreendimento. Fonte: Mariano e Mayer (2008 Segundo a figura acima, identificamos quatro diferentes formas de investimento em novos empreendimentos e a sua etapa dentro do ciclo de desenvolvimento de uma empresa startup. Capital Próprio dos Empreendedores, Investidor Anjo, Capitalista de Risco e Abertura de Capital. Uma quinta forma de investimento em empresas startups em crescimento no mercado brasileiro, e não citado pelos autores da figura 2, é o crowdfunding. Palavra em inglês, composta pelos termos crowd (público) e funding (financiamento), podendo ser interpretada como “financiamento coletivo” em português (livre tradução). Capital Próprio dos Empreendedores A forma mais comum de financiamento ao iniciar um negócio é o capital próprio do empreendedor, ou através de familiares e amigos. Esta forma de empréstimo é normalmente feita através de um acordo tácito, informal, sem muitas formalidades, e por esse motivo é chamada de “Love Money”, segundo Klein et al (2017). O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação apontou que em 2014 existiam 17 milhões e 43 mil empresas no Brasil, e sua grande maioria constituída por empreendedores individuais, sendo 83% destas financiadas com capital próprio ou da família/amigos. Investidor Anjo São pessoas físicas que investem seu capital próprio em busca de uma maior rentabilidade do que a oferecida por investimentos tradicionais, via aquisição acionária nos negócios, explana Bettignies (2008). Segundo Calvosa e Freitas (2008) apud Machado (2015), o termo “anjo”, ainda é pouco conhecido no Brasil, no que se refere ao tipo de investidor. No entanto, a sua participação no em investimentos inovadores está em fase de crescimento. Capitalista de Risco De acordo com Bernardes et al (2017), a busca por novos empreendimentos que obtivessem alta lucratividade levaram grupos norte-americanos a angariar novas formasde investimento. Esta iniciativa, investir em negócios inovadores, por se tratar de um investimento de alto risco foi denominada “capital de risco” ou “venture capital”, em inglês. No mercado do capital de risco existem os investimentos em empresas em estágios iniciais ou pequenas empresas em fase de expansão, que são denominadas Venture capital. Por outro lado, os fundos de Private equity, são investimentos focados em médias e grandes empresas em estágio adiantado de desenvolvimento (Spina, 2015). O capital de risco compreende o capital semente, o venture capital e o private equity (KLEIN ET AL, 2017). Capital semente, por sua vez, compreende um tipo de investimento realizado na fase inicial de um novo negócio, que representa, muitas vezes, apenas ideias ou projetos escritos no papel (WEISZ, 2006). Ainda segundo Klein et al (2017), o capital semente caracteriza-se por ser o investimento necessário para colocar uma empresa no mercado, podendo ser aportado por um fundo semente, familiares ou amigos e/ou por um investidor- anjo. Private Equity são direcionados a negócios mais maduros, mas que ainda não estão prontos para o estágio de abertura de capital. Pensando em uma linha cronológica, é como se o Private Equity desse continuidade ao processo de financiamento na modalidade de Venture capital (Weisz, 2006). Abertura de Capital O IPO – Oferta Pública Inicial é um estágio mais avançado dentro de uma linha cronológica de um processo de estruturação financeira de uma startup. Weiz (2006), descreve que o investimento em formato de fundo de Private Equity, são usados na consolidação do negócio até levar a empresa para o IPO, no sentido de utilizar o tipo de investimento correto de acordo com a maturidade de negócio da startup. A abertura de capital é considerada quando as ações são lançadas ao público para negociação em bolsa ou em mercado de balcão organizado (BARROS et al, 2015). Ainda com Barros et al (2015) apud Silva (2000), a abertura de capital apresenta como null null null null null null null null null null null null null null null null null null null desvantagem a obrigação através de exigências legais a transparências de informações internas da empresa que podem ser consideradas imprescindíveis para a vantagem competitiva da empresa. Em contraponto a esta desvantagem descrita acima, a abertura de capital apresenta ao empreendedor a possibilidade de captação de recursos de outros países através do lançamento de recibos de depósitos negociáveis, Cavalcanti e Misumi (2001), e a possibilidade de modificar a quantidade entre direitos de controle e de fluxos de caixa, a fim de negociar o controle com um potencial comprador (Bordeuax-Rego, 2004). Crowdfunding O crowdfunding difere da maioria das alternativas tradicionais de financiamento empresarial, pois ele provisiona coletivamente os custos relativos ao desenvolvimento de projetos e negócios, permitindo que a comunidade se beneficie com a compra e consumo de produtos ou serviços que não poderiam estar disponíveis nas mesmas condições percebidas (Boudreau et al, 2015 apud Felipe et al, 2017). O processo de funding coletivo conta com um grande número de investidores, que depositam seus recursos em projetos, produtos ou ideias inovadoras (Hu, Li & Xi, 2015). Segundo Strausz (2016), essa modalidade de financiamento aperfeiçoa as relações de mercado, pois mesmo antes do financiamento se concretizar, os investidores conseguem interagir com os empreendedores e desta forma reduzem as incertezas e risco de insucesso do projeto. Dessa forma, os indivíduos conseguem arrecadar capital de diferentes modos, superando problemas de crédito na fase inicial de seus negócios (Tomczak & Brem, 2013). Valoração de Empresas (Valuation) Valuation ou Valoração – Termo em inglês para “Avaliação de Empresas”, “Valoração de Empresas” ou “Arbitragem de Valor”. Esta área das Finanças estuda o processo de avaliar o valor de determinado ativo, financeiro ou real. (RIBEIRO et al., 2013). Segundo o autor, esta definição caracteriza o valor que é atribuído a uma empresa em momentos em que se faz necessário através de um acordo comercial de compra ou venda da mesma, obtenção de recursos financeiro de terceiros, desenvolvimento ou aquisições de Franchising, dentre outros processos que requeiram tal informação. De acordo com Pelepu, Healy e Bernard (2004), valuation é o processo de conversão de uma projeção em uma estimativa do valor de uma empresa ou de alguma parte da empresa. Demirakos, Strong e Walker (2004), relatam que, aparentemente, os analistas adaptam suas metodologias de valuation de acordo com as características do setor da empresa que estão analisando. O Quadro abaixo, demonstra os principais métodos para valorar uma empresa, resumindo nas seguintes categorias: Métodos de avaliação de empresas Métodos de Avaliação divididos por categoria Categorias de avaliação 1 - Result ado Econ ômico 2 - Balan ço Patri moni al 3 - Fluxo de Caixa Desco ntado 4 - Criaçã o de Valor 5 - Opçõe s 6 - Misto (Goo dwill) Múltipl os de venda Valor dos lucros Valor dos divide ndos Outro s Múltipl os Valor contá bil Valor contá bil Ajust ado Valor de Liquid ação Fluxo de Caixa dos Sócios Fluxo de Caixa Livre Capital Cash Flow APV EVA Lucro Econô mico Cash Flow Retur n On Investi ment – CFROI Outro s Black Schole s Opção de Investi mento Expan são do projet o Expan são do Clássi co Uniã o Euro péia Perit os cont ábeis Rend a abre viada null null null null null null null null null null Valor subst ancial Projet o – Usos Altern ativos Outr os Fonte: Elaboração própria com informação de ALVES; REZENDE; RIBEIRO (2013, p. 4) Técnicas comparativas de mercado ou de resultado econômico As técnicas comparativas de mercado se valem da comparação de índices financeiros e contábeis entre empresas que operam no mesmo segmento com o objetivo de identificar o desempenho entre ambas. No caso do valuation através de múltiplos, a simplicidade abre uma vantagem muito grande, mas as empresas comparadas podem ser suficientemente diferentes em termos de eficiência, posicionamento no mercado, marketing e até mesmo foco nos produtos. (MENDONÇA, 2011, p. 185). As técnicas comparativas de mercado comparam índices relativos à operação de empresas que atuam em um mesmo segmento a fim de avaliar suas atuações quanto ao seu índice de vendas, lucratividade, percentual de crescimento, dentre outros. Técnicas baseadas em ativos e passivos contábeis ou método do balanço patrimonial Segundo Ambros e Schnorrenberger (2014), o modelo do valor contábil (MVC), conhecido também como modelo de avaliação do valor contábil ou modelo de avaliação patrimonial contábil é o que mais conserva a informação contábil, pois o mesmo não passa por nenhum ajuste ou adequação, apresentando como o valor da empresa o próprio valor do patrimônio líquido obtido pela diferença entre os ativos e passivos exigíveis. Percebe-se por meio da afirmação acima que as metodologias de valoração utilizando índices contábeis são de fato metodologias auxiliares, uma vez que não consideram o valor do dinheiro no decorrer do tempo, mas sim uma análise do momento em que é avaliada. Outra característica marcante é a facilidade de compreensão desses índices, independente do grupo que se faz interesse, porém com bastante subjetividade no que diz respeito a que contas serão escolhidas no momento da avaliação. Técnicas baseadas no fluxo de caixa descontado A metodologia do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) tem como fundamento de que o dinheiro modifica seu valor no decorrer do tempo e é a metodologiamais utilizada para avaliação financeira de projetos, pois a mesma é considerada a metodologia que mais se aproxima da teoria de finanças, por avaliar a capacidade que uma organização possui de gerar riqueza em um período de tempo. Segundo Boularhmane e Aboulaich (2016), o método de Fluxo de Caixa Descontado (FCD) é um dos métodos mais utilizados para o processo de avaliação de empresas, uma vez que o mesmo reflete a força econômica da instituição sem levar em consideração questões externas que podem influenciar diretamente no valor final de uma empresa, como: forças externas de mercados e de negociação. A fórmula do FCD, de acordo com a afirmação acima é a seguinte (2): \color{black} ValorValor \sum_{t=0}^{t=1}(\frac{CF_t}{1+r^ t})∑t=0t=1(1+rtCFt) em que: n é a vida útil do ativo CFt é o fluxo de caixa esperado no período t; r é taxa de desconto refletindo o risco inerente aos fluxos esperados. De acordo com Perez e Famá (2004), a essência deste método é o de projetar futuros fluxos de caixa operacionais, trazê-los a valor presente, através de uma taxa de desconto adequada, que reflita o risco inerente a estes fluxos e o custo de oportunidade do capital. Técnicas baseadas na Criação de Valor As metodologias de criação de valor buscam saber se a empresa está ou não gerando valor e para isso é necessário saber o custo do capital empregado e do retorno do capital empregado pela empresa. Segundo García, (2003) (apud, ESCOBAR; BOTERO, 2013), os métodos desta categoria de valoração de empresas permitem calcular e avaliar a riqueza gerada pela empresa. O risco operacional e de mercado que podem estar envolvidos são considerados através de três alternativas de gestão null null null null null null null null null null null null null null que concentram ao mesmo tempo os seus processos organizacionais: direcionamento estratégico, gestão financeira e gestão de recursos humanos. De acordo com Tomazoni e Menezes (2004), valor, não está relacionado intrinsecamente e exclusivamente ao ato de mensurar, valor, antes de tudo é uma ação de relacionamento. Considerando que o processo de valuation é feito por indivíduos o valor econômico pode ser entendido como uma estimativa da tendência de uma relação entre a utilidade quer objetiva quer subjetiva, proporcionada por esse bem e essa valoração. Técnicas com modelos de opções A técnica através de modelos de opções aplica métodos de avaliação de opções financeiras a decisões corporativas. Segundo Rodrigues et al. (2013) o estudo das decisões de investimento vem sendo abordado e de interesse tanto no meio científico quanto acadêmico a décadas, no intuito de prover critérios mais objetivos e eficientes no que tange à alocação de recursos. De acordo com (SANTOS; ZOTES, 2011, p.4) a opção financeira é um direito que entrega ao seu detentor a oportunidade de realizá-la ou não segundo avaliações. Segundo o conceito acima, esta metodologia vem mudando a forma de se gerir os recursos financeiros empresariais, uma vez que a mesma opera diferente do conceito de (FCD), onde a empresa possui a obrigação de cumprir, independente das informações que a mesma irá adquirir no decorrer do seu trajeto. Técnicas em modelos mistos (Goodwill) Segundo Perez e Famá (2004), pode ser considerado como Goodwill, o conjunto de características, qualidades e diferenciais de uma empresa expressos através de sua capacidade futura de produzir riquezas: marcas registradas, market share, conhecimento organizacional, qualidade nos processos internos, know-how, credibilidade de mercado, etc. Ambos autores afirmam que o Goodwill, mesmo não sendo identificado no balanço patrimonial e nos índices financeiros e econômicos da empresa, formam uma série de ativos intangíveis, que poderão ser benéfico para a empresa em uma situação futura, fazendo com que a mesma gera mais riquezas por conta destes fatores intangíveis. Atividade Extra 1. O Sócio é um conhecido programa, onde um empreendedor serial milionário chamado Marcus Lemonis investe seu próprio dinheiro em empresas que precisam de uma mudança de rumo e que estejam em situação de fragilidade. Veja este vídeo através do link: (https://www.youtube.com/watch?v=PVkbbRUEZ6 o) e responda a seguinte pergunta: Qual a relação que você faz com o vídeo, o conteúdo estudado e o Smart Money? O que você identificou no vídeo como sendo uma característica de Smart Money? Discorra sobre isso. Comunicação & Pitch Terei que apresentar meu projeto, e agora? Este é um dos pontos mais importantes de todo conteúdo. Uma vez que você possui seu negócio já todo estruturado, existe a necessidade de se conectar com investidores que estejam dispostos a investirem dinheiro em seu projeto em troca de retorno futuro. Este momento poderá ser um divisor de águas em seu projeto. Por esse motivo é muito importante você saber elaborar um com discurso e formatar um bom pitch. Falaremos no final um pouco também sobre oratória e algumas dicas de apresentação para que você vá preparado para este importante momento. O que é o Pitch? O pitch é uma apresentação rápida e direta, em geral até 5 minutos, mas possui variações de apresentações maiores, com o objetivo de despertar o interesse do ouvinte sobre uma ideia, um negócio ou sobre uma pessoa. Assim, o pitch deve conter as informações essenciais e diferenciadas sobre o tema abordado, as quais podem ser apresentadas verbalmente ou com auxílio de material audiovisual. Além do material audiovisual é comum o uso de protótipos ou o produto acabado para que possa existir uma experiência de uso por parte do possível investidor. https://www.youtube.com/watch?v=PVkbbRUEZ6o https://www.youtube.com/watch?v=PVkbbRUEZ6o null null null null null null null null null null null null null null O pitch não é uma reunião de negócios, a formalização de uma parceria ou o fechamento de uma venda. Ele é um momento inicial onde algum tipo de parceria poderá ser “fechada” naquela situação ou não, ficando a critério principalmente do investidor. Tipos de Pitch Os tipos de pitches irão variar de acordo com o tempo disponível para efetuar a sua apresentação. Aqui, estamos dividindo pitches de até 1 minuto, de 3 a 5 minutos, 7 a 10 minutos ou até 20 minutos. Logicamente com tempos aproximados ao que expomos. Repare que à medida que você ganha tempo, você acrescentará mais informações em sua apresentação, porém isso não significa que em algum momento posterior você não seja indagado sobre as questões relacionadas ao seu negócio. Um segundo ponto importante é a informação relacionada ao valuation de seu negócio, onde você deverá ter em mente de forma clara e objetiva o método utilizado para obter a valoração da sua empresa e quanto de percentual você está disposto a ceder da sua startup. As informações básicas para que você consiga fazer um bom pitch são: Identificar a Oportunidade de Negócio, Apresentar a sua Solução, Destacar seus Diferenciais e Explanar sua Proposta. Fonte: Startse Repare que à medida que você ganha tempo, você acrescentará mais informações em sua apresentação, porém isso não significa que em algum momento posterior você não seja indagado sobre as questões relacionadas ao seu negócio. Um segundo ponto importante é a informação relacionada ao valuation de seu negócio, onde você deverá ter em mente de forma clara e objetiva o método utilizado para obter a valoração da sua empresa e quanto de percentual você está disposto a ceder da sua startup. As informações básicas para que você consiga fazer um bom pitch são: Identificar a Oportunidade de Negócio, Apresentar a sua Solução, Destacar seus Diferenciais e Explanar sua Proposta. O pitch de 1 minuto Existe até um termo para um pitch tão curto: elevator pitch. Ou seja, uma apresentação tão rápida quanto a conversa de um elevador. Como o tempo é curto, você tem que fazer o seu negóciodespertar o interesse do investidor ao ponto dele querer ouvir mais sobre sua empresa e possivelmente pedir para você enviar um e-mail com mais detalhes. Para estar preparado para uma situação parecida, é muito importante ter um discurso memorizado de até um minuto sobre os pontos mais importantes do seu negócio. Nesse caso, é indicado dar mais atenção ao propósito da startup, o problema que ela propõe resolver, o público-alvo e por que ela se diferencia das outras do mercado. Como você não terá mais tempo, deve aproveitar cada palavra usada. O pitch de 3 a 5 minutos Aqui, você terá um pouco mais de tempo para entrar em detalhes do seu negócio. Desenvolva com mais clareza os pontos básicos (problema, solução, público e diferencial), aprofundando a explicação com dados relevantes em cada um deles. O crescimento da sua empresa é um fator indispensável, de acordo com Li Jiang: “Todos os outros detalhes podem ser discutidos em uma reunião futura, mas se o seu negócio não tem métricas de crescimento otimistas, você não vai conseguir essa segunda reunião”. Para isso, você deve saber quais são os indicadores que importam no seu setor, por exemplo, se você tem uma startup no setor de e-commerce, é interessante falar da rotatividade da base de clientes e do índice de crescimento mensal de vendas. Também é hora de falar sobre outros dois fatores super importantes: o tamanho do mercado e a sua equipe. Em relação ao mercado, é bom deixar claro que você está informado sobre o nicho da sua empresa e saber exatamente com quem está competindo, caso contrário, você pode passar a impressão errada e fazer seu investidor desistir da sua empresa. null null null null null null null null null null null null null null Já a equipe é outro fator de peso e o que mais conta é o equilíbrio. Não basta só ter profissionais da tecnologia, é importante mostrar que existe complementaridade. Para Ghignatti, visando as empresas B2B, os três pilares mais importantes para uma equipe completa são Negócios, Marketing e Vendas e Desenvolvimento. Tendo pelo menos um bom profissional em cada área, sua equipe poderá fazer um trabalho mais sólido e atrair mais investidores. O pitch de 7 a 10 minutos Com um tempo mais folgado de apresentação, você pode investir em materiais de apoio como PowerPoint, Prezi, entre outros. É indicado utilizar muito pouco texto nos slides, de preferência com uma fonte grande. Mas nem todo material de apoio tem que ter pouco texto, afinal, depois do pitch propriamente dito, geralmente há a roda de perguntas. Como você dificilmente vai conseguir memorizar todos os dados relevantes da sua empresa. Também, com esse tempo já é interessante acrescentar ao pitch as projeções financeiras. Assim como o tamanho do mercado, esse é um tópico que exige cuidado, afinal, se suas contas ou expectativas trouxerem um cenário muito diferente da realidade, isso poderá significar despreparo. O pitch de até 20 minutos O desafio de um pitch de 20 minutos é manter a atenção da sua audiência durante todo o tempo de exposição. Para você conseguir vencer essas distrações, além dos dados e de aprofundar os tópicos já abordados, é interessante contar uma história. Afinal, por que essa startup é tão importante para você? Lembre-se que em um pitch é essencial ser objetivo, então nada de se perder na narração: saiba onde você quer chegar. Sobre isso, Li Jiang chama a atenção: “Um erro frequente é tentar contar a história inteira – é longo demais. Foque em contar o suficiente para despertar o interesse das pessoas em você e na sua empresa”. Dicas de oratória e apresentação Planejamento Mentalize sua vitória Independente da sua fé ou religião é muito importante você mentalizar que obteve sucesso em sua apresentação. Mentalize apertando a mão do investidor fechando um acordo, mentalize os rostos interessados dos investidores, mentalize você seguro no momento da sua apresentação. Pense no seu público Para quem você fará a sua apresentação? Isso muda tudo! Fazer uma apresentação para investidores que possuem know-how em empresas de tecnologia é totalmente diferente de se apresentar para investidores de empresas tradicionais. Você deve se colocar no lugar de quem irá receber sua mensagem e se colocar através de uma postura empática. Cuidado com a linguagem Quer não errar no momento de sua apresentação, tanto com erros de pronúncia, quanto de dicção? Use palavras simples. Palavras que possam ser compreendidas por qualquer público de forma neutra, sem nenhum tipo de gírias ou regionalismos. Isso é uma forma de aumentar a probabilidade de sucesso do seu pitch. Use recursos visuais e evite textos Este item deve ser utilizado quando o seu tempo de apresentação permitir: a partir de 3 minutos. Procure usar contrate em sua apresentação, ou seja, não utilize fundos claros com letras claras ou fundos escuros com letras escuras. Utilize fontes entre 18 e 30 e procure não colocar muito texto. A utilização de imagens é de suma importância em quantidade maior do que o uso de textos. Caso utilize do recurso de textos, evite lê-los com frequência, isso demonstra despreparo. Defina seus objetivos Defina o que você está buscando neste pitch e quais seus limites mínimos e máximos aceitáveis. Isso lhe dará uma margem para negociar no momento do pitch e lhe economizará tempo, caso seja feita alguma proposta que fuja muito do que você propõe. Estude todas as possibilidades Quais são as principais e possíveis perguntas que você poderá receber no momento do seu pitch? Analise e estude todas as possíveis respostas que você deverá ter na ponta de sua língua para que você possa passar o maior profissionalismo e preparo possível. Ensaie antes null null null null null null null null null null null null null null null null Ensaie seu discurso. Tenha ele decorado, porém o apresente com a naturalidade de uma pessoa que esteja improvisando naquele momento. Essa habilidade você só conseguirá treinando e ensaiando sua fala. Fale no espelho, fale para amigos e para pessoas que você não tenha muita intimidade. É uma forma de receber feedback de uma maneira direta e imparcial. Durante a apresentação Clareza e objetividade Seja claro e objetivo em sua fala. Se atenha ao que foi ensaiado e planejado anteriormente. Você está ali apenas para fazer o que foi estudado, não tente improvisar o que não foi treinado. Movimente-se Utilize o corpo a seu favor. O “movimentar-se” não significa ficar andando para todos os lado, da mesma forma que não expressar nenhum tipo de reação através do corpo por conta do que está sendo falado não parecerá natural. Haja naturalmente, utilize seu braços para retratar de forma natural o que está sendo exposto. Engaje seu olhar Olhe para as pessoas que estão recebendo sua mensagem, engaje o seu olhar para passar credibilidade na sua informação. Não fique olhando além ou para baixo. Caso esteja falando com mais de duas pessoas, intercale seu olhar entre os ouvintes para que eles percebam que você está falando diretamente para eles. Encare-os como iguais Um ponto muito importante é: respeite o momento. Não entre com a mentalidade de que está tudo ganho nem mesmo com a mentalidade de que sua vida acabará caso aquele momento não saia do jeito que você planejou. Encare os investidores como iguais e não profissionais ou pessoas acima de qualquer coisa. Eles estão ali para fazer o trabalho deles e você para fazer o seu. Saiba lidar com imprevistos e negativas Problemas acontecem e você está passível a passar por eles no momento de sua apresentação. Um microfone pode não funcionar, um computador pode não ligar, um arquivo pode não abrir ou você poderá esquecer um importante termo. Isso é normal. Se prepare com afinco e não deixe seu psicológico ficar abalado em caso de uma situação não planejada acontecer. Respire, se recomponha e continue seu pitch normalmente.Atividade Extra 1. Assista essa apresentação no Shark Tank Brasil da empreendedora Érika Bronze e analise todos os aspectos da sua apresentação a luz do conteúdo que foi estudado aqui. Ressalte todos os pontos, bons e negativos e oportunidades de melhorias, caso você estivesse no lugar dela. Veja este vídeo através do link: (https://www.youtube.com/watch?v=sDOEjs5tZpk) https://www.youtube.com/watch?v=sDOEjs5tZpk null null null null null null null Storytelling (Organização e Expressão do Conhecimento) Fundamentos Teóricos O que é Storytelling Contar histórias é uma das características mais humanas que existem. Desde que adquirimos consciência, usamos a linguagem oral, mitos e desenhos em cavernas para dar sentido ao mundo onde estamos e às experiências que constroem as nossas identidades. Por isso costumamos atribuir narrativas e personalidade onde não há a fim de conseguir apreender o mundo de forma coerente. Não é por acaso que a habilidade de contar histórias é também uma das mais poderosas ferramentas que temos para a mudança social, a aprendizagem e para a nossa evolução enquanto seres humanos. Por isso a sua aplicação é ampla e vai desde a mobilização social, passando pela educação até a utilização em Publicidade e Gestão de Negócios. Nos últimos anos muito tem sido estudado a respeito de como contar melhores histórias e maximizar os seus resultados frente a objetivos específicos. Esses estudos, apesar de ser baseados em obras tão antigas como a Poética de Aristóteles, avançou muito para atender à indústria do cinema que vive da capacidade de mobilizar e lucrar com histórias que movam grandes quantidades de pessoas. Esses estudos vão da semiótica à neurociência e tentam explicar por que contamos histórias e por que histórias nos movem e são tão essenciais para que saibamos quem realmente somos. Aspectos Científicos de Storytelling Uma das razões principais para sermos animais narrativos está em células encontradas no nosso cérebro chamadas de Neurônios Espelho. Elas estão localizadas no córtex pré-motor, denominando-se de neurónios viso-motores. Eles são cruciais para a aprendizagem pois nos permitem vivenciar e sentir uma ação realizada mesmo quando passivamente observada. Por isso ao vermos um filme ou lermos uma história nos sentimos dentro da ação e, portanto, guardamos essa experiência quase como uma experiência real, pois o neurônio imita o comportamento de outro ser observado como se estivesse ele próprio a realizar essa ação. Considera-se que esses neurônios são de importância crucial na imitação e na aquisição da linguagem e em outras ações relacionadas a aprendizagem, mobilizando a memória e promovendo a mudança comportamental. Se as histórias são assim tão poderosas é óbvio que elas acabam se tornando parte integrante do nosso processo comportamental pois são tratadas como experiências fortes que utilizamos para realizar inferências que guiarão as nossas ações no mundo e moldarão as nossas atitudes. Storytelling na construção social e individual Se as histórias nos mobilizam tanto ao ponto de alterar o nosso comportamento, não é surpresa que as histórias que vemos, ouvimos e que contamos a respeito de nós mesmos são o cerne da nossa identidade. Afinal, como dizia Aristóteles na Poética, não existe psicologia do personagem, apenas ação. E as ações que vemos ou vivenciamos se tornam o fiel da balança em nossas decisões, para o bem ou para o mal, e acabam por definir as nossas identidades. O mesmo acaba refletindo no nosso meio social que é a soma das identidades das pessoas, influenciada por aqueles de maior influência que em geral são os que contam as melhores histórias ou que controlam as narrativas que circulam na população. Atividade extra Nome da atividade: Que histórias moldaram você? Se alguém lhe perguntar qual a história que mais lhe marcou na infância, qual história você contaria? Redija essa história e depois analise como essa história impactou na construção da sua personalidade e na sua visão de mundo. Estrutura Narrativa O que faz uma história Quando vemos ou ouvimos uma história, a experiência sempre nos parece fluída e orgânica. Quer dizer, quando a história é bem contada. Assim normalmente não costumamos quebrar a história em seus componentes básicos nem analisar como eles se interligam. Porém, para aprendermos a contar melhores histórias, precisamos entender quais são esses componentes básicos indispensáveis e saber como eles devem interagir para que consigamos criar histórias memoráveis. Em resumo, uma história pode ser definida pela seguinte equação: História= personagens + desejo + conflito Ou seja, uma história é quando algum personagem deseja algo e precisa enfrentar obstáculos para atingir seu objetivo. Dessa forma os elementos básicos de uma história são: personagens, plot, cenário e estratégia narrativa. Personagens Os personagens são os seres atuantes na história. São eles que geram ação e movimento que impulsionará a trama. Eles se dividem em 3 tipos básicos. PROTAGONISTA AQUELE QUE PRIMEIRO QUE AGONIZA AQUELE QUE SE SUBMETE AO TESTE ANTAGONISTA CONTRA AQUELE QUE QUE AGONIZA CONTRA AQUELE QUE SE SUBMETE AO TESTE DEUTERAGONISTA COADJUVANTE, QUE AUXILIA, OUVE, SE OPÕE, FALA AO PROTAGONISTA O protagonista é o personagem que tem o desejo que move a história, o(s) antagonista(s) são aqueles que se opõe ao protagonista conseguir o que deseja, e os coadjuvantes são personagens auxiliares que ajudam ou atrapalham o protagonista a conseguir o que deseja. Plot Plot é o enredo da história, com seu começo, meio e fim. Pode ser melhor descrito como uma série de eventos interligados por meio de uma cadeia de causa e efeito que dizem respeito a um personagem que deseja algo desesperadamente, que não será fácil conseguir devido a obstáculos interno e externos e que chegará a uma conclusão. A estrutura mais utilizada de Plot é a estrutura de 3 atos, com exposição, complicação e resolução. Cenário e Tom O cenário estabelece o mundo onde a história ocorrerá e onde se encontram os personagens. Podemos ter os mesmos personagens, seguindo o mesmo plot, mas em mundos diferentes, o que irá gerar novas histórias. O cenário é responsável por estabelecer as regras do mundo em que os personagens se encontram e estabelecer o que é comum, possível ou impossível de ocorrer. O tom tem a ver com o gênero da história, se é um romance, drama, comédia, fantasia, etc. Ele ajuda a criar as emoções que esperamos que os leitores, ouvintes e espectadores sintam ao “consumir” a história. Estratégias Narrativas As estratégias narrativas estão relacionadas a como essa história vai ser apresentada ao público, em qual mídia será disponibilizada, e como os elementos dela serão unidos de forma a que ela seja contada da melhor maneira possível. Atividade extra Nome da atividade: Analise os Componentes de sua história favorita Pegue o seu filme, livro ou história em quadrinhos preferida e defina: quais são os personagens, quem é o protagonista, o que el@ quer, quem o antagoniza, quais são os coadjuvantes, quais são os acontecimentos da história, como é o mundo e o gênero da história e como esses elementos são combinados para gerar uma história tão boa. Personagens O que é um personagem Todo drama é conflito. Sem conflito, não há ação. Sem ação, não há personagem. Sem personagem, não há história. E sem história, não há roteiro. - Syd Field Tudo pode ser minimizado numa história, menos os seus personagens. Eles são os responsáveis pelos acontecimentos da história, pelo seu rumo e pelo desejo que gerará os conflitos que comporão essa obra. Os personagens não precisam ser humanos, simplesmente precisam ser identificáveis como seres desejantes. Se eles desejam algo e terão dificuldade para conseguir isso, temosuma história. Por isso não há história sem personagens. São eles que dão início a tudo e a que tudo na história se refere. O protagonista O protagonista é aquele que deseja. É a pessoa, animal, ou coisa que sai de um estado de equilíbrio para um de desequilíbrio por conta de um desejo. Normalmente confundimos o protagonista com o herói ou com o personagem principal. Às vezes isso é correto, mas temos muitas situações em que o protagonista, o que tem o desejo, é um; o herói, o personagem com qualidades morais, é outro; e o personagem principal, aquele que mais aparece na história, é um terceiro. Ao invés de pensarmos no personagem com o qual nos identificamos ou que segue a ação, para identificar o protagonista precisamos descobrir qual personagem que, se retirado da história, a inviabilizará. Esse é o protagonista e seu motor é o desejo. O desejo O desejo surge de um momento de desequilíbrio vivido pelo protagonista. Algo ocorre que perturba sua aparente estabilidade e ele passa a desejar algo que venha restaurar esse equilíbrio ou transformá- lo. Todo desejo é um desejo de mudança. Algo precisa se transformar no protagonista durante essa sua busca pelo desejo. Além disso, esse desejo não pode ser algo simples e fácil de conseguir. Esse desejo deve pedir do nosso protagonista que ele tome riscos e mude quem é. O desejo não é um simples querer, nem algo que pode ser abandonado. Deve ser algo tão poderoso e atraente que o protagonista coloque em risco quem ele é tudo o que tem. Esse tipo de risco é que faz a satisfação do desejo tão prazerosa tanto para o protagonista como para quem acompanha a sua jornada. O antagonista O antagonista, aos moldes do que vimos em relação ao protagonista, não é um vilão. O antagonista pode ser inclusive o melhor amigo do protagonista. O que o define como tal é que ele tem um desejo antagônico ou concorrente ao do protagonista. Seu objetivo, dessa forma, será sempre impedir que o protagonista atinja o seu objetivo. Como dizem, bons antagonistas geram bons protagonistas. Quanto maior for a resistência que o antagonista exerce contra a realização do desejo do protagonista mais rica e poderosa será a sua história. Afinal, o antagonista deve representar os aspectos contrários aos do protagonista, reforçando a sua personalidade pelo contraste. Os coadjuvantes Os coadjuvantes estão envolvidos ao largo da dor do protagonista. Alguns auxiliam que ele atinja seu objetivo, por terem desejos complementares; outros, ficam ao lado do antagonista, ou apenas criam problemas para que o protagonista realize seu desejo. Seu papel principal é dar mais textura a sua história e facilitar que o conflito vivenciado pelo protagonista seja melhor delineado e apresentado. A interação entre os personagens Com todos os personagens no palco (ou no filme, ou no livro) podemos dizer que a história e o plot se movimentam pela sua interação. Uma história em que os personagens não interagem, direta ou indiretamente, não é uma história boa. O conflito que se estabelece é sempre entre o desejo do protagonista e alguma força que o impede de realizá-lo. A concretização desse conflito se dá justamente no embate entre os personagens. Esse embate pode ser intelectual ou físico, contra outras pessoas, sistemas ou entidades super naturais, mas é a natureza desse embate que será a espinha dorsal da sua história e delineará passo a null null null null null null null null null null null null null null null null null null null null null passo as agruras e agonias pelas quais o protagonista deverá passar até realizar, ou não, aquilo que tanto quer e ambiciona. Se há uma definição de história ela é o conflito entre esses personagens ao redor do desejo do protagonista. Atividade extra Nome da atividade: Quem é o protagonista da sua história? Usando a história que exploramos na primeira aula, veja quem é o protagonista? Quem tem o desejo, a agonia? Qual era essa agonia? Tente reescrever essa história com outro protagonista, com outro desejo, sendo você o/a antagonista ou um(a) coadjuvante. Plot O que é Plot O termo Plot se confunde muito com a própria história. Porém o plot não é toda a história. Ele está mais próximo de uma estrutura coerente que explicita os eventos que decorrem durante a narrativa. A definição mais adequada é: Plot é uma série de eventos interligados por meio de uma cadeia de causa e efeito que dizem respeito a um personagem que deseja algo desesperadamente, que não será fácil conseguir devido a obstáculos interno e externos e que chegará a uma conclusão. Através dessa definição vemos que o foco principal do Plot é desenvolver quais eventos irão ocorrer no processo do protagonista buscar realizar o seu desejo até que haja uma conclusão e consequente transformação do personagem pela jornada realizada. Estruturas Narrativas O Plot serve como um guia para a criação da narrativa. Portanto existem diversas estruturas genéricas utilizadas como modelo para que essa história seja contada. Isso não significa que essas estruturas existam formalmente, afinal não existem regras para a criação de uma narrativa, porém são estruturas que facilitam o desenvolvimento da história e identificar onde podemos melhorar. Além da mais comum, a estrutura de três atos, que iremos detalhar, temos outros exemplos: Estrutura de dois atos – Dividido num momento de exposição com indicação de problemas futuros é um momento pós problemas com a conclusão da história. Muito comum em musicais e nas tragédias gregas como Édipo Rei. Ela facilita a criação da narrativa, pois não necessita da criação de todos os percalços passados pelo protagonista até atingir (ou não, o que é mais comum nessa estrutura) seu objetivo. A Jornada do Herói – Essa estrutura nasceu dos trabalhos de Joseph Campbell relativos a Mitologia Comparada. Após estudar diversos mitos e heróis ele identificou que havia uma estrutura similar de doze eventos que se repetia que ele chamou de Jornada do Herói ou Monomito. Essa estrutura tem sido muito usada atualmente no cinema especialmente nos filmes de Super Herói, Fantasia e animação. Joseph Campbell inclusive trabalhou no desenvolvimento narrativo de Star Wars a fim de transformá-lo em uma mitologia. Kishōtenketsu – Essa é uma estrutura narrativa em 4 atos desenvolvida em países orientais que contraria tudo o que consideramos no ocidente pois ela não tem conflito. O primeiro ato apresenta o cenário e os personagens; o segundo o expande, sem provocar mudanças; no terceiro há uma virada independente dos desejos personagens; e no quarto ato tudo se concluiu. É uma forma diferente de pensar a narrativa e, apesar de muito interessante, não tem ressonância com o grande público. O importante é perceber que as estruturas narrativas são ferramentas que nos ajudam a escrever histórias que agradem ao público, trabalhando estruturas mais comuns e previsíveis que facilitem o entendimento e a suspensão de descrença. Estrutura de 3 atos A estrutura de 3 atos é de longe a mais comumente utilizada e foi delineada pela primeira vez na Poética de Aristóteles. Na sua obra, ele apontou que as histórias apresentam 3 momentos distintos no seu desenvolvimento: prólogo, episódio e êxodo. Hoje usamos os termos: apresentação, desenvolvimento e resolução. A estrutura é null null null null null null null null null null null null null null null null null null bastante similar mas fomos introduzindo pequenos detalhes, como as viradas de plot (plot twists) para indicar as mudanças de ato. Cada um desses atos tem os seguintes objetivos e características: O primeiro ato (situação inicial/introdução) define o cenário de equilíbrio e o status quo a ser perturbado. É essa perturbação interna ou externa que promove o desejo do protagonista que coloca a história em movimento no primeiro plot twist. O segundo ato (complicação/desenvolvimento)apresenta como os envolvidos lidarão com essa perturbação e especialmente como o protagonista lida com o desejo. A partir desse momento começam os confrontos significativos, a busca por algo definitivo e que ponha as coisas no lugar. Seja no mesmo ou em outro. Alguns dividem esse ato em dois, considerando que há um momento no meio do segundo ato em que o protagonista não tem como voltar atrás na sua jornada, chamado de point of no return. Porém, temos durante todo o segundo ato, um grupo de pequenas viradas, vitórias e derrotas, que encaminham o protagonista na sua tentativa de vencer os obstáculos que o impedem de realizar o seu desejo. O terceiro ato (situação final/conclusão) surge após o clímax e mostra como o confronto foi resolvido e se o protagonista conseguiu realizar o desejo que o impelia a agir. Não esqueça que a estrutura não é o caminho da história, mas um mapa, uma ferramenta para que você consiga determinar o ritmo e os eventos da sua narrativa com o propósito de capturar a atenção do “consumidor” da sua história. Atividade extra Nome da atividade: Decomponha sua história preferida em 3 atos Volte a sua história preferida que analisamos na aula 2 e decomponha ela em três atos evidenciando os plot twists e o processo de transformação dos personagens Cenário, Tom e Mensagem Qual a importância de cenário e tom Muitos podem considerar que plot e personagens são suficientes para determinar uma história. Porém há dois elementos que são muito bem trabalhados em todas as histórias de sucesso: o cenário e o tom. Enquanto os personagens são as figuras sobre as quais lançamos o nosso olhar e suas interações geram os eventos que avançam o plot, o cenário e o tom são o fundo que dá cor e estabelece as regras que regem as relações entre pessoas e coisas. O cenário e o tom tem a grande missão de gerar credibilidade para a história muitas vezes através de paralelos entre a nossa “realidade”, se não a considerarmos uma simples narrativa consensuada, e o mundo ficcional que nos é apresentado. Até as histórias baseadas em fatos reais e documentários precisam se preocupar com isso. Afinal por mais que sejam calcadas na realidade, elas tratam de recortes da mesma que precisam ser bem definidos a fim de situar o espectador/ouvinte/leitor. O cenário e o tom são dados por duas escolhas importantíssimas: a escolha do gênero narrativo e o processo de construção de mundo, também chamado de world building. Gêneros Narrativos A primeira tentativa de se dividir os gêneros narrativos aconteceu com o teatro. Assim se dividiu todas as obras em dois grandes campos: a comédia e a tragédia. Essa divisão deu origem a famosa imagem das máscaras sorrindo e chorando. Essa divisão estabelecia regras específicas para cada gênero. Contudo, com o passar do tempo, novas criações começaram a desafiar os modelos estabelecidos e novos gêneros foram gerados. Hoje temos uma grande quantidade gêneros indo do romance à fantasia, passando pela ficção científica e drama de guerra histórico. A primeira impressão é que essa divisão é comercial, mas ela também traz uma questão muito importante para a criação narrativa. Por mais que não haja uma divisão real entre esses gêneros, os públicos têm expectativas ao consumir as obras. Isso gera uma predisposição emocional para entender e vivenciar a narrativa. Não raro, obras de diretores null null null null null null null null null null null null null null null conhecidos por comédias, mesmo quando dramáticas, vão gerar risadas somente por associação. Portanto, é importante que o criador da narrativa conheça o léxico do gênero para poder utilizá-lo com fins de identificação e até desafiá-lo para gerar mais surpresa e interesse. Construção do Mundo Todas as histórias, mesmo as passadas em ambientes restritos, precisam de um mundo, de um fundo, onde os personagens irão agir. Um bom exemplo disso é o filme O Quarto de Jack, em que o pequeno cômodo é todo o mundo do protagonista, e como tal tem um enorme detalhamento. A construção do Mundo irá apresentar aos espectadores/leitores/ouvintes quais são as regras do mundo, o que é possível, comum e impossível de ocorrer. Como no caso do gênero, isso gera expectativas que precisam ser guardadas ou, quando desafiadas, contraditas com muito cuidado. Essas regras de funcionamento do mundo são muito claras em filmes de ficção científica e fantasia, mas são importantes em filmes mais realistas. Se precisamos saber se a mágica funciona, se pessoas tem super poderes ou habilidades sobrenaturais, nos mundos realistas precisamos de guias a respeito de honestidade da polícia e governantes, lisura dos processos de negócios, qualidade de relações familiares etc. Todos esses pequenos detalhes, generalizados pela história, no recorte que faz do mundo, irão servir para realçar ou contrastar com os personagens O Mundo e os Personagens O mundo serve como fundo para os personagens que são as figuras. Deve haver um processo de contraste ou harmonização entre os personagens e o mundo. Eles se completam, se confirmam ou se contradizem. Vivemos num mundo de policiais corruptos e o protagonista é mais um deles ou é, pelo contrário, o único honesto. A relação dos personagens com o mundo irá mexer em como o público irá entender a história e também como ele terá mais ou menos empatia pelos personagens. Essa construção conjunta de mundo e personagens, quando bem feita, valoriza a história por gerar o destaque emocional e narrativo que se pretende com a sua obra. Mensagem da História Nesse conflito ou colaboração entre plot, mundo e personagens, é que tiraremos muitas vezes a famigerada mensagem da história. O que essa história diz, não só sobre o seu mundo, mas também sobre o nosso mundo? Afinal sempre iremos comparar o mundo ficcional com o nosso e encontrar pontos de ancoragem para dar mais realidade à ficção. Então, muitas vezes, os mundos mais fantasiosos, com os gêneros mais exagerados, irão nos dizer mais sobre a nossa realidade do que as obras mais pé no chão. O sucesso ou fracasso do protagonista na realização do seu desejo dentro do seu mundo específico é que irá nos falar sobre onde vivemos e quem somos. Essa é a raiz da mensagem ou moral da história. Entender a nossa vida através dos espelhos nem sempre distorcidos da ficção. Atividade extra Nome da atividade: Analise a visão de mundo e mensagem da sua história preferida Vamos voltar mais uma vez a sua história preferida. O que ela quer dizer? O que ela diz do mundo onde os personagens vivem? O que a sua conclusão lhe passa? Se a sua história fosse um conselho qual seria ele? null null null null null null null null null null null null Estratégias Narrativas O que é Estratégia Narrativa Quando temos definidos os personagens, o plot, o cenário e o tom, podemos dizer que a história está pronta. Sim, pronta na cabeça do autor, porém, a forma como ela chegará ao público ainda precisa ser definida. Essa forma é o que chamamos de Estratégia Narrativa. Antigamente, as opções de veiculação e disponibilização da obra eram poucas: música, poesia, literatura, etc. Com o advento de novas tecnologias, desde o livro até a realidade virtual, passando pelo cinema, as nossas possibilidades de mídia, formato e periodicidade de apresentação das obras cresceram astronomicamente. Com certeza, uma parte dessas escolhas é feita comercialmente, buscando o retorno do investimento da criação, porém elas influem em como o público irá aproveitar e experienciar essa narrativa. Essas estratégias narrativas, baseadas em estratégias de comunicação, se tornam, assim, não só uma forma de atingir o público mas também uma forma de dar novos contornos e significados a narrativa. Histórias como objetos de consumo Toda história precisa ser recebida pelo público de alguma forma. A maneira comoele irá consumir essa narrativa influi em como ele vai experienciar a história. Um bom exemplo é o novo modelo de streaming. Antigamente as séries passavam uma vez por semana e dependiam de ganchos internos entre os comerciais e externos para manter o interesse do público e retornar o investimento que era pago pela venda de anúncios. Hoje, você paga a um serviço e recebe o conteúdo sem anúncios e pode assistí-lo de uma vez só como se lesse a um romance. Isso altera até como serão as narrativas a serem contadas. Se antigamente você precisava de mais suspense para manter o interesse, hoje narrativas mais densas com análises profundas dos personagens começam a ter mais espaço. Os principais critérios a serem definidos na estratégia narrativa são: Mídia – Qual é o veículo que levará a sua narrativa? Papel Impresso? Vídeo em Streaming? Fitas cassete? Cada forma altera como considera a experiência. Muitas bandas e cineastas têm difundido suas obras em mídias mortas (cassete e VHS) para gerar uma experiência nostálgica. Lugar – Onde ela precisa ser consumida? Num teatro, no cinema, numa praça, em casa, em qualquer lugar? Tempo – Qual a duração do consumo da obra? São episódios de 30 minutos ou micro contos que podem ser lidos em 10 segundos? Interação – Qual o nível de interação do público com a obra? Com a popularização de games e ferramentas interativas, o público hoje pode participar ativamente da construção da obra definindo ações e o destino dos personagens. Custo – Quanto o público paga para consumir a obra? OU outro paga por isso num modelo de contrapartida como ocorre na TV aberta? Periodicidade - De quanto em quanto tempo o público terá acesso ao desenrolar da narrativa? De uma só vez, semanalmente, diariamente? Relação entre autor e comunidade – Hoje a proximidade entre público e criadores é enorme. Com isso podem ser geradas comunidades ao redor de narrativas das quais os autores podem ou não participar gerando experiências contínuas de participação no processo criativo. Mídia, Transmídia e Novas Mídias Um dos aspectos que mais influi no desenvolvimento da obra é a mídia em que ela será disseminada. A decisão entre criar um filme e um conto ou romance muda todo o seu processo criativo e a natureza da obra. Para complicar mais isso atualmente, precisamos estar preparados para obras que não se materializam em apenas uma, mas em várias mídias, às vezes ao mesmo tempo. As experiências que juntam diversas mídias para o desenvolvimento de narrativas, conforme definição de Ilya Vedrashko, são as seguintes: Multimídia: Uma história é contada através de diferentes mídias simultaneamente, com sua narrativa apoiada por artefatos espalhadas por vários tipos de mídia. Nenhum desses artefatos pode contar a história por conta própria e a narrativa não pode ser entendida se faltar um desses elementos. null null null null null null null null null null null null null null null null null null null null Crossmedia: Uma história é interpretada de forma independente em diferentes mídias, de modo que consumir a história em um meio pode reforçar sua compreensão em outros. A interpretação da história em cada meio individual é auto-suficiente. Exemplos comuns são adaptações cinematográficas de livros (Harry Potter). Transmedia: Várias histórias compõem um único universo, mas cada uma é contada através de diferentes meios de forma autônoma, e se complementam para dar forma a uma só grande narrativa. Exemplos são trilogias de cinema, quadrinhos e mundo virtual, todos eles sendo auto-suficiente, mas ao mesmo tempo reforçando uns aos outros (Matrix). Além dessas experiências entre mídias, precisamos começar a lidar com novas possibilidades de contar histórias como através de Alternate Reality Games, TV Interativa, Realidade aumentada e Realidade Virtual. A cada avanço tecnológico, as nossas possibilidades de contar novas histórias e conceder novos significados a nossas narrativas aumentam. Precisamos conhecer essas tecnologias especialmente por conta dos novos públicos que irão consumir nossas narrativas. Quando o público muda, mudam as nossas narrativas. E como autores precisamos nos adaptar. Atividade extra Nome da atividade: Analise o processo de transposição de uma história para uma mídia diferente Escolha uma obra que já consumiu em dois formatos diferentes. Analise o que mudou de um formato para o outro. Tente definir para quais públicos cada formato foi preparado e como isso alterou a história Storytelling na Gestão de Negócios Pra que utilizar Storytelling Utilizar Storytelling parece uma obviedade, afinal estamos a todo o momento contando histórias. Porém, quando falamos em utilizar storytelling, vamos além do método natural e tradicional de usar histórias para influenciar a aprendizagem, a mudança comportamental e reforçar a aquisição de conhecimentos e habilidades. Nesse caso, estamos fazendo um esforço deliberado para que as histórias nos permitam atingir os objetivos que buscamos. Com isso em mente, fica mais fácil identificar os benefícios do storytelling frente a outras metodologias. Os três principais são: Atenção Relaxada – Ouvir ou assistir histórias facilita a atenção a novos conceitos e reduz resistências Imersão Planejada – uma história bem contada captura a atenção e aumenta a retenção de conhecimentos Processamento Ativo – as histórias permitem reflexão e facilitam a incorporação da experiência ficcional ou documental como se fosse real Contudo, é importante lembrar que: Storytelling não é oratória – não é habilidade de falar bem em público apesar auxiliar nisso Storytelling não é ferramenta de persuasão – não é forma de fazer os outros concordarem com vocês mas sim criar um meio comum de compartilhar experiências Storytelling não é criar simpatia – não é forma de gostarem mais de você, mas de gerar empatia na relação Com base nisso vamos analisar as aplicações do Storytelling na Gestão de Negócios. Marketing, Comunicação Institucional, Treinamento e Cultura Empresarial Como vimos em nossa primeira aula, nossos cérebros são extremamente sensíveis e preparados para processar narrativas de forma a nos permitir adquirir novos comportamentos através de experiências ficcionais ou documentais null null null null null null null null null null alheias que nos são apresentadas de forma estruturada. Dessa forma, analisando as questões de Gestão de Negócios identificamos quatro situações específicas que demandam mudança comportamental de colaboradores e clientes onde o Storytelling pode ser aplicado com melhores resultados. Marketing – Histórias por terem contexto e gerarem empatia são mais fáceis de apreender, guardar e resgatar. Na verdade, mesmo quando somos apresentados a dados e informações frias, tendemos encaixá-las em exemplos e pequenas narrativas a fim de atribuir-lhes o sentido que facilitará a sua memorização. Quando falamos de marketing, estamos gerando processos de reconhecimento de marca e identificação da mesma com valores e crenças que irão mobilizar os seus internos e externos. Treinamento e Comunicação Institucional – Graças aos Neurônios Espelho, as narrativas são tratadas pelo nosso cérebro como experiências quase reais nas quais basearemos a construção de induções que serão usadas posteriormente no nosso dia a dia como referência para tomarmos decisões. Dessa forma, quanto melhor contada for a história, e quanto mais poderosa for a emocão que a experiência narrativa proporciona, maior será a chance de alterarmos as nossas respostas comportamentais relacionadas a narrativa. Nesse caso tanto o Treinamento quanto a Comunicação atuam sempre para a mudança comportamental, uma pela aquisição de competências e a outra pela mobilização interna. Cultura Empresarial – Histórias nunca estão no vazio. Histórias são meios de criação de relações entre criadores,público e entre o próprio público. Mesmo lendo um livro, você estará estabelecendo um contato com a pessoa que o escreveu seja ontem, seja há centenas de anos atrás. Além disso, as histórias que são compartilhadas num mesmo grupo social criam um repositório comum de símbolos e experiências que geram coesão e sensação de pertencimento. Isso é essencial para a Cultura Empresarial que é calcada nas histórias contadas institucionalmente e contadas entre os funcionários que estabelecerão as crenças e comportamentos exercitados pelas organizações. Storytelling e Poder As histórias concedem a quem as conta o poder de mudar corações e mentes. Ter a habilidade de contar histórias que mobilizem as pessoas internamente e externamente, permite que consigamos mover esses grupos em direção aos objetivos que buscamos. Porém, isso não é o suficiente se o poder de contar histórias não estiver disseminado na sua organização. Quando nossos funcionários e clientes também adquirem essas habilidades passamos a construir coletivamente as narrativas que nos levarão para um futuro mais produtivo, com mais protagonismo sabendo colaborar e cooperar. Atividade Extra Nome da atividade: Escolha uma marca e analise a história que ela conta Com base no que falamos, analise as inserções de mídia de uma empresa ou analise as histórias que são contadas na sua própria empresa para descobrir o que isso quer dizer a respeito dela Criando um projeto de Storytelling O que é um projeto de Storytelling Agora que já entendemos o que é Storytelling, como construir boas histórias e quais são as suas aplicações em nossas atividades, vamos seguir o passo a passo para desenvolver um projeto utilizando Narrativas que atinja os nossos objetivos. Um projeto de Storytelling é um conjunto de ações de utilizando histórias com objetivo de promover a aprendizagem de conceitos e comportamentos. Ele pode utilizar simplesmente histórias ou estar alinhado a outras ferramentas como comunicação, mobilização e gamificação. Mas antes de começar a criar ou compartilhar histórias , para que ele seja bem sucedido é importante seguir os seguintes passos na sua construção: Passo a passo para a construção de um projeto de Storytelling null null null null null null null null null null null null null null null Para que o projeto crie os resultados esperados é necessário realizar um trabalho de planejamento que antecede a criação ou compartilhamento de histórias e narrativas. Os passos são os seguintes: Definir objetivos – o primeiro passo é descobrir o que espera atingir com a implementação desse projeto. Para isso precisamos responder as seguintes perguntas: Objetivo: Que habilidades e conhecimentos os aprendizes necessitam desenvolver? Comportamento esperado: Qual o comportamento esperado dos aprendizes após o projeto? Sem essa definição não saberemos o cenário que esperamos encontrar após a sua implementação o que nos leva ao próximo passo. Avaliar o seu público – após definirmos aonde queremos chegar precisamos analisar como o público alvo desse projeto atualmente se encontra. Para isso precisamos responder: Comportamento atual: Qual o atual nível de conhecimento ou comportamento dos aprendizes? Isso nos permite determinar o ponto inicial do público para que consigamos definir com clareza qual impacto e quais aspectos nossas narrativas precisam atingir para promovermos a mudança esperada. Definir Métricas – conhecendo o público e o nosso objetivo, precisamos estabelecer como iremos aferir se o projeto teve sucesso ou não. Para isso é necessário criar métricas objetivas a serem acompanhadas e que nos permitam gerar mudanças no projeto para atingirmos os resultados esperados. Nesse caso, precisamos saber: Objetivos: Quais métricas devem ser definidas para determinar o sucesso do projeto? Objetivos: Como aferir se ocorreu a aprendizagem após o projeto? Quando definimos a maneira de avaliar o sucesso do processo estamos prontos para começar a desenvolver as narrativas que criarão impacto no nosso público. Capturar e recriar narrativas – essas histórias que já fazem parte do repertório do público são importantes pois servirão de referência para a criação nas narrativas mais adequadas. Por isso, é essencial pesquisar: Contexto: Como o seu projeto deve contemplar o contexto e realidade dos aprendizes? Muitas vezes essas histórias do público contradizem as histórias que precisam ser trabalhadas no seu projeto. É necessário ter muito cuidado nesse momento, caso contrário podemos criar dissonâncias narrativas que gerarão resistências e impedirão que as suas narrativas gerem as mudanças esperadas. Com essas histórias também podemos identificar quem serão os personagens envolvidos, seus desejos e os desafios mais comuns que enfrentarão de forma a promover o paralelismo entre a narrativa do protagonista e de seu público alvo. Desenvolver Estratégias Narrativas – Enfim com histórias criadas que respeitem o repertório narrativo do seu público, você deverá analisar outros aspectos do contexto desse grupo a fim de que essas histórias sejam disseminadas da forma a maximizar seus resultados. Os principais aspectos a serem considerados são: Mídia – Qual é o veículo mais adequado para a sua narrativa que melhor atingirá o seu público. Lugar e tempo – Como melhorar a apreensão dessas narrativas considerando o tempo e locais disponíveis. Interação – Qual o nível esperado de interação do público com as narrativas apresentadas. Periodicidade - De quanto em quanto tempo as narrativas devem ser apresentadas ao público para atingir melhores resultados Relação entre a instituição e o público – Quais o canais e formas de interação o público deve ter com os responsáveis pelas narrativas considerando criação de narrativas compartilhadas e feedback. Atendendo a todos esses pontos você conseguirá definir um projeto que irá através de storytelling transformar o seu público da mesma forma que o protagonista é transformado pelas narrativas das quais toma parte. Portanto nunca deixe o público como espectadores passivos. Estimule o seu protagonismo para que eles consigam através da realização dos seus desejos construir suas narrativas de vida de forma complementar aos objetivos que definiu no início do seu projeto. null null null null null null null null null null null null null null Atividade extra Nome da atividade: Desenvolva um projeto simples de Storytelling Educacional • Escolha um grupo específico de aprendizes • Defina um objetivo de aprendizagem claro • Avalie o atual nível de conhecimento e comportamento dos aprendizes • Defina uma maneira de medir a aprendizagem • Ouça e resgate histórias dos seus aprendizes • Defina quais narrativas serão contadas no projeto e a estratégia do projeto