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Sumário 
Língua portuguesa........................................................pág - 03 
Raciocínio lógico matemático....................................pág - 173 
Reforço-matemática..................................................pág - 207 
História do Ceará.........................................................pág - 273 
Direitos Humanos........................................................pág - 370 
Ética no serviço público.............................................pág - 494 
Atualidades..................................................................pág - 511 
Direito constitucional..................................................pág - 625 
Direito administrativo.................................................pág - 826 
Direito processual penal.............................................pág - 834 
Noções de administração pública.............................pág - 941 
Segurança pública....................................................pág - 1278 
Ciminologia................................................................pág - 1304 
Direito Penal Militar...................................................pág - 1357 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
3
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 
 
Palavras Cognatas 
Conceito: são palavras que possuem o mesmo radical. Conhecidas por famílias 
etimológicas. 
Exemplo: Seguro: assecuratório, asseguração, assegurar, segurança. 
 
 
 
DERIVAÇÃO 
 
 
Conceito: 
Acréscimo de afixos (Prefixos e/ou Sufixos) à palavra primitiva 
 
 
 
Tipos de Derivação 
 
 
• Derivação Prefixal 
Exemplos: desleal, inapto, infeliz, subsolo, retroagir, etc 
 
 
• Derivação Sufixal 
Exemplos: lealdade, deslocamento, felizmente, idiotismo, etc. 
 
 
• Derivação Prefixal e Sufixal Exemplos: deslealdade, infelizmente, etc. 
 
 
• Derivação Parassintética 
4
Forma-se palavra pela anexação SIMULTÂNEA de prefixo e sufixo à 
palavra primitiva. 
Exemplos: a + noite + ecer = anoitecer; en + gaiola + ar = engaiolar; a + 
manhã + ecer =amanhecer. 
 
 
IMPORTANTE!!! 
 
 
 
Derivação Regressiva 
A palavra primitiva reduz-se ao formar a palavra derivada. Também pode ser 
conhecida derivação deverbal. 
Exemplo: trabalhar trabalho. 
Observação: A diferença entre derivação regressiva e derivação sufixal é a 
seguinte: Na primeira, o substantivo se forma a partir do verbo. Já na segunda, 
o verbo se forma a partir do substantivo. 
 
 
Derivação Imprópria 
Ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou 
supressão na forma, muda de classe gramatical. 
Como, por exemplo, os adjetivos passam a substantivos. 
Exemplo: Os bons serão contemplados. 
 
 
COMPOSIÇÃO 
 
 
Conceito: União de dois ou mais radicais (palavras com significado pronto) 
Exemplo: Ponta+Pé = Pontapé 
5
Tipos de Composição 
 
 
Por Justaposição 
Consiste em formar compostos que ficam lado a lado, ou seja, justapostos, sem 
que nenhum dos agregados sofra alteração em sua forma original. 
Exemplos: passatempo (passa + tempo), girassol (gira + sol), couve-flor (couve 
+ flor). 
 
 
Por Aglutinação 
Consiste em formar compostos em que ao menos um dos elementos agregados 
sofre alteração em sua forma original 
Exemplos: aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto), embora (em + 
boa + hora) 
 
 
OUTROS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
 
 
Hibridismo 
Consiste na formação de palavras compostas por elementos provenientes de 
idiomas distintos. 
Exemplos: automóvel (grego e latim) burocracia (francês e grego) sociologia 
(latim e grego) 
 
 
Estrangeirismo 
Ocorre quando não existe, na nossa língua, uma palavra que nomeie o 
determinado ser, sensação ou fenômeno. Há, portanto, uma incorporação literal 
de um vocábulo usado em outra língua, sem nenhuma adaptação ao português 
falado. 
Exemplos: internet, hardware, iceberg, software, startup. 
 
 
Empréstimo Linguístico 
Ocorre quando há incorporação de um vocábulo pertencente a outra língua, 
adaptando-o ao português falado. 
Exemplos: estresse, futebol, bife, blecaute, etc. 
6
EXERCÍCIOS 
 
1. O vocábulo abaixo que é formado pelo processo de parassíntese é: 
a) pré-história; 
b) inconstitucional; 
c) perigosíssimo; 
d) embarque; 
e) desalmado. 
 
 
2. Em “Não esperamos a tinta secar completamente”, o vocábulo destacado 
constitui um caso de derivação: 
a) Imprópria; 
b) Regressiva; 
c) Prefixal; 
d) Sufixal; 
e) Prefixal e Sufixal; 
 
 
3. A palavra “arco-íris” é formada pelo processo de composição por justaposição, 
assim como: 
a) sapateiro. 
b) minúscula. 
c) simplicidade. 
d) girassol. 
e) superfaturar. 
 
 
4. O livro de Rizzo chama-se Listomania, palavra formada pela união de “lista” e 
“mania”. Assinale alternativa cuja palavra passou pelo mesmo processo de 
formação. 
a) Alistamento. 
b) Planalto. 
c) Rapidamente. 
7
d) Licitação. 
e) Entardecer. 
 
 
5. Apresentam o mesmo processo de formação de “impotente” as seguintes 
palavras: 
a) desgraças, incapaz , inquieto. 
b) insolente, descobrir, destacar. 
c) indiferente, desamar, importação. 
d) debater, desabafo, insolente. 
 
 
6. A palavra anteriormente passou por qual processo de formação de palavras: 
a) Derivação sufixal; 
b) Derivação prefixal; 
c) Derivação imprópria; 
d) Composição por justaposição; 
e) Composição por aglutinação. 
 
 
7. Em “o amar é mais que suficiente”, a palavra amar é um exemplo de: 
a) Derivação sufixal; 
b) Derivação deverbal; 
c) Derivação impropria; 
d) Derivação prefixal e sufixal; 
e) Dedrivação parassintética. 
 
 
8. A palavra “outdoor” é um exemplo de: 
a) Derivação deverbal; 
b) Derivação prefixal e sufixal; 
c) Estrangeirismo; 
d) Hibridismo 
e) Emprestimo linguistico 
8
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 
E D D B A A C C 
 
 
 
ACENTUAÇÃO 
 
CONCEITOS INICIAIS 
Sílaba tônica - A sílaba proferida com mais intensidade que as outras é a sílaba 
tônica. Esta possui o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou 
prosódico. Temos que resaltar que nem sempre a sílaba tônica recebe acento. 
Exemplos: Pa-rá, con-fu-são, Ca-sa. 
 
 
Não confunda acento tônico com acento gráfico. Nesse primeiro momento, 
devemos analisar apenas a tonicidade uma vez que o acento tônico está 
relacionado com intensidade de som e existe em todas as palavras com duas ou 
mais sílabas. O acento gráfico existirá em apenas algumas palavras e será 
usado de acordo com regras de acentuação. 
 
 
Note! Até o presente momento, trabalhamos apenas com palavras polissílabas, 
ou seja, palavras que possuem mais de uma sílaba. Contudo, nosso estudo não 
pode restringir-se apenas a esse conhecimento. Desse modo, devemos 
conhecer outra estrutura de palavras: os monossílabos. Seu nome, por si só, já 
é bem sugestivo: possuem apenas uma sílaba. 
 
 
Quanto aos monossílabos, eles podem ser: 
Átonos: não possuem acentuação própria, isto é, são pronunciados com pouca 
intensidade: o, lhe, e, se, a. 
Tônicos: possuem acentuação própria, isto é, são pronunciados com muita 
intensidade: lá, pá, mim, pôs, tu, lã. 
 
 
A distinção entre monossílabo tônico e monossílabo átono depende do contexto, 
ou seja, eles têm que ser analisados numa frase. Fora do contexto, todos os 
monossílabos são tônicos. 
Exemplo: Quero apresentá-la lá. 
9
Dê o anel de noivado. 
Tenho dó do menino. 
 
Classificação das palavras quanto à sílaba tônica 
Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras são classificadas em: 
 
 
Oxítonas: a sílaba tônica é a última sílaba da palavra. 
Exemplos: Ca-já, ca-fé, dis-por. 
 
 
Paroxítonas: a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra. 
Exemplos: ca-dei-ra, ca-rá-ter, me-as 
 
 
Proparoxítonas: a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra. 
Exemplos: sí-la-ba, me-ta-fí-si-ca, lâm-pa-da 
 
 
Para finalizarmos nossa introdução, podemos resumir o que foi visto até o 
presente momento da seguinte maneira: Acento tônico é o acento da fala; marca 
a maior intensidade na pronúnciade uma sílaba. O acento gráfico é o sinal 
utilizado, em algumas palavras, para indicar a sílaba tônica. 
 
 
ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
 
 
A fim de tenhamos êxito em acentuação gráfica, temos que observar as 
seguintes regras: 
 
 
Proparoxítonas 
Recai sobre as proparoxítonas o papel mais tranquilo no nosso estudo sobre 
acentuação, uma vez que todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados. 
Exemplos: árvore, metafísica, lâmpada, pêssego, quiséssemos, África, Ângela. 
 
 
Paroxítonas 
São acentuados os vocábulos paroxítonos terminados em: 
10
i(s): júri, júris, lápis, tênis. 
us: vírus, bônus. 
um/uns: álbum, álbuns. 
r: caráter, mártir, revólver. 
x: tórax, ônix, látex. 
n: hífen, pólen, mícron, próton. 
l: fácil, amável, indelével. 
ão(s): órgão(s), sótão(s), ófão(s), bênção(s). 
ã(s): órfã(s), ímã(s). 
ps: bíceps, fórceps 
Ditongo: Itália, Áustria, memória, cárie, róseo, Ásia, Cássia, fáceis, imóveis, 
fósseis, jérsei. Mas, professor! O que seria um ditongo? 
- É uma vogal e uma semivogal pronunciadas em uma só sílaba. Pode ser 
classificado como crescente ou decrescente. 
 
 
 
 
 
Oxítonas 
São acentuados os vocábulos terminados em: a(s), e(s), o(s) 
Exemplos: maracujá, ananás, café, você, dominó, paletós, vovô, vovó, Paraná. 
em/ens: armazém, vintém, armazéns, vinténs. 
 
 
Acentuam-se também os monossílabos tônicos terminados em a, e, o 
(seguidos ou não de s). 
Exemplos: pá, pé, pó, fé. 
11
As formas verbais terminadas em a, e, o tônicos seguidos de lo, la, los, las 
também são acentuadas: amá-lo, vivê-lo, estudá-lo. 
 
 
Acentuam-se os ditongos de pronúncia aberta éu, éi, ói APENAS em palavras 
oxítonas ou monossilábicas 
Exemplos: chapéu, céu, anéis, pastéis, coronéis, herói 
 
 
Acentua-se também as vogais i e u que formam hiato com a vogal anterior. 
Exemplos: sa-í-da, sa-ís-te, sa-ú-de, ba-laús-tre, ba-ú, ra-í-zes, ju-í-zes, Lu-ís, 
pa-ís, He-lo-ísa, Ja-ú. 
 
 
Atenção!!! Não se acentuam o i e o u que formam hiato quando seguidos, na 
mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, lu-iz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARA GABARITAR!!! 
 
 
• Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do 
presente do indicativo: ele tem/ eles têm, ele vem/eles vêm. 
• Os verbos derivados de ter e vir levam acento agudo na 3ª pessoa do 
singular e acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do 
indicativo: ele retém/ eles retêm, ele intervém /eles intervêm. 
• Recebem acento diferencial as seguintes palavras: pôr (verbo), para 
diferenciar de por (preposição). pôde(3ª pessoa do singular do pretérito 
perfeito), para diferenciar de pode (3ª pessoa do singular do presente o 
indicativo). 
12
EXERCÍCIOS 
 
1. Quanto à posição da sílaba tônica, marque a opção CORRETA. 
a) Prontidão – oxítona. 
b) Praticamente – proparoxítona. 
c) Brasil – paroxítona. 
d) Dó – oxítona. 
 
 
2. Em qual das alternativas as palavras são todas oxítonas? 
a) jacaré, mania, cipó 
b) lúdico, pêssego, árvore 
c) caju, pé, boné 
d) caju, café, toró 
 
 
3. Do mesmo modo que ―véspera‖, é forma obrigatoriamente acentuada: 
a) mecanico. 
b) medico. 
c) negocio. 
d) sabia. 
 
 
4. Acentuam-se devido à mesma regra de acentuação gráfica as seguintes 
palavras do texto: 
a) bióloga – lâmpadas – climáticas 
b) pestilência – habitará – vívida 
c) Bagdá – Islândia – óculos 
d) sustentável – políticas – ozônio 
 
 
5. Pela mesma regra de pássaro e júri devem ser acentuadas as seguintes 
palavras: 
a) Pessego e gari. 
b) Relampago e taxi. 
13
c) Desemprego e iris. 
d) Bussola e caju. 
 
 
6. São acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação 
a) imóveis e pajé 
b) acarajé e pé 
c) polícia e ambulância 
d) maracujá e lâmpada 
 
 
7. É acentuada por ser paroxítona 
a) fé 
b) hipótese 
c) revólver 
d) saúde 
e) hipertensão 
 
 
8. Classifique as colunas da maneira correta: 
I. Oxítona 
II. Paroxítona 
III. Proparoxítona 
IV. monossílabo tônico 
( ) Fé 
( ) Médico 
( ) Bíceps 
( ) Ceará 
a) I,II,IV e III 
b) I,II,III e IV 
c) IV, III, II e I 
d) IV,II,III e I 
e) II,III, I e IV 
14
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 
A D A E A D B C 
 
 
 
MORFOLOGIA 
 
CLASSES DE PALAVRAS 
A NGB Nomenclatura Gramatical Brasileira faz a divisão das classes de palavras 
em dez classes, essa divisão tem como fundamento o comportamento e a 
utilização das palavras no Brasil. Dentre as dez classes, duas são primordiais 
para o nosso estudo, nós chamá-las-emos de termos nucleares: o substantivo e 
o verbo. 
 
 
Dividiremos nosso estudo em quatro grupos 
 
 
 
GRUPO DOS NOMES 
Substantivo 
Pertencem a essa classe todas as palavras que designam os seres em geral, as 
entidades reaisou imagináveis. 
Exemplos: pincel, mesa, televisão, coelho da páscoa, frio, alegria. 
 
 
Artigo 
Classe que serve, basicamente, para indicar se o substantivo é concebido como 
algo já definidoe conhecido previamente, ou como algo indefinido e ainda não 
nomeado. O artigo é variável, varia em gênero e número para concordar com o 
substantivo. 
15
Exemplos: Um homem tocou a campainha, era o técnico chamado para 
consertar a televisão. 
 
 
#CLASSE GRAMATICAL FECHADA. DECORE! 
DEFINIDO: o, a, os, as. 
INDEFINIDO: um, uma, uns, umas. 
 
 
Adjetivo 
Classe de palavras que servem para indicar as qualidades, as propriedades do 
substantivo. 
Exemplos: Carro 
Bonito 
Branco 
Pequeno 
 
Locução adjetiva 
Trata-se de uma expressão formada de preposição mais substantivo, 
qualificadora de outro substantivo. 
Exemplos: mesa 
de madeira 
de palha 
com adereços 
 
 
Pronome 
O pronome é a palavra que substitui o substantivo (pronome substantivo) ou o 
acompanha (pronome adjetivo), indicando sua posição em relação às pessoas 
do discurso ou situando-o no espaço e tempo. 
Exemplos: ele é um grande jogador. 
16
PRONOMES PESSOAIS 
 
 
Numeral 
Classe que, em princípio, tem como objetivo quantificar o substantivo, quantos 
são eles (um,dois, dez, o triplo, o quádruplo, um terço, um quinto). 
Exemplos: Duas crianças foram ao parque ontem. 
Deste modo, finalizamos o grupo dos nomes. Lembre-se de que todos os 
integrantes do grupo dos nomes subordinam- se ao substantivo. 
 
 
GRUPO DOS VERBOS 
 
 
Advérbio 
Pertencem a essa classe as palavras que se associam ao verbo para indicar as 
várias circunstâncias que envolvem a ação, podendo ser: tempo, modo, 
circunstância, lugar. A principal peculiaridade dessa classe é o fato de o advérbio 
ser invariável. 
Exemplos: visitei ontem 
17
IMPORTANTE!!! 
 
 
 
OBS: Algumas vezes os advérbios podem ser confundidos com os pronomes 
indefinidos,exemplo clássico de prova: Muito e Bastante. 
 
 
Locução adverbial 
Trata-se de uma expressão formada de preposição mais substantivo, 
modificadora do verbo. 
Exemplos: a mesa quebrou de manhã 
 
 
Verbos 
Pertencem a essa classe as palavras que designam ações, processos que 
ocorrem com os seres em geral. Sua identificação é simples, pois são a única 
classe gramatical que possui a capacidade de conjugação. 
Exemplos: caminhar, fazer, querer, nadar, pôr, ter. 
 
 
GRUPO DOS CONECTIVOS 
 
 
Preposição 
Classe de palavras que serve para estabelecer conexão entre uma palavra e 
outra, sendo que a segunda palavra informa algo sobre a primeira. 
Exemplos: Sobrevivi com o amor 
 
 
Principais preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, 
para, perante, por sem, sob, sobre. 
 
 
#CLASSE GRAMATICAL FECHADA. DECORE! 
18
Conjunção 
Classe de palavras que estabelece conexão entre orações ou temos de mesma 
função sintática. 
 
 
Principais conjunções: E, ou, mas, se, que, contudo, todavia, entretanto, 
conquanto, pois, porque. 
 
 
Exemplos: o aluno objetivo estuda e trabalha 
Maria não ganhou o sorteio, mas estava feliz com o resultado. 
 
 
#CLASSE GRAMATICAL FECHADA. DECORE! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRUPO DAS EMOÇÔES 
 
 
Interjeição 
Pertencem a essa classe palavras invariáveis queexprimem, de maneira 
inarticulada (impossível de segmentar), sentimentos e reações de natureza 
emocional. São, na grande maioria das situações, fáceis de serem identificados, 
pois há uma marca de pontuação que entrega a sua presença: as reticências. 
Exemplos: Ah! Oh! Alô! Olá! 
19
EXERCÍCIOS 
 
1. A conjunção “como” pode estabelecer relações de sentidos diferentes dentro 
de um texto. No trecho “Como esse prazer é rapidamente passageiro, o sujeito 
sente a necessidade de buscá-lo constantemente, na tentativa de alcançar a 
felicidade”, ela está estabelecendo entre as duas orações uma ideia de: 
a) causa. 
b) comparação. 
c) conformidade. 
d) consequência. 
e) Concessão. 
 
 
2. Considere o seguinte excerto: Uma árvore bem gorjeada, com poucos 
segundos, passa a fazer parte dos pássaros que a gorjeiam. 
(Manoel de Barros. “Seis ou treze coisas que eu aprendi sozinho”. In: O 
Guardados de Águas. 2003, p.41.) Os vocábulos sublinhados são classificados, 
respectivamente, como: 
a) Artigo e pronome 
b) Numeral e preposição. 
c) Numeral e artigo 
d) Artigo e artigo. 
e) Substantivo e artigo. 
 
 
3. O artigo é uma das classes de palavras variáveis que concorda, em gênero e 
em número, com o substantivo que o acompanha. Todas as palavras destacadas 
são artigos em: 
a) ” E eles querem que você os use pelo maior tempo possível, porque é assim 
que você gera dados que os fazem ganhar dinheiro.” 
b) “A Netflix tem muitos recursos para garantir que, em vez de assistir a um 
capítulo por semana [...] você veja toda a temporada em uma maratona.” 
c) “Nesse ciclo, os poderosos do sistema enriquecem e contam com os melhores 
cérebros do mundo trabalhando para aumentar os lucros enquanto entregamos 
tudo a eles.” 
20
d) “Todos os aplicativos existentes são baseados no design mais viciante de que 
se tem notícia, uma espécie de caça-níquel que faz o sistema produzir o maior 
número possível de pequenos eventos inesperados no menor tempo possível.” 
e) O estudo é parte do processo, podendo o ajudar. 
 
 
4. Em relação à classe gramatical da palavra sublinhada em “Tem de tudo ali”, 
assinale a alternativa CORRETA: 
a) Adjetivo. 
b) Pronome. 
c) Artigo 
d) Advérbio. 
e) Substantivo. 
 
 
5. As expressões sublinhadas correspondem a um advérbio, EXCETO em: 
a) aparecia aqui vez por outra; 
b) durante o discurso, manteve-se em silêncio; 
c) não disse com certeza se virá. 
d) afirmo-lhe que não o vi frente a frente; 
e) as ações do homem são imprevisíveis. 
 
 
6. Na frase “o homem sábio confia nas promessas” 
existem quantos verbos 
a) 1. 
b) 2. 
c) 3. 
d) 4. 
 
 
7. Em “A aeronave pousou suave na pista”. O termo sublinhado exerce a função 
de: 
a) substantivo. 
b) adjetivo. 
c) advérbio. 
21
d) pronome. 
e) Artigo. 
 
 
8. Classifique as palavras de acordo com sua classificação morfológica 
1. Artigo 
2. Numeral 
3. Pronome 
4. Adjetivo 
 
 
( ) o menino rápido 
( ) nós o conhecemos muito bem 
( ) um dos pássaros era branco 
( ) a casa de madeira 
 
 
9. Leia as assertivas 
I. Correram ( ) quilômetros. (Bastante/Bastantes) 
II. Eles estavam ( ) felizes. (Bastante/Bastantes) 
Está correta a relação em: 
a) Advérbio e adjetivo. 
b) Adjetivo e advérbio. 
c) Substantivo e artigo. 
d) Numeral e artigo. 
e) Advérbio e pronome. 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 
A A D D E A C C B 
22
PRONOMES 
 
CONCEITO 
O pronome é a palavra que substitui o substantivo (pronome substantivo) ou o 
acompanha (pronome adjetivo), indicando sua posição em relação às pessoas 
do discurso ou situando-o no espaço e tempo. O pronome flexiona-se em gênero 
(masculino e feminino), número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda 
e terceira) Pronomes Pessoais Pronome pessoal é aquele que indica as pessoas 
do discurso. 
Primeira pessoa: aquela que fala (emissor) 
Segunda pessoa: aquela com que se fala (receptor) 
Terceira pessoa: aquela de quem se fala (referente) 
 
O pronome pessoal flexiona-se em gênero, número, pessoa e caso (reto ou 
oblíquo). 
Pronome pessoal do caso reto: exerce função de sujeito da oração. 
Exemplo: EU estou feliz. 
 
 
Pronome pessoal do caso oblíquo: exerce a função de complemento. 
Exemplo: lembrei-me da aliança prometida. 
 
 
Os pronomes pessoais oblíquos dividem-se em átonos e tônicos. Os tônicos 
sempre vêm precedidos de preposição, e os átonos, por sua vez, não possuem 
essa característica. Vamos observar novamente a tabela dos pronomes. 
 
23
DIFERENCIAÇÃO IMPORTANTE!!! 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Sobre o uso correto dos pronomes eu e tu, qual sentença encontra-se correta: 
a) Este segredo deve ficar entre eu e tu. 
b) Este segredo deve ficar entre mim e ti. 
c) Este segredo deve ficar entre você e eu. 
d) Este segredo deve ficar entre tu e eu. 
e) Este segredo deve ficar entre tu e você. 
 
 
2. Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado dos pronomes. 
a) É muito importante para mim compreender a matéria. 
b) É difícil para mim ler. 
c) Estudo para mim aprender. 
d) É importante para mim saber. 
e) É muito importante para eu compreender a matéria. 
 
 
3. Assinale a alternativa que representa corretamente um pronome pessoal do 
caso oblíquo tônico: 
a) Lhe. 
b) Tu. 
c) Contigo. 
d) Te. 
e) Eu. 
24
4. Assinale a alternativa que representa corretamente um pronome pessoal do 
caso oblíquo átono: 
a) Ele. 
b) Comigo. 
c) Te. 
d) Vós. 
e) Nós. 
 
 
5. Leia o texto. 
Os pesquisadores fizeram uma série de testes com 584 alunos de 10 a 15 anos 
de sete escolas da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. Eles queriam avaliar 
o que estava sendo registrado na mente dos indivíduos em uma soneca logo 
após a aula. 
No trecho “Eles queriam avaliar o que estava sendo registrado na mente dos 
indivíduos em uma soneca logo após a aula.” O pronome grifado refere-se a 
a) indivíduos. 
b) alunos. 
c) pesquisadores. 
d) testes. 
e) partes. 
 
 
6. “... pronome pessoal intransferível...” Indique a assertiva que não possui um 
pronome pessoal: 
a) Venha a nós o vosso Reino. 
b) Leve-o contigo. 
c) Elas gostariam de lhe visitar. 
d) Ofertaram-nos bombons. 
e) Suas propriedades não constavam na declaração. 
 
 
7. Assinale a sentença que completa corretamente as lacunas do presente texto: 
Se hoje você consegue carregar o seu celular em poucas horas e usá- 
ao longo de todo o dia, é das baterias de íons de lítio. É difícil lembrar 
de como era a vida sem . É que o Nobel de Química de 2019 foi 
25
dado aos três cientistas que ajudaram a desenvolvê- : Stanley 
Whittingham, Akira Yoshino e John Goodenough, sendo a pessoa mais 
velha a receber o prêmio Nobel, aos 97 anos de idade. 
a) lo, por isso, elas, portanto, las, esse. 
b) lo, por causa, elas, por isso, las, esse. 
c) los, porque, mim, assim, las, este 
d) las, por que, ele, por isso, las, esse 
e) lo, por causa, ele, por isso, lo, este 
 
 
8. Os pronomes a seguir são classificados, respectivamente, como: 
I. Ele 
II. Nos 
III. Me 
a) Átono, reto, átono. 
b) Reto, reto e átono. 
c) Todos são retos. 
d) Não há pronome reto. 
e) Reto, Átono, Átono. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 
B E C C C E B E 
26
SINTAXE 
 
Frase: sentença de palavras organizadas 
Exemplo: o menino inteligente. 
 
 
Oração: frase com verbo 
Exemplo: o menino é inteligente. 
 
 
Período: espaço textual dotado de início e fim 
Exemplo: O menino é inteligente. Sua mãe lhe deu um novo livro para ler. 
 
 
 
ESTRUTURA DO PERÍODO 
O período é dividido em dois 
 
 
Período simples é aquele constituído por uma única oração, chamada de 
oração absoluta. 
Exemplo: Nós estávamos tristes. 
 
 
Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações. 
Exemplo: Ele disse que não viria ao encontro. Ela foi à escola, voltou para casa 
e logo dormiu. 
 
 
ORDEM DIRETA DA ORAÇÃO 
A ordem direta da oração é definida pela gramática da língua portuguesa como: 
 
 
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS+ ADJUNTOS ADVERBIAIS 
27
A GNB (Nomenclatura Gramatical da Língua Portuguesa) faz a divisão da sintaxe 
da seguinte maneira: 
 
 
 
SUJEITO E PREDICADO 
Sujeito é o termo do qual se declara algo em uma oração. 
Predicado é o que se declara sobre o sujeito. 
Exemplo: Carlos caminhou pela manhã 
 
OBS: tudo que não é sujeito é predicado. 
 
 
Estudo do Sujeito 
Núcleo do Sujeito Núcleo é a principal palavra do sujeito. 
Exemplo: meus pais são pessoas especiais. 
 
 
Classificação do Sujeito 
Sujeito Simples: é o sujeito determinado que apresenta um único núcleo. 
Exemplo: Nós vimos as crianças. 
• O sujeito simples pode ser singular ou plural 
 
 
Sujeito Composto: é o sujeito determinado que apresenta mais de um núcleo. 
Exemplo: João e Antonio foram ao cinema. 
• O sujeito composto, assim como o sujeito simples, pode ser singular ou 
plural. 
28
Atenção: o sujeito composto pode ser facilmente identificado, pois, entre seus 
núcleos, identificaremos a conjunção (e) ou a (,) vígula os separando. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Analise: “Vivemos uma epidemia, com grande impacto na saúde e na 
qualidade de vida dos pacientes” e assinale o tipo de sujeito dessa oração. 
a) Simples. 
b) Composto. 
c) Indeterminado. 
d) Oculto. 
 
 
2. Analise as alternativas abaixo e identifique a correta em relação à oração cujo 
sujeito é classificado como composto: 
a) Os textos de cada área estão com as linhas numeradas... 
b) Podem participar professores, gestores e estudantes... 
c) A Plataforma de Consulta Pública do Currículo do Território Catarinense – 
Etapa Ensino Médio está aberta para participação. 
d) O texto está dividido nas quatro áreas do conhecimento... 
e) A consulta pública, que recebe sugestões até 26 de fevereiro, tem como foco 
a definição do currículo seguindo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 
 
 
3. Em relação à estrutura sintática do primeiro verso do poema ‘‘De tudo, ao meu 
amor serei atento antes”, marque a alternativa que indica o seu sujeito. 
a) atento. 
b) de tudo. 
c) eu. 
d) meu amor 
 
 
4. Assinale a alternativa que classifica corretamente o sujeito da oração a seguir: 
“precisamos também ouvir e praticar as palavras de especialistas no assunto” (l. 
36). 
a) Sujeito Oculto ou desinencial. 
29
b) Sujeito Indeterminado. 
c) Sujeito Simples. 
d) Sujeito Composto. 
e) Oração sem sujeito. 
 
 
5. Analise a seguinte frase: “Os alunos chegaram atrasados novamente.” 
Podemos afirmar que o predicado da frase é: 
a) Os alunos. 
b) Chegaram. 
c) Atrasados. 
d) Chegaram atrasados novamente 
 
 
6. Observe o período em destaque e identifique o erro de análise nas alternativas 
abaixo: “Nas palmas de tuas mãos, leio as linhas da minha vida.” 
a) Nas palmas de tuas mãos, expressam uma ideia de lugar. 
b) O período apresenta sujeito composto, Eu e tu, ambos elípticos. 
c) O sujeito do período é oculto. 
d) Há dois pronomes possessivos no período 
 
 
7. A partir de análise sintática, é CORRETO AFIRMAR que o título deste texto 
jornalístico é: 
 
 
Título: Uma década em guerra 
a) O sujeito da oração que se desenvolve no subtítulo. 
b) Uma frase nominal. 
c) Uma oração com verbo elíptico. 
d) Uma oração simples. 
 
 
8. “Hoje estou aqui para conversarmos um pouco sobre política monetária.”. 
correto afrmar que o sujeito do verbo “conversar” é: 
a) Sujeito simples. 
30
b) Sujeito composto. 
c) Sujeito oculto. 
d) Sujeito indeterminado. 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 
D B C A D B B C 
 
 
 
INEXISTÊNCIA DO SUJEITO 
 
Sujeito Inexistente: ocorre em frases em que só há predicado. 
A oração sem sujeito ocorre a partir de um verbo impessoal (aquele que não 
admite sujeito). São verbos impessoais: 
Verbos que indicam fenômenos da natureza 
Exemplo: chover, relampear, trovejar etc... 
 
 
Verbos ser, estar, fazer, haver, indicando tempo meteorológico ou cronológico 
Exemplo: havia três anos que eu não o via. 
 
 
Verbo haver no sentido de existir 
Exemplo: haviam muitos problemas. 
 
 
Verbo haver pessoal 
O verbo haver será pessoal quando for auxiliar em uma locução verbal 
 
 
Estrutura de uma locução verbal 
 
31
Principais exemplos de prova!!!! 
 
 
Exemplo (1): deve haver ou devem haver pessoas felizes? 
• O correto é deve haver, pois o verbo haver quando verbo principal torna 
a locução impessoal. 
 
 
Exemplo (2): João e Carlos havia comprado ou haviam comprado? 
• O correto é haviam, pois o verbo haver nessa ocasião é o verbo auxiliar. 
 
 
Exemplo (3): há de haver ou hão de haver pessoas felizes? 
• O correto é ha de haver, pois o verbo haver como principal torna toda a 
locução impessoal. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
 
1. Discutem muito lá? 
 
 
Na oração acima, o sujeito é: 
a) Indeterminado. 
b) Oculto. 
c) Simples. 
d) Determinado. 
e) Composto 
 
 
2. Assinale a alternativa na qual o verbo haver foi empregado de forma 
gramaticalmente aceita: 
a) Haviam duas pessoas na festa. 
b) Haviam feito duas partes do trabalho. 
c) Hão de haver casas à venda. 
32
d) Haviam amigos verdadeiros. 
e) Há moça é bela. 
 
 
3. Em“…haverá três seminários com 250 professores da rede de ensino 
catarinense.”, temos um(a): 
a) Sujeito paciente. 
b) Oração sem sujeito. 
c) Sujeito simples. 
d) Sujeito indeterminado. 
e) Sujeito desinencial. 
 
 
4. Assinale a alternativa correta quanto à classificação do sujeito da oração “No 
espaço, também haverá venda de alimentação pelas APP’s dos centros de 
educação infantil da Vila Itoupava e espaço de recreação com brinquedos 
infantis.”: 
a) sujeito composto 
b) sujeito simples 
c) sujeito indeterminado 
d) sujeito desinencial 
e) oração sem sujeito 
 
 
5. Na oração “Cabia tudo em uma mala só”, o vocábulo “tudo” exerce a função 
de sujeito. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
6. Na oração “mulheres e homens devem obedecer aos princípios 
constitucionais” o sujeito da oração é: 
a) Sujeito simples. 
b) Sujeito composto. 
c) Oração sem sujeito. 
d) Sujeito inexistente. 
e) Sujeito indeterminado 
33
7. Assinale a alternativa que apresenta um sujeito composto. 
a) “O propósito original das posturas é garantir um fluxo de energia em camadas 
mais sutis da nossa fisiologia” 
b) “Ela pode oferecer isso, mas também pode dar muito mais” 
c) “os números não surpreendem” 
d) “Na ioga, corpo, mente e espírito não estão separados” 
 
 
8. Analise: “embora França e Reino Unido fossem aliados da Tchecoslováquia 
no papel, não reagiram quando Hitler começou a ocupação do país” e assinale 
o tipo de sujeito apresentado na primeira oração. 
a) Sujeito Simples. 
b) Sujeito Composto. 
c) Sujeito Indeterminado. 
d) Sujeito Oculto. 
 
 
9. “Anteontem choveu, no entanto, agora está ensolarado.” O sujeito da oração 
destacada é: 
a) Simples. 
b) Oculto. 
c) Indeterminado. 
d) Inexistente. 
 
 
10. No verso “Há tempos treino/ o equilíbrio sobre” (v.4/v.5), destacam-se dois 
verbos. Ao analisá-los com atenção, é correto afirmar que: 
a) O verbo “há” é impessoal e poderia ser substituído por “existir” 
b) “treino” está no singular, concordando com um substantivo “equilíbrio”. 
c) “há” está flexionado na primeira pessoa do singular, assim como “treino”. 
d) O verbo “treino” concorda com um sujeito que não está explícito no verso. 
e) O verbo “há” poderia, facultativamente, concordar com o substantivo “tempos”. 
34
 GABARITO 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 
A B B E CERTO B D B D D 
 
 
 
 
 
 
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL 
 
 
Expressões partitivas 
O núcleo do sujeito funciona com uma expressão partitivas (uma parte de, a 
metade de, uma porção de...) OU coletivos especificados (um bando de, um 
grupo de, uma multidão de...): o verbo pode concordar tanto com o núcleo quanto 
com o especificante do núcleo: 
Exemplo: Uma parte das pessoas reclamou/reclamaram da fila no banco. 
Sujeito = Uma parte das pessoas Núcleo (substantivo sem preposição) = “parte”. 
parte está no singular – concordância com “reclamou”. candidatos estáno plural 
– concordância com “reclamaram”. 
 
 
Sujeito com numerais ou percentuais 
Sujeito com numerais percentuais e fracionários: funcionam como expressões 
partitivas. Logo, o comportamento será semelhante, bem como a concordância, 
que poderá se dar com o numeral fracionário ou o percentual, ou com o 
especificante dele. 
Exemplo: 30% do trabalho foi/foram realizado. 
Sujeito = 30% do trabalho. 
Núcleo = 30 (plural). 
Do trabalho = singular. 
Ambas as formas verbais são aceitas. 
 
 
Expressões fracionárias 
Exemplo: 1/4 dos alunos está/ estão sem aulas. 
Sujeito = 1/4 dos alunos. 
Núcleo = 1/4 (fração – observar o numerador. Nesse caso, é “1”, portanto 
35
singular). 
médicos = plural. 
Ambas as formas verbais são aceitas. 
 
 
Porcentagem 
Do 0 ao 1,99999... = singular. Do 2 em diante = plural. 
Lembre-se de que se o núcleo estiver determinado, a concordância pode ser 
feita com ele. 
Exemplo: 1,8% dos aposentados será/serão prejudicados. 
 
 
Sujeitos compostos 
Sujeito composto, anteposto ao verbo, dois núcleos: verbo no plural. 
Exemplo: João e Antônio querem café. 
 
 
Sujeito composto anteposto (ao verbo) unido por conjunção aditiva. 
Exemplo: querem/quer café João e Antônio. ambos os casos são aceitos. 
 
 
Verbo no singular também aceito: núcleos são sinônimos. 
Exemplo: a alegria e a felicidade faz/ fazem parte da vida: ambos os casos são 
aceitos. 
 
 
 
Verbo SER 
Exemplo(1): Maria é minhas preocupações. 
O sujeito tem como representante uma pessoa, um ser animado. A concordância 
será com o ser animado. 
 
 
Exemplo(2): Tudo na vida é/são flores. 
Tudo = sujeito. 
Flores = predicativo do sujeito. 
Nesse caso, é possível concordar tanto com um quanto com o outro, porque 
ambos são coisas. 
36
Ser associado a tempo: 
1) São cinco horas da tarde. São concorda com “cinco” 
2) É meio-dia. É concorda com “dia”. 
3) Hoje são quatorze de maio. São concorda com “quatorze”. 
4) Hoje é dia quatorze de maio. É concorda com “dia”. 
5) Hoje é (dia) quatorze de maio. A palavra dia está implícita. 
 
 
Todas essas formas verbais do verbo SER são consideradas impessoais = 
orações sem sujeito. 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. A propósito da concordância da forma verbal destacada em: “Grande parte 
dos países democráticos tem suas leis de acesso" (3º parágrafo), assinale a 
opção que não apresenta incorreção. 
a) A expressão partitiva “grande parte de", seguida de especificação pluralizada, 
admite também verbo na 3ª pessoa 
do plural (têm). 
b) O verbo “ter", no contexto empregado, somente admite o plural, uma vez que 
seu complemento está no plural. 
c) Há um sujeito coletivo; logo, o verbo precisa estar no singular. 
d) Houve violação no que se diz respeito à concordância, porque o verbo “ter" 
deveria estar no plural. 
e) A expressão partitiva “grande parte de", somente aceita verbo na 3ª pessoa 
do singular. 
 
 
2. Segundo as prescrições gramaticais, qual das alternativas está correta: 
a) 1/4 da população querem sair da miséria; 
b) 2/3 do material foi entregue ao coordenador; 
c) 2/3 dos alunos quer gramática; 
37
d) 1/2 da população apreendem rápido; 
e) 4/5 dos atletas olímpicos é de origem africana. 
 
 
3. Assinale o item cuja concordância está de acordo com as normas gramaticais: 
a) 10% das populações sabe votar; 
b) 1,9% do eleitorado brasileiro tem dificuldade; 
c) 89% dos políticos votou a favor; 
d) 5% das pessoas está equivocadas; 
e) 13% dos votantes sabe disso. 
 
 
4. Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal do verbo ser: 
a) agora é vinte duas e trinta; 
b) hoje é onze de agosto; 
c) agora são uma hora; 
d) agora é duas horas; 
e) hoje são um de novembro. 
 
 
5. Assinale a alternativa cuja concordância segue as prescrições gramaticais: 
a) o governo e a população busca o melhor; 
b) os carros e as motos não pode ultrapassar pela direita; 
c) pode lutar o atleta e o amador. 
d) são eficazes o remédio. 
e) as músicas e a arte é importante. 
 
 
6. Assinale a opção que indica a frase em que o sujeito aparece posposto ao 
verbo. 
a) “Há uma distorção generalizada”. 
b) “a maçã ficou sendo um símbolo do sexo”. 
c) “Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia”. 
d) “A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso”. 
e) “O pecado original não foi o sexo”. 
38
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 
A B B B C C 
 
 
 
 
 
ESTUDO DO PREDICADO 
 
COMPLEMENTOS VERBAIS 
Necessitam de complemento os verbos que indicam ação (verbos significativos 
ou nocionais). Esses verbos fazem parte de predicados verbais ou verbo- 
nominais. Os verbos de ligação não necessitam de complemento, pois servem 
apenas para ligar o predicativo ao sujeito. 
Chama-se transitividade a relação que se estabelece entre os verbos e seus 
complementos. Os complementos verbais são chamados objetos. 
 
 
Tipos de verbos 
Os tipos de complementos dependem do tipo de verbo utilizado. 
Podemos classificar os verbos, de um modo geral, da seguinte maneira: 
 
I. Verbos de fenômenos da natureza: indicam os fenômenos da natureza de um 
modo geral. 
Exemplo: trovejar, relampear, chover, nevar... 
 
 
Temos aqui uma resalva: esses verbos, para indicarem fenômenos da natureza, 
têm que indicar a realização propriamente dita, do contrário, a análise torna-se 
errada. 
Exemplo: choveu canivete ontem. 
O verbo chover em questão não indica chuva, pois foi empregado no sentido 
conotativo, logo esse verbo será transitivo direto. 
 
 
II. Verbos de estado: ser, estar, permanecer, continuar, tornar-se, virar, andar... 
são os principais 
39
III. Verbos de ação: os verbos que não se enquadrarem como de estado ou 
fenômenos da natureza serão chamados de verbos de ação. 
 
 
Tipos de complementos Verbos 
 
 
Transitivos Diretos (VTD) 
São aqueles cujo sentido requer um objeto direto. 
• Objeto Direto (OD) é o complemento que se liga diretamente (sem 
preposição) a um verbo transitivo. 
Exemplo: o aluno comeu o pão. 
 
 
 
Verbos Transitivos Indiretos (VTI) 
São aqueles cujo sentido requer um objeto indireto. 
• Objeto Indireto (OI) é o complemento que se liga indiretamente (através 
de preposição) a um verbo transitivo. 
Exemplo: Preciso de ajuda. 
 
 
 
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos (VTDI) 
São aqueles cujo sentido requer um objeto direto e um objeto indireto. 
Exemplo: pedi ajuda a Deus. 
 
 
 
OBSERVAÇÃO!!! 
Os únicos complementos verbais são: objeto direto e objeto indireto. 
40
Verbos Transitivos intransitivos 
São aqueles cujo sentido não necessita de um objeto. 
Exemplo: um menino nasceu. 
Perceba! O verbo em questão não transita nem liga, logo, ele é classificado como 
intransitivo. 
 
 
Objeto direto preposicionado 
Algumas vezes, o objeto direto vem precedido de preposição. Isso ocorre em 
função de recursos estilísticos ou para evitar ambiguidade, e não por exigência 
do verbo. 
Exemplo: Ele bebeu do vinho. 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
 
1. O termo destacado possui que função sintática de objeto direto é: 
a) Meu pai foi à praia 
b) Carros são rápidos 
c) A verdade dói 
d) Eu comprei o pão 
 
 
2. Chegamos ao escritório, ontem, às pressas, O verbo chegar é: 
a) intransitivo 
b) transitivo direto 
c) transitivo indireto 
d) de ligação 
41
3. No período “Quem destrói florestas não mata apenas árvores.”, os termos 
grifados são: 
a) Objeto direto e objeto direto. 
b) Objeto indireto e objeto indireto. 
c) Objeto direto e predicativo do objeto. 
d) Objeto direto e objeto indireto. 
 
 
4. Leia o texto 
Anteontem, eu, meu irmão e meu pai fomos ao lago pescar. 
Os termos destacados na oração acima correspondem a: 
a) Adjunto adverbial, predicativo do sujeito. 
b) Predicado. 
c) Adjunto adverbial, objeto indireto. 
d) Adjunto adnominal, predicado. 
 
 
5. Assinale abaixo a alternativa em que o termo marcado exerce a função 
sintática de objeto indireto: 
a) A leitura dos clássicos é fundamental. 
b) Ela deu-lhe o troco. 
c) O amor dos pais marca paratoda a vida. 
d) Ele adora banhar-se no mar. 
 
 
6. No trecho "Bebê necessita de cuidados intensos 24 horas", o termo 
destacado está exercendo função sintática de: 
a) Objeto indireto. 
b) Objeto direto. 
c) Aposto. 
d) Complemento nominal. 
 
 
7. Leia este trecho: 
Todo mundo, alguns pouco, outros mais, faz esse tipo de coisa. 
42
O termo destacado no texto classifica-se como 
 
 
a) Objeto direto. 
b) Objeto indireto. 
c) Predicativo do Sujeito. 
d) Complemento Nominal. 
 
 
8. “[...], um homem decidiu comprar o último combo de cheeseburguer com fritas 
[...]” (linhas 2 a 4). Os termos 
destacados exercem função sintática de: 
a) Objeto indireto. 
b) Predicado verbal. 
c) Sujeito. 
d) Objeto direto. 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 
D A A C B A A D 
 
 
 
DEMAIS TERMOS ASSOCIADOS AO PREDICADO 
 
 
Predicativo do sujeito 
Predicativo do Sujeito é o termo que caracteriza o sujeito, tendo um verbo como 
intermediário. O predicativo do sujeito pode ser um substantivo, um adjetivo ou 
uma palavra com valor de substantivo. O predicativo do sujeito é o núcleo do 
predicado nominal, e um dos núcleos do predicado verbo-nominal. Em 
predicados nominais, o sujeito é ligado ao predicativo através de um verbo de 
ligação. 
Exemplo: Ela estava triste. 
 
43
Predicativo do Objeto 
Predicativo do Objeto é uma qualidade atribuída ao objeto através do verbo. O 
predicativo do objeto pode ser um substantivo, um adjetivo ou uma palavra com 
valor de substantivo. O predicativo do objeto é um dos núcleos do predicado 
verbo-nominal. 
 
 
Exemplo: O juiz julgou o réu culpado. 
 
 
 
Adjunto Adverbial 
Adjunto Adverbial é o termo que indica uma circunstância em que ocorre o 
processo verbal ou o termo que intensifica o adjetivo, o verbo ou o advérbio. 
Adjunto adverbial é uma função adverbial, isto é, desempenhada por advérbios 
(e locuções adverbiais). 
Exemplo: ele é muito inteligente 
 
 
 
Exemplos de circunstâncias expressas pelo adjunto adverbial 
 
 
Tempo: Amanhã eu falarei com ele. 
Modo: Marina pediu-me gentilmente que fosse vê-la. 
Lugar: Estão todos aqui? 
Intensidade: Ele falou muito. 
Causa: Devido à chuva escassa, muitas plantas morreram. 
Afirmação: Certamente atenderei ao pedido. 
Negação: Não podemos esquecer de nossas responsabilidades. 
Dúvida: Talvez haja alguns problemas. 
Finalidade: Leio muito para aumentar minha cultura. 
Meio: Viajarei de ônibus. 
44
Companhia: Fui ao museu com meus amigos. 
Instrumento: Redações devem ser escritas à caneta. 
Assunto: Falarei com ele sobre o ocorrido. 
Preço: trabalhei por 20 reais. 
 
 
TIPOS DE PREDICADO 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. O resultado é uma perda de indicadores não verbais, e isso pode atrofiar o 
desenvolvimento. 
Em relação à sintaxe desse período, o termo destacado na primeira oração é: 
a) objeto direto. 
b) predicativo do sujeito. 
c) complemento nominal. 
d) sujeito simples. 
 
 
2. Qual das alternativas possui um verbo intransitivo: 
a) As praias são belas. 
b) Meus pais estavam felizes. 
c) O amor é verdadeiro. 
d) O cantor morreu. 
 
 
3. O verbo em questão é classificado como verbo de ligação: 
a) João viu. 
45
b) Os alunos estavam felizes. 
c) O cientista encontrou a cura. 
d) Minha mãe fez o café. 
 
 
4. Na oração, “continuamos alegres apesar da luta”, o verbo em destaque é 
classificado como: 
a) Verbo intransitivo. 
b) Verbo de ligação. 
c) Verbo transitivo direto. 
d) Verbo transitivo indireto. 
 
 
5. Faça uma análise morfossintática da seguinte frase: 
“As senhoras caminhavam felizes”. Está correta a seguinte alternativa: 
a) Análise morfológica: as - artigo indefinido; senhoras - substantivo; 
caminhavam - verbo caminhar; felizes - adjetivo. Análise sintática: as senhoras - 
sujeito simples; caminhavam felizes - predicado verbal; felizes - predicativo do 
objeto. 
b) Análise morfológica: as - artigo indefinido; senhoras - substantivo; 
caminhavam - verbo caminhar; felizes - advérbio. Análise sintática: as senhoras 
- sujeito simples; caminhavam felizes - predicado nominal; felizes - predicativo 
do objeto. 
c) Análise morfológica: as - artigo definido; senhoras - substantivo; caminhavam 
- verbo caminhar; felizes - adjetivo. Análise sintática: as senhoras - sujeito 
simples; caminhavam felizes - predicado nominal; felizes - predicativo do sujeito. 
d) Análise morfológica: as - artigo definido; senhoras - substantivo; caminhavam 
- verbo caminhar; felizes - adjetivo. Análise sintática: as senhoras - sujeito 
composto; caminhavam felizes - predicado verbal; felizes - predicativo do sujeito. 
e) Análise morfológica: as - artigo definido; senhoras - substantivo; caminhavam 
- verbo caminhar; felizes - adjetivo. Análise sintática: as senhoras - sujeito 
composto; caminhavam felizes - predicado verbal; felizes - predicativo do objeto. 
 
 
6. Assinale a alternativa que indica o termo que exerce a função de objeto direto 
no trecho a seguir, retirado do 
texto: “queria resolver (1) a situação (2) na melhor (3) forma possível (4)”. 
a) 1. 
46
b) 2. 
c) 3. 
d) 4. 
 
 
7. “Eles estavam extremamente atrasados para a festa.”. Assinale a alternativa 
que representa corretamente o predicativo do sujeito da oração: 
a) “Eles” 
b) “estavam” 
c) “extremamente” 
d) “atrasados” 
 
 
8. Estendidas pela rua afora, deixaram as faixas que seriam usadas na 
campanha eleitoral.”. Assinale a alternativa que representa corretamente o 
predicativo do objeto do verbo transitivo direto destacado na oração: 
 
 
a) “Estendidas 
b) “as faixas” 
c) "usadas” 
d) “campanha eleitoral” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 
B D B B C B D A 
47
TERMOS LIGADOS AO NOME 
 
Complemento nominal 
Complemento Nominal: é o complemento exigido por alguns substantivos, 
adjetivos e advérbios. Assim como os verbos, alguns nomes necessitam de 
complemento. Observe: 
Exemplo: Nós temos amor por nossa família. 
 
 
 
Adjunto adnominal 
Adjunto adnominal: termo ligado aos substantivos, mantendo uma relação de 
completude do termo. 
Exemplo: a menina bonita. 
 
 
 
Atenção!!! 
Artigos, pronomes e termos não preposicionados ligados aos nomes são sempre 
adjuntos adnominais. 
 
 
Tabela para diferenciar adjunto adnominal X complemento nominal 
 
48
EXERCÍCIOS 
 
1. No título do Texto I, “Os sonhos dos adolescentes”, o termo destacado, 
sintaticamente, é: 
a) adjunto adnominal. 
b) complemento nominal. 
c) agente da passiva. 
d) objeto direto. 
 
 
2. Das alternativas que seguem, apenas uma não se encontra corretamente 
analisada quanto à sua estrutura sintática. Identifique-a: 
a) Os animais fugiram do zoológico. (adjunto adverbial de lugar). 
b) Os animais do zoológico fugiram. (adjunto adnominal). 
c) Os alunos deixaram o colégio entusiasmados. (adjunto adnominal). 
d) A garota chegou em casa apressadamente. (adjunto adverbial de modo). 
 
 
3. No trecho "A minha pergunta sobre quem teve acesso às informações do 
Mosaic não foi respondida.", o elemento sintático destacado funciona como: 
a) adjunto adnominal de "pergunta". 
b) complemento nominal de "pergunta". 
c) objeto direto anteposto de "respondida". 
d) objeto indireto de "pergunta". 
e) agente da passiva de "respondida". 
 
 
4. Observe as palavras destacadas nos enunciados, marque ADN para adjunto 
adnominal e CN para complemento nominal. 
 
 
( ) Este aparelho novo traz inúmeras vantagens para o paciente. 
( ) O computador de Mariana não consegue registrar as consultas. 
( ) Quando viajo para outro país, tenho medo de doença contagiosa. 
( ) O documento de liberação daquele remédio é passível de revisão. 
49
A sequência está correta em 
a) ADN, ADN, CN e CN. 
b) CN, ADN, CN e ADN. 
c) CN, CN, ADN e ADN. 
d) ADN, CN, ADN e CN. 
e) CN, ADN, ADN e CN. 
 
 
5. Assinale a frase em que o termo sublinhado exerce a função de complemento 
nominal e não de adjunto- adnominal. 
a) “Um mosquito é uma pequena criação da natureza para nos fazerpensar". 
(André Guillois) 
b) “Não é a saída do porto que determina o sucesso de uma viagem". (Anônimo) 
c) “A vida é um hospital onde cada enfermo tem o desejo de troca de cama". 
(Baudelaire) 
d) “Uma vida é uma obre de arte". (Clemenceau) 
e) “Eu sou uma parte de tudo". (Lord Tennyson) 
 
 
6. Assinale a alternativa em que o termo sublinhado exerce a função de 
complemento e não de adjunto do termo anterior. 
a) Brigas de trânsito. 
b) Disseminação das armas de fogo. 
c) Áreas pobres do Nordeste. 
d) Índices de violência. 
e) População de baixa renda. 
 
 
7. A opção cujo termo sublinhado exerce a função de adjunto adnominal por ser 
o agente do termo anterior é: 
a) “reestruturação de seus sistemas de segurança”; 
b) “repressão à violência”; 
c) “fatores geradores da insegurança”; 
d) “busca de soluções efetivas”; 
e) “altos índices de criminalidade”. 
50
8. Os termos sublinhados em “luta por algo ou representação de algo” 
desempenham a mesma função sintática que: 
a) “capaz de se virar” 
b) “tensão do futebol” 
c) “vida do homem” 
d) “governo do Presidente Médici” 
e) “lição de vida” 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 
A C A A C B E A 
 
 
 
CASOS ESPECIAIS DE PREDICAÇÃO VERBAL 
 
 
Agradar 
VTD: no sentido de “fazer carinho” 
Exemplo: O filho agradava o pai. 
 
 
VTI: no sentido de “ser agradável” 
Exemplo: O técnico agradou aos jogadores. 
 
 
Ajudar 
VTD ou VTI (sem alteração de sentido). 
Exemplo: O professor ajudou os (aos) alunos. 
 
 
Assistir 
VTI: no sentido de ver, presenciar. 
Exemplo: Eu assisti ao clássico réi. 
51
VTD (preferencialmente) ou VTI: no sentido de dar assistência, ajudar. 
Exemplo: O médico assiste os (aos) enfermos. 
 
 
VI: no sentido de morar. 
Exemplo: A família Ribeiro assiste em Fortaleza. 
 
 
Atender 
VTI ou VTD (sem alteração de sentido). 
Exemplo: O menino atendeu (a) o carteiro. 
 
 
Chamar 
VTD: no sentido de convocar. 
Exemplo: A mãe chamou o filho para almoçar. 
 
 
VTD ou VTI: no sentido de “dar nome” ou “apelidar” 
Exemplo: Eles chamavam ao (o) pai de herói. 
 
 
Chegar 
VI: mas, quando acompanhado de expressões locativas, deve-se usar a 
preposição “a”. 
Exemplo: Chegaremos ao prédio do Objetivo. 
 
 
VTD ou VTI: no sentido de “acarretar”, causar. 
Exemplo: O seu comportamento implica (em) demissão. 
 
 
OBS!!! Aqui temos uma polêmica, pois alguns gramáticos não compartilham 
desta opinião. Então, para embasar seus estudos, deixo aqui uma ponderação. 
Se sua banca examinadora for a FCC, fique tranquilo, pois o que prevalece é a 
dupla transitividade. Já se a sua examinadora for CEBRASPE, FGV ou qualquer 
outra banca, aconselho que você opte apenas pela transitividade direta. 
52
Lembrar/lembrar-se (também válido para esquecer/esquecer-se) 
VTD: lembrar/esquecer (sem o pronome). 
Exemplo: Meu pai lembra o seu nome. Eu esqueci a sua blusa. 
 
 
VTI: lembrar-se/esquecer-se (com o pronome). 
Exemplo: Meu pai se lembra do seu nome. Em esqueci-me da sua blusa. 
 
 
Obedecer 
VTI. 
Exemplo: Eles não obedecem ao regulamento. 
 
 
Preferir 
VTDI (algo a algo): 
Exemplo: Prefiro português a qualquer outra materia. 
 
 
Proceder 
VTI: no sentido “de iniciar”, “executar”. 
Exemplo: O ator procedeu à apresentação. 
 
 
VI: no sentido de “ter procedência”, “ser verdadeiro”. 
Exemplo: A fala de empresário não procede. 
 
 
Visar 
VTD: no sentido “de mirar”, “ver”. 
Exemplo: O atirador visou o alvo. 
 
 
VTI: no sentido “almejar”, “desejar”. 
Exemplo: Ele visa a um novo emprego 
53
EXERCÍCIO 
 
 
1. A alternativa redigida de acordo com a norma-padrão de regência nominal e 
verbal é: 
a) Até hoje ele prefere jogar futebol a frequentar bares, e fica indiferente aos 
apelos dos amigos. 
b) Parte da população foi imunizada da varíola, mas algumas pessoas evitam de 
tomar a vacina. 
c) Gosta de argumentar e é hábil para convencer aos outros naquilo que ele 
quer. 
d) Mostra desobediência para com os superiores e sempre chega atrasado no 
serviço. 
e) Aconselhei a que ele viaje durante as férias e fique um tempo alheio do que 
acontece no trabalho. 
 
 
2. Analise a frase a seguir e assinale a alternativa em que é seguida a mesma 
regra de regência verbal, de acordo coma norma culta da Língua Portuguesa. 
 
 
Nas férias, ela o visitou no interior. 
a) O estudante visou o diploma. 
b) As atividades visam ao estudo da matemática. 
c) O pai sempre acudia ao filho. 
d) O gerente aspirava o cargo de diretor. 
 
 
3. Sobre o período “O hábito de cultivar plantas em jardins dentro e fora de casa 
cresceu durante os meses de pandemia.”, assinale a alternativa correta. 
a) A expressão “de cultivar plantas” é um objeto indireto. 
b) A expressão “O hábito” é um objeto direto. 
c) O verbo “cultivar” é intransitivo. 
d) O verbo “cresceu” é intransitivo. 
e) A expressão “em jardins” é objeto indireto. 
54
4. Em relação à regência verbal, assinalar a alternativa CORRETA: 
a) Simpatizei com a vendedora. 
b) Tal ação implicará em sua demissão. 
c) Prefiro café do que chá. 
d) O técnico chamou aos jogadores. 
 
 
5. No trecho "todos nós fomos obrigados a entrar no enorme catálogo de 
brasileiros que visa mostrar aos bancos e outros operadores de crédito quem 
são os bons - e os maus - pagadores do país", se trocarmos o termo destacado 
por desobrigados: 
a) teremos que modificar a regência do complemento nominal, empregando a 
preposição "por". 
b) teremos que modificar a regência do complemento verbal, empregando a 
preposição "em". 
c) teremos que modificar a regência do complemento verbal, empregando a 
preposição "sob". 
d) teremos que modificar a regência do complemento nominal, empregando a 
preposição "de". 
e) teremos que modificar a regência do complemento verbal, empregando a 
preposição "por". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 
A A D A D 
55
PONTUAÇÃO DO PERÍODO SIMPLES 
 
Conceito: É o conjunto de sinais gráficos destinados a indicar pausa mais ou 
menos acentuada de caráter objetivo ou distintivo. 
Os sinais de pontuação são estes: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto-e-vírgula 
(;), o dois pontos (:), o ponto de interrogação (?), o de exclamação (!), os 
parênteses (), as reticências (...), as aspas (“ “) e o travessão (-) 
. 
Os quatro primeiros constituem a pontuação de pausa objetiva; os quatro 
seguintes formam a pontuação de pausa subjetiva, afetiva; e os dois últimos são 
os sinais distintivos. 
 
 
PONTO FINAL 
É um dos sinais que marcam fim de período e o que assinala a pausa de máxima 
duração. Além do ponto final, também marcam o fim de período os sinais de 
exclamação(!) e interrogação(?). 
 
 
VÍRGULA 
A vírgula é o sinal que indica uma pequena pausa na leitura, o que equivale a 
uma pequena ou grande mudança na entoação. 
 
 
Estatuto da vírgula 
Proibições 
Art.1° Não se usa vírgula: 
Entre sujeito e verbo 
Exemplo: eu, fui a São Paulo ano passado. 
 
 
Entre nome e complemento nominal 
Exemplo: o amor, ao pai. 
 
 
Entre nome e adjunto adnominal 
Exemplo: amor, verdadeiro. 
56
Art. 2° Usa-se a vírgula: 
Para separar palavras ou expressões de mesma função sintática 
Exemplo: eu prenderei bandido, vagabundo, homicida e estelionatário. 
 
 
Para separar vocativos 
Exemplo: professor, eu serei aprovado, macho! 
 
 
Para separar o aposto do termo fundamental 
Exemplo: Pelé, o rei do futebol, é brasileiro. 
 
 
Para separar certas palavras e expressões interpositivas: por exemplo, porém, 
ou melhor, ou antes, isto é, por assim dizer, além disso, aliás, com efeito, então, 
outrossim, entretanto, todavia, pois etc. 
Exemplo: o carro era antigo, porém, tinha muita potência. 
 
 
Para separar o adjunto adverbial, quando ele se encontra deslocado 
Exemplo: ontem, orei a Deus pela minha prova. 
 
 
Para separar do nome da localidade, as datas. 
Exemplo: São Paulo, 01 de outubro de 1992. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. No tocante às regras de pontuação, justifica-se a virgulação neste trecho“Enfim, a geração de hoje é a pura contradição” (l. 23 e 24), a fim de: 
a) separar vocativos. 
b) separar adjuntos adverbiais. 
c) indicar a elipse de um termo. 
d) separar apostos e certos predicativos. 
57
2. Na linha 16, mantém a correção gramatical a inserção de vírgula anteriormente 
à expressão “por diferentes pensadores contemporâneos”, que tem natureza 
adverbial. 
 
 
Texto: Esse documento é considerado por diferentes pensadores 
contemporâneos o primeiro relatório governamental. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. Os sinais de pontuação são recursos da escrita que são empregados para 
reproduzir pausas, entonações, sentidos, entre outros. Leia as sentenças abaixo 
e assinale a alternativa correta sobre o uso da vírgula e do ponto e vírgula. 
a) O marido quer a compra do carro. A esposa; da casa. 
b) A Maria viajou para o Ceará, o Pedro para o Rio Grande do Sul. 
c) Alguns disseram que não fariam a prova; outros que só a fariam se o professor 
estivesse presente. 
d) O Pedro estava orgulhoso do filho; a Maria, dos netos. 
 
 
Quadrilha 
João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim 
que amava Lili que não amava ninguém. 
ANDRADE, C. D. de. Quadrilha. Em: Poesia completa. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 2006. p. 26. 
 
 
4. Sobre o trecho do poema “Quadrilha”, analise as afirmativas a seguir: 
 
 
I. A reiteração sucessiva do pronome relativo “que” no poema é um elemento de 
progressão textual, pois indica a 
repetição das ações dos personagens. 
II. O trecho do poema enfatiza o futuro do pretérito do indicativo marcado pela 
sucessão de repetição do verbo amava. 
III. A repetição do pronome “que” poderia ser evitada pela utilização dos sinais 
de pontuação: vírgula ou ponto e vírgula sem comprometer o sentido. 
58
É correto o que se afirma 
a) apenas em I. 
b) apenas em II. 
c) apenas em III. 
d) em I, II e III. 
 
 
5. Assinale a alternativa em que o uso de sinal de pontuação no interior do 
enunciado tem a finalidade de indicar ao leitor uma explicação feita pelo 
narrador. 
a) A cachorra Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não 
guardava lembrança disto. 
b) Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares... 
c) Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava. 
d) ... o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na 
caatinga. e)... e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa 
atitude ridícula. 
 
 
6. Quanto ao uso das vírgulas, assinale a alternativa CORRETA: 
a) O homem, que é um ser racional tem péssima atitude. 
b) Todos os empregados demitidos, serão indenizados. 
c) Houve, porém, um inconveniente sério. 
d) Não haverá aula amanhã, ou melhor depois de amanhã. 
 
 
7. Em conformidade com a norma-padrão de pontuação, na frase “Mas durante 
séculos os homens sonharam em vão com o elixir da longa vida e com a fonte 
da juventude eterna.”, a seguinte expressão pode ser isolada com o uso de duas 
vírgulas: 
a) durante séculos 
b) os homens 
c) sonharam em vão 
d) o elixir da longa vida 
e) com a fonte da juventude 
59
GABARITO 
1 2 3 4 5 6 7 
B ERRADO D A E C A 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Assinale a alternativa, onde temos um aposto. 
a) Meu pai, homem sério e prudente, era inteligente. 
b) – Boa tarde, dona Maria. Como vai a senhora? 
c) – Então, camarada, aposto que teve muito medo. 
d) – Deixe de besteira, seu João. Em São Francisco do Guaporé, nós não 
atropelamos ninguém. 
 
 
2. Assinale a afirmativa que apresenta um vocativo: 
a) Comprei três frutas: banana, maçã e laranja. 
b) Machado de Assis, escritor brasileiro, faleceu em 1908. 
c) Ela adora estudar. 
d) Não faça isso, João! 
 
 
3. Analise: “Em uma manhã fria de segunda-feira em São Paulo, a sala de aula 
virtual do professor Marcos Rojo, cofundador do Instituto de Ensino e Pesquisa 
em Yoga, estava cheia.” E assinale a alternativa incorreta. 
a) Há a presença de um advérbio de tempo. 
b) Há um aposto explicativo. 
c) Há uma oração subordinada. 
d) Há um sujeito simples. 
 
 
4. A alternativa que corresponde corretamente a citação a seguir é: “Palavra ou 
expressão que representa a pessoa ou coisa personificada, a quem nos 
dirigimos diretamente: Paulo, onde está você?” 
60
a) Verbo. 
b) Vocativo. 
c) Aposto. 
d) Adjunto adnominal. 
 
 
5. Considere: “Alexandro, chileno que virá palestrar, é um ótimo profissional”. 
Assinale a função sintática do substantivo da oração sublinhada: 
a) Adjunto adverbial. 
b) Aposto explicativo. 
c) Vocativo. 
d) Aposto enumerador. 
 
 
6. Dançar, nadar, brincar, nada lhe interessava.”. Com base no termo destacado, 
assinale a alternativa correta: 
a) Aposto resumitivo. 
b) Aposto explicativo 
c) Aposto especificativo. 
d) Aposto enumerativo. 
 
 
7. Assinale a alternativa que apresenta um aposto: 
a) A professora de matemática chamou os pais de Maria. 
b) Joana gosta de ir ao supermercado. 
c) Joana, professora de matemática, deu várias aulas esta semana. 
d) Feche a porta, Joana! 
 
 
8. Em "A minha avó, dona Fernanda, [...]", o termo destacado é: 
a) Adjunto Adverbial. 
b) Objeto Indireto. 
c) Vocativo. 
d) Objeto Direto. 
e) Aposto. 
61
9. Assinale a alternativa que corresponde à função sintática CORRETA do 
elemento em destaque no trecho a seguir: O Brasil participou ativamente das 
discussões internacionais que culminaram, em 1989, na Convenção Sobre os 
Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), assinada por 
196 países. Disponível: https://agenciabrasil.ebc.com.br 
a) Vocativo. 
b) Predicativo do sujeito. 
c) Adjunto adverbial de modo. 
d) Objeto indireto. 
 
 
10. Assinale a alternativa que corresponde à classificação CORRETA da função 
sintática em destaque no trecho a seguir: A vocação empreendedora do 
brasileiro nunca esteve tão em alta e, nos momentos de crise, torna-se ainda 
mais evidente. 
a) Complemento nominal. 
b) Objeto indireto. 
c) Adjunto adverbial. 
d) Objeto direto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 
A D C B B A C E C C 
62
SINTÁXE DO PERIODO COMPOSTO 
 
 
As orações que compõem o período composto podem relacionar-se por 
subordinação ou por coordenação. 
 
 
Subordinação 
Ocorre subordinação quando uma oração, chamada de oração subordinada, 
exerce uma função sintática em outra oração, chamada de oração principal. 
Exemplo: ele não sabia que a mãe estava em casa. 
 
 
 
Coordenação 
Ocorre coordenação quando as orações, chamadas de orações coordenadas, 
são independentes sintaticamente. 
Exemplo: eu estudei e voltei para casa. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES 
 
 
 
63
Quanto à forma, as orações podem ser desenvolvidas ou reduzidas. 
 
 
Orações desenvolvidas são introduzidas por conjunção ou por pronome 
relativo. 
Exemplo: as crianças sabem que comer é importante. 
 
 
Na subordinação vamos ter de ficar atentos a duas conjunções importantes: o 
que e o se. 
 
 
Orações reduzidas apresentam verbo em uma de suas formas nominais 
(infinitivo, gerúndio ou particípio) e não são introduzidas por conjunção nem por 
pronome. 
Exemplo: raciocinei que estava sempre certo. (Oração desenvolvida) Raciocinei 
estar sempre certo. (Oração reduzida) 
 
 
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA 
Orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem função sintática 
típica de substantivo, isto é, função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, 
predicativo, aposto ou complemento nominal. 
As orações subordinadas substantivas desenvolvidas normalmente são 
introduzidas pelas palavras que ou se, denominadas conjunções integrantes. 
Temos seis classificações para as orações subordinadas substantivas, veja no 
quadro: 
 
 
 
CONHECENDO OS TIPOS 
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva 
Oração subjetiva é aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração 
principal. Havendo oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da oração 
principal está necessariamentena terceira pessoa do singular. 
64
Exemplo: Convém que haja muitos inscritos. 
Isso convém. 
 
 
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta 
Oração objetiva direta é aquela que exerce a função de objeto direto do verbo 
da oração principal. 
Exemplo: Não sei se fui bem na prova. Não sei isso. 
 
 
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta 
Oração objetiva indireta é aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo 
da oração principal. 
Exemplo: lembre-se de que você luta por muitos. lembre-se disso. 
 
 
Oração Subordinada Substantiva Predicativa 
Oração predicativa é aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da 
oração principal. 
Exemplo: A verdade é que ninguém confia naquele deputado. A verdade é isso. 
 
 
Oração Subordinada Substantiva Apositiva 
Oração apositiva é aquela que exerce a função de aposto de um termo da oração 
principal. 
Exemplo: Há uma única saída: fugir. 
 
 
Este tipo de oração é pouco cobrado em provas de concurso uma vez que sua 
identificação é muito simples, a pontuação (:) dois pontos indicará sua existência. 
 
 
Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal 
Oração completiva nominal é aquela que exerce a função de complemento 
nominal de um termo da oração principal. 
Exemplo: Tenho necessidade de que me ajudes. Tenho necessidade disso. 
 
 
Dentre as orações subordinadas substantivas, apenas as orações apositivas 
podem vir separadas por vírgula (ou por dois pontos) da oração principal. Isso 
65
ocorre porque sujeitos, objetos e complementos nunca são separados por 
vírgula dos termos a que estão ligados. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Nos versos “Queria que a minha voz tivesse um formato de canto Porque eu 
não sou da informática:...”, as orações 
grifadas são classificadas como: 
a) 1. subordinada substantiva objetiva direta / 2. coordenada sindética 
explicativa. 
b) 1. subordinada substantiva subjetiva / 2. subordinada adjetiva explicativa. 
c) 1. coordenada sindética explicativa / 2. subordinada adjetiva explicativa. 
d) 1. subordinada substantiva objetiva indireta / 2. coordenada sindética 
explicativa. 
 
 
2. No período “...imprimir mais dinheiro do que livros é uma monstruosidade!”, a 
oração destacada pode ser classificada como: 
a) subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. 
b) subordinada adverbial consecutiva reduzida de infinitivo. 
c) subordinada adverbial concessiva reduzida de infinitivo. 
d) subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. 
 
 
3. A oração destacada no trecho “Costumo dizer que sou um sábio do minuto 
seguinte, um virtuoso sem timing” é classificada como oração subordinada 
substantiva 
a) completiva nominal. 
b) objetiva direta. 
c) objetiva indireta. 
d) subjetiva. 
 
 
4. “Pesquisas na área de neurociências comprovam que a memória, a 
imaginação e a comunicação verbal e corporal ficam mais aguçadas...” (4º§) O 
fragmento sublinhado exerce a função de oração subordinada: 
66
a) adjetiva restritiva. 
b) adjetiva explicativa. 
c) substantiva objetiva direta. 
d) substantiva objetiva indireta. 
 
 
5. Relacione adequadamente os tipos de orações subordinadas substantivas às 
respectivas orações. 
1. Apositiva. 
2. Subjetiva. 
3. Objetiva indireta. 
4.Completiva nominal. 
 
( ) O paciente desrespeitou a recomendação de que não tomasse aquele 
remédio à noite. 
( ) Avisei-o de que deveria fazer repouso após a cirurgia. 
( ) Não se sabe como ele conseguiu sobreviver. 
( ) O irmão, preocupado, disse-lhe isto: não exagere com a bebida. 
 
 
A sequência está correta em: a) 3, 2, 1, 4. 
b) 2, 3, 1, 4. 
c) 1, 2, 3, 4. 
d) 4, 3, 2, 1. 
e) 4, 2, 3, 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 
A D B C D 
67
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVA 
 
Orações subordinadas adjetivas são aquelas que exercem função de adjetivo, 
referindo-se a um termo da oração principal. 
Exemplo: As pessoas que mentem não me agradam. 
 
 
 
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva 
Não Possui a marca de pontuação em sua estrutura, relaciona-se a uma parte. 
 
 
Exemplo: as mulheres que não trabalham sofrem represálias. 
Para saber se estamos diante de uma oração subordinada adjetiva, basta 
apenas substituir o que por um pronome relativo de mesmo valor, exemplo: o 
qual. Por não colocar a pontuação, a frase restringe sua estrutura. 
 
 
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa 
As orações explicativas sempre vêm separadas por vírgula da oração principal. 
Exemplo: Os políticos, que são corruptos, envergonham a nação. 
Para saber se estamos diante de uma oração subordinada adjetiva, basta 
apenas substituir o que por um pronome relativo de mesmo valor, exemplo: o 
qual. 
68
EXERCÍCIOS 
 
1. No período “Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos 
números,...”, a oração destacada é classificada como: 
a) subordinada adverbial final. 
b) subordinada adjetiva restritiva. 
c) coordenada sindética explicativa. 
d) subordinada substantiva objetiva direta. 
 
 
2. Numa parede de uma fábrica de cerveja de Tiradentes (MG), estava escrita a 
seguinte frase: “Há bares que vêm para o bem”. Sobre a estrutura e o conteúdo 
semântico desse texto, a única afirmativa INADEQUADA é: 
a) a estrutura dessa pequena frase é de caráter intertextual; 
b) a repetição fônica vêm/bem auxilia a apreensão da frase; 
c) a oração “que vêm para o bem” explica o sentido de “bares”; 
d) a forma plural “vêm” concorda com “bares”; 
e) a forma verbal “Há” tem sentido de “existência”. 
 
 
3. No período composto “Não posso ser uma mulher como nossas mães, que se 
conformam em aprender corte e costura”, a oração destacada é classificada 
como: 
a) coordenada sindética conclusiva. 
b) subordinada adjetiva explicativa. 
c) subordinada adjetiva restritiva. 
d) subordinada adverbial causal. 
 
 
4. Acerca da estrutura da oração e do período, é CORRETO afirmar que a 
partícula “que” (linha 5) introduz uma: Texto: “o número expressivo de indivíduos 
que desenvolverão” 
a) Oração subordinada substantiva completiva nominal. 
b) Oração subordinada substantiva predicativa. 
c) Oração subordinada adjetiva explicativa. 
69
d) Oração subordinada adjetiva restritiva. 
 
 
5. Tendo em vista a estrutura gramatical do texto, julgue (C ou E) o item a seguir. 
 
 
Texto: “se a emancipação, em 1867 e 1868, era tão urgente, que o imperador a 
mandava estudar”. 
 
 
A oração iniciada por “que” (linha 39) introduz uma explicação acerca da oração 
que inicia o período, sendo classificada como adjetiva explicativa. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
6. Assinale abaixo a alternativa que contem período composto por oração 
subordinada adjetiva restritiva. 
a) Eu preciso que você me explique melhor o que quer. 
b) Os atletas que se prepararam com menos horas de treino ao longo da semana 
foram os mais bem colocados no campeonato. 
c) Eu preciso disso: que você se comunique melhor comigo. 
d) Os atletas, que se prepararam com mais horas de treino ao longo da semana, 
foram os mais bem colocados no campeonato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 4 5 6 
A D C B ERRADO B 
70
ESTUDO DO PRONOME RELATIVO 
 
Os pronomes relativos são utilizados na oração subordinada para substituir um 
termo da oração principal. Exemplo: a menina cantava. A menina estava com a 
mãe. 
A menina que cantava estava com a mãe. 
O pronome relativo exerce, na oração subordinada, uma função sintática 
correspondente à função sintática do termo que ele substitui. 
Por exemplo: A menina que cantava estava com a mãe. 
 
 
 
• O pronome “que” está substituído a palavra menina, logo, sua 
classificação sintática é de sujeito da oração. 
 
 
Análise sintática: A menina (sujeito) cantava (verbo intransitivo). Como a palavra 
“que” está substituindo o sujeito, ela funciona como sujeito. 
 
 
Outro exemplo: 
O jogador que eu vi parecia-se com o Pelé. 
 
• O pronome “que” está substituído a palavra “jogador”, logo, sua 
classificação sintática é de objeto direto daoração. 
 
 
Análise sintática: eu (sujeito), vi (verbo transitivo direto), o jogador (objeto direto). 
Como a palavra “que” está substituido o objeto direto, ela funciona como objeto 
direto. 
 
 
FUNÇÕES DO PRONOME RELATIVO 
1) Sujeito: As pessoas que estavam aqui são muito educadas. 
2) Objeto Direto: O país que visitei estava em guerra. 
3) Objeto Indireto: O médico a quem entreguei os exames tranquilizou-nos. 
71
4) Predicativo: Lembro-me com saudade das crianças que nós éramos. 
5) Complemento Nominal: A pessoa a quem fiz referência não estava presente. 
6) Agente da Passiva: O policial por quem fomos salvos recebeu uma medalha. 
7) Adjunto Adverbial: O lugar em que vivo é muito bonito. Observe que o 
pronome relativo ―quem‖ sempre é precedido de preposição. 
 
 
CUJO 
Estabelece uma relação de posse entre o antecedente e o termo que especifica. 
Sua função principal é de adjunto adnominal. Em alguns casos, pode ser também 
complemento nominal. 
 
 
Adjunto Adnominal: O autor cujos livros admiro fez uma palestra ontem. (livros 
do autor) 
Complemento Nominal: Os salários, cujo aumento foi adiado, são a causa da 
greve. (aumento dos salários) 
 
 
ATENÇÃO: o pronome cujo não aceita colocação de artigo nem antes nem após 
seu uso. 
 
 
Pronomes “onde”, “quando” e “como” 
Esses pronomes exercem essencialmente função de adjunto adverbial. 
• Adv. de lugar: O país onde vivo é um dos maiores do mundo. 
• Adv. de tempo: No instante quando começamos a amar, tudo parece 
melhor. 
• Adv. de modo: Não gostei da forma como você foi atendido. 
72
EXERCÍCIOS 
 
 
1. O vocábulo “que” pode apresentar classificações e funções diversas na 
construção de frases. Dentre as ocorrências do “que”, assinale aquela cuja 
função sintática pode ser identificada como sujeito da oração. 
a) “[...] a primeira coisa que fazia era bater os olhos na caixa [...]” (3º§) 
b) “Era um tempo em que não havia internet, não havia Skype [...]” (4º§) 
c) “[...] aquelas cartas que chegavam em envelopes verde-amarelos.” (1º§) 
d) “Durante os anos que passei fora do Brasil, comunicava-me por cartas.” (1º§) 
 
 
2. O termo que comumente pode se comportar como um elemento coesivo 
anafórico, ao retomar informações já expressas no texto. Nesse caso, trata-se 
de um pronome relativo, que pode desempenhar diferentes funções sintáticas. 
Considerando as alternativas a seguir, aponte aquela cujo que destacado exerce 
função sintática distinta dos demais. 
a) “A prevenção policial corresponde a 80% da segurança que o Estado pode 
exercer.” (4º§) 
b) “Uma sociedade que tem um projeto calcado na repressão não é uma 
sociedade saudável...” (8º§) 
c) “... os saques envolvem ‘não-criminosos’ habituais, que cometem os crimes 
pela facilidade que encontram...” (3º§) 
d) “Na sexta-feira (10), o governo do Espírito Santo resolveu endurecer com os 
polícias militares que participavam da mobilização.” (13º§) 
 
 
3. A partícula "que" em “Sei que canto” (linha 13) 
a) não possui função sintática. 
b) possui função sintática de pronome relativo. 
c) possui a função sintática de conjunção integrante. 
d) é uma partícula de realce. 
e) é uma partícula fossilizada. 
 
 
4. O elemento de coesão “que” possui, no texto, a função sintática idêntica ao do 
elemento sublinhado na sentença: 
Ao verme 
73
que 
primeiro roeu as frias carnes 
do meu cadáver 
a) Machado escreveu doente Memórias Póstumas. 
b) O narrador de Memórias Póstumas é onisciente. 
c) Machado é um dos mais consagrados escritores no Brasil. 
d) Machado foi fundador da Academia Brasileira de Letras. 
e) A ideia de Machado era explicar a corrupção brasileira. 
 
 
5. Em relação ao emprego do pronome relativo, marque C para certo e E para 
errado. Em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta. 
( ) Quero apresentar-lhe a filha cuja a mãe dela foi eleita a Mãe do Ano. 
( ) Posso saber o motivo que você desistiu de concorrer àquele prêmio tão 
sonhado? 
( ) O futebol é o esporte pelo qual os homens brasileiros mais se interessam. 
( ) As dificuldades por que passamos servem para nos tornar mais fortes na 
caminhada. 
 
 
a) E - C - C – C 
b) C - C - E – E 
c) E - E - C - C 
d) C - E - E – E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 4 5 
C A A D C 
74
Oração Subordinada Adverbial 
 
Orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem função de adjunto 
adverbial, estabelecendo uma circunstância em que se passa a ação verbal 
expressa na oração principal. As orações subordinadas adverbiais são 
classificadas de acordo por conjunções subordinativas circunstanciais. 
 
 
 
Orações Subordinadas Adverbiais Causais: 
Exemplo: Faltei à aula do ponto 40 porque fui ao médico. 
 
 
Orações Subordinadas Adverbiais Comparativas: 
Exemplo: Vive tal qual um leão na selva. 
 
Orações Subordinadas Adverbiais concessivas: 
Exemplo: embora tivesse estudado muito, foi mal na prova. 
 
Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais: 
Exemplo: se meu pai fosse mulher, eu teria duas mães. 
75
Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas: 
Exemplo: fiz o caderno do papiro como o professor mandou. 
 
 
Orações Subordinadas Adverbiais finais: 
Exemplo: o juiz apitou para que o jogo começasse. 
 
 
Orações Subordinadas Adverbiais temporais: 
Exemplo: antes de julgar, veja se você é bom. 
 
 
Orações Subordinadas Adverbiais proporcionais: 
Exemplo: à medida que estudo, aprendo. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Em “...enquanto destacam-se como polo positivo uma Constituição moderna, 
sintonizada com demandas do cidadão, embora carecendo ser mais aplicada do 
que usada como componente retórico,...” a oração iniciada pela conjunção 
“embora” é classificada como: 
a) coordenada sindética explicativa. 
b) coordenada sindética adversativa. 
c) subordinada adverbial concessiva. 
d) subordinada adverbial conformativa. 
 
 
2. Assinale a alternativa que exprima corretamente a função sintática do trecho 
grifado da oração “Os alunos percebem rapidamente quando estamos 
desarticulados” (l. 22-23) retirada do Texto 1. 
a) oração subordinada substantiva objetiva direta 
b) oração subordinada adverbial de tempo 
c) oração subordinada apositiva 
d) oração coordenada assindética 
e) complemento direto do verbo “perceber” 
76
3. Há noção de causa no segmento sublinhado que se encontra em: 
a) Ele tem grande percepção para o comportamento social e suas mudanças... 
(1° parágrafo). 
b) Há uma mescla de artigo e crônica nos seus textos, como se você estivesse 
interessado nas ideias (4° parágrafo). 
c) ...e tentar pensar bem, mas nunca esquecer que nada vai ficar gravado em 
pedra... (4° parágrafo). 
d)...a crônica pegou no Brasil pelo acidente de aparecerem bons cronistas... (2° 
parágrafo). 
e) Ser mais pessoal, mais coloquial, depende do estilo de cada um. (3° 
parágrafo). 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 
C A D 
 
 
 
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO 
 
Um período composto por coordenação é constituído por duas ou mais orações 
coordenadas. Orações coordenadas são aquelas que independem 
sintaticamente umas das outras 
 
 
Orações coordenadas assindéticas são aquelas que não são ligadas por 
conjunção. 
Exemplo: As crianças trabalham, a infância não é tão bela. 
 
 
Orações coordenadas sindéticas são aquelas ligadas por conjunção. 
Exemplo: Eu estive em sua casa, mas não o vi. 
 
 
As conjunções que introduzem as orações coordenadas sindéticas são 
chamadas de conjunções coordenativas. 
77
 
 
 
1. Aditivas: 
Ele trabalha e estuda. 
 
 
2. Adversativas: 
Eu gosto de carne, mas ela não. 
 
 
3. Alternativas: 
Ora chove, ora bate sol. 
 
 
4. Conclusivas: 
Ele estudou. Portanto, foi aprovado. 
 
 
5. Explicativas: 
Ele estudou, pois queria aprender. 
 
 
Observação: A conjunção “pois” será explicativa se vier antes do verbo e 
conclusiva se vier depois do verbo. 
78
EXERCÍCIOS 
 
1. A frase: "Ele correu pra ver a borboleta, ela nadava pelo óleo lentamente" pode 
ser classificada como: 
a) Oração CoordenadaSindética Adversativa 
b) Oração Coordenada Assindética 
c) Oração Assindética Explicativa 
d) Oração Coordenada Conclusiva 
e) Oração Coordenada Alternativa 
 
 
2. Sobre o período: "Qual o motivo de tanta dificuldade para elaborar um bom 
texto oficial, como: carta comercial, ofício, relatório, dentre muitos outros?" 
Marque a alternativa INCORRETA: 
a) Inicia com pronome indefinido interrogativo, a preposição: "de" é imposta pela 
regência nominal, enquanto "para" enuncia finalidade. 
b) O predicado pede objeto direto. 
c) Os termos: "ofício" e "relatório" pertencem à mesma tonicidade paroxítona de: 
"contexto" e "preparo". 
d) As vírgulas separam orações coordenadas assindéticas. 
 
 
3. Analise o período abaixo e responda ao que se pede. 
 
 
“Ela e outros cientistas da conferência riram da situação, mas ela ficou 
desconfortável com o acontecido.” Trata-se de um período composto: 
a) Por coordenação, com duas orações independentes, sendo a segunda oração 
classificada como sindética adversativa. 
b) Por subordinação, com duas orações dependentes entre si, sendo a primeira 
subordinada à segunda. 
c) Por coordenação, com duas orações independentes, sendo a segunda oração 
classificada como sindética aditiva. 
d) Por subordinação, com duas orações independentes entre si. 
e) Por coordenação, com duas orações independentes, sendo a segunda oração 
classificada como assindética. 
79
4. No texto temos 
Texto: Você vista meu pensamento, rouba meu sono, acelera meu coração e me 
enche de saudade. 
a) Quatro orações coordenadas assindéticas. 
b) Três orações coordenadas assindéticas e outra, coordenada sindética 
adversativa. 
c) Três orações coordenadas assindéticas e outra, coordenada sindética aditiva. 
d) Quatro orações subordinadas adverbiais. 
 
 
5. Leia o poema a seguir para responder à próxima questão. 
 
 
A um passarinho: (Vinícius de Moraes). 
 
 
Para que vieste 
Na minha janela 
Meter o nariz? 
Se foi por um verso 
Não sou mais poeta 
Ando tão feliz! 
Se é para uma prosa 
Não sou Anchieta 
Nem venho de Assis. 
Deixa-te de histórias 
Some-te daqui! 
 
O verso do poema “Nem venho de Assis”, é uma oração coordenada: 
a) Assindética. 
b) Sindética explicativa. 
c) Sindética aditiva. 
d) Sindética adversativa 
80
6. Assinale a alternativa cuja oração sublinhada exemplifica o processo de 
coordenação. 
a) "É dever do Estado (em atendimento a um direito inalienável) prover crianças 
e adolescentes com cuidados, segurança, oportunidades, inclusive de 
recuperação diante de deslizes sociais". 
b) "Neste sentido, o ECA mantém dispositivos importantes, que asseguram 
proteção a uma parcela da população em geral incapaz de discernir entre o certo 
e o errado à luz das regras sociais". 
c) "Mas, se estes são aspectos consideráveis, por outro lado é condenável o viés 
paternalista de uma lei orgânica que mais contempla direitos do que cobra 
obrigações daqueles a quem pretende proteger". 
d) "É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como 
o emprego de menores em ações - inclusive armadas - de quadrilhas 
organizadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei". 
e) "É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como 
o emprego de menores em ações - inclusive armadas - de quadrilhas 
organizadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 
B D A C C D 
81
PONTUAÇÃO DO PERÍODO COMPOSTO 
 
1) Subordinadas Substantivas 
Não se separam da oração principal por meio de vírgula a oração principal da 
oração subordinada substantiva. A exceção é a substantiva apositiva, que se 
separa por dois-pontos. 
Exemplo: ele não queria que a festa acabasse. 
 
 
2) Subordinadas Adjetivas Usa-se a vírgula para isolar orações adjetivas 
explicativas. Já as restritivas não são separadas por vírgula. 
Exemplo: Fortaleza, que é a capital do Ceará, é bela. 
No caso das adverbiais, teremos que ter um pouco mais de atenção. 
 
 
1 - Obrigatórias apenas se deslocadas; na ordem direta, vírgula facultativa. 
Causais 
Finais 
Proporcionais 
Temporais 
 
2 - Obrigatória sempre: 
Concessivas 
Condicionais 
Conformativas 
 
3 - Proibida com uma ponderação 
Consecutivas 
Comparativas 
82
EXERCÍCIOS 
 
1. Segundo regras de pontuação, uma vírgula deixou de ser empregada em 
a) De acordo com o artigo 206 da Constituição, as universidades públicas são 
gratuitas, não podem cobrar mensalidades (linhas 5 e 6). 
b) O assunto pode ser interpretado como uma boa briga ou um debate saudável, 
como observa a diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas 
Educacionais da FGV/EBAPE, professora Cláudia Costin (linhas 9 a 11). 
c) Um estudo do Banco Mundial, divulgado em 2017 aponta que a cobrança de 
mensalidade nas universidades públicas brasileiras seria uma forma de diminuir 
as desigualdades sociais (linhas 14 e 15). 
d) “A maioria dos estudantes dessas universidades vem de escolas particulares, 
poderiam pagar a mensalidade”, avalia Marcelo Becerra, especialista líder em 
Educação do Banco Mundial (linhas 16 e 17). 
e) Para o reitor da Unicamp, não é a cobrança de mensalidade que resolverá as 
questões de equidade social (linhas 33 e 34). 
 
 
2. Assinale a alternativa cuja reelaboração da pontuação mantém a estrutura 
sintática e semântica do enunciado, bem como a sua correção normativa. 
a) Em vez de reduzir a possibilidade a uma palavra, por que não falar que se 
aprimora continuamente, citando, por exemplo, quantos e quais livros lê por ano 
ou cursos – que faz por conta própria? 
b) Ou seja, além de querer trabalhar, o mais importante, é demonstrar interesse 
em contribuir com o sucesso da companhia. 
c) Melhor especificar que – sempre que necessário ou demandado pelo gestor – 
você tem responsabilidade para entregar as tarefas no prazo e nas 
especificações. 
d) Diferentes, são as opiniões, não, a verdade. 
 
 
3. As vírgulas usadas no trecho “pacientes com deficiência auditiva receberam, 
na última sexta-feira (04), novas próteses que os permitirão ouvir melhor.” 
serviram para separar: 
a) um adjunto adverbial. 
b) uma explicação. 
c) o nome de um lugar que vem antes da data. 
83
d) palavras de mesma função sintática. 
e) um vocativo. 
 
 
4. Assinale a alternativa que apresenta a frase pontuada conforme a norma 
padrão da língua portuguesa. 
a) Os amigos, de Lucas acabaram chegando, atrasados. 
b) Naquela tarde meus colegas, não foram, à escola. 
c) O que importa, de fato é a qualidade, das amizades. 
d) Escolher, bom amigos só se aprende, com o tempo. 
e) Cláudio, o amigo de Ana, também irá ao cinema. 
 
 
5. Assinale a alternativa em que a pontuação está empregada corretamente, 
conforme a norma culta da língua portuguesa. 
a) Estamos, nas Escolas de Samba de São Paulo aguardando que, ocorra uma 
vacinação em massa, para organizar um carnaval no mês de julho. 
b) Depois da gripe suína, a nova doença causava febre alta, dor de garganta e 
de cabeça, perda de olfato e de paladar. 
c) A pandemia trouxe novos hábitos e cada qual a seu jeito, foi procurando 
adaptar-se não sem pouco sofrimento. 
d) O progresso foi chegando devagarinho: tudo foi sendo substituído, pouco a 
pouco pelos prédios; o bairro, já não é o mesmo. 
e) Os pesquisadores observaram que depois, das queimadas há no solo da 
floresta, uma maior abundância de bactérias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 
C C A E B 
84
PONTUAÇÃO DO PERÍODO COMPOSTO 
ORAÇÕES COORDENDAS 
 
ADITIVAS 
Mesmo sujeito: vírgula proibida 
Exemplo: Ele estuda, e trabalha. 
 
 
Sujeitos diferentes: vírgula obrigatória para a maioria das bancas, salvo banca 
Cespe, que entende esta vírgula como facultativa. 
Exemplo: Ele estuda e você acerta questões. 
 
 
ADVERSATIVAS: sempre com pontuação. 
Exemplo: Ele estuda, mas não faz exercícios. 
 
 
CONCLUSIVAS: sempre com pontuação.Exemplo: Estudou, portanto será aprovado. 
 
 
ALTERNATIVAS: 
Duas conjunções: vírgula obrigatória 
Exemplo: ou faça o certo, ou mude-se daqui. 
 
 
UMA conjunção: vírgula proibida. 
Exemplo: estude, ou não será aprovado. 
 
 
EXPLICATIVAS: sempre com pontuação. 
Exemplo: ele foi aprovado, pois está trabalhando. 
85
EXERCÍCIOS 
 
Socorro Socorro, eu não estou sentindo nada. 
Nem medo, nem calor, nem fogo, 
não vai dar mais pra chorar 
nem pra rir. 
 
Socorro, alguém me dê um coração, 
que esse já não bate nem apanha. 
Por favor, uma emoção pequena, 
qualquer coisa que se sinta, 
tem tantos sentimentos, 
deve ter algum que sirva. 
 
Socorro, alguma rua que me dê sentido, 
em qualquer cruzamento, 
acostamento, encruzilhada, 
socorro, eu já não sinto nada. 
 
Socorro, alguma rua que me dê sentido, 
em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada, 
socorro, eu já não sinto nada. 
 
1. a vírgula foi empregada para separar termos da oração com a mesma função 
sintática no trecho 
a) “alguma alma, mesmo que penada” (segunda estrofe). 
b) “em qualquer cruzamento, / acostamento, encruzilhada” (quarta estrofe). 
c) “Já não sinto amor nem dor, / já não sinto nada” (segunda estrofe). 
d) “Por favor, uma emoção pequena” (terceira estrofe). 
e) “tem tantos sentimentos, / deve ter algum que sirva” (terceira estrofe). 
86
2. Assinale a alternativa que corresponde ao período de pontuação correta. 
a) Ele prefere cinema e, eu teatro 
b) Hoje, eu, daria o mesmo conselho: mais doutrina e menos análise 
c) Precisando de um grande conselho, procurou José, seu amigo de longas 
conversas. 
d) Ele que era o novo técnico, não convocou os melhores! 
e) Quando eu chego, em casa tudo me alegra, canto sem parar. 
 
 
3. Assinale a alternativa corretamente pontuada. 
a) Trata-se da terapia larval (ou larvoterapia), que como o nome sugere, é o uso 
de larvas, no caso moscas para a cicatrização de ferimentos que resistem à 
cicatrização. 
b) Trata-se da terapia larval (ou larvoterapia) que, como o nome sugere é o uso 
de larvas, no caso moscas, para a cicatrização de ferimentos, que resistem à 
cicatrização. 
c) Trata-se da terapia larval (ou larvoterapia) que como o nome sugere é: o uso 
de larvas no caso moscas, para a cicatrização de ferimentos que resistem à 
cicatrização. 
d) Trata-se da terapia larval (ou larvoterapia), que, como o nome sugere, é o uso 
de larvas, no caso moscas, para a cicatrização de ferimentos que resistem à 
cicatrização. 
e) Trata-se da terapia larval, (ou larvoterapia), que como o nome sugere é o uso 
de larvas; no caso moscas; para a cicatrização de ferimentos, que resistem, à 
cicatrização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 
B C D 
87
PRONOMES 
 
CONCEITO 
O pronome é a palavra que substitui o substantivo (pronome substantivo) ou o 
acompanha (pronome adjetivo), indicando sua posição em relação às pessoas 
do discurso ou situando-o no espaço e tempo. O pronome flexiona-se em gênero 
(masculino e feminino), número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda 
e terceira) Pronomes Pessoais Pronome pessoal é aquele que indica as pessoas 
do discurso. 
 
 
• Primeira pessoa: aquela que fala (emissor) 
• Segunda pessoa: aquela com que se fala (receptor) 
• Terceira pessoa: aquela de quem se fala (referente) 
 
 
O pronome pessoal flexiona-se em gênero, número, pessoa e caso (reto ou 
oblíquo). 
 
 
Pronome pessoal do caso reto: exerce função de sujeito da oração. Exemplo: 
EU estou feliz. 
Pronome pessoal do caso oblíquo: exerce a função de complemento. 
Exemplo: lembrei-me da aliança prometida. 
 
 
Os pronomes pessoais oblíquos dividem-se em átonos e tônicos. Os tônicos 
sempre vêm precedidos de preposição, e os átonos, por sua vez, não possuem 
essa característica. Vamos observar novamente a tabela dos pronomes. 
 
88
EXERCÍCIOS 
 
1. No trecho ... capaz de dar a ele potencial de tomada de decisão, raciocínio, 
aprendizagem e reconhecimento de padrões (3º parágrafo), o termo sublinhado 
pode ser corretamente substituído por 
a) conceder-lhe 
b) munir-lhe de 
c) atribuí-lo 
d) providenciá-lo 
e) propiciar-lhe de 
 
 
2. Foi um dos primeiros a perceber o gênio do escritor e o estimulou sem trégua 
a acreditar em si mesmo (7° parágrafo) 
Os termos sublinhados acima constituem, respectivamente: 
a) artigo – preposição – pronome 
b) preposição – pronome – artigo 
c) artigo – pronome – preposição 
d) preposição – artigo – pronome 
e) pronome – artigo – preposição 
 
 
3. Observe o seguinte trecho do 5º parágrafo. É assim inclusive com essas 
crônicas, que tenho vergonha de publicar, mas gosto demais de escrever para 
parar ... Preservando a correção e a relação de sentido estabelecida com o 
elemento sublinhado, a frase acima pode ser completada com a seguinte 
expressão: 
a) de divulgá-la. 
b) de divulgá-lo. 
c) de divulgar-lhe. 
d) de divulgar-lhes. 
e) de divulgá-las. 
89
4. Certos cientistas ...... que os mosquitos, em países tropicais e 
subdesenvolvidos, ..... graves causadores de doenças a partir da década de 
2000, em virtude de ..... sérios problemas de saneamento básico. Preenchem 
corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada, as formas verbais em: 
a) declaram – se tornaram − haverem 
b) declaram – tornaram-se – existir 
c) declaram − tornaram-se − haver 
d) declara – tornara-se – existirem 
e) declara – se tornara – haver 
 
 
5. Ao tratar uma letra de música como sendo um poema, o agente está a elogiar 
a música, como se o fato de uma letra de música ser um poema tornasse a letra 
mais relevante para o mundo. Do mesmo modo, chamar um compositor de poeta 
é exaltar o compositor. Pergunto: ser poeta aos olhos do mundo é mais 
importante do que ser compositor? 
(Adaptado de: MENEZES, Raquel. Disponível em: 
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/literatura) 
Fazendo-se as devidas alterações, os elementos sublinhados acima foram 
corretamente substituídos por um pronome em: 
a) elogiar-lhe – a tornasse – exaltá-lo 
b) elogiá-la – a tornasse – exaltá-lo 
c) elogiá-la – lhe tornasse – lhe exaltar 
d) lhe elogiar – tornasse-lhe – lhe exaltar 
e) elogiá-la – tornasse-lhe – o exaltar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 GABRITO 
1 2 3 4 5 
A B E C B 
90
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/literatura)
COLOCAÇÃO PRONOMINAL 
 
Em relação ao verbo os pronomes oblíquos átonos (me, nos, te, vos, o, a, os, 
as, lhe, lhes, se) podem aparecer em três posições distintas: 
 
 
Antes do verbo – PRÓCLISE; 
No meio do verbo – MESÓCLISE; 
Depois do verbo – ÊNCLISE 
 
REGRA PRINCIPAL 
 
 
Proibições 
1. Começar frases, oração ou período com pronome oblíquo átono; 
2. Utilizar pronome oblíquo átono depois de pausa; 
3. Utilizar pronome oblíquo átono depois de verbos no futuro; 
4. Utilizar pronome oblíquo átono depois de verbos no particípio. 
 
 
PRÓCLISE 
Esse tipo de colocação pronominal é utilizada quando há palavras que atraiam 
o pronome para antes do verbo. Tais palavras são: 
 
 
1) Advérbio e locuções adverbiais. 
Exemplo: aqui no objetivo, se estuda muito. 
 
 
2) Palavras ou expressões negativas. 
Exemplo: Não me arrependo de nada. 
 
 
3) Pronomes Indefinidos 
Exemplo: Ninguém me deu apoio. 
 
 
4) Pronomes Demonstrativos 
91
Exemplo: Isso me deixou irritado. 
 
 
5) Conjunções subordinativas 
Exemplo: Embora me interesse pelo carro, não posso comprá-lo. 
 
 
6) Frases interrogativas 
Exemplo: Quem lhe deu a bola? 
 
 
7) Frases exclamativas 
Exemplo: Isso me deixou feliz! 
 
 
8) Frases optativas 
Exemplo: Deus o ilumine 
 
 
ATENÇÃO!!! 
Existem casos que se pode utilizar tanto a próclise como a ênclise: - Pronomes 
pessoais do caso reto. Se houver palavra atrativa, usa-se a próclise. 
Exemplo: Ele lhe entregou a carta. 
Ele entregou-lhe a carta. 
 
Com infinitivo não flexionado precedido de palavra negativa ou preposição. 
Exemplo: Vim para te ajudar. 
Vim para ajudar-te. 
 
MESÓCLISE 
Essa colocação pronominalé usada apenas com verbos no futuro do presente 
ou futuro do pretérito, desde que não haja uma palavra que exija a próclise. 
Exemplo: Contar-te-ei um grande segredo. (futuro do presente) 
 
 
Observação: nunca ocorrerá a ênclise quando a oração estiver no futuro do 
presente ou no futuro do pretérito. 
92
ÊNCLISE 
Sempre ocorre ênclise nos casos abaixo: 
 
 
1) A oração é iniciada por verbo, desde que não esteja no futuro. 
Exemplo: Informei-o sobre o resultado do concurso. 
 
 
2) Com o verbo no imperativo afirmativo. 
Exemplo: Levanta-te. 
 
 
3) Orações reduzidas de infinitivo. 
Exemplo: Espero contar-lhe tudo. 
 
 
 
MUDANÇAS SOFRIDAS PELOS PRONOMES O, A, OS, AS QUANDO 
COLOCADOS EM ÊNCLISE 
 
 
Dependendo da terminação verbal os pronomes O, A, OS, AS, podem sofrer 
alterações em sua forma. Veja: Quando o verbo terminar em vogal, os pronomes 
não sofrem alterações. 
Exemplo: Cantando-o. 
 
 
Se o verbo terminar em R, S, ou Z, perde essas consoantes e os pronomes 
assumem a forma LO, LA, LOS, LAS. 
Exemplo: Fazer; fazê-lo 
 
 
Se o verbo terminar em som nasal (am, em, -ão), os pronomes assumem a forma 
NO, NA, NOS, NAS. 
Exemplo: Estudam-na. 
93
EXERCÍCIOS 
 
1. A educação para a cidadania é um objetivo essencial, mas comprometem essa 
educação para a cidadania os que pretendem praticar a educação para a 
cidadania sem dotar a educação para a cidadania da visibilidade das atitudes 
públicas. 
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os segmentos 
sublinhados, respectivamente, por: 
a) comprometem-lhe − praticá-la − dotar-lhe 
b) comprometem ela − praticar-lhe − dotá-la 
c) comprometem-na − praticá-la − dotá-la 
d) comprometem a mesma − a praticar − lhe dotar 
e) comprometem a ela − lhe praticar − a dotar 
 
 
2. Ao tratar uma letra de música como sendo um poema, o agente está a elogiar 
a música, como se o fato de uma letra de música ser um poema tornasse a letra 
mais relevante para o mundo. Do mesmo modo, chamar um compositor de poeta 
é exaltar o compositor. Pergunto: ser poeta aos olhos do mundo é mais 
importante do que ser compositor? 
(Adaptado de: MENEZES, Raquel. Disponível em: 
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/literatura) 
 
 
 
Fazendo-se as devidas alterações, os elementos sublinhados acima foram 
corretamente substituídos por um pronome em: 
a) elogiar-lhe – a tornasse – exaltá-lo 
b) elogiá-la – a tornasse – exaltá-lo 
c) elogiá-la – lhe tornasse – lhe exaltar 
d) lhe elogiar – tornasse-lhe – lhe exaltar 
e) elogiá-la – tornasse-lhe – o exaltar 
94
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/literatura)
3. É inegável que o século XX deixou-nos um legado de impasses, a gravidade 
desses impasses se faz sentir até hoje, uma vez que não solucionamos esses 
impasses nem mesmo amenizamos as consequências desses impasses. 
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos 
sublinhados, na ordem dada, por: 
a) em cuja gravidade − lhes solucionamos − suas consequências; 
b) cuja gravidade − os solucionamos − suas consequências; 
c) da qual gravidade − solucionamo-los − as consequências dos mesmos; 
d) onde a gravidade − lhes solucionamos − as próprias consequências; 
e) gravidade de cujos − os solucionamos − as consequências em si mesmas. 
 
 
4. Certos cientistas......que os mosquitos, em países tropicais e sub 
desenvolvidos,......graves causadores de doenças a partir da década de 2000, 
em virtude de sérios problemas de saneamento básico. 
 
 
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada, as formas 
verbais em: 
a) declaram – se tornaram − haverem 
b) declaram – tornaram-se – existir 
c) declaram − tornaram-se − haver 
d) declara – tornara-se – existirem 
e) declara – se tornara – haver 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 
C B B C 
95
EXERCÍCIOS 
 
1. Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos 
governadores de alguns estados... 
 
 
A substituição da expressão “serão definidos” por definir-se-ão garante a 
correção gramatical do período. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
2. O Ministério Público Federal impetrou mandado de segurança contra a 
decisão do juízo singular que, em sessão plenária do tribunal do júri, indeferiu 
pedido do impetrante para que às testemunhas indígenas fosse feita a pergunta 
sobre em qual idioma elas se expressariam melhor, restando incólume a decisão 
do mesmo juízo de perguntar a cada testemunha se ela se expressaria em 
português e, caso positiva a resposta, colher-se-ia o depoimento nesse idioma, 
sem prejuízo do auxílio do intérprete. 
 
 
A posposição do pronome “se” ao verbo em “colher-se-ia” (linha 9) — colheria- 
se — comprometeria a correção gramatical do trecho. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. Na variedade culta da língua portuguesa falada ou escrita no Brasil, além da 
ocorrência de expressões como “podem assinalar-se” (linha 1), em que o 
pronome aparece em ênclise à forma verbal infinitiva, verifica-se a ocorrência de 
próclise a essa forma verbal — podem se assinalar —, ambas consideradas 
corretas pela gramática. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
4. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem ser poucas as 
pessoas que acordam se sentindo primatas, mamíferos ou terráqueos, outros 
rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas. 
 
 
A correção gramatical do texto seria mantida caso o pronome “se”, em “se 
sentindo”, fosse deslocado para imediatamente após a forma verbal “sentindo”, 
da seguinte maneira: sentindo-se. 
Certo ( ) Errado ( ) 
96
 
5. O trecho “Quanto mais escapa o tempo dos falsos educandários, mais a dor 
é o documento que os agride e os separa” (v.18-21) poderia, sem prejuízo para 
a correção gramatical, ser reescrito da seguinte forma: À medida que escapa o 
tempo dos falsos educandários, a dor vai se tornando o documento que os agride 
e os separa. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 4 5 
ERRADO CERTO ERRADO ANULADA ERRADO 
 
 
 
 
 
VOZES VERBAIS E FUNÇÕES DO “SE” 
 
 
É a forma que o verbo assume para indicar sua relação com o sujeito. Há três 
tipos principais: 
 
 
a) Voz Ativa: indica que o sujeito pratica a ação verbal (sujeito agente). 
Exemplo: Eu fiz os exercícios. 
 
 
b) Voz passiva: indica que o sujeito sofre a ação verbal (sujeito paciente). 
Exemplo: o menino quebrou a janela. 
 
 
A voz passiva pode apresentar-se das seguintes maneiras: Analítica (ser + 
particípio do verbo principal): 
Exemplo: Os exercícios foram feitos. 
Sintética ou Pronominal (3ª pessoa – verbo principal + "se"): 
Exemplo: Fizeram-se os exercícios. 
97
O “se”, neste caso, é chamado de pronome apassivador. 
 
 
Pelos exemplos acima, pode-se perceber que o verbo principal, apresenta-se 
conjugado na terceira pessoa do singular ou plural, de acordo com o sujeito 
paciente. Observemos que, tanto na forma analítica quanto na sintética, apenas 
os verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos vão para a voz 
passiva. 
 
 
Em orações com verbos intransitivos ou transitivos indiretos ou de ligação, a voz 
passiva não ocorre. 
Exemplo: Precisa-se de trabalhadores. 
 
 
Neste caso, “se” não é pronome apassivador, e sim, índice de indeterminação 
do sujeito. 
 
 
Conversão voz ativa - voz passiva Voz ativa 
Ativa: O pescador consertou o barco. 
Passiva: O barco foi consertado pelo pescador 
 
 
Aqui, percebe-se que quem executou a ação na voz ativa tornou-se o agente da 
voz passiva e o tempo verbal permaneceu o mesmo. 
 
 
Voz reflexiva: indica que o sujeito pratica e sofre a ação verbal (sujeito agente 
e paciente). Exemplo: Ele se escondeu da polícia. 
 
 
No plural, a voz reflexiva pode dar ideia de reciprocidade. 
Exemplo: Os namorados se abraçaram (um ao outro). 
98
EXERCÍCIOS 
 
1. Ainda sobre o trecho “Discorda-se da extensão, profundidade e rapidez do 
fenômeno, não de sua existência.” (linha 1), pode-se afirmar que a partícula “se” 
trata-se de: 
a) elemento de indeterminaçãode sujeito paciente. 
b) elemento de indeterminação de sujeito agente. 
c) partícula de reflexividade. 
d) partícula fossilizada. 
e) figuração como elemento de realce. 
 
 
2. Não que seja um índice para se aplaudir em cena aberta: foram 705 
homicídios, uma média de um assassinato a cada duas horas. (linhas 2 e 3) 
 
 
A maior quantidade de homicídios acontece de noite, seguida pela madrugada; 
à tarde é quando menos se mata. (linhas 14 e 15) 
 
 
Quando se sabe que os principais autores de homicídios, analisados em grupo, 
são o tráfico e a milícia, esse perfil não chega a surpreender. (linhas 21 e 22) 
 
 
Nos trechos acima, foram destacadas três ocorrências do SE, que se classificam 
correta e respectivamente como: 
a) partícula apassivadora, indeterminador do sujeito e partícula apassivadora. 
b) indeterminador do sujeito, indeterminador do sujeito e indeterminador do 
sujeito. 
c) partícula apassivadora, partícula apassivadora e partícula apassivadora. 
d) indeterminador do sujeito, partícula apassivadora e indeterminador do sujeito. 
e) pronome oblíquo, pronome reflexivo e conjunção subordinativa. 
 
 
3. Tendo em vista as várias classificações do vocábulo destacado no excerto “O 
conceito, que passou anos em desenvolvimento, se baseia em uma proposta do 
fundador da Tesla, Elon Musk.” (4ºparágrafo), assinale o item que apresenta sua 
correta classificação: 
99
a) partícula apassivadora; 
b) índice de indeterminação do sujeito; 
c) parte integrante do verbo; 
d) partícula expletiva; 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 
B A A 
 
 
 
VOZES VERBAIS E FUNÇÕES DO “SE” 
 
 
1) CONJUNÇÃO CONDICIONAL 
Exemplo: se você soubesse o quanto o tempo é cruel, não perderia tempo com 
discussões. 
 
 
2) CONJUNÇÃO INTEGRANTE DE UMA ORAÇÃO 
Atenção: a conjunção integrante não é uma função sintática, uma vez que: 
conjunções, preposições e interjeições não possuem função sintática. 
Exemplo: ele não sabia se o chefe o chamaria para trabalhar no sábado. 
 
 
3) PARTÍCULA APASSIVADORA: 
VTD, VTDI (Concordância entre sujeito e verbo) 
Exemplo: vendem-se casas. 
 
 
4) ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO: 
VTI, VI, VL (Verbo no singular) 
Exemplo: necessita-se de ajuda. 
 
 
5) REFLEXIVO: “A SI MESMO” 
100
Exemplo: a menina se penteou em frente ao espelho. 
 
 
6) RECÍPROCO: “UNS AOS OUTROS” 
Exemplo: os namorados se beijaram. 
 
7) EXPLETIVO ou PARTICULA DE REALCE: 
VI, MOVIVENTO OU ATITUDES EM RELAÇÃO AO PRÓPRIO CORPO 
Exemplo: ela se sentou na praça. 
 
 
8) PARTE INTEGRANTE DO VERBO: 
SENTIMENTOS. ESTADOS E FENÔMENOS MENTAIS 
Exemplo: o cantor suicidou-se na manhã desta terça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Qual a função sintática da palavra destacada na oração abaixo? 
 
 
Um lobo que nunca se via 
 
 
Texto: E de todos os medos que tinha 
O medo mais que medonho era o medo do tal do LOBO. 
Um LOBO que nunca se via, 
que morava lá pra longe, 
do outro lado da montanha, 
num buraco da Alemanha, 
101
Alternativas: 
a) Partícula apassivadora 
b) Índice de indeterminação do sujeito 
c) Objeto direto 
d) Conjunção condicional 
e) Conjunção integrante 
 
 
2. Caso se faça, em ordem direta, a reescrita em prosa da passagem “Se 
desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei.” 
(linhas 9-11), poder-se-ia verificar que o conectivo "se" teria a classificação de 
conjunção subordinativa: 
a) temporal. 
b) integrante. 
c) causal. 
d) alternativa. 
e) aditiva. 
 
 
3. “O ‘se’ dos trechos ‘... a falta dessa infraestrutura se tornou...’ (1º§) e ‘Se 
olharmos a perda de água potável...’ (3º§), indica .” 
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa 
anterior. 
a) concessão nos dois empregos 
b) condição na primeira ocorrência 
c) condição apenas no segundo emprego 
d) a mesma classificação nos dois empregos 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 
A B C 
102
CRASE 
 
Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase 
pelo acento grave. 
Exemplo: Fomos à piscina à = a(preposição) + a(artigo) 
 
 
Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro 
termo que aceite o artigo a. Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, 
basta utilizarmos alguns artifícios: 
 
 
I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer 
ao ou aos diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase. 
Exemplo: Temos amor à arte. (Temos amor ao estudo) Respondi às perguntas. 
(Respondi aos questionário) 
 
 
II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase: 
Exemplo: Contarei uma estória a você. (Contarei uma estória para você.) Fui à 
Holanda (Fui para a Holanda) 
 
 
III. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão 
voltar da, é porque ocorre a crase. 
Exemplo: Fui à França (voltei da França) 
 
 
Não existe crase 
a) Antes de verbo 
Exemplo: estamos a contemplar a lua. 
 
 
b) Antes de palavras masculinas 
Exemplo: Gosto muito de andar a pé. 
 
 
c) Antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona: 
Exemplo: Dirigiu-se à Sra. com aspereza. 
103
 
d) Antes de pronomes em geral: 
Exemplo: Não vou a qualquer parte. 
 
 
e) Em expressões formadas por palavras repetidas: 
Exemplo: Estamos frente a frente. 
 
 
f) Quando o "a" vem antes de uma palavra no plural: 
Exemplo: Não falo a pessoas estranhas. 
 
 
Crase facultativa 
1. Antes de nome próprio feminino: Refiro-me à(a) aluna. 
2. Antes de pronome possessivo feminino: Dirija-se à (a) sua fazenda. 
3. Depois da preposição até: Dirija-se até à (a) porta. 
 
 
Casos particulares 
1. Casa Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem 
determinada por nenhum adjunto adnominal, não ocorre a crase. 
Exemplo: Regressaram a casa para almoçar 
Regressaram à casa de seus pais 
 
2. Terra Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não 
ocorre crase. 
Exemplo: Regressaram a terra depois de muitos dias. 
Regressaram à terra natal. 
 
3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo. Se o 
tempo que antecede um desses pronomes demonstrativos reger a preposição 
a, vai ocorrer a crase. 
104
Ocorre também a crase 
a) Na indicação do número de horas: 
Exemplo: Chegamos às nove horas. 
 
 
b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta: 
Exemplo: jogou à Pelé 
 
 
c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento: 
Exemplo: Chegou à tarde (tempo). Falou à vontade (modo). 
 
 
d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de... 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Na Europa, supostamente mais organizada, falhou a regulamentação 
financeira, o que convergiu com a crise de 2008 nos EUA para dar origem à 
presente situação. (L.45‐48) 
 
 
No período acima, empregou‐se corretamente o acento grave indicativo de 
crase. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido. 
a) Eles foram à Brasília de Niemeyer. 
b) O curso vai de segunda à sexta. 
c) Nosso horário é das 8h às 17h. 
d) Comunicaram o nascimento do filho à família. 
e) Eles sempre obedecem às regras do campeonato. 
 
 
2. “Todos aqueles que devem deliberar sobre questões dúbias devem também 
manter-se imunes ao ódio e à simpatia, à ira e ao sentimentalismo”. 
Nesse pensamento de um historiador latino, ocorreu duas vezes a utilização 
correta do acento grave indicativo de que houve crase; a frase abaixo em que 
esse mesmo acento está equivocado é: 
105
a) Quem perdoa uma culpa encoraja à cometer muitas outras; 
b) A aspiração à glória é a última da qual se conseguem libertar os homens mais 
sábios; 
c) Quem aspira à sumidade, raras vezes consegue passar do meio; 
d) Veja o que ocorreu com muitos intelectuais, condenados à fama imortal; 
e) Todos somos levados à obediência eterna a Deus. 
 
 
3. Assinale a frase em que o emprego do acento grave indicativo da crase é 
optativo. 
a) Trabalharàs claras. 
b) Comi frango à passarinho. 
c) Dei um prêmio à Margarida. 
d) Cansava-se à proporção que caminhava. 
e) Respondi às perguntas do juiz. 
 
 
4. Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no signo de Gêmeos e 
vai movimentar tudo o que diz respeito à sua vida profissional e projetos de 
carreira. Os próximos dias serão ótimos para dar andamento a projetos que 
começaram há alguns dias ou semanas. Os resultados chegarão rapidamente”. 
 
 
O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a” com acento grave 
indicativo da crase – “diz respeito à sua vida profissional”. A frase abaixo em que 
o emprego do acento grave da crase é corretamente empregado é: 
 
 
a) o texto do horóscopo veio escrito à lápis; 
b) começaram à chorar assim que leram as previsões; 
c) o horóscopo dizia à cada leitora o que devia fazer 
d) o leitor estava à procura de seu destino; 
e) o astrólogo previa o futuro passo à passo. 
106
GABARITO 
 
1 2 3 4 
B A C D 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Assinale a alternativa correta quanto ao uso do acento indicador de crase: 
a) Referia-se com frequência à todas as pessoas envolvidas na discussão. 
b) Ia à peças de teatro com os colegas de curso. 
c) Preferia, como era sabido, os filmes de terror às cenas românticas. 
d) Mudou de opinião à partir do momento em que os dados foram revelados. 
 
 
2. Que tal aproveitar o calendário das festas de outubro na região do Vale do 
Itajaí para também conhecer ou visitar novamente o Festival do Camarão, em 
Porto Belo? 
 
 
 6ª edição do evento, que ocorre de 10 13 de outubro, contará com três 
shows nacionais gratuitos: do cantor de pagode Xande de Pilares e das duplas 
sertanejas César Menotti e Fabiano e João Bosco e Vinícius, além, é claro, de 
atrações regionais e locais que prometem agitar Praça da Bandeira. [...] 
Como o próprio nome já diz, o evento trará para o público diversos pratos 
base de camarão. Uma das opções mais procuradas pelos visitantes é o famoso 
Pastel de Camarão produzido pelas esposas dos pescadores da Associação de 
Pescadores de Porto Belo. 
 
 
Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas do 
texto: 
a) À – à – a – a 
b) A – a – à – a 
c) A – a – a – à 
d) À – à – à – à 
107
e) A – a – a – a 
 
 
3. Assinale a alternativa CORRETA com relação ao emprego da crase: 
a) Meus parentes costumam ir à Recife uma vez por ano. 
b) Maria Helena de Moura Neves foi a primeira mulher à escrever uma gramática 
no Brasil. 
c) Fiz várias observações a ela em seu primeiro dia de trabalho. 
d) Ele obedeceu aquele regulamento da associação do bairro. 
 
 
4. Em " _Claro, vocês podem fazer a prova hoje à tarde, após o almoço.", o 
fenômeno linguístico da crase teve de ocorrer porque: 
a) O substantivo "prova" pede a preposição A e também aceita o artigo feminino 
A. 
b) O advérbio "hoje" pede a preposição A e o substantivo "tarde" aceita o artigo 
feminino. 
c) Trata-se de uma locução adverbial feminina que sempre é apresentada com 
a contração À. 
d) O substantivo "prova" por estar determinado pede a preposição A e o 
substantivo "tarde" aceita o artigo feminino A. 
 
 
 
5. Assinale a alternativa correta com base no acento grave indicador de crase no 
título da reportagem: 
a) Há contração entre preposição exigida por regência nominal de “melhor” e 
artigo definido feminino. 
b) É obrigatório o uso da crase em locuções adverbiais formadas por palavras 
femininas como, por exemplo, “à vacina”. 
c) É obrigatório o uso da crase em locuções conjuntivas formadas por palavras 
femininas como, por exemplo, “à vacina”. 
d) É obrigatório o uso da crase em locuções prepositivas formadas por palavras 
femininas como, por exemplo, “à vacina”. 
108
e) Há contração entre preposição exigida por regência verbal de “respondem” e 
artigo definido feminino. 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 
C C C C E 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Com base no emprego do acento grave indicador de crase, assinale a 
alternativa INCORRETA: 
a) Convidei-o a vir à minha casa. 
b) Vou caminhar até à praia. 
c) Depois de dois meses de mar aberto, regressamos finalmente à terra. 
d) Estamos todos à mercê da violência urbana. 
 
 
2. A crase foi empregada na linha 7 do Texto pela seguinte regra: 
 
 
Texto: situação relacionada à pandemia de Covid-19. 
 
 
a) Há contração entre preposição exigida por regência nominal e artigo definido. 
b) Há contração entre preposição exigida por regência verbal e artigo definido. 
c) É obrigatório o uso de crase em locuções conjuntivas formadas por palavras 
femininas. 
d) É obrigatório o uso de crase em locuções prepositivas formadas por palavras 
femininas. 
 
 
3. Indique a oração em que há a necessidade do uso da crase. 
a) Vocês quantos anos dariam a essas senhoras? 
109
b) Ela pode ser constatada a partir de uma alteração no padrão racial ou no 
aumento significativo de peso em relação aquele ideal do cachorro. 
c) Em 1984, fomos a Roma na primeira reunião da confederação internacional 
dos sacerdotes casados. 
d) Gota a gota, economia de água nas lavouras pode chegar a até 70%. 
 
 
4. Em “O individualismo está ligado também à falta da verdade” (l. 09), 
quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, é exato afirmar que: 
a) o advérbio “também” apresenta sentido incompleto, por isso carece do 
complemento nominal. 
b) o emprego desse sinal está incorreto, pois não há regra que o justifique na 
gramática normativa. 
c) o grupo “à falta da verdade” representa um complemento verbal regido da 
preposição essencial “a”. 
d) o termo “ligado” rege a preposição “a”, e o substantivo que o completa é 
precedido do artigo definido. 
 
 
5. “Pense na fumaça que sai de um vulcão. Agora, imagine compará-la à fumaça 
que sai do escapamento de um carro.” 
O acento indicativo de crase desse trecho é 
a) facultativo, porque o objeto de comparação foi substituído por um pronome 
oblíquo átono. 
b) obrigatório, porque o verbo é transitivo indireto. 
c) facultativo, porque o substantivo regido é feminino. 
d) obrigatório, porque o verbo é bitransitivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 
C A B D D 
110
ASPECTOS GERAIS DO VERBO 
 
Podemos analisar o verbo sobre três aspectos importantes, são eles: 
 
 
Morfológico: palavra passível de conjugação (flexão), a fim de fazer as 
seguintes indicações em uma sentença: modo, tempo, número e pessoa. 
Sintático: condição de existência de uma oração. É o verbo quem faz a 
distribuição de sujeito e complementos. 
Semântico: palavra que indica ação, processo, estado, fenômeno da natureza. 
 
 
Esses aspectos são importantes para que possamos entender qual a 
funcionalidade verbal. Hoje, daremos especial atenção ao aspecto morfológico, 
uma vez que este é muito lembrado pelas bancas examinadoras. 
 
 
FLEXÔES DO VERBO 
 
 
 
111
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Releia o fragmento “há escolas particulares que negam a matrícula de 
crianças surdas ou cobram taxas extras da família para que seja contratado um 
professor bilíngue ou intérprete”. A forma verbal destacada nesse trecho 
encontra-se no: 
a) Futuro do pretérito do indicativo, exprimindo um processo hipotético de 
realização possível. 
b) Futuro do subjuntivo, indicando um processo futuro possível em relação a 
outro fato futuro. 
c) Pretérito imperfeito do indicativo, transmitindo uma ideia de continuidade, de 
não conclusão. 
d) Presente do indicativo, exprimindo um processo verbal que se desenvolve 
habitualmente. 
 
 
2. O verbo destacado no trecho “Houve um tempo em que a minha janela dava 
para um canal.” está conjugado no pretérito imperfeito, no modo indicativo. 
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está conjugado nesse mesmo 
tempo verbal, no modo indicativo. 
a) “Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor”. 
b) “...diante de quem brilhariam, na sua breve existência?” 
c) “Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino”. 
d) “Era uma época de estiagem, de terra esfarelada”.3. O verbo grifado em “O recolhimento em si potencializa o conhecimento da 
auto essência e potencializa a solução de problemas.” está conjugado em qual 
tempo e modo verbais? 
112
a) Presente do modo subjuntivo. 
b) Pretérito imperfeito do modo subjuntivo. 
c) Presente do modo indicativo. 
d) Pretérito perfeito do modo indicativo. 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 
D D C 
 
 
 
OUTROS CONCEITOS IMPORTANTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
113
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Neste trecho “Eles tem uma crise de identidade (...)” (4º§), é correto afirmar 
que a forma verbal tem: 
a) Aparece grafada no plural para indeterminar o sujeito a que se refere. 
b) Aparece grafada na terceira pessoa do plural do verbo “ter” do presente do 
indicativo. 
c) Deveria ser grafada com acento (têm) para marcar a terceira pessoa do plural 
do presente do indicativo. 
d) Concorda com o sujeito a que se refere, porque foi grafada na terceira pessoa 
do singular do verbo “ter” do 
presente do indicativo. 
 
 
2. Em “Vejo então o mundo com bom humor.” (3º§), a ação verbal exprime um 
fato: 
a) Habitual. 
b) Duvidoso. 
c) Ocorrido no passado. 
d) Esperado e que não aconteceu. 
 
 
3. Na frase “não é fácil compor aquelas músicas”, a forma verbal destacada 
pertence a que conjugação: 
114
a) 1° conjugação; 
b) 2° conjugação; 
c) 3° conjugação; 
d) 4° conjugação; 
 
 
4. No texto 2, a forma verbal “aprendendo” apresenta-se no: 
a) Gerúndio; 
b) Particípio; 
c) infinitivo pessoal; 
d) infinitivo impessoal. 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 4 
C A B A 
 
 
 
CONJUGAÇÃO VERBAL 
 
 
1. Tempos primitivos (pretos) 
2. Tempos derivados (azuis) 
 
 
Presente do Indicativo 
• Presente do subjuntivo 
• Imperativo afirmativo 
• Imperativo negativo 
 
 
Pretérito perfeito do indicativo 
• Pretérito mais que perfeito 
• Pretérito imperfeito do subjuntivo 
• Futuro do subjuntivo 
115
Infinitivo impessoal 
• Infinitivo pessoal 
• Futuro do presente 
• Futuro do pretérito 
• Pretérito imperfeito do indicativo 
 
 
Fonte: www.conjugação.com.br esse link irá direcioná-lo a um site específico de 
conjugação. Faça testes e conjugue o máximo de verbos que puder. O processo 
de conjugação não é simples, exige esforço; mas com persistência você 
conseguirá alcançar o seu objetivo. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. No TEXTO, no trecho “DEIXAI TODA ESPERANÇA, [...]!”, a forma verbal 
“deixai” está conjugada na 
a) segunda pessoa do plural do imperfeito do subjuntivo. 
b) terceira pessoa do plural do imperfeito do subjuntivo. 
c) segunda pessoa do plural do pretérito perfeito do subjuntivo. 
d) segunda pessoa do plural do imperativo. 
e) terceira pessoa do singular do imperativo. 
 
 
2. No TEXTO II, o trecho “Só saímos de lá meia hora”, a forma verbal “saímos” 
está conjugada na primeira pessoa do: 
a) plural do pretérito perfeito do indicativo. 
b) singular do pretérito imperfeito do indicativo. 
c) plural do pretérito mais que perfeito do indicativo. 
d) singular do pretérito imperfeito do subjuntivo. 
e) plural do pretérito perfeito do subjuntivo. 
 
 
3. O verbo destacado em “Antes dele, Thomas Hobbes já desenvolvera teoria 
semelhante”, foi conjugado: 
a) Na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo. 
b) Na 2ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo. 
116
c) Na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo. 
d) Na 3ª pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo. 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 
D A D 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. No terceiro parágrafo, o emprego do modo verbal em “dependesse” expressa 
a seguinte ideia: 
a) evento com prolongamento constante. 
b) ação com duração no passado. 
c) hipótese pouco provável. 
d) probabilidade com ocorrência certa. 
 
 
2. No período “Visitando as páginas de amigos e conhecidos, ela descobre que 
todos estão muito bem...”, o uso da forma em destaque indica: 
a) o processo de ação em curso. 
b) um estado expresso pelo sujeito da ação. 
c) o resultado do processo verbal. 
d) uma ação incerta ou irreal. 
 
 
3. A forma verbal em destaque no trecho “Há quanto tempo estava ele ali?” 
exprime uma ação 
a) passada habitual. 
b) incerta sobre fatos atuais. 
c) que se produziu no passado. 
117
d) que ocorreu antes de outra ação passada. 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 
C A A 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Quanto à classificação verbal, está INCORRETA a alternativa: 
a) “... elas se movimentam no escuro .. ” (presente do modo indicativo). 
b) “... as mãos soubessem antes. ” (pretérito imperfeito do modo subjuntivo). 
c) “... uma carta que chegou antes,. ” (pretérito perfeito do modo indicativo). 
d) “... como se lhe faltasse energia ... ” (pretérito imperfeito do modo imperativo). 
 
 
2. Analise: “O vídeo teve mais de 800 milhões de visualizações.” E assinale a 
alternativa incorreta. 
a) O verbo vem do verbo “ter”. 
b) O verbo está no singular. 
c) O verbo pode ser substituído por “conquistou”. 
d) O verbo está no Pretérito Imperfeito. 
 
 
3. Todas as frases abaixo sofreram a mesma alteração; a opção em que a 
mudança da frase traz um erro de conjugação verbal é: 
a) Queremos as informações corretas / Se vocês quiserem, eu também quererei; 
b) Trago o automóvel hoje / Se você trouxer, eu também trarei; 
c) Vejo a corrida daqui / Se você vir, eu também verei; 
d) Faço minhas obrigações sempre / Se você fizer, eu também fazerei; 
e) Não sei onde ele mora / Se você não souber, eu também não saberei. 
118
4. "A experiência mundial mostra que as campanhas para alertar e convencer a 
população, de forma periódica, da necessidade de obedecer, regras básicas de 
trânsito, não são suficientes para frear veículos...” 
 
 
Assinale a alternativa que apresenta a conjugação do verbo "frear” de forma 
incorreta. 
a) Para que freiem veículos. 
b) Para que freemos veículos. 
c) Para freiarmos veículos. 
d) Para veículos serem freados. 
e) Para frearem veículos. 
 
 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 4 
D D D C 
 
 
 
TEMPOS COMPOSTOS E PARTICÍPIOS IRREGULARES 
 
119
Formação de tempos compostos 
 
 
INDICATIVO 
1. Pretérito perfeito: presente+particípio 
2. Pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito + particípio 
3. Futuro do presente: futuro do presente + particípio 
4. Futuro do pretérito: futuro do pretérito + particípio 
 
 
SUBJUNTIVO 
1. Pretérito perfeito: presente + particípio 
2. Pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito + particípio 
3. Futuro composto: futuro + particípio 
 
 
Formação: TER OU HAVER + PARTICÍPIO. 
 
 
1. Particípio regular = tempos compostos 
2. Particípio irregular = voz passiva 
Verbos como: Dizer/ escrever/ Vir/ fazer/ abrir/ cobrir = só possuem particípio 
irregular. 
 
 
Exemplos: Ele tinha anexado/ anexo o trabalho? 
 
 
Exemplo: O documento foi anexado/ anexo por ele? 
120
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Considerando o trecho “Por fim, o melhor é ter uma cadeira com a braçadeira 
na altura da mesa, uma tela de computador um pouco mais alta do que um laptop 
na mesa e manter os cotovelos apoiados na superfície, não o antebraço”, analise 
as assertivas a seguir e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas. 
( ) Há dois verbos no infinitivo e um no particípio. 
( ) A preposição “na” surge a partir da união da preposição “em” + artigo “a”. 
( ) Cadeira, mesa e computador são substantivos concretos. 
 
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: 
a) V – V – F. 
b) V – V – V. 
c) F – V – V. 
d) V – F – F. 
e) F – F – V. 
 
 
2. Assinale a alternativa em que TODAS as formas verbais apresentadas se 
encontram no infinitivo: 
a) Participou – apresentou – foram. 
b) Perder – retardar – reduzir. 
c) Estavam – submeteram – mostro 
d) Discutiram – são – diz. 
 
 
3. Analise: “Após sair da escola, Bezos segue o caminho de seu pai e resolve se 
matricular para cursar Engenharia.” 
E assinale a alternativa correta. 
a) Há um verbo no infinitivo. 
b) Há um verbo no particípio. 
c) Há dois verbos no infinitivo.d) Há três verbos no infinitivo. 
121
4. No texto, a sentença “Ele havia aceito o emprego” o uso do particípio irregular 
na sentença fere o que prescreve a norma culta padrão da língua portuguesa. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
GABARITO 
1. C 
2. B 
3. D 
4. Certo 
 
 
 
CORRELAÇÃO VERBAL E PARALELISMO SINTÁTICO 
 
 
Paralelismo sintático: é um encadeamento de funções sintáticas idênticas ou 
encadeamento de orações de valores sintáticos iguais. 
Orações que se apresentam com a mesma estrutura sintática externa, ao 
ligarem-se umas às outras em processo no qual não se permite estabelecer 
maior relevância de uma sobre a outra, criam um processo de ligação por 
coordenação. Diz-se que estão formando um paralelismo sintático. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Quaisquer elementos da frase, quando coordenados entre si, devem 
apresentar estrutura gramatical similar - a isso se chama paralelismo sintático. 
Esse princípio está respeitado na seguinte alternativa: 
a) Os empregados daquela firma planejam nova manifestação pública e interditar 
o acesso pelo viaduto principal da cidade. 
b) Mande-me tudo que conseguir sobre as manobras de minha tia e se meu tio 
encontrou os documentos que procurava. 
c) Durante a reunião, os debates não só foram proveitosos como também 
apontaram para soluções interessantes. 
122
d) O tumulto começava na esquina de minha rua e que era perto dos gabinetes 
do ministro e do secretário. 
e) Tenho o hábito de sempre carregar meus óculos escuros, por precaução e 
porque nunca se sabe se vai abrir o sol. 
 
 
2. Há paralelismo sintático se entre expressões, orações ou partes de um texto 
houver uma relação de igualdade. Indique a alternativa em que há quebra do 
paralelismo: 
a) Preservar a fauna e a flora e conscientização da população são necessários 
para que nosso ecossistema se mantenha. 
b) Ele conseguiu transformar-se em pai e marido durante o casamento. 
c) O projeto não só será aprovado, mas também posto em prática 
imediatamente. 
d) O governo ou se torna racional ou se destrói de vez. 
e) Estamos questionando tanto seu modo de ver os problemas quanto a sua 
forma de solucioná-los. 
 
 
3. É exemplo de paralelismo sintático o estilo de construção do trecho "você e 
eu, de um e outro lado das palavras. Eu dou as vozes, você dá a escritura" (L.11). 
 
 
4. Assinale a opção que apresenta o pensamento que se estrutura com 
paralelismo sintático. 
a) “Não preste qualquer atenção aos críticos, nem mesmo os ignore.” 
b) “Um clássico é algo que todos queriam ter lido, mas ninguém quer ler.” 
c) “Eu, quando tenho uma mensagem para dar, não escrevo um livro, vou ao 
correio.” 
d) “A vida é muito curta e não há tempo para chateações e brigas, meu amigo.” 
e) “Na juventude, aprendemos; na maturidade, compreendemos.” 
 
 
5. “Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu 
a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente.” Henfil, 
cartunista. Sobre a estruturação desse pensamento, assinale a afirmativa 
correta. 
a) Os termos frutos, flores, folhas, semente indicam uma progressão de lugar e 
tempo. 
123
b) As três frases que compõem o pensamento apresentam paralelismo sintático, 
ou seja, mostram estruturação sintática idêntica. 
c) Cada uma das frases que compõem o pensamento de Henfil apresenta uma 
retificação da frase anterior. 
d) As formas verbais das frases componentes desse pensamento indicam uma 
ação futura. 
e) Os termos beleza, sombra e intenção indicam aspectos negativos da ação da 
natureza. 
 
 
 
GABARITO 
1. C 
2. A 
3. Certo 
4. E 
5. B 
 
 
 
 
TÓPICOS ESPECIAIS DE MORFOLOGIA I 
 
EMPREGO DOS PORQUÊS 
 
 
POR QUE 
O “por que” separado é empregado em duas situações: 
1) Quando puder ser substituído por “pelo qual” ou variações. 
Exemplo: Os lugares por que passei eram belos. 
 
 
2) Quando puder ser substituído pelas expressões “por qual razão” ou “por qual 
motivo”. 
Exemplo: Por que você não veio ao nosso encontro? 
124
PORQUE 
O “porque” junto é empregado quando funciona como conjunção, sobretudo 
explicativa ou causal. Substituível por “pois”. 
Exemplo: Ela foi embora, porque eu não a amava mais. 
 
 
PORQUÊ 
O “porquê” é empregado quando equivale a “motivo, razão”. Neste caso, teremos 
uma palavra substantivada. 
Geralmente, virá acompanhado de um determinante. 
Exemplo: o porquê de sua ignorância eu não sei. 
 
 
SENÃO – SE NÃO 
SENÃO: em uma só palavra significa “do contrário”, “de outro modo”, “a não ser”, 
“mas sim”. 
Exemplo: Estude, senão você será reprovado. (do contrário). 
 
 
SE NÃO: Se (conjunção), Não (advérbio). Usa-se em construções em que esta 
expressão denote alternativa, condição, incerteza. 
Exemplo: Se não receber dinheiro, não irei à praia. 
 
 
EM PRINCÍPIO – A PRINCÍPIO 
EM PRINCÍPIO: significa em tese, de um modo geral. 
Exemplo: Em princípio todos somos iguais. 
 
 
A PRINCÍPIO: significa no começo, inicialmente 
Exemplo: A princípio a palestra começou bem 
 
 
ACERCA DE – CERCA DE – HÁ CERCA DE 
 
 
ACERCA DE: sobre, a respeito de. 
Exemplo: O assunto tratado era acerca de problemas antigos. 
125
CERCA DE: aproximadamente, perto de, próximo de. 
Exemplo: estávamos cerca de 20 metros do posto. 
 
 
HÁ CERCA DE: ocorre aqui o emprego da expressão “cerca de” precedida do 
verbo “há” 
Exemplo: Há cerca de dois anos nós nos separamos. 
 
 
AFERIR – AUFERIR 
 
 
AFERIR: conferir, avaliar 
Exemplo: o enfermeiro irá aferir sua pressão. 
 
 
AUFERIR: obter (lucro). 
Exemplo: no ano passado, a maioria dos bancos auferiram lucros invejáveis. 
 
 
 
AFIM – A FIM DE 
 
 
AFIM: vocábulo que significa semelhante, próximo. 
Exemplo: Português e RLM são matérias afim. 
 
 
A FIM DE: locução que indica finalidade, equivale a para. 
Exemplo: estudei a fim de ser aprovado. 
126
EXERCÍCIOS 
 
1. Assinale a frase em que a grafia do vocábulo sublinhado está equivocada. 
a) Por que sentimos calafrios? 
b) A razão porque sentimos calafrios é conhecida. 
c) Qual o porquê de sentirmos calafrios? 
d) Sentimos calafrios porque precisamos defender nossa audição. 
e) Sentimos calafrios por quê? 
 
 
2. Na fala do personagem-pai na charge há um erro de acentuação no vocábulo 
“quê”; a frase em que ocorre o mesmo erro ortográfico é: 
a) Há um quê de estranho em tudo isso. 
b) Os políticos roubam, por quê? 
c) O quê? Não estou escutando bem... 
d) O quê da palavra “quero” está mal grafado. 
e) Por quê você não veio, por quê? 
 
 
3. Leia o texto. 
Ladrões teriam usado a estrutura do próprio equipamento como alavanca para 
quebrar as travas de segurança nas estações, que, a não ser por isso, 
permaneceram intactas. 
 
 
A locução “a não ser” (linha 3) poderia, sem prejuízo sintático ou semântico para 
o texto, ser substituída por senão. 
 
 
4. Leia o trecho. 
“O europeu tem a respeito da mulher brasileira uma noção falsíssima”. 
 
 
O sentido original e a correção gramatical do texto seriam preservados caso o 
primeiro período fosse reescrito da seguinte maneira: A concepção do europeu 
acerca da mulher brasileira é demasiado falsa. 
Certo ( ) Errado ( ) 
127
5. Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos originais do texto, o trecho 
“para que se conserve a lição do passado como intocável e permanente” (ℓ. 14 
e 15) poderia ser reescrito da seguinte forma: afim de conservar, intocável e 
permanentemente, a lição do passado. 
 
 
 
GABARITO 
1. B 
2. E 
3. Certo 
4. Certo 
5. Errado 
 
 
 
TÓPICOS ESPECIAIS DE MORFOLOGIA II 
 
AO INVÉS DE – EM VEZ DE 
AO INVÉS DE: locução prepositiva que significa “ao contrário de” 
Exemplo: ao invés de comer, não comi. 
 
 
EM VEZ DE: locução que indica troca, substituição (equivale a “em lugar de”). 
Exemplo: em vez de você ficar pensando nele. 
 
 
DE ENCONTRO A – AO ENCONTRO DE 
DE ENCONTRO A: significa oposição, contrariedade. 
Exemplo: o voto foi de encontro a fala do ministro. 
 
 
AO ENCONTRO DE:significa em direção, a favor de. 
Exemplo: os bons ventos vieram ao encontro de minha vida. 
128
DESCRIMINAR – DISCRIMINAR 
DESCRIMINAR: significa inocentar, retirar a qualificação de crime. 
Exemplo: Alguns parlamentares lutam para descriminar o uso da maconha. 
 
 
DISCRIMINAR: significa distinguir. 
Exemplo: ele discriminou o rapaz no restaurante. 
 
 
DO QUE – QUE 
Para unir elementos de uma comparação, pode-se empregar indiferentemente 
do que ou que. Exemplos: havia mais meninos do que meninas na prova. 
Havia mais meninos que meninas na prova. 
 
 
O GRAMA – A GRAMA 
O GRAMA: unidade de medida de massa, é substantivo masculino. 
Exemplo: comprei duzentos gramas de presunto. 
 
 
A GRAMA: espécie de planta genérica, é substantivo feminino. 
Exemplo: a grama do seu quintal é muito bonita, vizinho. 
 
 
INFLIGIR – INFRINGIR 
INFLIGIR: aplicar pena. 
Exemplo: O magistrado infligiu uma pena mínima aos falsários. 
 
 
INFRINGIR: violar, transgredir uma regra. 
Exemplo: Câmara vai analisar se deputados infringiram regra ao abrir voto. 
 
 
AMORAL – IMORAL 
AMORAL: indiferente à moral, moralmente neutro (nem moral, nem imoral). 
Exemplo: Infelizmente as leis econômicas são amorais, indiferentes a questões 
de apelo humano. 
129
IMORAL: contrário à moral, libertino, desonesto, sem moral. 
Exemplo: Dividir royalties do pré-sal é imoral, indecente e ilegal. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Leia o texto. 
O aumento do emprego e os programas de transferência de renda continuam a 
beneficiar mais as famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar 
proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais alta. A oferta de 
crédito, igualmente, atinge mais diretamente essa faixa. 
 
 
A eliminação de “do” em “mais do que” (linha) prejudica a correção gramatical do 
período. 
 
 
2. Há dez anos, um terremoto financeiro atingiu a Ásia, com rescaldo na América 
Latina. A crise de 1997, depois de atingir a Tailândia, rapidamente se espalhou 
pela Indonésia, Malásia, pelas Filipinas e pela Coréia do Sul, para se replicar na 
Rússia, na Argentina e no Brasil em 1998. Uma década depois do fatídico ano 
de 1997, o mundo assiste ao novo reinado da Ásia. Liderada por China e Índia, 
a região exibe, na média, taxas de crescimento superiores a 7%. 
 
 
Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual, com a vantagem de 
reforçar o período de tempo envolvido, ao se inserir o advérbio atrás depois de 
“dez anos” (linha 1). 
 
 
3. Em todas as frases abaixo ocorre uma troca indevida do vocábulo sublinhado 
por seu parônimo; a única das frases cuja forma do vocábulo sublinhado está 
correta é: 
a) O motorista infligiu as leis do trânsito; 
b) O prisioneiro dilatou os comparsas do assalto; 
c) Nada há que desabone a sua conduta imoral; 
d) A cobrança é bimestral, ou seja, duas vezes por mês; 
e) Os cumprimentos devem ser dados na entrada da festa. 
130
4. Assinale a opção que mostra a frase cuja lacuna deve ser preenchida com a 
primeira das formas entre parênteses. 
a) “ é um homem que jamais bate numa mulher sem primeiro tirar o 
chapéu”. (cavaleiro / cavalheiro) 
b) “A indústria do se beneficia do sexo, ou você acha que as pessoas 
andariam com os jeans apertados desse jeito se não fosse pela conotação 
sexual?”. (vestiário/vestuário) 
c) “A diminuição do nível da água dos reservatórios trazia preocupação 
aos governadores de Estado”. (eminente/iminente) 
d) “As mudanças no Código Penal incluem possibilidades de penas mais 
duras aos criminosos”. (infligir/infringir) 
e) “As novas medidas presidenciais vieram o acerto das votações no 
Congresso Nacional”. (retificar / ratificar) 
 
 
 
GABARITO 
1. Errado 
2. Errado 
3. E 
4. D 
 
 
 
TÓPICOS ESPECIAIS DE MORFOLOGIA IV 
 
Plural dos substantivos compostos 
a) Substantivos formados por duas palavras variáveis: ambas variam. 
Exemplo: couve – flor: couves – flores. 
Pai – nosso: pais – nossos. 
Terça – feira: terças – feiras. 
 
 
b) Substantivos formados por uma palavra invariável e outra variável: só a 
segunda flexiona. 
Exemplo: Quebra-mar: quebra – mares. 
131
Guarda – roupa: Guarda – roupas. 
Beija – flor: beija – flores. 
Ave – Maria: ave – Marias. 
 
 
c) Substantivos compostos unidos por preposição: só o primeiro varia. 
Exemplo: pé – de – moleque: pés – de – moleque. 
Amigo da onça: amigos da onça. 
Pau a pique: paus a pique. 
 
 
d) Substantivos compostos em que o segundo elemento delimita o 
primeiro: o primeiro varia. 
Exemplo: Banana-maçã: bananas – maçã. 
Peixe – boi: peixes – boi. 
Caneta-tinteiro: canetas – tinteiro. 
Erva-Mate: ervas – mate. 
Obs: Também é aceito que ambos variem. 
 
 
e) Substantivos compostos por palavras repetidas ou palavras 
onomatopaicas (sons de coisas e animais): o segundo varia. 
Exemplo: Reco-reco: reco – recos. 
Tic – tac: tic – tacs. 
Quero-quero: Quero-queros 
 
 
SUBSTANTIVOS COLETIVOS 
 
 
Assembleia, congresso ou bancada: coletivo de parlamentares 
Banca: coletivo de examinadores 
Banda ou orquestra: coletivo de instrumentistas 
Batalhão, exército, pelotão ou tropa: coletivo de soldados 
Caravana: coletivo de viajantes, peregrinos ou mercadores 
Clero: coletivo de padres ou sacerdotes 
132
Conclave: coletivo de cardeais reunidos para eleger o papa 
Congregação: coletivo de religiosos 
Corja: coletivo de malandros ou de ladrões 
Corpo docente: coletivo de professores 
Corpo discente: coletivo de alunos 
Elenco: coletivo de atores ou artistas 
Família: coletivo de parentes 
Horda: coletivo de bandidos invasores ou selvagens 
Junta: coletivo de médicos, examinadores 
Prole: coletivo de filhos 
Tripulação: coletivo de marinheiros ou aviadores 
Alcateia: coletivo de lobos 
Bando: coletivo de aves ou pássaros 
Boiada: coletivo de bois 
Burricada: coletivo de burros 
Cáfila: coletivo de camelos ou dromedários 
Cambada: coletivo de caranguejos 
Cardume: coletivo de peixes 
Cavalaria: coletivo de cavalos 
Colmeia ou enxame: coletivo de abelhas 
Colônia: coletivo de bactérias 
Fauna: coletivo de animais de uma região 
Flora: coletivo de plantas de uma região 
Gataria: coletivo de gatos 
Manada: coletivo de bois, elefantes 
Matilha: coletivo de cachorros, cães 
Ninhada: coletivo de filhotes 
Nuvem: coletivo de gafanhotos 
Panapaná: coletivo de borboletas 
Praga: coletivo de insetos nocivos 
133
Vara: coletivo de porcos 
Arvoredo ou bosque: coletivo de árvores 
Buquê ou ramalhete: coletivo de flores 
Cacho ou penca: coletivo de frutas 
Pomar: coletivo de árvores frutíferas 
Réstia: coletivo de alhos 
Acervo: coletivo de obras de arte 
Álbum: coletivo de fotografias, selos ou figurinhas 
Arsenal: coletivo de armas 
Biblioteca: coletivo de livros 
Baixela: coletivo de pratos, vasilhas, travessas, talheres 
Cinemateca: coletivo de filmes 
Discoteca: coletivo de discos 
Enxoval ou trouxa: coletivo de roupas 
Esquadra: coletivo de navios de guerra 
Esquadrilha: coletivo de aviões 
Frota: coletivo de carros, ônibus ou navios 
Molho: coletivo de chaves 
Resma: coletivo de papel 
Alfabeto: coletivo de letras 
Arquipélago: coletivo de ilhas 
Atlas: coletivo de mapas 
Cancioneiro: coletivo de poesias líricas ou de canções 
Coletânea ou antologia: coletivo de textos ou músicas 
Constelação: coletivo de estrelas 
Cordilheira: coletivo de montanhas 
Estrofe: coletivo de versos 
Fornada: coletivo de pães ou tijolos 
Universidade: coletivo de faculdades 
Vocabulário: coletivo de palavras 
134
EXERCÍCIOS 
 
1. Faz o plural como palavra-chave, com dupla possibilidade de flexão, o 
composto 
a) lugar-comum 
b) guarda-roupa 
c) aço-liga 
d) amor-perfeito 
e) abaixo-assinado 
 
 
2. A palavra cujo plural se faz do mesmo modo que fura - buxos (L. 22-23) e 
pelas mesmas razões é 
a) navio-escola 
b) surdo-mudo 
c) bolsa-família 
d) guarda-roupa 
e) auxílio-educação 
 
 
3. Arranha-céu faz o plural da mesma forma que: 
a) guarda-civil; 
b) segunda-feira; 
c) tenente-coronel;d) fruta-pão; 
e) caça-fantasma. 
 
 
4. Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira. 
 
 
1. Cafila. 
2. Baixela. 
3. Molho. 
135
( ) coletivo de pratos 
( ) coletivo de chaves 
( ) coletivo de camelos. 
 
 
Assinale a alternativa correta: 
a) 1,2,3. 
b) 2,3,1. 
c) 3,2,1 
d) 1,3,2. 
e) 3,1,2. 
 
 
 
GABARITO 
1 - C 
2 - D 
3 - E 
4 - B 
 
 
 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
 
Conceito de texto: Texto é uma sequência lógica de ideias, organizadas em 
quatro aspectos: 
 
 
sonoro: na escrita, os sons podem ser assinalados por distintos acentos 
gráficos, por pontuação, pelo ritmo da frase, pela escolha e combinações 
fonéticas entre letras etc. 
 
 
gráfico: o aspecto gráfico envolve tamanhos, cores, formatos, posição espacial 
etc. 
Exemplo: BOM DIA!!! 
136
semântico: cada elemento gráfico ou sonoro pode gerar diferentes significados 
a cada contexto de uso. 
Exemplo: A manga estava madura. 
 
 
gramatical: muitas normas gramaticais sobre emprego de palavras e sobre 
sintaxe podem implicar distintos significados em um texto. 
 
 
Compreensão envolve informações escritas ou pressupostas. 
 
 
Tome nota: Pressuposta é informação não escrita, mas que permite certeza com 
base em relações lógicas entre ideias do texto, ou com base em aspectos 
gramaticais que impliquem certas significações. 
 
 
Interpretação: envolve possibilidades com base em pistas presentes no texto. 
Para inferir, o leitor lança mão de conhecimentos prévios à leitura do texto. A 
inferência depende de confirmação e pode dar-se ou não na realidade. Basta ser 
possível. 
 
 
Como identificar Compreesão X Interpretação. 
 
137
EXERCÍCIOS 
 
 
Leia o texto. 
 
Com relação à interpretação do texto e à significação das palavras nele 
empregadas, julgue os seguintes itens. 
 
 
1. Depreende-se, a partir do texto, que João era prenome de Pádua. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
138
Com relação à interpretação do texto e à significação das palavras nele 
empregadas, julgue os seguintes itens. 
 
 
2. Depreende-se do texto que a vida de Pádua era financeiramente difícil. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
3. Durante o período em que substituiu o administrador da repartição, Pádua foi 
remunerado pelo exercício dessa função. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
4. A cura está ligada ao tempo e às vezes também às circunstâncias.” Assinale 
a opção que apresenta a dedução correta dessa frase. 
a) A cura depende obrigatoriamente do tempo e das circunstâncias. 
b) As circunstâncias que envolvem a doença explicam a sua cura em certos 
casos. 
c) O tempo é um dos fatores que, circunstancialmente, pode explicar a cura de 
uma doença. 
d) A cura de uma doença é dependente integralmente do tempo e das 
circunstâncias 
e) As circunstâncias podem justificar a cura de uma doença, desde que sem 
gravidade. 
 
 
5. “Por outro lado, nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma 
ferramenta de sobrevivência e passou a ser um instrumento da organização da 
vida comunitária. Ou seja, foi usada para criar uma desigualdade social sem a 
qual, acreditam alguns teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se 
complexificaria”. A utilização do termo “ou seja” introduz: 
a) uma informação sobre o significado de um termo anteriormente empregado; 
b) a explicação de uma expressão de difícil entendimento; 
c) uma outra maneira de dizer-se rigorosamente a mesma coisa; 
d) acréscimo de um esclarecimento sobre o que foi dito antes; 
e) a ênfase de algo que parece importante para o texto. 
139
Gabarito 
1 - CERTO 
2 - ERRADO 
3 - CERTO 
4 - B 
5 - D 
 
 
 
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
A linguagem é um código de comunicação que pode ser verbal e não verbal. Há 
muitas possibilidades de linguagem e de junção de linguagens para que se 
estabeleça a comunicação através do texto. Então, o texto é o resultado de um 
processo enorme, e um dos elementos desse processo é o uso da linguagem. A 
linguagem verbal tem muitas variações. Não se usa o mesmo tipo de linguagem 
para, por exemplo, conversar com os amigos em uma roda de conversa informal 
e com um entrevistador durante uma entrevista de emprego. Usa-se linguagens 
diferentes em contextos diferentes. A língua é múltipla, por isso há diferentes 
níveis de linguagem, dependendo do contexto em que o falante está inserido. A 
língua varia dependendo da circunstância, época, região. 
 
 
 
TIPOS DE VARIAÇÃO 
Diacrônicas: é a variação presenta uma mudança linguística histórica, aos 
diferentes estágios pelos quais qualquer língua passa no decorrer do tempo 
Exemplo: o verbo “por” este verbo deriva do verbo poer. Devido ao processo de 
economia linguística - próprio de todas as línguas – teve sua estrura reduzida. 
 
 
Diatópicas: é a variação caracterizada através das diferenças geográficas, ou 
seja, diferenças relacionadas ao espaço físico, como países, regiões, estados, 
cidades, zona rural 
Exemplo: no ceará não falamos “os outros”, falamos “uzotros” 
Em Minas temos: ô cê quer o que? 
 
Diastráticas: São as variações que se dão em função do contexto comunicativo, 
isto é, a ocasião determina o modo como falaremos com o nosso interlocutor, 
140
podendo ser formal ou informal. 
Exemplo: quando estamos em uma reunião de família, falamos: cuida, pessoal! 
Bora comer. Já em uma reunião de trabalho com o chefe, diremos: por favor, 
vamos almoçar. 
 
 
Diafásicas: São as variações ocorridas em razão da convivência entre os grupos 
sociais. As gírias, os jargões e o linguajar caipira são exemplos desta modalidade 
de variação linguística. 
Exemplo: a área policial tem o famoso “QAP” que significa ficar atento. 
 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
1. FORMAL, CULTA: nível prescrito pelas gramáticas. 
2. INFORMAL COLOQUIAL: próprio das relações do dia a dia. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
Leia o texto para responder aos itens de 1 a 4. 
 
 
A língua que falamos, seja qual for (português, inglês...), não é uma, são 
várias. Tanto que um dos mais eminentes gramáticos brasileiros, Evanildo 
Bechara, disse a respeito: “Todos temos de ser poliglotas em nossa própria 
língua”. Qualquer um sabe que não se deve falar em uma reunião de trabalho 
como se falaria em uma mesa de bar. A língua varia com, no mínimo, quatro 
parâmetros básicos: no tempo (daí o português medieval, renascentista, do 
século XIX, dos anos 1940, de hoje em dia); no espaço (português lusitano, 
brasileiro e mais: um português carioca, paulista, sulista, nordestino); segundo a 
escolaridade do falante (que resulta em duas variedades de língua: a 
escolarizada e a não escolarizada) e finalmente varia segundo a situação de 
comunicação, isto é, o local em que estamos, a pessoa com quem falamos e o 
motivo da nossa comunicação ― e, nesse caso, há, pelo menos, duas 
variedades de fala: formal e informal. 
A língua é como a roupa que vestimos: há um traje para cada ocasião. Há 
situações em que se deve usar traje social, outras em que o mais adequado é o 
casual, sem falar nas situações em que se usa maiô ou mesmo nada, quando 
se toma banho. Trata-se de normas indumentárias que pressupõem um uso 
“normal”. Não é proibido ir à praia de terno, mas não é normal, pois causa 
141
Estranheza. 
A língua funciona do mesmo modo: há uma norma para entrevistas de 
emprego, audiências judiciais; e outra para a comunicação em compras no 
supermercado. A norma culta é o padrão de linguagem que se deve usar em 
situações formais. A questão é a seguinte: devemos usar a norma culta em todas 
as situações? Evidentemente que não, sob pena de parecermos pedantes. Dizer 
“nós fôramos” em vez de “a gente tinha ido” em uma conversa de botequim é 
como ir de terno à praia. E quanto a corrigir quem fala errado? É claro que os 
pais devem ensinar seus filhos a se expressar corretamente, e o professor deve 
corrigir o aluno, mas será que temos o direito de advertir o balconista que nos 
cobra “dois real” pelo cafezinho? Língua Portuguesa. 
 
 
De acordo com o texto acima, julgue os seguintes itens. 
 
 
1. Conformeo texto, a escola deve ensinar aos alunos a norma-padrão da língua 
portuguesa, mas é preciso, também, refletir se seria adequado corrigir outras 
pessoas, como, por exemplo, um porteiro que diz O elevador tá cum pobrema. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
2. Depreende-se do texto que a língua falada não é uma, mas são várias porque, 
a depender da situação, o falante pode se expressar com maior ou menor 
formalidade. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. Segundo o texto, ‘temos de ser poliglotas em nossa própria língua’ significa 
que a língua assume variantes adequadas aos contextos em que são 
produzidas. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
4. O pronome “outra” (3º parágrafo) está empregado em referência ao termo “A 
língua”. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
5. Uma construção considerada própria da linguagem coloquial é 
A) É claro que a maternidade interfere em atividades fora do ambiente 
doméstico. (linha 5) 
142
B) Criaram normas rígidas para impedir o movimento das mulheres, com 
discursos de que seriam perigosas. (linhas 13 e 14) 
C) Agnodice se vestiu de homem para assistir conferências médicas, num templo 
de Atenas...(linhas 28 e 29) 
D) Foi morta pelos monges e pela plebe, que foram fanatizados pelo patriarca 
Cirilo. (linhas 30 e 31) 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 4 5 
C C C E C 
 
 
 
LINGUAGEM – DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 
 
Linguagem 
 
 
Denotativa: usada em sentido literal, também chamado de sentido próprio. É a 
linguagem, em regra, que está no dicionário (Cuidado! Há dicionários que trazem 
o sentido figurado das palavras). Forma mais objetiva, mais simples, mais clara, 
mais inteligível. O texto dissertativo exige o uso da denotação. 
Conotativa: usada em sentido não literal, contextual. Quando o dicionário 
registra o sentido figurado da palavra, ele faz através de “fig”. É uma linguagem 
figurada, que é uma forma de dizer. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. As palavras de uma língua podem ser usadas com sentido próprio ou figurado, 
dependendo do contexto de que fazem parte. Tem-se uma palavra usada em 
sentido figurado no fragmento: 
A) “Sem perceber, fazemos publicidade gratuitamente ao usar roupas, sapatos, 
bolsas e outros objetos com etiquetas visíveis.” (L.10/11) 
143
B) “É preciso esclarecer que propaganda e publicidade são dois termos que 
geralmente se confundem.” (L.13) 
C) “Também chama a nossa atenção em bancos, escritórios, hospitais, 
restaurantes, cinema e outros lugares 
públicos.” (L.5/6) 
D) “..não teria sido possível sem que o bombardeio incessante da publicidade 
tente nos convencer...” (L.1/2) 
 
 
Para responder à questão a seguir, leia o texto do encarte publicitário, veiculado 
por empresa fabricante de purificadores de água, e observe que o adjetivo 
transparentes refere-se tanto à água como ao fabricante. 
 
 
 
2. Uma interpretação correta para o trecho – vamos ser bem transparentes – é 
de que esse trecho foi empregado em sentido 
a) literal, quando se refere à água, para comprovar que toda água de aspecto 
transparente não apresenta contaminação. 
b) literal, quando se refere ao fabricante, para divulgar o preço do produto, que 
é menor em comparação aos demais fabricantes. 
c) não literal, quando se refere à água, para evidenciar a eficiência do 
equipamento vendido pelo fabricante. 
d) não literal, quando se refere ao fabricante, para passar aos possíveis 
consumidores a imagem de uma empresa de credibilidade. 
e) não literal, quando se refere à água, para incentivar os consumidores contra 
o desperdício desse recurso hídrico. 
144
3. Assinale a alternativa em que a palavra grifada está empregada em sentido 
denotativo: 
A) Como lê muito, dizem que João é uma ilha cercada de livros por todos os 
lados. 
B) Apenas Édipo encontrou a chave para decifrar o enigma da Esfinge. 
C) A neblina flutua, desfazendo os edifícios e as árvores da cidade. 
D) Quando o sol cair, encerraremos nosso expediente no banco. 
E) Alessandro rompeu a camisa no arame farpado que cerca a fazenda 
 
 
4. Há registro de conotação no fragmento transcrito na alternativa 
A) “Muitos especialistas dizem que nada será como antes.” (L.15). 
B) “há um grande número de profissionais competentes” (L.20). 
C) “...para quem está no olho do furacão” (L.24). 
D) “Além disso, é fundamental estar inteirado da tecnologia.” (L.55). 
 
 
5. Em qual das frases a seguir a expressão em destaque foi empregada no 
sentido próprio, ou seja, no sentido denotativo? 
A) O desejo de muitos internautas que navegam na Internet é o de encontrar 
informações precisas. 
B) Quando queria brincar na casa de seus avós, a criança usava o lápis para 
rabiscar as paredes. 
C) No dia do baile, a normalista tomou um chá de cadeira inesperado, até 
conhecer aquele grumete. 
D) Nas metrópoles, o trânsito é um pesadelo para grande parte dos motoristas e 
dos pedestres. 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 
D D E C B 
145
TIPOLOGIAS TEXTUAIS 
 
NARRAÇÃO 
Objetivo: reproduzir uma realidade dinâmica (com progressão temporal, ou seja, 
relação de anterioridade e posterioridade entre os acontecimentos). 
 
 
Características 
 
 
Elementos narrativos: 
Narrador: quem conta a história (pode dela participar); Personagem: quem vive 
o enredo; ° 
Enredo: sucessão de acontecimentos (em regra, tem como elementos a 
apresentação, a complicação, o clímax e o desfecho); 
Tempo: quando a história acontece e quanto tempo dura; 
Espaço: onde a história acontece; 
Discurso: voz das personagens. 
Verbos no pretérito. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
Leia o texto abaixo para responder aos itens de 1 a 4. 
 
 
Tarde de verão, é levado ao jardim na cadeira de braços — sobre a palhinha 
dura a capa de plástico e, apesar do calor, manta xadrez no joelho. Cabeça caída 
no peito, um fio de baba no queixo. Sozinho, regala-se com o trino da corruíra, 
um cacho dourado de giesta e, ao arrepio da brisa, as folhinhas do chorão 
faiscando — verde, verde! 
Primeira vez depois do insulto cerebral aquela ânsia de viver. De novo um 
homem, não barata leprosa com caspa na sobrancelha — e, a sombra das folhas 
na cabecinha trêmula, adormece. Gritos: Recolha a roupa. Maria, feche a janela. 
Prendeu o Nero? Rebenta com fúria o temporal. Aos trancos João ergue o rosto, 
a chuva escorre na boca torta. Revira em agonia o olho vermelho — é uma coisa, 
que a família esquece na confusão de recolher a roupa e fechar as janelas? 
Dalton Trevisan. Ah, é? Rio de Janeiro: Record, 1994. p. 67 (com adaptações) 
146
 
1. No texto, predominantemente narrativo, ocorrem tanto o discurso direto como 
o discurso indireto livre. 
Certo ( ) Errado ( ) 
2. A escassez de verbos nas duas primeiras frases do texto e o uso de forma 
verbal na voz passiva realçam a situação de imobilidade e fragilidade do 
personagem em foco. 
 
 
3. Por tratar-se de narrativa em terceira pessoa, o texto apresenta, além do relato 
das ações, alguns comentários do narrador, sem perscrutar o pensamento do 
personagem principal. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
4. O uso das formas verbais “ergue” (l. 7) e “Revira” (l. 8), denotativas de 
movimento, indica a recuperação física do personagem, decorrente da retomada 
da “ânsia de viver”. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
5. O prazer proporcionado pela percepção sensorial de pássaro e plantas 
contribui para que o personagem se sinta revigorado e recupere sua autoestima 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 
C C E E C 
147
TIPOLOGIAS TEXTUAIS 
 
DESCRIÇÃO 
Objetivo: reproduzir uma realidade estática (com ocorrência simultânea das 
informações e sem relação de antes e depois entre os acontecimentos). 
 
 
Características 
 
 
Retrato verbal; 
Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as 
frases; 
Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas; 
Utilização da enumeração e comparação; 
Com frequência, presença de verbos de ligação. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
Leia o texto abaixo para responder aos itens de 1 a 5. 
 
 
Como você pode ver, uma garotinha estádeitada displicentemente no colo 
de um senhor bem velhinho e bem simpático. Ela parece um anjo. Loirinha, 
cabelo castanho claro, encaracolado, nariz e boca perfeitos, ar inteligente e 
sadio, uma dessas crianças que a gente vê em anúncios. Pelo jeito, deve ter uns 
três ou quatro anos, não mais que isso. 
Ela está vestida em um desses macaquinhos de flanela, com florezinhas 
azuis e vermelhas e uma malha creme por baixo. Calçando um tênis 
transadíssimo nas discretas cores amarelo, vermelho e azul, o que nos mostra 
que a mocinha não é apenas novinha, mas moderninha também. O velhinho tem 
um tipo bem italiano. 
O boné cinza é típico desses senhores que a gente vê passeando pelo Bixiga 
nos domingos à tarde. Estatura mediana, cabelos e bigodes branquinhos, rosto 
e mãos enrugadas que traem uma idade bem avançada. Paletó marrom e calça 
cinza, ambos de lã, malha creme, abotoada até o último botão, como faz todo 
148
senhor que se preze. Embaixo da malha, uma camisa azul, mas bem azul 
mesmo, que destoa de todo o conjunto. 
O que prova que o cavalheiro e a mocinha apreciam cores fortes. Pela roupa 
que os dois estão vestindo e pela carinha rosada dela, deve estar fazendo muito 
frio. Fato que o ar enevoado e cinzento do jardim, que está atrás deles, vem a 
comprovar. Os dois estão sentados em um balanço de madeira de cor verde, 
desses em que cabem apenas duas pessoas e que são bastante comuns em 
quintais, varandas e jardins de casas de classe média, classe média alta. Ela 
está comodamente estirada. Com a cabeça entre o ombro e a barriga do velhinho 
e os pés apoiados numa almofada de crochê de cor creme. 
Nas mãos, ela traz um livro de histórias cheio de desenhos coloridos. Livro 
esse que, olhando atentamente, você verá que se trata da história da Bela 
Adormecida. O que, aliás, é muito engraçado, porque enquanto a bela conta a 
história da Bela Adormecida, o velho é que adormeceu. Ele dorme a sono solto. 
Com uma mão envolta na dela e a outra apoiada sobre sua própria perna direita, 
na altura do joelho, ambos, à sua maneira, estão sonhando. 
Ele sonha dormindo, ela sonha acordada. A menina está divagando no colo 
do avô. Isso mesmo: do avô. Porque o velho que você está vendo só pode ser o 
avô dela. Pela intimidade com que ela está comodamente instalada no colo dele, 
percebe-se que não pode ser visita, pessoa de cerimônia. E, sim, alguém bem 
chegado, alguém da família. Para um estranho, ouvir essa história contada por 
uma criaturinha tão linda seria uma novidade excitante, que dificilmente o faria 
cair no sono. E, se não fosse por isso, um estranho também não cairia no sono, 
pelo menos por dever de educação. Resistiria bravamente até a Bela 
Adormecida acordar. Além disso, é só olhar para a roupa caseira que ele está 
usando para perceber que não é alguém que foi fazer uma visita. 
É pessoa da casa mesmo, pai não é. Ele é muito velhinho para ser o pai dela. 
E pouco provavelmente seria um tio. Tanto pela idade quanto pela 
disponibilidade e paciência. Tio dá doces, presentes, mas ouvir histórias 
intermináveis, contadas por uma narradora que de vez em quando divaga, tio 
não faz. Só pode ser mesmo um avô ouvindo pela milésima vez a mesma 
história, que para ele deve ser sempre igual e para ela deve ser sempre diferente. 
Ela, por sua vez, não se deve importar com que seu ouvinte durma. Afinal, ela 
só quer colo e aquela mão terna, enrugada e querida em volta da sua cintura 
pequenina. 
Mesmo desatento, ele está dando a ela seu tempo e seu carinho sonolento. 
O balanço de jardim pode ser gostoso de sentar. Mas como você pode ver não 
é o local mais confortável para se dormir. Principalmente em um dia frio como 
esse, em um descampado de uma varanda. Mas o fato é que ele não sente a 
dureza do balanço porque dorme, e ela, igualmente, não sente a dureza da 
madeira e a frieza do tempo por vários motivos: primeiro, porque sonha, e no 
sonho não há desconforto ou frio. E, segundo, porque ela tem a barriga do avô 
como travesseiro, o braço dele como edredom e uma almofada como encosto 
para seus pés e seu tênis multicolorido. 
149
Juntos os dois, ali na varanda, vivem um momento de que ela vai se lembrar 
sempre e ele não vai se lembrar de nada. Até mesmo nada da história. Por isso, 
é que ela vai ter de contar e recontar essa história para o avô centenas de vezes. 
Principalmente para reviver os trechos que ele perdeu com seus cochilos. Assim 
como você vai ter de ler e reler muitas vezes esse texto até conseguir enxergar 
toda a beleza e ternura contidas nessa cena. Ou pelo menos uma pequena parte 
dela. 
 
 
Com base na leitura do texto, julgue os itens. 
 
 
1. Há ironia nos trechos “deve ter uns três ou quatro anos, não mais que isso” e 
“um tênis transadíssimo nas discretas cores amarelo,vermelho e azul” 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
2. A “Bela Adormecida” a que o texto se refere é a garotinha que está com o 
senhor. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. O texto compara a funcionalidade de um texto verbal e a de um texto não 
verbal. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
4. Segundo o texto, há mais afinidade entre avôs e netos do que entre tios e 
sobrinhos. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
5. É imprescindível a presença, junto ao texto, de uma fotografia que retrate a 
cena descrita para que as ideias expressas sejam transmitidas de maneira 
adequada e completa. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
GABARITO 
1 2 3 4 5 
E E C E E 
150
TIPOLOGIAS TEXTUAIS 
 
DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA – DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA 
 
 
Objetivo: discorrer sobre um tema. 
Obs: tema e assunto não são a mesma coisa. 
O assunto é mais abrangente, sendo o tema uma delimitação do assunto. 
 
 
Características 
 
 
Tipos: 
Expositiva: apresenta informações/dados sobre o assunto, logo, também pode 
ser chamada de informativa. Além disso, o texto informativo pode apresentar 
opiniões de terceiros, mas não do autor; 
 
 
Argumentativa: apresenta e fundamenta uma tese (opinião) do autor. Vale 
lembrar que essa opinião pode ser em primeira pessoa (dissertação subjetiva), 
entretanto, em prova, o texto deve ser em terceira pessoa (dissertação objetiva). 
151
EXERCÍCIOS 
 
 
 
 
1. No trecho “Tentar subornar o guarda para evitar multas”, a oração “para evitar 
multas” expressa a causa, o motivo que leva alguém a cometer suborno. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
2. No trecho “Diga não às ‘corrupções’ do dia a dia”, seria correto o emprego do 
sinal indicativo de crase no vocábulo “a” em “dia a dia”. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. Os termos “antiéticas”, “ilegais” e “combatidas” qualificam a palavra “práticas”. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
4. O texto apresentado combina elementos das tipologias expositiva e injuntiva. 
Certo ( ) Errado ( ) 
152
Leia o cartaz a seguir. 
 
 
 
5. No texto, observam-se trechos expositivo e injuntivo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
6. As formas verbais “Acesse”, “conheça” e “consulte” caracterizam-se por uma 
uniformidade na flexão de modo e de pessoa. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
Leia o texto. 
 
 
Não foi para isso 
 
 
“Não sei se é verdade. Dizem que Santos-Dumont suicidou-se quando soube 
que, durante a Guerra Mundial, a primeira, de 1914 a 1918, estavam usando 
aviões para bombardear cidades indefesas. Não fora para isso -- pensava ele -- 
que inventara a navegabilidade no ar, façanha que ninguém lhe contesta, 
tampouco inventara o avião, cuja autoria lhe é indevidamente negada pelos 
norte-americanos. Excetuando o Dr. Guilhotin, que construiu um aparelho 
específico para matar mais rapidamente durante os anos do Terror, na 
Revolução Francesa, em geral o pessoal que inventa alguma coisa pensa em 
153
beneficiar a humanidade, dotando-a de recursos que tornam a vida melhor, se 
possível para todos”. 
 
 
7. Esse fragmento de uma crônica de Cony é um exemplo de texto 
a) didático, pois ensina algo sobre personagens famosos. 
b) descritivo, pois fornece dados sobre as invenções citadas. 
c) narrativo, pois relata a história da criação do avião e da guilhotina.d) argumentativo, pois apresenta fato que comprova o título da crônica. 
e) histórico, pois traz informações sobre o passado a fim de registrá-lo. 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 
E E E C C C D 
 
 
 
FATORES DE TEXTUALIDADE COESÃO E COERÊNCIA 
 
COESÃO 
O conceito de coesão diz respeito à conexão discursiva/linguística entre as 
partes do texto. Os principais tipos de coesão são a referenciação e a 
sequenciação. 
Exemplo: o jogador anunciou sua saída do clube. 
Ele estava infeliz com a situação. (Coesão referencial) 
Apreendo à medida que estudo. 
Nesse mecanismo de coesão é empregado um termo, que pode ser um 
pronome, um advérbio ou um substantivo, para retomar ou antecipar um outro 
termo do texto. 
154
Termos de referenciação: 
Endofóricos (o referente está no próprio discurso): 
• Anafóricos: retomam o referente; 
• Catafóricos: antecipam o referente; 
 
 
Exofóricos (dêiticos): o referente não está no discurso. Só pode ser identificado 
se o contexto de enunciação for recuperado. 
 
 
COERÊNCIA 
Alguns elementos fazem de um monte de palavras um texto. Se alguém, 
aleatoriamente, começar a juntar palavras, isso não necessariamente formará 
um texto, pois não se terá um todo significativo, mas, apenas, um monte de 
palavras. Para que esse conjunto de palavras forme um texto é preciso que 
estejam presentes alguns elementos conhecidos como fatores de textualidade. 
Eles são muitos, mas dois deles interessam mais a quem está estudando para 
concursos públicos, pois são recorrentemente cobrados em prova, são eles: 
coerência e coesão. Fatores de textualidade são os elementos capazes de 
transformar um conjunto de códigos (palavras) em um texto, são eles: 
 
 
Intencionalidade: empenho do autor; 
Aceitabilidade: expectativa do leitor; 
Situacionalidade: adequação à situação comunicativa; 
Informatividade: dados agregados pelo autor/esperados pelo leitor; 
Coerência: sentido do texto; 
Coesão: conexão entre as partes do texto 
 
 
A coerência está no nível dos sentidos, já a coesão está no nível das palavras. 
Sendo assim, a coerência deve vir antes da coesão. Primeiro deve-se buscar 
uma relação de harmonia entre duas partes do texto para, depois, encontrar uma 
forma de conectá-los. 
 
 
COERÊNCIA 
Relações de sentido entre as partes do texto. 
Decorre: 
• da unidade semântica: o tema central deve perpassar todo o texto; 
155
• da progressão temática: conceito, causa, efeito e intervenção; 
• da não contradição entre as partes: a contradição, talvez, seja a mais 
visível das incoerências. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Observe o seguinte texto retirado de uma seção de piadas de uma revista: “á 
que o vento da janela incomodava tanto você, por que você não trocou de lugar 
com a pessoa que estava em frente? - Eu teria feito isso, mas o assento estava 
vazio.” 
O humor dessa piada se apoia na ausência de uma característica textual, que 
é: 
a) a coerência; 
b) a intertextualidade; 
c) a coesão; 
d) a correção; 
e) a relevância. 
 
 
2. Assinale a opção que apresenta o texto que não respeita a coerência. 
a) Não servimos almoço. Levamos o dia inteiro para preparar o seu jantar. 
(Restaurante). 
b) Rico em vitaminas e milionário em proteínas. (Iogurte). 
c) Se tudo o que você quer é um pouco de fogo, pegue um fósforo. (Isqueiros 
Cônsul). 
d) Vinda da companhia que tem as coloridas camisas brancas. (Loja de roupas 
masculinas). 
e) Café da manhã sem suco de laranja é como um dia sem sol. (Sucos). 
 
 
3. Assinale a opção que apresenta o ditado que mostra incoerência. 
a) A mulher é um mal necessário. 
b) Aqueles que não sonham estão perdidos. 
c) De que serve correr quando se está no caminho errado? 
156
d) Mais vale um vizinho perto que um irmão longe. 
e) Os velhos deviam ser mortos quando nascem. 
 
 
4. As frases a seguir carecem de coerência lógica, à exceção de uma. Assinale- 
a. 
a) “Inclua-me fora dessa.” 
b) “As pessoas fazem coisas horríveis por causa do dinheiro; inclusive trabalhar.” 
c) “Há certas coisas que o dinheiro não pode comprar. Por exemplo: coisas 
idênticas às da semana passada.” 
d) “Se você consegue contar seu dinheiro é porque possui dinheiro demais.” 
e) “Eu tenho muito dinheiro para o resto da vida, a não ser que eu compre alguma 
coisa.” 
 
 
5. A frase abaixo que poderia ser vista como uma definição de coerência textual 
é: 
a) “A palavra foi dada ao homem para disfarçar o próprio pensamento”; 
b) “As ideias acendem umas às outras como centelhas elétricas”; 
c) “Uma vez fixadas nas palavras, as imagens de memória se apagam”; 
d) “Uma ideia não executada é um sonho”; 
e) “O estilo é um modo muito simples de dizer coisas complicadas”. 
 
 
6. Um dos problemas textuais mais frequente é a incoerência, como a que está 
presente na seguinte frase: 
a) “Fiz esta carta longa porque não tive tempo de fazê-la mais curta”; 
b) “Há tantos que escrevem e tão poucos que leem”; 
c) “Escreve as ofensas na areia e os benefícios no mármore”; 
d) “Escrever cartas é a maneira mais deliciosa de perder tempo”; 
e) “O que vale é a versão e não os fatos”. 
 
 
7. Um escritor americano é autor da seguinte frase: “Não grite por socorro à noite. 
Pode acordar os vizinhos.” 
Tal frase apresenta um problema textual, que é: 
157
a) a falta de coerência; 
 
 
b) a inadequação vocabular; 
c) a pontuação equivocada; 
d) a ausência de coesão; 
e) o desrespeito à norma culta. 
 
 
8. “O único consolo que sinto ao pensar na inevitabilidade da minha morte é o 
mesmo que se sente quando o barco está em perigo: encontramo-nos todos na 
mesma situação”. 
(Tolstoi) 
Alguns elementos do pensamento de Tolstoi se referem a termos anteriores, o 
que dá coesão ao texto. O termo cujo referente anterior está indicado 
erradamente é: 
a) “que sinto” / consolo. 
b) “o mesmo” / consolo. 
c) “que se sente” / consolo. 
d) “todos” / nos. 
e) “na mesma situação” / inevitabilidade da morte. 
 
 
9. Nisto erramos: em ver a morte à nossa frente, como um acontecimento futuro, 
enquanto grande parte dela já ficou para trás. Cada hora do nosso passado 
pertence à morte”. 
(Sêneca) 
 
 
O emprego da forma “isto” em “Nisto erramos” se justifica porque 
a) se refere a um termo colocado a seguir e não anteriormente. 
b) se liga a uma oração e não a um termo. 
c) mostra certo valor pejorativo. 
d) indica um termo colocado bastante próximo. 
e) se prende a um fato do momento atual. 
158
10. Na passagem “Hoje estou comemorando mais um ano de vida, isso é 
maravilhoso. Este ano será muito bom” os termos sublinhados são 
respectivamente: 
a) Anafórico, dêitico e catafórico. 
b) Catafórico, anafórico e dêitico. 
c) Dêitico, anafórico e dêitico. 
d) Catafórico, catafórico e anafórico. 
e) Dêitico, catafórico e anafórico. 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 
A D E B B A A E A C 
 
 
 
 
 
TEXTO E ESTILÍSTICA (FIGURAS DE LINGUAGEM) 
 
 
Figuras de palavras 
 
 
Metáfora: comparação com valor conotativo. 
Exemplo: o amor é fogo. 
 
 
Catacrese: é o nome dado à figura de sintaxe que consiste no emprego de uma 
palavra no sentido analógico e não em seu sentido próprio. 
Exemplo: perna da mesa, céu da boca, batata da perna... 
 
 
Metonímia: substituição que se baseia numa relação lógica de significado entre 
dois termos. 
Exemplo: Ela detesta ler Machado de Assis. 
Compre a gillete. 
159
Perífrase/Antonomásia: mais palavras em vez de menos (circunlóquio). 
Exemplo: o boto vem buscar moça que nunca conheceu homem. 
 
 
 
Figuras de pensamento 
 
 
Antítese: é a figura de retórica em que uma palavra, ideia ou proposição 
contradiz ou se opõe deliberadamente à anterior. 
Exemplo: Nasce o sol e não dura mais que um dia 
Em tristes sombras morre a formosura. 
 
Oxímoro ou paradoxo: tipo de antítese em que duas ideias antagônicas, as 
quais se excluem mutuamente, aparecem simultaneamente em uma única 
construção sintática. 
Exemplo: era um doce tão amargo que quase não entendi. 
 
 
Ironia: é um recurso de expressãoque consiste em dar a entender o contrário 
do que se está dizendo. 
Exemplo: ele é tão elegante quanto um cavalo. 
 
 
Eufemismo: é uma figura de pensamento empregada para expressar ideias 
desagradáveis e chocantes por meio de palavras brandas e suaves. 
Exemplo: O parlamentar tomou emprestado dinheiro dos cofres públicos e 
esqueceu-se de devolver. 
 
 
Prosopopeia: é uma figura de linguagem que consiste em humanizar animais e 
coisas inanimadas ou dar voz a pessoas mortas, ausentes ou fictícias. 
Exemplo: O vento beijou-lhe os cabelos. 
160
EXERCÍCIOS 
 
1. “Uma das grandes preocupações das cidades atualmente é, sem dúvida, o 
problema da segurança". 
 
 
Nessa frase do texto 1, o vocábulo “cidades" está usado, como termo geral, em 
lugar de “algumas pessoas das 
cidades", num exemplo de linguagem figurada denominada metonímia. 
 
 
Um outro exemplo semelhante de metonímia está em: 
a) A vida nas grandes cidades está muito difícil. 
b) Viver nas cidades traz uma série de facilidades. 
c) As cidades e o campo são ambientes diversos. 
d) As grandes cidades nunca dormem. 
e) As cidades possuem vias de comunicação diferentes. 
 
 
2. “...ele já disse que as perdas são de curto prazo, mas os benefícios de longo 
prazo são muitos”. Nesse segmento do texto há a presença de uma figura de 
linguagem denominada: 
a) pleonasmo. 
b) hipérbole. 
c) eufemismo; 
d) metáfora. 
e) antítese. 
 
 
3. Assinale a figura de linguagem que se identifica em: “Entra em cena o 0X513A, 
que foi criado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra.” 
a) Metonímia 
b) Eufemismo 
c) Metáfora 
d) Antítese 
e) catacrese 
161
4. Em “evitar a inevitável violência", o autor emprega o recurso expressivo que 
se denomina antítese. Isso, porém, não se verifica no seguinte fragmento: 
a) Na maior parte das vezes, esse desejo tem origem em nosso exibicionismo 
b) O homem sempre foi violento e essa violência nunca foi provocada apenas 
por necessidades 
c) nasce puro e a sociedade o corrompe com seus hábitos 
d) o homem nasce bom e se torna mau. 
 
 
Leia a charge. 
 
 
 
5. A crítica ao consumismo na charge acima se estrutura a partir de um recurso 
linguístico, que é: 
a) a ambiguidade de um vocábulo; 
b) uma hipérbole no desejo de consumo; 
c) uma metáfora no vocábulo “queima”; 
d) o tratamento de “mulher” dado à esposa; 
e) a repetição de negativas na fala da mulher. 
 
 
6. Assinale a opção que apresenta a figura de linguagem presente na oração 
abaixo: “Julia achava-o feio e bonito ao mesmo tempo.” 
a) Metonímia 
b) Hipérbole 
c) eufemismo 
162
d) paradoxo 
 
 
7. Analise a citação: “No meio do caminho tinha uma pedra” 
 
 
As palavras destacadas exercem a função de: 
a) Hipérbole 
b) Antítese 
c) Metáfora 
d) pleonasmo 
 
 
Leia a charge. 
 
 
 
8. Todas as frases abaixo apresentam recursos estilísticos. Aquela que fez 
utilização de um EUFEMISMO é: 
a) Existem pessoas que buscam enriquecer por meios ilícitos. 
b) A noite é um manto negro bordado com pedras preciosas. 
c) Entre o amor e o ódio estão as relações humanas. 
d) A mim não me enganas tu. 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 
D E C B A D C A 
163
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
 
Função Referencial ou Informativa 
É a função cujo objetivo é informar. 
É caracterizada pelo emprego da terceira pessoa (aquilo de que se fala), 
objetividade (valorização do objeto de que se fala) e denotação (prioriza o 
sentido literal da palavra). 
Os autores buscam informar o que aconteceu, onde, o motivo e suas 
consequências. 
Encontrada em notícias de jornal, textos didáticos, textos científicos, aulas, 
documentários etc. 
Exemplo: a polícia prendeu, na manhã desta terça-feira, 20, o elemento 
conhecido como “zé bonitinho” autor de vários delitos na região de Quixadá. 
 
 
Função Emotiva ou Expressiva 
É a função em que está centrada a figura do emissor (a primeira pessoa do 
discurso). 
É caracterizada pelo emprego da primeira pessoa, interjeições, exclamações e 
subjetividade (prioriza o sujeito que fala). 
Se relaciona às emoções, buscando desabafar, expor sentimentos. 
Encontrada em poesias líricas, diários pessoais, cartas, etc. 
Exemplos: “Eu me amo Eu me amo Não posso mais Viver sem mim!” 
164
Função Conativa ou Apelativa 
Tem objetivo de convencer e/ou persuadir o destinatário (segunda pessoa do 
discurso). 
Possui como características o emprego da segunda pessoa e verbos no 
imperativo. 
Exemplo: “Vem pra Caixa você também.” 
 
 
Função Fática 
É a função de um texto que não tem assunto. Tem por objetivo iniciar, manter, 
testar ou finalizar contato. Geralmente utilizada em cumprimentos, saudações e 
expressões. 
Na maioria das vezes, quando se inicia ou finaliza o canal de comunicação, isso 
está associado à polidez da comunicação. 
Exemplo: Bom dia/Tudo bem?/Tchau. 
Quando o objetivo é manter ou testar o contato pode virar vício de linguagem. 
Exemplo: Né?/Tá?. 
 
 
Função Metalinguística 
Tem por objetivo explicar o código utilizado usando para isso o próprio código. 
Encontrado em dicionários, gramáticas etc. 
Exemplo: poema sobre escrever poema “A mão que escreve este poema não 
sabe o que está escrevendo, mas é possível que se soubesse nem ligasse”. 
 
 
Função Poética 
Tem objetivo de elaborar de maneira estética/expressiva a mensagem cujo 
elemento em destaque é a própria mensagem. 
É caracterizada pela preocupação com a expressão do texto, como figuras de 
linguagem, rimas, métricas, ritmo, etc. 
Exemplo: “De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, 
e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu 
pensamento.” 
165
EXERCÍCIOS 
 
 
Texto 1 
Alguma vez você já contabilizou ou avaliou o número de projetos pessoais que 
abandonou durante a vida? 
Por que é que temos tanta dificuldade em manter relacionamentos e afetos, 
terminar e fechar o “ciclo” de cursos e estudos que nós mesmos escolhemos? 
Tudo a nossa volta perde o brilho muito rápido onde vivemos a todo tempo, entre 
a rápida euforia e o tédio. Se essa realidade tivesse uma cor, pra mim seria cinza. 
 
 
1. Sobre os elementos da comunicação presentes no texto 1, assinale a 
alternativa correta. 
a) O leitor é o emissor, o autor é o receptor e a linguagem não verbal é o código 
da mensagem. 
b) O autor é o canal de comunicação, o leitor representa os ruídos na 
comunicação e a mensagem é representada por linguagem não verbal. 
c) O leitor é o canal de comunicação, o autor é o código e o contexto é a 
mensagem. 
d) O autor é o emissor, o leitor é o receptor e a linguagem verbal é o código da 
mensagem. 
e) A mensagem é o contexto, o código são os ruídos na comunicação e o canal 
de comunicação é o autor. 
 
 
2. Em “Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você está no trabalho, e 
dois ou três amigos postam fotos de viagem?”, em função da valorização a um 
elemento da comunicação, predomina qual função da linguagem? 
a) Metalinguística. 
b) Apelativa. 
c) Referencial. 
d) Emotiva. 
e) Fática. 
166
Texto 2 
Sempre pensei que ser um cidadão do mundo era o melhor que podia 
acontecer a uma pessoa, e continuo pensando assim. Que as fronteiras são a 
fonte dos piores preconceitos, que elas criam inimizades entre os povos e 
provocam as estúpidas guerras. 
E que, por isso, é preciso tentar afiná-las pouco a pouco, até que 
desapareçam totalmente. Isso está ocorrendo, sem dúvida, e essa é uma das 
boas coisas da globalização, embora haja também algumas ruins, como o 
aumento, até extremos vertiginosos, da desigualdade econômica entre as 
pessoas. Mas é verdade que a língua primeira, aquela em que você aprende a 
dar nome à família e às coisas deste mundo, é uma verdadeira pátria, que 
depois, com a correria da vida moderna, às vezes vai se perdendo, confundindo- 
se com outras. 
E isso é provavelmente a prova mais difícil que os imigrantes têm de 
enfrentar, essa maré humana que cresce a cada dia, à medida que se amplia o 
abismo entre os paísesprósperos e os miseráveis, a de aprender a viver em 
outra língua, isto é, em outra maneira de entender o mundo e expressar a 
experiência, as crenças, as pequenas e grandes circunstâncias da vida 
cotidiana. 
 
 
3. Predomina no texto a função 
a) apelativa, pois o autor visa a persuadir o leitor a posicionar-se contra os 
imigrantes. 
b) expressiva, pois o autor expõe uma visão subjetiva de um determinado 
assunto. 
c) referencial, pois o autor usa dados objetivos para tratar de um tema com 
impessoalidade. 
d) fática, pois o autor enfoca um assunto banal, com a finalidade única de iniciar 
uma conversa. 
e) metalinguística, pois o autor fala dos detalhes que prejudicaram a publicação 
de seu texto 
 
 
Texto 3 
Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. 
Eu não tinha estas mãos sem força, 
167
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração que nem se mostra. 
- Eu não dei por esta mudança, 
- tão simples, tão certa, tão fácil: 
- Em que espelho ficou perdida a minha face? 
- MEIRELES, Cecília. 
 
 
4. Predomina no texto a função: 
a) Referencial. 
b) Emotiva. 
c) Apelativa. 
d) Metalinguística. 
 
 
 
 
 
5. No terceiro período do texto, predomina a função fática da linguagem, dada a 
finalidade comunicativa do texto. 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 
D B B B E 
168
VÍCIOS DE LINGUAGEM 
 
Pleonasmo vicioso ou redundância 
Exemplo: Entrar para dentro, elo de ligação, monopólio exclusivo. 
 
 
Barbarismo 
Barbarismo é qualquer erro de grafia ou de pronúncia. 
 
 
Tipos: 
• Silabada (rúbrica, em vez de rubrica) 
• Cacoépia (pronúncia errada. Ex.: Mortandela, em vez de mortadela) 
• Cacografia (grafia errada: quiz, tráz, geito) 
• Estrangeirismo (show, em vez de espetáculo) OBS: Nem toda palavra 
estrangeira é um barbarismo. Palavra estrangeira é barbarismo quando 
ela tem um equivalente na língua portuguesa. 
 
 
Solecismo 
Solecismo é um erro de sintaxe. Pode incidir sobre a concordância, a regência 
ou a colocação. 
 
 
Tipos: 
• Concordância Ex.: Ocorreu muitos fatos desagradáveis. O sujeito da 
oração é “fatos desagradáveis”, logo a concordância deve acontecer no 
plural. 
• Regência Ex.: A decisão do gerente implica em alteração do cronograma. 
Não há correto uso da preposição “em” na sentença, uma vez que o verbo 
não a rege. 
• Colocação Ex.: Te amo. Os pronomes átonos não podem ser usados em 
início de período. Portanto, o correto seria dizer “amo-te”, colocando o 
pronome em posição enclítica. 
 
 
Ambiguidade 
Ocorre quando a frase tem dois sentidos. 
Exemplo: Paula conversou com Helena sobre seu trabalho 
169
Eco 
É a repetição de um mesmo som no final de palavras, em sequência. 
Exemplo: Nesta cidade não há honestidade, apenas vaidade. 
 
 
Cacofonia 
Junção de sons em diferentes palavras que formam uma palavra esquisita, 
vulgar, de baixo calão. 
Exemplo: Eu beijei a boca dela; vi ela; por cada. 
 
 
Colisão 
Repetição do mesmo som de um fonema consonantal. 
Exemplo: Fazendo fiado fico freguês. 
 
 
Hiato 
Repetição de vogais. 
Exemplo: Vou ao alto da colina. 
 
 
Plebeísmo/Vulgarismo 
É uma construção típica da linguagem coloquial. 
Exemplo: Custa cinco real! O correto seria – custa cinco reais. 
 
 
Arcaísmo 
São expressões arcaicas, antigas, que não são mais usadas. 
Exemplo: Vosmecê precisa de ajuda? 
 
 
Gerundismo 
É o mau uso do gerúndio. 
Exemplo: Vou estar transferindo sua ligação. O correto seria: vou transferir sua 
ligação. 
170
Neologismo 
São palavras novas, que ainda não foram incorporadas à língua. 
Exemplo: Deleta essa informação! 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. A frase abaixo apresenta um vício de linguagem conhecido como: 
 
 
 
a) Barbarismo. 
b) Arcaísmo. 
c) Neologismo. 
d) Ambiguidade. 
e) Pleonasmo. 
 
 
"Embora frequentes no dia a dia dos falantes, os vícios de linguagem são desvios 
gramaticais, ou seja, palavras, expressões e construções que fogem às regras 
da norma padrão ou norma culta. Os vícios de linguagem ocorrem, normalmente, 
por falta de atenção e pouco conhecimento dos significados das palavras pelos 
falantes". 
171
2. Considerando as informações presentes no texto acima, em qual dos pares 
de frases identificam-se vícios de linguagem? 
a) O anfitrião comprimentou meus amigos. / Certos voos provocam enjoos. 
b) Fazem dois meses que ele partiu. / Faltaram muitos convidados hoje. 
c) Eu o vi na esquina da minha rua. / A vaca da sua irmã é muito brava. 
d) Houveram dias de paz no país. / Quando eu pôr o jornal na mesa, saia. 
 
 
3. Analisando os vícios de linguagem listados abaixo, relacione adequadamente: 
I - Ambiguidade 
II - Pleonasmo 
III - Cacófato 
IV - Eco 
V - Solecismo 
( ) A boca dela tinha dentes cariados. 
( ) Aquele era o pai da moça que estava doente. 
( ) Vou te contar uma novidade inédita. 
( ) Aqueles rapazes estava sem rumo. 
( ) Teve vontade de ir à cidade só por maldade. 
 
 
Está correta a sequência: 
a) III, I, II, V, IV. 
b) III, I, V, II, IV. 
c) III, I, II, IV, V. 
d) V, I, II, IV, III. 
e) IV, II, III, I, V 
 
 
 
GABARITO 
1 2 3 
E D A 
172
 
 
 
 
 
 
 
RACIOCÍNIO LÓGICO 
MATEMÁTICO 
173
Estruturas Lógicas I 
 
 
As questões de estrutura lógica, também são chamadas de investigações, estão 
presentes na maioria das provas de raciocínio lógico, mas cada edital coloca o 
tópico desse tipo de questão de maneira diferente. Podemos dizer que essas 
questões tratam do entendimento da estrutura lógica de relações arbitrárias 
entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios, deduzindo novas 
informações a partir de relações fornecidas e avaliação das condições usadas 
para estabelecer a estrutura daquelas relações. 
 
 
Uma hipótese é uma teoria provável, mas não demonstrada, uma suposição 
admissível. Na matemática, é o conjunto de condições para poder iniciar uma 
demonstração. Surge no pensamento científico após a coleta de dados 
observados e na consequência da necessidade de explicação dos fenômenos 
associados a esses dados. 
 
 
Tipos de questões de estruturas lógicas 
Para resolver questões de investigação, devemos inicialmente identificar o caso 
(ordenação, associação ou suposição) e seguir os procedimentos peculiares a 
cada um deles. 
Então vamos separar esses tipos de problemas em três segmentos e aprender 
como se resolve cada tipo: 
 
 
1º CASO - ORDENAÇÃO 
2º CASO - ASSICIAÇÃO 
3º CASO - SUPOSIÇÃO 
 
 
Aprendendo a resolver cada caso 
Nas questões de ordenação são dadas pistas para se colocar elementos em 
ordem, como a ordem de chegada em corrida, ordem de idade, ordem de 
tamanho, ordem de pessoas sentadas em uma mesa, dentre outros. 
 
 
Exemplo: 
3, 5, 7, 9. O 7 está mediatamente atrás do 3 e imediatamente atrás do 5. 
174
Exemplo: 
Andressa é mais velha que Brena, que é mais nova que Carol, mas esta não é 
a mais velha de todas. Sejam A, B e C as respectivas idades de Andressa, Brena 
e Carol, defina a ordem das idades: 
 
 
Nesse tipo de questão também é importante diferenciar alguns termos: 
 
 
ACIMA ≠ EM CIMA 
Acima é qualquer lugar acima, em cima é o próximo, logo em seguida. 
 
 
ABAIXO ≠ EM BAIXO 
Abaixo é qualquer lugar abaixo, em baixo é o próximo, logo em seguida. 
 
 
MEDIATAMENTE ≠ IMEDIATAMENTE 
Imediatamente é logo em seguida. 
Mediatamente é pulando um 
175
Estruturas Lógicas II 
 
 
2º CASO - ASSICIAÇÃO 
Nesse caso todas as informações dadas são verdadeiras, o que será importante 
é saber organizar as informações em uma tabela para cruzar os dados. Por 
exemplo, cada coluna trata das informações de uma determinada pessoa e as 
linhas tratam das características dessas pessoas. O que devemos fazer é 
preencher a tabela cruzando as informações de cada uma das pessoas, 
iniciando pelas informações diretas e posteriormente deduzindo as outras. 
 
 
Exemplo: 
Andressa, Brena e Carol fazem aniversário no mesmo dia, porém não possuem 
a mesmaidade, pois nasceram em três anos consecutivos. Uma delas é 
psicóloga, a outra é fonoaudióloga e a mais nova é terapeuta. Bruna é a mais 
nova e tem 25 anos. Carol é a mais velha e não é psicóloga. 
 
 
 
3º CASO - SUPOSIÇÃO 
Esse último caso requer maior atenção, pois existem verdades e mentiras 
envolvidas no enunciado e através da análise das hipóteses chegaremos às 
devidas conclusões. 
 
 
Exemplo: 
Aline, Bruna e Carol são suspeitas de ter comido a última fatia do bolo da vovó. 
Quando perguntadas sobre o fato, declararam o seguinte: 
– ALINE: “Foi a Bruna que comeu” 
– BRUNA: “Aline está mentindo” 
– CAROL: “Não fui eu” 
Sabendo que apenas uma delas está dizendo a verdade e que apenas uma delas 
comeu o bolo, descubra quem comeu o bolo. 
176
EXERCÍCIOS 
 
1. Em um prédio de 4 andares moram Erick, Fred, Giles e Heitor, cada um em 
um andar diferente. Sabe -se que Heitor não mora no 1º andar, Erick mora acima 
de Todos, Giles mora abaixo de Fred e este acima de Heitor, determine quem 
mora no 2º andar. 
a) Heitor 
b) Erick 
c) Fred 
d) Giles 
 
 
2. Três amigas, Anna, Bruna e Camila, encontram-se em uma festa. O vestido 
de uma delas é azul, o de outra é preto, e o de outra é branco. Elas calçam pares 
de sapatos destas mesmas três cores, mas somente Anna está com vestido e 
sapatos de mesma cor. Nem o vestido nem os sapatos de Bruna são brancos. 
Camila está com sapatos azuis. Desse modo, 
a) o vestido de Bruna é azul e o de Anna é preto. 
b) o vestido de Bruna é branco e seus sapatos são pretos. 
c) os sapatos de Bruna são pretos e os de Anna são brancos. 
d) os sapatos de Anna são pretos e o vestido de Camila é branco. 
3. Três bolas A, B e C foram pintadas: uma de vermelho, uma de preto e uma de 
azul, não necessariamente nessa ordem. Leia atentamente as declarações 
abaixo: 
• A é azul 
• B não é azul 
• C não é preta 
Sabendo-se que apenas uma das declarações acima é verdadeira, marque o 
item correto 
a) A bola A é preta e a bola B é azul. 
b) A bola A não é azul e a bola C não é preta. 
c) A bola A não é preta e a bola B é azul. 
d) A bola A é azul e a bola C é preta. 
 
 
Gabarito 1 - A 2 - C 3 - A 
177
Problemas com datas e calendários 
 
 
Problemas que envolvem datas e calendários são muito comuns nas provas de 
raciocínio lógico. Informações que você precisa saber. 
 
 
Semana = 7 dias. 
Meses = uns tem 30, outros 31 e o mês de fevereiro pode ter 28 ou 29 dias (se 
for bissexto) 
Ano = 365 dias ou 366 dias se for bissexto. 
 
 
Um ano normal sempre começa e termina no mesmo dia da semana. 
 
 
Para saber se uma data cai em um determinado dia da semana, pega-se a 
quantidade de dias entre uma data e outra e divide-se por 7 para verificar 
quantas semanas completas tem-se e quantos dias passam. 
178
EXERCÍCIOS 
 
1. Uma dada semana terminou em um sábado, dia 19. É correto afirmar que 
certamente esse mês 
a) começou em uma segunda-feira. 
b) começou em uma quarta-feira. 
c) terminou em uma quarta-feira. 
d) terminou em uma quinta-feira. 
e) não terminou em uma sexta-feira. 
 
 
2. Observando o calendário de 2019, vemos que o feriado municipal de Nossa 
Senhora da Assunção (15 de agosto) caiu em uma quinta-feira. Sendo assim, 
em que dia da semana cai o dia 25 de dezembro deste mesmo ano? 
a) segunda-feira 
b) terça-feira 
c) quarta-feira 
d) quinta-feira 
e) sábado 
 
 
3. Ricardo nasceu em 2011 e, exatamente 53 semanas depois de seu 
nascimento nasceu Gabriela, sua irmã. Se Gabriela nasceu em 2013, então ela 
faz aniversário no mês de 
a) junho. 
b) fevereiro. 
c) janeiro. 
d) novembro. 
e) dezembro. 
 
 
4. Num certo ano o primeiro dia caiu numa quarta-feira e o último dia caiu numa 
quinta-feira. Neste ano, o dia do trabalho, ou seja, 1º de maio caiu num(a): 
a) Quarta-feira. 
b) Quinta-feira. 
179
c) Sexta-feira. 
d) Sábado. 
 
 
5. Alguns consideram que a cidade de Florianópolis foi fundada no dia 23 de 
março de 1726, que caiu em um sábado. Após 90 dias, no dia 21 de junho, a 
data assinalou o início do inverno, quando a noite é a mais longa do ano. 
Esse dia caiu em uma: 
a) segunda-feira; 
b) terça-feira; 
c) quarta-feira; 
d) quinta-feira; 
e) sexta-feira. 
 
 
6. Antônia faz aniversário no dia 23 de agosto e sua amiga Isabel faz aniversário 
no dia 18 de novembro. Em certo ano, no qual Antônia fez aniversário numa 
quarta-feira, Isabel fez aniversário num(a): 
a) Sábado. 
b) Domingo. 
c) Sexta-feira. 
d) Quarta-feira. 
e) Segunda-feira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - E 5 - E 
2 - C 6 - A 
3 - C 
4 - D 
180
Lógica Sequencial 
 
 
Chamamos de sequências toda fila ordenada de termos (números, símbolos, 
figuras, palavras etc.) que obedeçam a um padrão de formação. 
 
 
Sequências numéricas 
Algumas sequências de números que devem ser conhecidas pelo aluno: 
 
 
1) Números naturais: é sempre o número anterior mais uma unidade. 
(0, 1, 2, 3, 4, 5, ...) 
 
2) Números pares: é sempre divisível por 2. 
(0, 2, 4, 6, 8, 10, ...) 
 
3) Números ímpares: é os números pares mais uma unidade. 
(1, 3, 5, 7, 9, 11, ...) 
 
4) Números primos: é sempre um número que possui apenas dois divisores. 
(2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, ...) 
 
5) Números quadrados perfeitos: é sempre a sequência de números naturais 
elevado ao quadrado (a dois). 12 = 1, 22 = 4, 32 = 9, 42 = 16. 
(1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, 64, ...) 
 
 
6) Números triangulares: são números que aumentam conforme o indicado 
acima. 
(1, 3, 6, 10, 15, 21, 28, ...) 
 
 
7) Sequência Fibonacci: são números que, a partir do terceiro, é obtido pela 
soma dos dois anteriores. 
(1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, ...) 
181
8) Progressões aritméticas: aumentam ou diminuem sempre a mesma 
quantidade. 
(1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, ...) aumentam de 3 em 3 
(5, 11, 17, 23, 29, 35, ...) aumentam de 6 em 6 
(15, 11, 7, 3, -1, -5, ...) diminuem de 4 em 4 
 
 
9) Progressões geométricas: aumentam ou diminuem sempre 
proporcionalmente. 
 
 
(2, 6, 18, 54, 162, ...) multiplica por 3. 
(5, 25, 125, 625, ...) multiplica por 5. 
(12; 6; 3; 1,5; ...) divide sempre por 2. 
 
 
OBS: Caso não se encontre um padrão na sequência, pode-se encontrar um 
padrão nos seus aumentos. 
 
 
Sequências numéricas Exemplos 
 
 
Qual o próximo número da sequência 36, 64, 100, 144? 
 
 
 
Qual o próximo termo da sequência 3, 7, 15, 31? 
 
 
 
Qual o próximo termo da sequência 4, 7, 11, 16, 22? 
 
 
 
Dada a sequência 2 3 4 5 8 7 16 9 32, determine a soma dos dois próximos 
termos dessa série numérica. 
182
Qual o próximo número da sequência 1 1 1 3 5 9 17? 
 
 
 
A sequência: 2; 3; 5; 6; 11; 12; 23; 24; ..., foi criada com um padrão. 
Quais os próximos dois números? 
 
 
 
A sequência numérica 6, 42, 114, 222, 366, .... Obedece, a partir do segundo 
número, a uma determinada lei de formação. O sexto termo dessa sequência é? 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Na sequência seguinte o número que aparece entre parênteses é obtido 
segundo uma lei de formação. 
63 (21) 9; 186 (18) 31; 85 (?) 17 
O número que está faltando é 
a) 15 
b) 17 
c) 19 
d) 23 
e) 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - A 
183
Lógica Sequencial 
Chamamos de sequências toda fila ordenada de termos (números, símbolos, 
figuras, palavras etc.) que obedeçam a um padrão de formação. 
 
 
Sequências de Palavras ou Letras 
Quando as letras não estão em ordem alfabética, vc deve tentar associar a 
nomes dos meses, dos números, de dias da semana, etc. 
 
 
Exemplos: 
Qual o próximo termo da sequência JJASOND? 
 
 
 
Determine o próximo termo da sequência TQQSS. 
 
 
 
Qual a próxima letra da sequência UDTQCSS? 
 
 
 
Sequências respeitando a ordem alfabética 
Nesses casos, devemos escrever o alfabeto e marcar as letras que aparecem 
na sequência, observando que surgirá um padrão. 
 
 
Exemplos: 
B F H L N R 
A C E G I 
C F H K M 
184
EXERCÍCIOS 
 
1. A seguinte sequência de palavras foi escrita obedecendo a um padrão lógico: 
PATA − REALIDADE − TUCUPI− VOTO − ? 
 
Considerando que o alfabeto é o oficial, a palavra que, de acordo com o padrão 
estabelecido, poderia substituir o ponto de interrogação é 
a) QUALIDADE. 
b) SADIA. 
c) WAFFLE. 
d) XAMPU. 
e) YESTERDAY 
 
 
2. Observe que em cada um dos dois primeiros pares de palavras abaixo, a 
palavra da direita foi formada a partir da palavra da esquerda, utilizando-se um 
mesmo critério. 
SOLAPAR – RASO LORDES – SELO CORROBORA - ? 
 
 
Com base nesse critério, a palavra que substitui corretamente o ponto de 
interrogação é 
a) CORA. 
b) ARCO. 
c) RABO. 
d) COAR. 
e) ROCA. 
 
 
3. Uma propriedade comum caracteriza o conjunto de palavras seguinte: 
MARCA − BARBUDO − CRUCIAL − ADIDO − FRENTE − ? 
 
De acordo com tal propriedade, a palavra que, em sequência, substituiria 
corretamente o ponto de interrogação é 
a) FOFURA. 
185
b) DESDITA. 
c) GIGANTE. 
d) HULHA. 
e) ILIBADO. 
 
 
4. Observe que, no esquema abaixo, há uma relação entre as duas primeiras 
palavras: 
AUSÊNCIA – PRESENÇA :: GENEROSIDADE – ? 
 
 
A mesma relação deve existir entre a terceira palavra e a quarta, que está 
faltando. 
Essa quarta palavra é 
a) bondade. 
b) infinito. 
c) largueza. 
d) qualidade. 
e) mesquinhez. 
 
 
5. A sucessão de palavras seguintes obedece a um padrão 
lógico: 
TÓRAX – AMIGÁVEL – SABIÁ – VALENTÃO – CÔNICA – AÉREO – FICTÍCIO 
 
 
De acordo com o padrão estabelecido, uma palavra que poderia dar continuidade 
a essa sucessão é: 
a) GELADO. 
b) ARREBALDE. 
c) FÁCIL. 
d) FILANTROPIA. 
e) SOPA. 
 
 
6. Observe a seguinte sequência formada por quatro letras do alfabeto: 
M P R J 
186
Afirma-se que uma nova sequência tem a mesma estrutura da sequência dada 
quando as distâncias relativas entre as letras é a mesma da sequência original. 
Considere as sequências: 
1) D G I A 
2) Q T V O 
3) H K N F 
 
 
Dessas sequências, possuem a mesma estrutura da sequência original: 
a) somente (1); 
b) somente (2); 
c) somente (3); 
d) somente (1) e (2); 
e) somente (2) e (3). 
 
 
7. Observe a seguinte sequência de letras do alfabeto: CDEG. 
Entre as alternativas a seguir, o grupo que mostra uma sequência com a mesma 
estrutura é: 
a) BDEF. 
b) MNPQ. 
c) JKLM. 
d) RSTV. 
e) MNOR. 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - D 5 - C 
2 - B 6 - A 
3 - A 7 - D 
4 - E 
187
Lógica Sequencial 
Chamamos de sequências toda fila ordenada de termos (números, símbolos, 
figuras, palavras etc.) que obedeçam a um padrão de formação. 
 
 
Sequências de figuras 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Observe esta sequência de figuras formadas por triângulos brancos e pretos: 
 
Seguindo-se esse mesmo padrão, a 4ª figura terá: 
a) 12 triângulos pretos. 
b) 12 triângulos brancos. 
c) 18 triângulos pretos. 
d) 18 triângulos brancos. 
e) 27 triângulos pretos. 
 
 
2. Observe a sequência de figuras mostrada a seguir e que foram construídas a 
partir de algum padrão lógico. A figura que completa o espaço “?” é: 
 
 
 
a) 
b) 
c) 
d) 
188
4. Observe a sequência das figuras a seguir: 
 
 
 
Supondo que a regularidade observada na construção dessa sequência seja 
utilizada para as próximas figuras, a que ocupará a 651ª posição é: 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
5. Observe a sequência a seguir determinada por quatro figuras. Toda figura é 
composta de quadradinhos escuros e de quadradinhos claros. 
Admita que o padrão observado nessa sequência de quatro figuras se mantenha 
para as figuras seguintes. Assim, é correto afirmar que a figura que contém 39 
quadradinhos claros terá o número de quadradinhos escuros igual a: 
 
189
a) 256. 
b) 289. 
c) 324 
d) 361. 
e) 400. 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - E 
2 - A 
3 - C 
4 - D 
 
 
 
 
 
Princípio da casa de pombos 
São problemas onde quer se distribuir mais “coisas” do que “locais” 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Em uma reunião realizada em um dia do mês de outubro estavam presentes 
apenas pessoas que faziam aniversário naquele mês. Das pessoas presentes, 
apenas três faziam aniversário exatamente no dia da reunião, e todas as demais 
faziam aniversário em dias diferentes entre si duas a duas. Sabendo-se que o 
mês de outubro tem 31 dias, é correto concluir que nessa reunião estavam 
presentes no 
a) máximo 32 pessoas. 
b) mínimo 28 pessoas. 
c) máximo 31 pessoas. 
d) máximo 33 pessoas. 
e) mínimo 18 pessoas. 
190
2. Em uma gaveta há 9 meias brancas, 10 meias pretas e 11 meias vermelhas. 
O número mínimo de meias que devem ser retiradas da gaveta, sem lhes ver a 
cor, para ter certeza de haver retirado pelo menos duas meias pretas é: 
a) 2; 
b) 19; 
c) 20; 
d) 21; 
e) 22. 
 
 
3. Numa gaveta há 30 meias pretas e 20 brancas, qual o número mínimo de 
meias que uma pessoa deve retirar, no escuro, para ter certeza de formar um 
par da mesma cor? 
a) 2 
b) 3 
c) 4 
d) 5 
e) 6 
 
 
4. Em um auditório do Objetivo concurso estavam reunidas 500 pessoas, 
podemos afirmar com certeza que entre os presentes: 
a) Existe pelo menos um que aniversaria em maio. 
b) Pelo menos um deles mora em Fortaleza. 
c) Existem dois que não aniversariam no mesmo dia. 
d) Existem pelo menos dois que aniversariam no mesmo dia. 
e) Pelo menos dois deles nasceram no mesmo dia. 
 
 
5. O prédio administrativo da FUNSAÚDE funciona de segunda-feira a sexta- 
feira. Após a homologação do Concurso público, foram convocadas 11 pessoas 
para tomarem posse em seus cargos. Em relação aos contratados, é 
necessariamente VERDADE que: 
a) todos os funcionários fazem aniversário em meses diferentes. 
b) pelo menos dois deles fazem aniversário no mesmo mês. 
c) pelo menos dois começaram a trabalhar no mesmo dia do mês. 
191
d) pelo menos três começaram a trabalhar no mesmo dia da semana. 
e) pelo menos um deles começou a trabalhar em uma segunda-feira. 
 
 
 
Gabarito 
1 - C 
2 - E 
3 - E 
4 - D 
5 - D 
 
 
CONJUNTOS NUMÉRICOS 
 
Sistema de numeração decimal 
 
O sistema de numeração decimal recebe esse nome devido a utilização dos 10 
algarismos que formam os demais números. O sistema de numeração decimal 
utiliza os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Todos os outros números são 
formados pela união desses algarismos, levando em consideração a posição 
relativa de cada um deles. 
 
 
192
Conjunto dos números naturais 
 
O conjunto dos números naturais nasceu da simples necessidade de se fazer 
contagens, por isso, seus elementos são apenas os números inteiros e não 
negativos. 
 
Representado por N, o conjunto dos números naturais possui os seguintes 
elementos: 
 
 
Conjunto dos números inteiros 
 
O conjunto dos números inteiros é representado por (Z). 
 
Um número é considerado inteiro quando não apresenta casas decimais, ou 
seja, números após uma vírgula. Pertencem a esse conjunto os números inteiros 
positivos, inteiros negativos e o zero. 
 
 
Conjunto dos números irracionais 
 
Os números irracionais, representados pela letra I, são aqueles que não podem 
ser obtidos pela divisão de dois números inteiros sendo decimais infinitos e não 
periódicos, ou seja, não tem repetições nas casas decimais. São os chamados 
decimais não exatos, como 
 
 
Conjunto dos números reais 
 
Esse conjunto é representado pela letra R e engloba todos os números racionais 
e irracionais. 
193
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. A respeito dos elementos que pertencem a cada conjunto numérico, assinale 
a alternativa correta entre as afirmações a seguir. 
a) O conjunto dos números inteiros é formado por todos os números naturais e 
pelo zero. 
b) O conjunto dos números reais contém a intersecção entre os conjuntos dos 
números racionais e irracionais. 
c) O conjunto dos números racionais contém, entre outros, todas as dízimas 
periódicas. 
d) O conjunto dos números irracionais contém, entre outros, todas as raízes. 
e) O conjunto dos números irracionais é formado pela união entre o conjunto dos 
números reais e racionais. 
 
2. Assinale a alternativa correta: 
a) Todo número inteiro é racional e todo número real é um número inteiro.b) A intersecção do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números 
irracionais tem 1 elemento. 
c) O número 1,83333... é um número racional. 
d) A divisão de dois números inteiros é sempre um número inteiro. 
 
3. Observando as afirmações abaixo, marque o item CORRETO. 
I. O conjunto dos Números Naturais está contido no conjunto dos Números 
Racionais. 
194
II. O conjunto dos Números Inteiros está contido no conjunto dos Números 
Naturais. 
III. O conjunto dos Números Racionais está contido no conjunto dos Números 
Inteiros. 
a) As afirmativas I e II são verdadeiras. 
b) As afirmativas II e III são verdadeiras. 
c) Somente a afirmativa I é verdadeira. 
d) Somente a afirmativa II é verdadeira. 
 
4. As afirmações abaixo se referem ao conjunto dos números Reais. 
I. O conjunto dos números Reais é formado pela intersecção do conjunto dos 
números Racionais com os números Irracionais. 
II. O conjunto dos números Naturais pertence ao conjunto dos números 
Racionais. 
III. O conjunto dos números Inteiros está contido no conjunto dos números 
Racionais. 
 
A alternativa que contém a sequência correta é: 
a) V, V, F. 
b) V, F, V. 
c) F, V, V. 
d) F, F, V. 
e) F, V, F. 
 
5. Considerando N como o conjunto dos números naturais, Z como o conjunto 
dos números inteiros, Q como o conjunto dos números racionais, R como o 
conjunto dos números reais e X C como o complementar do conjunto X, julgue o 
item acerca dos conjuntos numéricos, de suas operações, propriedades e 
aplicações, das operações com conjuntos e da compreensão das estruturas 
lógicas e dos respectivos diagramas. 
 
É correto afirmar que o diagrama a seguir representa corretamente a afirmação: 
“Se não é um número real, então não é um número natural”. 
 
 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
Gabarito 1 - C 2 - C 3 - C 4 - D 5 - CERTO 
195
TEORIA DOS CONJUNTOS 
 
Teoria dos conjuntos é o ramo da matemática que estuda conjuntos, que são 
coleções de elementos. 
 
Embora qualquer tipo de elemento possa ser reunido em um conjunto, a teoria 
dos conjuntos é aplicada na maioria das vezes a elementos que são relevantes 
para a matemática. 
 
Diagrama de Euler-Venn 
 
No modelo de Diagrama de Euler-Venn (Diagrama de Venn), os conjuntos são 
representados graficamente: 
 
 
Tipos de conjuntos 
 
Vamos ver aqui os tipos de conjuntos vazio, universo e unitário. 
 
Conjunto vazio 
 
O conjunto vazio possui essa denominação justamente por não possuir 
elementos e pode ser representado por { } ou Ø. 
 
Conjunto universo 
 
O conjunto universo é a junção de todos os elementos que estão sendo 
trabalhados em uma situação e é representado pela letra U. 
 
Exemplo: 
 
Se possuímos o conjunto A= {2, 4, 6, 8} e o conjunto B= {1, 3, 5, 7, 9}, nesse 
caso teremos o conjunto universo U= {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} 
 
Conjunto unitário 
 
Possuímos também o conjunto unitário que é definido por possuir apenas um 
elemento. Não faz diferença o tipo de elemento que esse conjunto possua, seja 
um número, dia da semana ou animal de estimação, sempre existirá apenas um 
elemento dentro desse conjunto. 
196
 
 
Operações com conjuntos 
União de Conjuntos 
A união de conjuntos corresponde a junção dos elementos dos conjuntos dados, 
ou seja, é o conjunto formado pelos elementos de um conjunto mais os 
elementos dos outros conjuntos. 
 
Se existirem elementos que se repetem nos conjuntos, ele aparecerá uma única 
vez no conjunto união. 
 
Para representar a união usamos o símbolo U. 
 
197
Exemplo: 
 
Dados os conjuntos A = {c, a, r, e, t} e B = {a, e, i, o, u}, represente o conjunto 
união (A U B). 
 
Para encontrar o conjunto união basta juntar os elementos dos dois conjuntos 
dados. Temos de ter o cuidado de incluir os elementos que se repetem nos dois 
conjuntos uma única vez. 
 
Assim, o conjunto união será: 
 
A U B = {c, a, r, e, t, i, o, u} 
 
Intersecção de Conjuntos 
 
A intersecção de conjuntos corresponde aos elementos que se repetem nos 
conjuntos dados. Ela é representada pelo símbolo ∩. 
 
 
Exemplo: 
 
Dados os conjuntos A = {c, a, r, e, t } e B = {a, e, i, o, u}, represente o conjunto 
intersecção ( ). 
 
Devemos identificar os elementos comuns nos conjuntos dados que, neste caso, 
são os elementos a e e, assim o conjunto intersecção ficará: 
A ∩ B = {a, e} 
 
Obs: quando dois conjuntos não apresentam elementos em comum, dizemos 
que a intersecção entre eles é um conjunto vazio. 
 
Nesse caso, esses conjuntos são chamados de disjuntos: A ∩ B = Ø 
198
Diferença de Conjuntos 
 
A diferença de conjuntos é representada pelos elementos de um conjunto que 
não aparecem no outro conjunto. 
 
Dados dois conjuntos A e B, o conjunto diferença é indicado por A - B (lê-se A 
menos B). 
 
199
EXERCÍCIOS 
 
1. Um gerador automático de números aleatórios utiliza os seguintes conjuntos 
ao gerar os números: R o conjunto de todos os números inteiros divisíveis por 2; 
S o conjunto de todos os números inteiros divisíveis por 3; e T o conjunto de 
todos os números inteiros divisíveis por 6. Esse gerador possui algumas 
afirmações verdadeiras sobre esses conjuntos. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item. 
O conjunto T é um subconjunto de S. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
2. Um gerador automático de números aleatórios utiliza os seguintes conjuntos 
ao gerar os números: R o conjunto de todos os números inteiros divisíveis por 2; 
S o conjunto de todos os números inteiros divisíveis por 3; e T o conjunto de 
todos os números inteiros divisíveis por 6. Esse gerador possui algumas 
afirmações verdadeiras sobre esses conjuntos. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item. 
A intersecção de R e S é o conjunto vazio. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
3. Sejam os conjuntos A = {0,1,3,5,7}, B = {0,2,4,6,8} e C = {0,14,15}, assinale a 
alternativa CORRETA. 
a) A ∩ B ∩ C = {0} 
b) A U C = {1,3,5,7,14,15} 
c) B ∩ C = {2,4,6,8,14,15} 
d) A U B = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,15} 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - CERTO 
2 - ERRADO 
3 - A 
200
RACIOCÍNIO ENVOLVENDO PROBLEMAS 
ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS. 
 
MMC e MDC 
Bem! sobre esse tema podemos expor pelas provas pesquisadas uma grande 
variedade de assuntos desde MMC e MDC até áreas e volumes. Mas a maioria 
das questões está concentrada em problemas aritméticos como grandezas 
diretamente e inversamente proporcionais, regra de três, MMC e MDC e noções 
básicas de Porcentagem. 
 
 
 
201
EXERCÍCIOS 
 
 
(CESPE) Considerando que 300 pessoas tenham sido selecionadas para 
trabalhar em locais de apoio na próxima copa do mundo e que 175 pessoas 
sejam do sexo masculino, julgue os itens que se seguem. 
 
 
1. Se, em um dia de jogo, funcionarem 24 postos de apoio e se cada posto 
necessitar de 6 mulheres e 6 homens, então a quantidade de pessoas 
selecionadas será suficiente. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
2. É impossível dividir as 300 pessoas em grupos de modo que todos os grupos 
tenham a mesma quantidade de mulheres e a mesma quantidade de homens. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. (CESPE) Se o máximo divisor comum de dois números é 7, então, se cada 
um dos números for multiplicado por 2² x 5, o máximo divisor comum dos 
números obtidos serão 70. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - ERRADO 
2 - ERRADO 
3 - ERRADO 
202
RACIOCÍNIO ENVOLVENDO PROBLEMAS 
ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS. 
 
Porcentagem 
É frequentemente usado em expressões que refletem acréscimos ou reduções 
em preços, números ou quantidades, sempre tomando por base 100 unidades. 
Não esqueça!!! “O valor que você possui no momento do cálculo é em 
porcentagem 100%”, Bem! Essa é a ideia básica, então vamos aprender o que 
é um aumento percentual e o que é um desconto percentual. 
No caso de haver um ACRÉSCIMO, o fator de multiplicação será: 
• Fator de Multiplicação =1 + taxa de desconto (na forma decimal) 
 
 
No caso de haver um DECRÉSCIMO, o fator de multiplicação será: 
• Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto(na forma decimal) 
Baseado nas definições acima, vamos explorar esse assunto resolvendo as 
questões do bloco. 
203
EXERCÍCIOS 
 
1. (CESPE) Determinada companhia aérea possui uma frota com cinco aviões: 
dois deles têm capacidade para 138 passageiros; outros dois, para 180 
passageiros e um, para 264 passageiros. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
Se 12% dos assentos disponíveis na frota forem reservados para passageiros 
portadores de necessidades especiais, então 108 assentos estarão disponíveis 
para esses passageiros. 
 
 
2. (CESPE) Se um lojista aumentar o preço original de um produto em 10% e 
depois der um desconto de 20% sobre o preço reajustado, então, relativamente 
ao preço original, o preço final do produto será 
a) 12% inferior. 
b) 18% inferior. 
c) 8% superior. 
d) 15% superior. 
e) 10% inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - Certo 
2 - A 
204
RACIOCÍNIO ENVOLVENDO PROBLEMAS 
ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS. 
 
GRANDEZAS.......... 
 
 
Você já pensou que: 
A sua nota na prova depende do número de questões que você acerta? 
• A quantidade de água que você gasta em um banho é proporcional ao 
tempo que você leva tomando banho? 
• O tempo que um caminhoneiro leva para ir do Rio de Janeiro a São Paulo 
depende de sua velocidade média? 
 
 
Portanto, podemos dizer que: 
GRANDEZA é tudo aquilo que pode ser medido e contado. 
 
 
As grandezas podem ser: diretamente proporcionais (D.P), inversamente 
proporcionais (I.P) ou até mesmo nem diretamente e nem inversamente 
proporcionais. No nosso caso iremos estudar as grandezas diretamente 
proporcionais e as grandezas inversamente proporcionais. 
 
 
GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS..... 
Duas grandezas são chamadas diretamente proporcionais quando a razão entre 
os valores da primeira é igual à razão entre os valores da segunda. Portanto, se 
uma grandeza dobra a outra também dobra. Se uma grandeza triplica a outra 
também triplica. 
 
 
REGRA DE TRÊS...... 
Regra de três é um processo prático para resolver problemas que envolvam 
quatro valores dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar 
um valor a partir dos três já conhecidos. 
 
 
Passos utilizados numa regra de três: 
• Agrupar as grandezas da mesma espécie em colunas e manter na mesma 
linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência. 
205
• Selecionar a grandeza desconhecida (ou grandeza de referência) 
• Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente 
proporcionais. 
• Montar a proporção e resolver a equação 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
(CESPE) Determinada construtora emprega 200 empregados na construção de 
cisternas em cidades assoladas por seca prolongada. Esses empregados, 
trabalhando 8 horas por dia, durante 3 dias, constroem 60 cisternas. Com base 
nessas informações e considerando que todos os empregados sejam igualmente 
eficientes, julgue os itens que seguem. 
 
 
1. Se todos os empregados trabalharem 6 horas por dia durante 8 dias, então, 
nesse período, eles construirão menos de 110 cisternas. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
2. Se todos os empregados trabalharem 12 horas por dia durante 2 dias, então 
eles construirão, nesse período, mais de 55 cisternas. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. (CESPE) Se 8 alfaiates que trabalham em um mesmo ritmo confeccionarem 
36 blusas em 9 horas de trabalho, então 10 alfaiates, com a mesma 
produtividade dos outros 8, confeccionarão, em 8 horas de trabalho, mais de 45 
blusas. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
Gabarito 
1 - Errado 
2 - Certo 
3 - Errado 
206
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFORÇO 
MATEMÁTICA 
207
ARITMÉTICA 
 
A aritmética é o ramo da matemática que lida com números e com as operações 
possíveis entre eles. É o ramo mais antigo e mais importante da matemática, 
usado por quase todos, seja em tarefas do cotidiano, em cálculos científicos ou 
de negócios. 
 
Nesse tópico iremos abordar operações aritméticas básicas como adição, 
subtração, multiplicação e divisão com números inteiros e racionais. 
 
Adição 
 
Adição é uma das operações básicas da aritmética. Na sua forma mais simples, 
a adição combina dois números em um único número, denominado soma, total 
ou resultado. 
 
 
Subtração 
 
Subtração é uma operação matemática que indica quanto é um valor numérico 
se dele for removido outro valor numérico, em outras palavras, uma quantidade 
é retirada de outra, e o valor restante é o resultado dessa operação. Uma 
subtração é representada por: é o minuendo, é o subtraendo e é a diferença ou 
resto. 
 
 
Multiplicação 
 
Na matemática, a multiplicação é uma forma simples de se adicionar uma 
quantidade finita de números iguais. O resultado da multiplicação de dois 
números (fatores) é chamado produto. 
208
 
 
Divisão 
 
A divisão é uma das quatro operações fundamentais da aritmética. Consiste em 
dividir dois números, o dividendo e o divisor, que produz dois resultados 
chamados de quociente e resto. 
 
 
EXPRESSÕES NUMÉRICAS 
 
Expressões numéricas são sequências de duas ou mais operações que devem 
ser realizadas respeitando determinada ordem. Para encontrar sempre um 
mesmo valor quando calculamos uma expressão numérica, usamos regras que 
definem a ordem que as operações serão feitas. 
 
Em algumas expressões numéricas, uma parte da expressão pode ter prioridade 
em relação às outras. Essa parte deve ser separada com parênteses, colchetes 
e chaves. Resolvidos necessariamente nesta ordem. 
 
Ordem de prioridade entre as operações 
 
1° resolve potência e radical 
2° resolve divisão e multiplicação (quem vier primeiro) 
3° resolve adição e subtração 
 
209
Regra dos sinais 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
1. Se numa divisão o divisor é 30, o quociente é 12 e o resto é o maior possível, 
então o dividendo é: 
a) 390 
 
b) 389 
 
c) 381 
 
d) 361 
 
e) 350 
 
 
Gabarito 1 - B 
210
NÚMEROS PRIMOS 
 
Os números primos são aqueles que possuem apenas dois divisores, o 1 e ele 
mesmo. São exemplos de números primos: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, etc. 
 
Para saber se um número é primo, basta dividir pelos primos até que o resto se 
torne maior que o quociente. 
Ex: se dividir o número 67 por 17, o resto será 16 e o quociente 3, então posso 
garantir que esse número é primo. 
 
CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE 
 
Critérios de divisibilidade são regras de divisibilidade que usamos para verificar 
se um número é divisível por outro. Um número é divisível por outro quando o 
resto da divisão entre os dois é igual a zero. 
 
Divisibilidades por 2 
 
Um número natural é divisível por 2 quando ele termina em 0, ou 2, ou 4, ou 6, 
ou 8, ou seja, quando ele é par. 
Ex: 1.562 é divisível por dois 128 é divisível por dois 
 
Divisibilidade por 3 
 
Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos seus 
algarismos for divisível por 3. 
Ex: 132 é divisível por 3, pois 1+3+2= 6 e 6 é divisível por 3. 
2682 é divisível por 3, pois 2+6+8+2= 18 e 18 é divisível por 3. 
 
Divisibilidade por 4 
 
Um número é divisível por 4 quando termina em 00 ou quando o número formado 
algarismos da direita for divisível por 4. 
Ex: 1800 é divisível por 4, pois termina em 00. 
 
116 é divisível por 4, pois termina em 16 e 16 é divisível por 4, 
 
Divisibilidade por 5 
 
Um número é divisível por 5 quando terminar em 0 ou 5. 
Ex: 555 é divisível por 5, pois termina em 5. 
800 é divisível por 5, pois termina em 0. 
 
Divisibilidade por 6 
 
Um número é divisível por 6 quando for divisível por 2 e 3 ao mesmo tempo. 
211
Ex: 162 é divisível por 6, pois é divisível por 2 e por 3. 
42 é divisível por 6, pois é divisível por 2 e por 3. 
 
Divisibilidade por 7 
 
Um número é divisível por 7 se a diferença do número sem o último algarismo 
pelo dobro dele for divisível por 7. Se o número continuar grande, repete o 
procedimento até ser possível perceber. 
Ex: 448 é divisível por 7, pois 44 – 16 = 28 e 28 é divisível por 7. 
3864 é divisível por 7: 386– 8 = 378 ; 37 – 16 = 21 e 21 é divisível por 7. 
 
Divisibilidade por 11 
 
Um número é divisível por 11 quando a diferença entre as somas dos valores 
absolutos dos algarismos de ordem ímpar e a dos de ordem par é divisível por 
11. 
Ex: 87549 é divisível por 11: Ordem Ímpares (8+5+9) – Ordem Pares (7+4) = 22 
– 11 = 11 e 11 é divisível por 11 
 
MULTIPLOS DE UM NÚMERO 
 
Denominamos múltiplo de um número o produto desse número por um número 
natural qualquer. 
 
M (3) = (0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, etc.) 
M (5) = (0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, etc.) 
M (7) = (0, 7, 14, 21, 28, 35, etc.) 
 
DIVISORES DE UM NÚMERO 
 
Chamamos um número de divisor de outro quando o resto da divisão for igual a 
0. 
 
D (10) = (1, 2, 5, 10) 
D (12) = (1, 2, 3, 4, 6, 12) 
 
MÍNIMO MULTIPLO COMUM 
 
O mínimo múltiplo comum, ou MMC, de dois ou mais números inteiros é o menor 
múltiplo inteiro positivo comum a todos eles. 
212
 
 
MÁXIMO DIVISOR COMUM 
 
O máximo divisor comum, ou MDC, entre dois ou mais números naturais é o 
maior de seus divisores. 
 
213
EXERCÍCIOS 
 
1. Saindo da rodoviária de certa cidade, dois ônibus percorrem trajetos que só 
têm a rodoviária como ponto comum: um deles vai para o aeroporto, em percurso 
que leva 30 minutos, e o outro para a estação de metrô, em percurso que leva 
24 minutos. Para cada um dos ônibus, os trajetos de ida e volta consomem o 
mesmo intervalo de tempo. Considerando as viagens de ida e volta, e supondo 
que os dois ônibus saem da rodoviária no mesmo instante, quanto tempo depois 
eles voltam a se encontrar, pela primeira vez, no ponto de partida? 
a) 3 horas 
b) 4 horas 
c) 5 horas 
d) 6 horas 
e) 7 horas 
 
 
2. No almoxarifado de certa empresa havia 2 tipos de canetas esferográficas: 
224 com tinta azul e 160 com tinta vermelha. Um funcionário foi incumbido de 
empacotar todas essas canetas de modo que cada pacote contenha apenas 
canetas com tinta de uma mesma cor. Se todos os pacotes devem conter igual 
número de canetas, a menor quantidade de pacotes que ele poderá obter é 12. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - B 
2 - CERTO 
214
FRAÇÃO 
 
Fração é uma forma de se representar uma quantidade a partir de um valor, que 
é dividido por um determinado número de partes iguais. É a forma de dividir 
alguma coisa através da razão de dois números inteiros. Dessa forma, nada mais 
é do que uma divisão onde o dividendo é numerador e o divisor é o denominador. 
É escrita na forma A/B, onde A pertence ao conjunto dos Inteiros e B aos Inteiros 
não nulos, ou seja, B≠0. 
 
 
Complementar 1/4 + 3/4 = 4/4 = 1 inteiro. 
Tipos de frações 
Fração Própria 
São frações em que o numerador é menor que o denominador, ou seja, 
representa um número menor que um inteiro. 
Ex: 2/7 
 
Fração Imprópria 
São frações em que o numerador é maior, ou seja, representa um número maior 
que o inteiro. 
Ex: 5/3 
 
Fração Aparente 
São frações em que o numerador é múltiplo ao denominador, ou seja, representa 
um número inteiro escrito em forma de fração. 
Ex: 6/3= 2 
 
Fração Mista 
É constituída por uma parte inteira e uma fracionária representada por números 
mistos. 
Ex: 1 2/6. (um inteiro e dois sextos) 
 
Conversão de Frações Impróprias em Frações Mistas 
O método para a realização de tal conversão é bastante simples. Dividimos o 
numerador pelo denominador. O resto da divisão será utilizado como o 
215
numerador da parte fracionária. O quociente será a parte inteira e o denominador 
será o mesmo da fração original. 
 
Vamos converter a fração 7/3 para um exemplo prático: 
 
Sabemos que o numerador da fração é o número 7 e que o seu denominador é 
o número 3. Ao dividirmos 7 por 3 iremos obter o quociente 2 que será a parte 
inteira da fração mista. 
 
O resto desta divisão é igual a 1, valor este que será o numerador da parte 
fracionária. O denominador da parte fracionária continuará a ser o número 3. 
 
Temos então que: 
 
 
Conversão de Frações Mistas em Frações Impróprias 
A realização desta conversão é mais simples ainda. Vamos converter a fração 
mista de volta à fração imprópria: 
 
Primeiramente pegamos o 2 da parte inteira e o multiplicamos pelo 3 do 
denominador da fração, em seguida somamos este produto (6) ao numerador 
atual 1 para obtermos o novo numerador 7. O denominador da parte fracionária 
continuará a ser o número 3. 
 
Logo temos que: 
 
 
 
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES 
 
Adição e Subtração 
 
Primeiro caso: na adição e subtração de frações com denominadores iguais, 
mantém o denominador e soma ou subtrai os numeradores. 
 
 
Segundo caso: quando os denominadores forem diferentes, precisamos 
216
encontrar frações equivalentes para efetuar a operação. O método mais simples 
para tal operação é realizar o MMC dos denominadores, em seguida dividir pelo 
denominador originário e multiplicar pelo numerador, assim encontraremos a 
fração equivalente que permitirá a operação. 
 
Vamos simplificar no exemplo: 
 
 
Multiplicação e Divisão 
 
Na divisão o processo também é simples, basta conservar a primeira fração e 
multiplica pelo inverso da segunda. 
 
 
 
Fração irredutível 
 
Fração irredutível nada mais é que o processo de simplificar até não encontrar 
mais divisores comuns entre os numeradores e denominadores. 
 
217
 
 
 
 
DÍZIMA PERIÓDICA E FRAÇÃO GERATRIZ 
 
Dízimas periódicas são números decimais em que há repetição periódica e 
infinita de um ou mais algarismos na parte decimal. Depois da virgula, o número 
que se repete é chamado de período. Quando temos apenas um período (não 
importando quantos algarismos tenha no período), chamamos de dízima 
periódica simples, quando temos algarismos que não se repetem e em seguida 
um período, chamamos de dízima periódica composta. Toda dízima periódica 
pode ser transformada em fração, chamamos de fração geratriz. 
 
 
 
218
EXERCÍCIOS 
 
1. Na convocação da Seleção Brasileira de vôlei masculino para as Olimpíadas 
de Atenas, verificou-se que 4/9 dos jogadores convocados eram de clubes 
paulistas, 1/3 era de clubes mineiros e os 4 restantes eram de clubes de outros 
estados. Então, foram convocados: 
a) 12 jogadores 
b) 14 jogadores 
c) 16 jogadores 
d) 18 jogadores 
e) 20 jogadores 
 
2. Um pai disse aos seus três filhos: no banco há uma quantia, que será dividida 
com vocês três. O mais velo ganha 1/2, o mais novo ganha 1/6 e o outro ganha 
o resto, que é de R$ 12.000,00. Então a quantia que havia no banco é R$ 
39.000,00. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - D 
2 - ERRADO 
219
POTENCIAÇÃO 
 
Potenciação ou exponenciação é a operação matemática que consiste em 
multiplicar um número A por ele mesmo N vezes, onde N é o expoente, A é a 
base e o resultado é chamado de potência. 
 
 
Propriedades da potenciação 
 
 
I – Expoente zero 
Qualquer número, exceto o 0, elevado a zero é igual a 1. 
 
A0=1 
50=1 
 
II – Expoente 1 
Qualquer número elevado a 1 é igual a ele mesmo. 
 
A1= A 
51=5 
 
III – Multiplicação de bases iguais 
Quando a base for igual, repete a base e soma os expoentes. 
 
AN x AM = AN + M 
53 ×55=53+5=58 
 
IV – Divisão de bases iguais 
Quando a base for igual, repete a base e subtrais os expoentes. 
 
220
V – Potência de potência 
Apenas multiplica os expoentes. 
 
 
VII – Expoente negativo 
Inverte a base e deixa o expoente positivo. 
 
VIII – Expoente fracionário 
Transformaremos em radical. 
 
 
 
Cuidado! 
 
221
RADICIAÇÃO 
 
Radiciação é a forma de conhecermos a raiz de um determinado número. Sendo 
um tipo de representação de expoentes fracionários. Para entender radiciação é 
necessário entender também potenciação, que é ao inverso da radiciação, assim 
como a divisão é o inverso da multiplicação e a adição é o inverso da subtração. 
 
 
 
IMPORTANTE! 
 
222
 
 
 
Raiz pelo método da fatoração 
 
223
EXERCÍCIOS 
 
1. É correto afirmar que: 
a) 13,5 é um número irracional.b) √3 é um número racional. 
c) o produto √3 x √27 não resulta em um número inteiro. 
d) (3√16)6 é um número inteiro. 
e) a soma (5 - √11) + (7 + √11) resulta em um número irracional. 
 
 
2. Numa competição entre três soldados A, B e C, de um quartel, o comandante 
propôs a resolução das seguintes operações. 
 
 
E1 = √64 + 2. √81 − √100 
E2 = 23 + 52 - √16 
E3 = 1/2 + 1/3 + 3/4 
 
 
Quem acertasse o resultado de, pelo menos, duas delas, estaria livre do plantão 
do final de semana do Carnatal. As respostas dadas pelos três soldados, 
constam da tabela: 
 
 
 
Da análise dessas informações, pode-se concluir que apenas C dará o plantão. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
GABARITO 
1 - D 
2 - CERTO 
224
RAZÃO E PROPORÇÃO 
 
Razão 
Razão é o quociente da divisão entre dois números, ou seja, o resultado de uma 
divisão. 
, ONDE A É O ANTECEDENTE E B O CONSEQUENTE. 
Podemos ler A está para B. 
 
 
Proporção 
Proporção é a igualdade entre duas razões, quando duas razões possuem o 
mesmo resultado, podemos dizer que existe uma proporção entre elas. 
 
 
 
Podemos ler A está para B, assim como C está para D. 
 
 
Propriedade fundamental das proporções 
A principal propriedade das proporções é o produto dos meios pelos extremos. 
 
 
 AxD = BxC 
Quarta proporcional 
Dados três números racionais a, b e c, não-nulos, denomina-se quarta 
proporcional desses números um número x tal que: 
 
Exemplo: 
Determine a quarta proporcional dos números 8, 12 e 6. 
225
Solução: Indicamos por x a quarta proporcional e armamos a proporção: 
 
 
 
Logo, a quarta proporcional é 9. 
 
 
DIVISÃO PROPORCIONAL 
 
Podemos aplicar a divisão proporcional de duas formas, diretamente ou 
inversamente proporcional, vejamos: 
 
 
Diretamente proporcional 
Quando realizamos uma divisão diretamente proporcional, estamos dividindo um 
número de maneira proporcional a uma sequência de outros números. Por 
exemplo, vamos dividir o número 396 em partes diretamente proporcionais a 2, 
4 e 6. 
 
 
226
Ao somarmos as partes após a divisão temos que obter o número original 
correspondente a 396. 
Observe: 66 + 132 + 198 = 396 
 
 
Inversamente proporcional 
Dividir um número em partes inversamente proporcionais a dois ou mais 
números é reparti-lo em parcelas que sejam inversamente proporcionais aos 
números dados. Por exemplo, vamos dividir o número 496 em partes 
inversamente proporcionais a 2, 3 e 5. 
 
Ao somarmos as partes após a divisão temos que obter o número original 
correspondente a 496. 
Observe: 240 + 160 + 96 = 496 
227
EXERCÍCIOS 
 
1. Em um tanque A, há uma mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de 
álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão misturados homogeneamente 
com 50 L de álcool. 
A respeito dessas misturas, julgue o item subsequente. 
Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A fique igual à do tanque B é 
suficiente acrescentar no tanque A uma quantidade de álcool que é inferior a 25 
L. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
2. Para equilibrar as contas de seu estado, um governador resolveu cortar 
drasticamente o número de cargos de confiança. Serão demitidos 2.400 
funcionários sem concurso, e o corte será diretamente proporcional ao 
orçamento de cada secretaria. Por exemplo, a secretaria que tem o maior 
orçamento terá o maior número de cortes. O quadro abaixo mostra o orçamento 
das 4 secretarias que terão corte de funcionários. 
 
De acordo com esses dados, 450 funcionários não concursados serão demitidos 
da secretaria C. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. Sabendo-se que os termos da sequência (20, x, 50) são inversamente 
proporcionais aos termos da sequência (40, 20, y), é correto afirmar que a razão 
y ⁄ x é igual a 
a) 1 ⁄ 8 
b) 1 ⁄ 5 
c) 1 ⁄ 4 
d) 3 ⁄ 8 
e) 2 ⁄ 5 
 
 
GABARITO 
1 - CERTO 2 - ERRADO 3 - E 
228
REGRA DE TRÊS SIMPLES 
A regra de três simples, na matemática, é uma forma de descobrir um valor a 
partir de outros três, onde as quatro formam uma proporção. As grandezas 
podem ser diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais. O método 
de resolução pode ser usando as setas ou usando os sinais ( + e - ). 
 
 
Grandezas Diretamente Proporcionais 
Quando uma grandeza aumenta, a outra aumenta, ou seja, uma cresce à medida 
que a outra também cresce, e quando uma grandeza diminui, a outra diminui. 
 
 
Grandezas Inversamente Proporcionais 
Quando uma grandeza aumenta, a outra diminui e vice-versa. 
 
 
Vejamos exemplos: 
1. Bianca comprou 3 camisetas e pagou R$120,00. Quanto ela pagaria se 
comprasse 5 camisetas do mesmo tipo e preço? 
 
 
Solução: montando a tabela: 
 
Observe que, aumentando o número de camisetas, o preço aumenta. Como as 
palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as 
grandezas são diretamente proporcionais. 
 
 
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: 
 
Logo, a Bianca pagaria R$200,00 pelas 5 camisetas. 
229
2. Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, faz um 
determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria esse mesmo percurso, 
se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? 
 
 
Solução: montando a tabela: 
 
 
 
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª 
coluna). Observe que, aumentando a velocidade, o tempo do percurso diminui. 
Como as palavras são contrárias (aumentando - diminui), podemos afirmar que 
as grandezas são inversamente proporcionais. 
 
 
Assim, colocamos uma outra seta no sentido contrário (para cima) na 1ª coluna. 
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: 
 
Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horas ou 2 horas e 30 minutos. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Uma máquina, trabalhando sem interrupções, fabrica 30 peças iguais em 18 
minutos. Essa mesma máquina, trabalhando sem interrupções por 2 horas e 48 
minutos, irá fabricar uma quantidade de peças igual a 
a) 240. 
b) 260. 
230
c) 280. 
d) 300. 
e) 220. 
 
 
2. Uma usina produz 500 litros de álcool com 6 000 kg de cana de açúcar. Então 
com 15 000 kg de cana são produzidos 1250 litros de álcool. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. Um muro de 12 metros foi construído utilizando 2 160 tijolos. Caso queira 
construir um muro de 30 metros nas mesmas condições do anterior, serão 
necessários 5200 tijolos. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
4. Uma máquina, trabalhando 4 horas por dia, produz um lote de peças em 12 
dias. Se essa máquina trabalhasse 6 horas por dia, produziria o mesmo lote de 
peças em 
a) 7 dias. 
b) 6 dias. 
c) 9 dias. 
d) 8 dias. 
e) 10 dias. 
 
 
5. Aplicando R$ 500,00 na poupança o valor dos juros em um mês seria de R$ 
2,50. Caso seja aplicado R$ 2 100,00 no mesmo mês, o valor dos juros será 
correspondente a 10,5. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
GABARITO 
1 - C 
2 - CERTO 
3 - ERRADO 
4 - D 
5 - C 
231
REGRA DE TRÊS COMPOSTA 
 
A regra de três é composta quando possui mais de duas grandezas. As 
grandezas podem ser diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais. 
O método de resolução pode ser usando as setas ou usando os sinais ( + e - ), 
ou seja, é idêntico ao método utilizado na regra de três simples. 
 
 
Grandezas Diretamente Proporcionais 
Quando uma grandeza aumenta, a outra aumenta, ou seja, uma cresce à medida 
que a outra também cresce, e quando uma grandeza diminui, a outra diminui. 
 
 
Grandezas Inversamente Proporcionais 
Quando uma grandeza aumenta, a outra diminui e vice-versa. 
 
 
Vejamos exemplos: 
1. Em uma fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. 
Quantos carrinhos serão montados por 4 homens em 16 dias? 
 
 
Solução: montando a tabela: 
 
Observe que, aumentando o número de homens, a produção de carrinhos 
aumenta. Portanto a relação é diretamente proporcional (não precisamos 
inverter a razão). 
Aumentando o número de dias, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a 
relação também é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão). 
Devemos igualar a razão que contém o termo x como produto das outras razões. 
Montando a proporção e resolvendo a equação, temos: 
 
232
Logo, serão montados 32 carrinhos. 
 
 
2. Dois pedreiros levam 9 dias para construir um muro com 2m de altura. 
Trabalhando 3 pedreiros e aumentando a altura para 4m, qual será o tempo 
necessário para completar esse muro? 
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x. Depois 
colocam-se flechas concordantes para as grandezas diretamente 
proporcionais com a incógnita e discordantes para as inversamente 
proporcionais, como mostrado abaixo: 
 
Montando a proporção e resolvendo a equação, temos: 
 
Logo, para completar o muro serão necessários 12 dias. 
233
EXERCÍCIOS 
 
1. Doze funcionários de um escritório de contabilidade trabalham 8 horas por dia, 
durante 25 dias, para atender a um certo número de clientes. 
 
 
Se dois funcionários adoecem e precisam ser afastados por tempo 
indeterminado, o total de dias que os funcionários restantes levarão para atender 
ao mesmo número de pessoas, trabalhando 2 horas a mais por dia, no mesmo 
ritmo de trabalho, será de 
a) 23 dias. 
b) 24 dias. 
c) 25 dias. 
d) 26 dias. 
 
 
2. Considerando os conhecimentos em Matemática, julgue o item a seguir. 
 
 
Em um batalhão, são servidas refeições para seus policiais. Se, para servir 20 
policiais, com uma refeição por dia durante uma semana, são gastos R reais, 
para servir 40 policiais com duas refeições por dia e por duas semanas, serão 
gastos 6R reais. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
3. A PMDF está disponibilizando à Diretoria de Assistência, Urgências e 
Emergências da Secretaria de Saúde do DF uma equipe de médicos e de 
técnicos para a prevenção da pandemia de gripe H1N1. A equipe, formada por 
20 profissionais da saúde, trabalha desde o dia 24 de agosto, de segunda a 
sexta-feira, das 14 h às 19 h. 
 
 
Internet:: <www.pmdf.df.gov.b>(com adaptações). 
 
 
Com base nas informações apresentadas no texto acima e considerando que 
cada profissional da equipe trabalhe com a mesma eficiência e que a equipe 
atenda a 300 pacientes por dia, julgue o item a seguir. 
234
http://www.pmdf.df.gov.b/
http://www.pmdf.df.gov.b/
Caso se torne necessário fazer 1.200 atendimentos diários, com uma jornada de 
trabalho de 8 h, a equipe terá de contar com mais de 60 profissionais. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
4. Sabe-se que 5 máquinas todas de igual eficiência, são capazes de produzir 
500 peças em 5 dias se operam 5 horas por dia. Se 10 máquinas iguais ás 
primeiras operassem 10 horas por dia durante 10 dias, o número de peças 
produzidas seria: 
a) 1000 
b) 2000 
c) 4000 
d) 5000 
e) 8000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
1 - B 
2 - ERRADO 
3 - ERRADO 
4 - C 
235
PORCENTAGEM 
 
Percentagem ou Porcentagem é uma medida de razão com base 100. É um 
modo de expressar uma proporção ou uma relação entre 2 valores a partir de 
uma fração cujo denominador é 100, ou seja, é dividir um número por 100. 
 
Porcentagens são chamadas, também de razão centesimal ou de percentual. As 
porcentagens costumam ser indicadas pelo símbolo “%”, lê-se “por cento”. 
Podemos representar na forma fracionária, decimal, ou acompanhada do 
símbolo %. Veja: 
 
 
 
236
Cálculo de porcentagem 
Calcule 50% de 600. 
Sabemos que 50% = 0,5, assim, basta fazer a substituição e multiplicar os 
valores. Veja: 
 
 
0,5 X 600 = 300 
Podendo também substituir os 50% na forma fracionária, ficando: 
 
Logo, 50% de 600 = 300. Veja que 50% representam a metade do total que é 
600. 
 
 
Acréscimos sucessivos 
R$ 100,00 + 10% = 110,00 + 10% = 121,00 
 
 
Descontos sucessivos 
R$ 100,00 – 10% = 90,00 – 10% = 81,00 
237
EXERCÍCIOS 
 
1. Rafael contratou um pedreiro para realizar uma pequena obra em sua casa. 
O pedreiro cobrou R$ 200,00 por dia de serviço e trabalhou durante 40 dias na 
obra. Sabendo-se que o gasto total dessa obra foi de R$ 20.000,00, a 
porcentagem que Rafael gastou com pedreiro corresponde a 
a) 25% do total da obra. 
b) 30% do total da obra. 
c) 35% do total da obra. 
d) 40% do total da obra. 
e) 42% do total da obra. 
 
 
2. Joice está lendo um livro de 340 páginas na versão digital e seu dispositivo de 
leitura mostra seu progresso em porcentagem. O dispositivo de leitura indica que 
Joice já leu 70% desse livro. Pode-se afirmar que Joice já leu desse livro entre 
a) 200 e 210 páginas. 
b) 210 e 220 páginas. 
c) 220 e 230 páginas. 
d) 230 e 240 páginas. 
e) 240 e 250 páginas. 
 
 
3. Em uma fábrica de pneus de bicicleta houve um curto-circuito que danificou 
algumas máquinas e devido a esse curto-circuito, a produção dessa fábrica no 
mês de fevereiro foi de 27% menor que a quantidade de pneus produzidos no 
mês de janeiro desse mesmo ano. Sabe-se que a quantidade de pneus 
produzidos nessa fábrica no mês de fevereiro foi de 7154 pneus. Com base 
nessas informações, podemos afirmar que a quantidade de pneus produzidos no 
mês de janeiro foi igual a: 
a) 6200 pneus. 
b) 7600 pneus. 
c) 8500 pneus. 
d) 9800 pneus. 
e) 9886 pneus. 
238
4. Em determinada loja, uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 a vista ou em duas 
vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$ 920 com vencimento 
para o mês seguinte. Caso queira antecipar o crédito correspondente ao valor 
da parcela, o lojista paga para a financeira uma taxa de antecipação 
correspondente a 5% do valor da parcela. 
Com base nessas informações, julgue o item a seguir. 
 
 
No caso de uma venda a prazo em que o lojista optasse pela antecipação do 
crédito correspondente à parcela que só seria paga no mês seguinte, o valor total 
que ele receberia (entrada mais antecipação) seria superior a R$ 1.790. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
5. Suponha‐se que o tanque de gasolina de um carro, que tem capacidade para 
50 L, esteja com 20% de combustível. Nesse caso, para se encher o tanque, 
serão necessários 20 L. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
1 - D 
2 - D 
3 - D 
4 - CERTO 
5 - ERRADO 
239
SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS 
 
Unidades de medida ou sistemas de medida é um tema bastante presente em 
concursos públicos e por isto é mais um dos assuntos tratados. Para podermos 
comparar um valor com outro, utilizamos uma grandeza predefinida como 
referência, grandeza esta chamada de unidade padrão. 
 
Sistema Monetário Brasileiro (Dinheiro) 
 
Todo país tem a sua moeda, que serve para compra de inúmeros itens. 
 
• No caso do nosso país, o Brasil, o nosso dinheiro é o Real. 
 
• O símbolo do Real é R$. 
 
• O nosso dinheiro pode ser encontrado em moedas e cédulas (notas). 
 
• 1 Real equivale a 100 centavos 
 
Unidade de tempo 
 
A unidade padrão de tempo é o segundo (s). Para essa grandeza são usadas 
comumente seus múltiplos, minutos, dia, hora, mês, etc. Sua representação não 
é decimal como nas outras medidas. 
 
• 1 minuto (min) = 60 s 
• 1 hora (h) = 60 min = 3600 s 
• 1 dia = 24h = 1440 min = 86400 s 
• 1 mês = 30 dias (comercial) 
• 1 bimestre = 2 meses 
• 1 trimestre = 3 meses 
• 1 semestre = 6 meses 
• 1 ano = 12 meses = 360 dias 
 
DICA!!! 
 
0,1h = 60min/10 = 6min 
 
EX: 4,2 h não é 4h e 20min 
0,2h = 2 x 6min = 12 min, portanto 4,2h = 4h e 12min 
 
CUIDADO!!! 
 
2,666... h = 2h e 40 min e não 2h e 36min 
240
Medida padrão de Comprimento 
 
É representado simbolicamente pela letra “m” (lê-se metro) 
 
 
Múltiplos do Metro: 
 
dam : Decâmetro -> equivale a 10 vezes a grandeza padrão ”m” 
hm: Hectômetro -> Equivale a 100 vezes a grandeza padrão “m” 
km: Quilômetro -> Equivale a 1000 vezes a grandeza padrão “m” 
 
Submúltiplos do Metro: 
 
dm: Decímetro -> Equivale a (1/10) vezes a grandeza padrão “m” 
cm: Centímetro -> Equivale a (1/100) vezes a grandeza padrão “m” 
mm: Milímetro -> Equivale a 10-(1/1000) vezes a grandeza padrão “m” 
 
Exemplo: 
Converta as medidas abaixo: 
 
A) 2 km para “m”: Pela tabela 1.0 Vemos que o km é 1000(mil vezes) maior que 
o metro então basta multiplicarmos 2km x1000= 2000m.Ou seja, desloca-sea 
virgula três casas para a direita. 
 
 
B) 30 hm para “cm”: Pela tabela 1.0 Vemos que o hm é 10.000 (dez mil vezes) 
maior que o centímetro então basta multiplicarmos 30hm x10000=300.000 cm. 
Ou seja, desloca-se a virgula quatro casas para a direita. 
 
 
C) 5000m para “km”. Neste exemplo percebemos que o metro é 1000(mil vezes) 
menor que o quilometro. Logo basta dividirmos o valor (5000) por 1000. Ou seja, 
desloca-se a vírgula três casas para a esquerda. 
5000m ÷1000=5km 
 
 
D) 35,6cm para “dam”. Da mesma forma como o centímetro é três vezes menor 
que o decametro desloca-se a vírgula três vezes para a esquerda, que é a 
mesma coisa de dividirmos por 1000(mil). Portanto 35,6 cm/1000=0,0356 dam 
241
Medida padrão de massa 
 
 
É representado simbolicamente pela letra “g” (lê-se o grama) 
 
 
Obs: 1tonelada=1000kg 
 
 
QUILOGRAMA (KG) 
HECTOGRAMA (HG) 
DECAGRAMA (DAG) 
GRAMA (G) 
DECIGRAMA (DG) 
CENTIGRAMA (CG) 
MILIGRAMA (MG) 
 
 
As regras de conversão se aplicam conforme ensinado acima. A título de 
exemplo podemos citar que; 
 
200g=0,2kg 
1g=1000mg 
 
 
Medida padrão de superfície ou área 
 
É representado simbolicamente por “m2” (lê-se metro quadrado). Considera-se 
uma unidade derivada do metro. 
 
 
ATENÇÃO: Para convertermos agora devemos ver que é necessário "pularmos" 
de duas em duas “casas”. Observe: 
 
4 m2=40000 cm2 
1 dam2=100 m2 
242
Medida padrão de volume ou capacidade 
 
É representado simbolicamente por “m3” (lê-se metro cúbico). Considera-se uma 
unidade derivada do metro. 
 
 
ATENÇÃO: Para convertermos devemos ver que é necessário “pularmos “de 
três em três “casas”. Observe: 
 
 
1m3 =1000 dm (1000 Litros) 
1dm3 = 0,000001 dam3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Lúcia é camareira em um hotel. Das 8h 20min às 9h 50min da manhã, Lúcia 
tem que arrumar os quartos sob sua responsabilidade. Sabendo-se que Lúcia 
gasta 15 minutos para arrumar cada quarto, o total de quartos que ela arruma 
durante esse período é 
a) 5. 
b) 6. 
c) 7. 
d) 8. 
e) 9. 
243
2. Lucia caminhou 2.300 metros, Ademir caminhou 4,2 km e Mauro caminhou 
3,8 km. Quantos metros os 03 caminharam juntos? 
a) 8.200 metros. 
b) 10.300 metros. 
c) 12.000 metros. 
d) 14.500 metros. 
 
3. Marina foi ao mercado e comprou alguns produtos para a sua casa. Trouxe- 
os em duas sacolas, uma na mão direita e outra na mão esquerda. Na sacola da 
mão direita havia 180 g de produtos e na outra, 2,5 kg de produtos. 
 
Para que o peso total se equilibrasse em metade para cada sacola, o total a ser 
transferido da mais pesada para a mais leve deveria ser de: 
a) 70 g. 
b) 700 g. 
 
c) 1140 g. 
d) 1160 g. 
e) 1340 g. 
 
4. A respeito do Sistema Métrico Decimal, que envolve medidas de comprimento, 
de superfície, de volume e de capacidade, julgue o item. 
 
Considere‐se que 1 hora (h) corresponda a 60 minutos (min) e que 1 minuto 
corresponda a 60 segundos (s). Sendo assim, a velocidade de 72 km/h, quando 
representada em m/s, corresponde a 20 m/s. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
5. A respeito do Sistema Métrico Decimal, que envolve medidas de comprimento, 
de superfície, de volume e de capacidade, julgue o item. 
 
Sabe‐se que 1 dm³ corresponde a 1 L. Sendo assim, o volume de 1 L é suficiente 
para preencher 50 seringas de 20 cm³ cada uma. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - B 
2 - B 
3 - D 
4 - CERTO 
5 - CERTO 
244
GEOMETRIA PLANA I 
 
A geometria plana estuda o comportamento de estruturas no plano, a partir de 
conceitos básicos primitivos como ponto, reta e plano. 
 
Ponto 
 
O ponto é representado por letras maiúsculas do alfabeto latino: A, B, C, etc. 
 
 
O ponto é um lugar concebido sem extensão no espaço, logo, o ponto não tem 
dimensão, isto é, é um ente de dimensão zero. 
 
Reta 
 
A reta é a mais simples de todas as linhas. Sua imagem está associada, por 
exemplo, a de um fio bem esticado. É representada por letras minúsculas do 
alfabeto latino: a, b, c etc. 
 
 
A reta tem uma dimensão: o comprimento, logo a reta é um ente de Dimensão 
um. A reta é infinita, não tem origem (começo) nem extremidade (fim). 
 
Lê-se: reta r 
 
Posição das Retas 
 
As retas podem estar em três posições: horizontal, vertical e inclinada. 
245
Classificação das retas 
 
1) Paralelas – quando não possuem ponto em comum: 
 
 
2) Concorrentes – quando possuem apenas um ponto em comum: 
 
 
3) Coincidentes – quando têm todos os pontos em comum: 
 
 
Segmento de reta 
 
Seja a reta r e consideremos dois pontos distintos A e B pertencentes a ela. 
 
 
 
O subconjunto da reta definido pelos pontos A e B e por todos os pontos situados 
entre eles é denominado segmento de reta1. 
 
246
Semirreta 
 
Seja uma reta r e consideremos um ponto O, tal que, O ∈ r. 
 
 
O ponto O divide a reta em duas partes denominadas semirretas. Assim temos: 
 
 
Ângulos 
 
Define-se como ângulo a região entre duas semirretas que partem de uma 
mesma origem. Podemos dizer, ainda, que um ângulo é a medida da abertura 
de duas semirretas que partem da mesma origem. 
 
Ângulo reto 
É o ângulo cujos lados são semirretas perpendiculares. 
 
 
 
Ângulo agudo 
É o que é menor que o reto. 
med (AÔB)<90 
247
 
Ângulo obtuso 
É o que é maior que o reto. 
med (AÔB)>90 
 
Ângulos complementares e Ângulos suplementares 
 
Dois ângulos são ditos complementares quando somam 90º. Um deles é o 
complemento do outro. Dois Ângulos são suplementares quando somam 180º. 
Um deles é o suplemento do outro. 
 
Bissetriz de um ângulo 
 
É a semirreta que divide os ângulos em dois ângulos congruentes. 
 
 
OC¯¯ OC¯¯ é bissetriz de AÔC ≡ CÔB 
 
Ângulos opostos pelo vértice 
 
Dois ângulos são opostos pelo vértice quando os lados de um são semirretas 
opostas dos lados do outro. 
 
AÔB e CÔD são opostos pelo vértice. 
AÔC e BÔD são opostos pelo vértice. 
248
EXERCÍCIOS 
 
1. Dadas às retas r e s, paralelas entre si, e t, concorrente com r e s, calcule o 
valor de x: 
 
 
a) 51º 
b) 35º 
c) 90º 
d) 50º 
 
2. Calcule o valor de x na figura. 
 
 
a) 12 
b) 15 
c) 10 
d) 8 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - D 
2 - A 
249
GEOMETRIA PLANA II 
 
Polígonos 
 
Polígonos são figuras geométricas planas, formadas por três ou mais segmentos 
de reta (lados dos polígonos) que se interceptam em suas extremidades, dois a 
dois. 
 
Região convexa e região côncava 
 
Uma região é dita convexa quando, tomando-se dois de seus pontos quaisquer, 
o segmento de reta que os une está inteiramente contido nessa região. Caso 
contrário, ela é côncava. 
 
 
 
A forma de verificar se a região é convexa ou côncava consiste em traçar uma 
reta que “corte” os lados do polígono sem, entretanto, coincidir com os lados do 
polígono. Se esta reta, qualquer que seja sua posição (sem coincidir com os 
lados) interceptar os lados do polígono em apenas dois pontos, ele será convexo; 
entretanto, se interceptar em mais de dois pontos, ele será côncavo. 
 
Polígono regular 
 
É o polígono que é equilátero e equiângulo. 
 
Classificação dos polígonos 
 
De acordo com o número de lados (n), temos: 
250
 
 
Diagonal de um polígono 
 
Diagonais são segmentos que unem dois vértices não consecutivos de um 
polígono. 
 
Assim, temos: 
 
AC, AD e AE são diagonais. 
 
 
Número (d) diagonais de um polígono 
 
O número de diagonais (d) de um polígono de n lados (n>3) é dado por: d= 
n(n−3)/2 
 
Soma dos ângulos interno (Si) de um polígono convexo 
 
A soma Si dos ângulos internos de um polígono convexo de n lados (n>3) é dada 
por: Si = 180° (n-2) 
251
Soma dos ângulos externo (Se) de um polígono convexo 
 
A soma Se dos ângulos externos de um polígono convexo é: Si = 360º 
 
 
Triângulos 
 
 
Triângulo ABC que se indica por ΔABC é a figura formada pela reunião de três 
segmentos AB, AC e BC, definidos por três pontos A , B e C não colineares. 
 
Assim temos: 
 
ΔABC = AB U AC U BC 
 
Em outras palavras, triângulo é o polígono de três lados. 
 
Classificaçãode um triângulo quanto à medida de seus lados. 
 
Triângulo equilátero: possui os três lados com medidas iguais. 
Triângulo isósceles: possui dois lados com medidas iguais. 
Triângulo escaleno: possui os três lados com medidas diferentes. 
252
Classificação dos triângulos em relação aos ângulos 
Retângulo 
Quando tem um ângulo reto. 
 
a=90° 
 
No triângulo retângulo, o lado oposto ao ângulo reto denomina-se hipotenusa e 
os outros dois, catetos. 
 
Assim: bc=a (hipotenusa) AC=b e AB=c (catetos) 
 
Acutângulo 
 
Quando têm três ângulos agudos. 
 
A <90°, B<90° e C<90° 
 
 
Obtusângulo 
Quando tem um ângulo obtuso. 
253
 
 
B>90° 
 
Soma dos ângulos internos de um triângulo (1ª Lei de Tales) 
A soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°. 
 
 
Ângulo externo de um triângulo 
Em todo triângulo a medida de um ângulo externo é igual à soma das medidas 
dos ângulos internos não adjacentes. 
 
 
Teorema 
A soma dos ângulos externos de um triângulo é igual a 360° 
 
Teorema de Pitágoras 
 
O teorema de Pitágoras é uma relação matemática entre os comprimentos dos 
lados de qualquer triângulo retângulo. Na geometria euclidiana, o teorema afirma 
254
que: “Em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da 
hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Em um cruzamento de ruas, um pedestre deseja se deslocar do ponto A para 
o ponto C, conforme ilustra a figura a seguir: 
 
 
Considerando que o triângulo ABC é retângulo em B, a razão entre o 
deslocamento feito diretamente de A para C, pela faixa transversal, e o 
deslocamento feito passando por B, pelas faixas laterais, é 
a) 1/2 
b) 3/5 
c) 2/3 
d) 5/7 
e) 4/5 
 
GABARITO 1 - D 
255
GEOMETRIA PLANA III 
 
Perímetro 
 
O perímetro é a medida do contorno de um objeto bidimensional, ou seja, a soma 
de todos os lados de uma figura geométrica. O perímetro de um círculo ou elipse 
é chamado de circunferência. 
 
Área 
 
Área é a medida de uma superfície. 
 
 
Principais Figuras Planas 
 
256
Fórmula das Áreas das Figuras Planas 
 
 
Fique Atento! 
Lembre-se que o raio (r) corresponde a distância entre o centro e a extremidade 
do círculo. 
 
257
Já o diâmetro é um segmento de reta que passa pelo centro do círculo, dividindo 
-o em duas metades iguais. Dito isso, o diâmetro equivale duas vezes o raio (2r). 
 
Perímetro do círculo ou circunferência 
P = 2 π . r 
 
Diagonal do quadrado 
d2 = L2 + L2 
d2 = 2L2 
d = √2L2 
d = L√2 
 
Relações trigonométricas 
 
Triângulo retângulo 
 
Um triângulo retângulo, em geometria, é um triângulo em que um dos ângulos é 
reto. A relação entre os lados e os ângulos de um triângulo retângulo é a base 
da trigonometria. O lado oposto ao ângulo reto é chamado de hipotenusa. Os 
lados adjacentes ao ângulo reto são chamados de catetos. 
 
 
As razões trigonométricas são as relações existentes entre os lados de um 
triângulo retângulo. As principais são o seno, o cosseno e a tangente. 
 
 
Lê-se cateto oposto sobre a hipotenusa. 
 
 
Lê-se cateto adjacente sobre a hipotenusa. 
258
 
 
Lê-se cateto oposto sobre o cateto adjacente. 
 
259
EXERCÍCIOS 
 
1. Para socorrer uma pessoa num apartamento durante um incêndio, os 
bombeiros utilizarão uma escada de 30m, que será colocada conforme a figura 
a seguir formando com o solo um ângulo de 60º. Qual a distância do apartamento 
ao chão? (Utilize sen60º=0,87; cos60º=0,5 e tg60º= 1,73) 
 
 
a) 15 m. 
b) 26,1 m. 
c) 34,48 m. 
d) 51,9 m. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - B 
260
GEOMETRIA ESPACIAL 
 
A geometria espacial é a análise de sólidos no espaço, ou seja, é a geometria 
para objetos tridimensionais, diferente da geometria plana, que é o estudo de 
figuras bidimensionais. 
 
 
Volume dos principais sólidos 
Cubo 
 
 
 
 
 
 
Cubo de arestas medindo L 
Expressão do volume do cubo: V=L⋅L⋅L=L3 
Paralelepípedo 
 
Paralelepípedo de comprimento a, largura b e altura c. 
261
Expressão do volume do paralelepípedo: V=a⋅b⋅c 
 
 
O volume de um prisma qualquer pode ser calculado multiplicando-se a área da 
base pela altura. 
 
Um prisma é um poliedro que possui uma base inferior e uma base superior. 
Essas bases são paralelas e congruentes, isto é, possuem as mesmas formas e 
dimensões, e não se interceptam. Para determinarmos o volume de um prisma 
qualquer, nós calculamos a área de sua base para, em seguida, multiplicá-la 
pela sua altura. Sendo assim: 
 
V = (área da base) . altura 
 
Na imagem acima, a área do prisma de base retangular pode ser calculada por: 
 
V = a . b . c 
 
Já a área do prisma de base triangular é dada por: 
 
262
 
 
O volume de um cilindro é calculado multiplicando-se a área da base pela altura 
Assim como ocorre com os prismas, para calcular o volume do cilindro, 
multiplicamos a área da base pela altura. Podemos definir novamente: 
 
V = (área da base) . altura 
 
Para o cilindro da figura acima, podemos calcular seu volume como: 
 
V = π . r2 . a 
 
 
O volume de um cone é calculado multiplicando-se a área da base por um terço 
da altura 
 
O cone tem uma diferenciação das outras formas vistas até aqui. Ao calcularmos 
o volume do cone, nós multiplicamos a área da base por um terço da sua altura. 
Podemos definir: 
 
V = (área da base) . 1/3 altura 
263
Para o cilindro da figura acima, podemos calcular seu volume como: 
 
 
 
O volume de uma pirâmide é calculado através do produto da área da base por 
um terço da altura 
 
A pirâmide assemelha-se ao cone em relação ao cálculo do volume. Para 
calcular o volume da pirâmide, multiplicamos a área da base por um terço da sua 
altura. Definimos novamente: 
 
V = (área da base) . 1/3 altura 
 
Para a pirâmide da figura acima, podemos calcular seu volume como: 
 
264
Esfera 
 
Expressão do volume da esfera: 
 
265
EXERCÍCIOS 
 
1. Um depósito de materiais de construção civil utiliza um caminhão basculante 
para transportar material de construção para a obra. A carroceria desse 
caminhão tem 2,20 m de largura, 3,20 m de comprimento e 0,70 m de altura. 
 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item. 
 
Para transportar 8 m3 de areia, duas viagens são necessárias e suficientes. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
2. Suponha‐se que, para armazenar a água da chuva, tenha sido instalada, em 
uma residência, uma caixa d'água de fundo quadrado, de lado 1,20 m e altura 
1,10 m. Nesse caso, a capacidade de armazenamento da caixa d'água será de 
1.584 L. 
 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
3. Vários blocos de papel, todos iguais entre si, e cada um deles no formato de 
um prisma reto de base retangular, com 30 cm de comprimento, 20 cm de largura 
e 5 cm de altura, foram empilhados, conforme mostra a figura. 
 
 
Se o volume total dessa pilha é 45 000 cm3, o número de blocos dela é 
a) 11. 
b) 12. 
c) 13. 
d) 14. 
e) 15. 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - CERTO 2 - CERTO 3 - E 
266
PROGRESSÃO ARITMÉTICA 
 
Uma progressão aritmética é uma sequência numérica em que cada termo, a 
partir do segundo, é igual à soma do termo anterior com uma constante que é 
chamado de razão ou diferença comum da progressão aritmética. 
 
Classificação de uma P.A 
 
De acordo com o valor da razão, as progressões aritméticas são classificadas 
em: 
 
Constante: quando a razão for igual a zero. Por exemplo: (4, 4, 4, 4, 4...), sendo 
r = 0. 
Crescente: quando a razão for maior que zero. Por exemplo: (2, 4, 6, 8,10...), 
sendo r = 2. 
Decrescente: quando a razão for menor que zero (15, 10, 5, 0, - 5,..), sendo r = 
- 5 
 
 
Propriedades da P.A 
1ª propriedade: 
Em uma P.A. finita, a soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à 
soma dos extremos. 
 
267
2ª propriedade: 
 
Considerando três termos consecutivos de uma P.A, o termo do meio será igual 
a média aritmética dos outros dois termos. 
 
 
Soma dos termos de uma P.A 
 
 
268
EXERCÍCIOS 
 
1. O percurso de um treinamento de corrida é compostopor 5 etapas com 
distâncias diferentes em cada uma delas. Uma nova etapa sempre tem 100 
metros a mais que a etapa anterior. Sabendo que a quarta etapa do treinamento 
é percorrer 1 200 metros, a distância total do percurso é igual a 
a) 6 100 metros. 
b) 5 900 metros. 
c) 5 700 metros. 
d) 5 500 metros. 
 
2. Em uma progressão aritmética, a soma do quarto termo com o sétimo termo 
é 41. A soma dos primeiros dez termos dessa progressão é: 
a) 205. 
b) 325. 
c) 242. 
d) 171. 
e) 282. 
 
3. A sequência (3x-2, 2x+3, 5x-8) é uma progressão aritmética de três termos. O 
valor do segundo termo dessa sequência é: 
a) 11. 
b) 10. 
c) 13. 
d) 12. 
e) 4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - D 
2 - A 
3 – A 
269
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA 
 
Uma progressão geométrica é uma sequência numérica na qual cada termo, a 
partir do segundo, é igual ao produto do termo anterior por uma constante, 
chamada de razão da progressão geométrica. A razão é indicada geralmente 
pela letra q. 
 
Classificação das Progressões Geométricas 
PG Crescente 
Na PG crescente a razão é sempre positiva (q > 0) formada por números 
crescentes, por exemplo: 
(1, 3, 9, 27, 81, ...), onde q = 3 
 
PG Decrescente 
 
Na PG decrescente, a razão é sempre positiva (q > 0) e diferente de zero (0) 
formada por números decrescentes. 
 
Ou seja, os números da sequência são sempre menores do que seus 
antecessores, por exemplo: 
(-1, -3, -9, -27, -81, ...) onde q = 3 
 
PG Oscilante 
 
Na PG oscilante, a razão é negativa (q < 0), formada por números negativos e 
positivos, por exemplo: 
(3, -6, 12, -24, 48, -96, 192, -384, 768 ...), onde q = -2 
 
PG Constante 
Na PG constante, a razão é sempre igual a 1 formada pelos mesmos números 
a, por exemplo: 
(5, 5, 5, 5, 5, 5, 5, ...) onde q = 1 
 
270
Propriedades da P.G 
 
1ª) produto de termos equidistantes aos extremos é igual ao produto dos 
extremos 
2ª) qualquer termo da P.G – a partir do segundo – é a média geométrica do seu 
antecessor e seu sucessor 
 
 
 
271
EXERCÍCIOS 
 
1. No dia 1.º de janeiro de 2019, uma nova secretaria foi criada em certo tribunal, 
a fim de receber todos os processos a serem protocolados nessa instituição. 
Durante o mês de janeiro de 2019, 10 processos foram protocolados nessa 
secretaria; a partir de então, a quantidade mensal de processos protocolados na 
secretaria durante esse ano formou uma progressão geométrica de razão igual 
a 2. 
 
Nessa situação hipotética, a quantidade de processos protocolados nessa 
secretaria durante os meses de junho e julho de 2019 foi igual a 
a) 320. 
b) 480. 
c) 640. 
d) 960. 
e) 1.270. 
 
2. Um casal resolveu fazer uma poupança para organizar uma festinha de 
aniversário para seu filho que iria completar 2 anos de idade. Como faltavam 
apenas 8 meses para a data do aniversário e a festa iria ser simples, apenas um 
bolo e alguns docinhos, os pais começaram a depositar todo mês um valor na 
poupança, começando com R$ 2,00 e a cada mês dobraria o valor do último 
depósito, até chegar ao oitavo mês. 
 
Assinale a alternativa que apresenta o total de dinheiro depositado na poupança 
na data do aniversário, sem contar possíveis juros. 
a) R$ 300,00 
b) R$ 310,00 
c) R$ 410,00 
d) R$ 510,00 
 
3. Numa Progressão Geométrica, o primeiro termo da sequência é igual a 4096 
e a razão dessa progressão é igual a 1/2. 
 
Com base nessas informações, o valor do 14º termo é: 
a) 2. 
b) 1. 
c) 1/4. 
d) 1/2. 
e) 4. 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - D 2 - D 3 - D 
272
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA DO CEARÁ 
273
O CONTEXTO DE COLONIZAÇÃO NO BRASIL 
 
História do Brasil não possui um marco inicial bem definido. Não obstante, 
tradicionalmente, existe uma datação recorrente sobre a chegada dos 
portugueses com Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500, à região costeira 
de onde hoje é a Bahia. Seria esse então o “descobrimento do Brasil”. No 
entanto, cabe ressaltar que se trata da descoberta dos portugueses. Diversos 
grupos étnicos já habitavam o território que veio a ser o Brasil muito antes de 
qualquer europeu desembarcar nele. 
O Brasil é o resultado histórico de diversos projetos distintos que se 
sucederam em uma delimitação geográfica específica. Primeiro tratava-se de um 
projeto de conquista; depois, um projeto de colonização; já no século XIX, um 
projeto de Império e de constituição de um Estado-nação; e, por fim, um projeto 
de Brasil República, que é o que se tenta manter até hoje. 
Nossos hinos, bandeiras, brasões, emblemas, palavras de ordem, e tudo 
aquilo que nos remete à identidade nacional, dizem respeito a essa construção. 
Ser patriota é ser adepto de um projeto de nação, que muitas vezes diverge de 
outros projetos que também estão em construção. Portanto, seria mais preciso 
referirmo-nos ao processo da chegada dos portugueses como a invenção do 
Brasil, da qual se sucederam projetos diferentes. 
 
 
Período Pré-Cabralino (~ -1500) 
Antes da chegada dos portugueses, havia diversos grupos étnicos ocupantes 
do território que, futuramente, seria chamado Brasil. O período Pré-Cabralino diz 
respeito, como o próprio nome sugere, à história que antecede o contato desses 
povos separados pelo Atlântico. 
Durante algum tempo, era comum encontrar a denominação “Pré-História do 
Brasil”, que já não é considerada adequada por grande parte dos historiadores 
e antropólogos. A história não passa a existir após a chegada dos portugueses. 
E mesmo que exista o argumento de que essa expressão preserva a noção de 
que a história diz respeito às fontes escritas, desde meados do século XX até os 
dias de hoje, a historiografia desenvolveu-se bastante tendo em vista 
metodologias que analisem outros tipos de fontes. 
Estima-se que os primeiros povos começaram a habitar o território onde hoje 
é o Brasil há 60.000 anos. Contudo, devido a esse enorme traçado temporal e à 
ausência de qualquer tentativa de preservação do seu início, muito foi perdido 
da integridade dessa história. Nesse sentido, um dos indícios mais trabalhados 
pela arqueologia sobre o território brasileiro são os sambaquis, que consistem 
em depósitos de matéria orgânica e calcário formados pela ação humana e que, 
ao longo do tempo, sofreram um processo de fossilização. Eles oferecem 
informações importantes sobre as primeiras populações que habitaram nosso 
274
território por volta de 2.000 a 8.000 anos atrás. 
Com a chegada dos jesuítas, em meados do século XVI, uma série de “obras 
gramaticais” foi produzida com o objetivo de normatizar algumas “línguas 
dificultosas” da colônia. Nesse empreendimento, foram catalogados 
conhecimentos valiosos sobre línguas indígenas do período que corresponde à 
chegada dos portugueses à América. Assim se descobriu que existiam quatro 
grupos linguísticos principais, sendo eles: os tupiguarani, os caraíbas, os macro- 
jê e os arauaque. Desses troncos linguísticos, como também são chamados, 
derivam uma série de grupos étnicos e variações linguísticas que dão origem 
aos idiomas indígenas modernos. 
 
 
Período Pré-Colonial (1500-1530) 
Após 22 de abril de 1500, com a chegada dos portugueses ao território 
americano, essas novas terras desconhecidas não despertaram grande 
interesse na Coroa de imediato. O Império português estava, nesse momento, 
voltado para o comércio com as Índias, o qual, por sua vez, já estava em 
processo de declínio, desde a tomada da Constantinopla pelos turcos otomanos 
em 1453, dando fim ao Império bizantino. 
Já os franceses não tardaram muito e, no início do século XVI, fizeram o envio 
de embarcações para o Atlântico Sul, pois estavam de olho nessas novas terras 
e questionavam a divisão lusoespanhola determinada pelo Tratado de 
Tordesilhas. Nisso estabeleceram, em 1555, uma colônia, na Baía de 
Guanabara, conhecida como França Antártica. 
Portugal, nesse momento inicial, promovia as chamadas expedições 
exploradoras no território sul-americano com o objetivo de reconhecer e mapear 
o território e estabelecer contato comos índios nativos. O principal produto 
extraído dessas terras, até então, era uma árvore nativa da Mata Atlântica que 
passou a ser chamada de pau-brasil. 
Período Colonial (1530-1815) Em 1530, Portugal envia Martim Afonso de 
Souza como chefe de uma expedição colonizadora. Sua missão era combater 
os traficantes franceses, que preocupavam a Coroa, estabelecer alguns núcleos 
de povoamento na região litorânea e buscar metais preciosos. Para isso, foi 
Afonso de Souza designado capitão-mor, o que lhe acumulava a função de 
exercer a justiça civil e criminal, distribuir sesmarias, reivindicar terras em nome 
do rei e nomear funcionários para administração colonial. 
As crises do comércio com o Oriente e as constantes ameaças de invasão 
obrigaram a monarquia portuguesa a empreender um plano efetivo de ocupação 
e exploração do território colonial. Contudo, a falta de recursos suficientes para 
empreender esse tipo de ação acabou colocando o governo português frente a 
um dilema bastante complicado de se resolver. Afinal de contas, qual seria a 
melhor forma de tornar as terras brasileiras rentáveis e garantir a posse de um 
território de dimensões continentais? Buscando responder essa complicada 
275
demanda o rei Dom João III decidiu dividir o espaço colonial em quinze faixas de 
terra com uma extensão variando entre 200 e 650 quilômetros de largura. Cada 
uma dessas faixas, que iam do litoral até os limites do Tratado de Tordesilhas, 
constituía uma capitania hereditária. 
Essa capitania seria doada a um capitão donatário, indivíduo geralmente 
portador de boa condição financeira e politicamente prestigiado pela Coroa 
Portuguesa. Vale ressaltar que esse sistema já havia sido implantado em outras 
colônias portuguesas. Nesse visível processo de descentralização da 
administração do espaço colonial, as autoridades esperavam conseguir renda 
sem exigir o investimento direto da Coroa. 
No ato da posse, o capitão donatário recebia uma Carta de Doação, 
documento onde ficava estabelecido o direito sobre a posse das terras. 
Entretanto, devemos salientar que essa posse era relativa, pois o capitão não 
poderia vender a sua capitania para outra pessoa. Além desse documento, o 
donatário também recebia o Foral, outra espécie de documento onde ficavam 
estabelecidos os direitos e deveres com relação às terras concedidas pelo rei de 
Portugal. Em geral, os donatários tinham o direito de repassar a concessão das 
capitanias a um descendente (daí o nome capitania hereditária), doar sesmarias 
(lotes de terra sem cultivo), fundar vilas, controlar o direito de passagem nos rios 
e portos, e cumprir as funções militares e judiciais na capitania. 
Apesar das diversas justificativas que fizeram com que Portugal 
estabelecesse esse tipo de exploração, o sistema de capitanias hereditárias 
acabou não tendo os resultados previstos. A dificuldade ou desinteresse de 
investir e controlar uma grande porção de terras acabava inviabilizando as ações 
de muitos capitães. Além disso, as dificuldades em enfrentar as populações 
indígenas mais hostis e as dificuldades de comunicação também impediram o 
sucesso desse empreendimento. 
No entanto, a descentralização política deve ser vista como a principal causa 
do fracasso desse sistema no Brasil Somente as capitanias de São Vicente e 
Pernambuco conseguiram prosperar economicamente por meio dos lucros 
obtidos com a exploração açucareira. Com isso, Portugal se viu obrigado a 
remodelar seu modelo de administração da colônia por meio de um novo sistema 
mais centralizado e direto. 
 
 
A Capitania do “Siará” 
Do ponto de vista histórico, pode-se afirmar que uma das primeiras tentativas 
de colonização portuguesa em nossas terras iniciou-se com a criação da 
Capitania do Siará, doada, em 1535, ao fidalgo português Antônio Cardoso de 
Barros. Essa tentativa, no entanto, não logrou êxito. 
A reconstrução histórica da ocupação do Ceará revela o papel secundário 
que a região ocupou nos planos metropolitanos. Só foi conhecida no início do 
século XVII, em virtude da resistência indígena e, em parte pela circunstância de 
276
estar a meio caminho entre a costa leste, já ocupada produtivamente, e o norte, 
desconhecido e ainda não conquistada pelo domínio português, e o Maranhão, 
ameaçado pelas tentativas de invasão dos franceses. 
A capitania do Siará devido, sobretudo, a falta de grandes atrativos 
econômicos permeou por todo o século XVI quase abandonada. O não encontro 
de metais preciosos e de especiarias, artigos de luxo que gerassem riquezas na 
Metrópole foi fator determinante para este quadro. A prova maior do quase 
abandono cearense é que o donatário da capitania, Antônio Cardoso de Barros, 
nunca chegou a tomar posse. 
Apenas no século XVII é que Portugal decidiu colonizar o litoral cearense, por 
razões estratégico-militares: defender a faixa litorânea setentrional do Brasil 
contra estrangeiros (em especial os franceses que chegaram a fundar uma 
colônia no Maranhão – A França Equinocial) e criar no Ceará uma base de apoio 
logístico que facilitasse a conquista da região norte da colônia (daí a História do 
Ceará ter começado inicialmente em torno de fortes). 
IV. As Tentativas de Ocupação Vale ressaltar que muitos “aventureiros” 
estiveram aqui sim no Ceará durante o período pré-colonial praticando escambo 
com os índios. Há quem diga que, alguns desses aventureiros teriam pisado aqui 
antes mesmo de 1500. 
As tentativas de conquista do Ceará foram marcadas pelos conflitos entre os 
povos nativos, que defendiam seus territórios, e os brancos conquistadores. Os 
colonizadores queriam “limpar a terra”, isto é, expulsar os índios e explorar as 
riquezas do território. 
A primeira tentativa oficial de colonizar o Ceará deu-se em 1603, na 
administração de Diogo Botelho, governador-geral do Brasil, com Pero Coelho 
de Sousa, açoriano e antigo capitão de esquadra portuguesa. Na condição de 
capitão-mor, este organizou uma expedição, cujo objetivo era explorar o rio 
Jaguaribe, combater piratas, fazer a paz com os índios, além de tentar encontrar 
metais preciosos. 
Desbravador e ousado, após combater franceses e índios na Ibiapaba, Pero 
Coelho e seus homens instalaram-se nas margens do rio Ceará, onde foi erguido 
o Forte de São Tiago. Não encontrando riquezas na região, Pero Coelho passou 
a escravizar os índios. Como estes reagiram, Pero recuou e ergueu em 1605 o 
Forte de São Lourenço nas margens do rio Jaguaribe. Mas, como as hostilidades 
dos índios não passavam e, sofrendo os pesados efeitos da seca de 1606-1607 
viu-se obrigado a deixar o Ceará, partindo em direção ao Rio Grande do Norte. 
A segunda tentativa de colonização deu-se com os padres jesuítas Francisco 
Pinto e Luís Figueiras, em 1607. A catequização e a colonização andavam juntas 
no Brasil. Os dois religiosos fizeram praticamente o mesmo caminho de Pero 
Coelho, indo parar na Ibiapaba. Ali procuraram cristianizar os nativos. Tudo 
parecia correr bem, quando em 1608, a pequena aldeia foi atacada por índios 
que lembravam ainda dos maus tratos impostos por Pero Coelho e seu grupo. 
277
Assim em 1608 os Tocarijus atacaram o aldeamento dos jesuítas e mataram 
Francisco Pinto. Luís Figueiras conseguiu escapar, partindo para o Rio Grande 
do Norte. 
A presença jesuítica no Ceará foi muito importante, já que os jesuítas 
fundaram importantes aldeias ou missões e entre elas destacaram-se no então 
território cearense: (Arronches) Parangaba, (Soure) Caucaia, (Messejana) 
Paupina. Logo após a expulsão dos jesuítas do Brasil, essas aldeias entraram 
em um acelerado processo de dissolução. Desprotegidas ficaram á mercê da 
pirataria e dos assaltos de aventureiros estrangeiros. 
A terceira tentativa de ocupação do Ceará veio a acontecer em 1611, com a 
expedição de Martin Soares Moreno, no governo do governo-geral de Diogo de 
Mendonça Furtado (9º governador-geral do Brasil) que com a ajuda de índios da 
região, chefiados por Jacaúna, um índio já catequizado, conseguiu fundar as 
margensdo rio Ceará o Forte de São Sebastião. Apesar de suas pretensões 
colonizadoras, no ano seguinte foi convocado pela coroa portuguesa para 
combater os franceses que haviam fundado no Maranhão uma colônia. Este só 
retornou para o Ceará em 1621, encontrando seu forte totalmente destruído pela 
ação dos indígenas. 
A falta de recursos e de atenção por parte de Portugal fez com que Martin 
Soares Moreno (que em 1619 havia ganhado o título de capitão-mor do Ceará 
por dez anos) se retirasse do Ceará em 1631, dirigindo-se para Pernambuco 
com o objetivo de combater os holandeses. 
 
 
Forte holandês que é marco histórico de Fortaleza completa 370 anos 
Erguido às margens do Riacho Pajeú, Forte Schoonenborch foi a segunda 
tentativa holandesa de colonização do Ceará e lançou bases para a cidade de 
Fortaleza. No local fica atualmente a 10ª Região Militar, em frente à Catedral. 
10/04/2019 – O POVO 
Era 10 de abril de 1649 quando o comandante holandês Matias Beck ergueu, 
à margem esquerda da foz do Riacho Pajeú, uma cerca de pau-a-pique sobre 
um monte isolado. A posição estratégica, com vista panorâmica para as hostis 
terras do Ceará, seria fortificada com estacas de carnaúba dias depois e batizada 
de Forte Schoonenborch. Estava plantado símbolo de ocupação que, séculos 
mais tarde, viria a identificar e batizar a vila de Fortaleza. 
Era a 2ª tentativa de colonização do Ceará feita pelos holandeses, que 
voltavam à região com 298 homens cinco anos após serem expulsos por 
indígenas do antigo forte São Sebastião (atual Barra do Ceará). O receio de 
novos ataques por terra era tão grande que, durante anos, toda a expedição 
neerlandesa operou de dentro da fortificação, desenhada pelo engenheiro inglês 
Richard Carr e erguida com parapeito e paliçada em formato de polígono 
pentagonal. 
278
 
 
 
Cinco anos depois da criação do forte, 1654, os portugueses voltariam a 
controlar a região, alterando o nome da fortificação – que fazia referência ao 
governador holandês de Pernambuco, Walter van Schoonenborch – para 
Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Quando a ocupação é elevada à 
condição de Vila, em 13 de abril de 1726, o povoado já carregava no nome a 
referência à antiga edificação holandesa e tinha ela como “centro”. 
O receio de ataques por terra, no entanto, continuava o mesmo, com os 
principais canhões da paliçada voltados não para o mar, como costume em 
ocupações portuárias, mas para a própria cidade. A orientação pouco usual do 
armamento chamou a atenção inclusive do viajante anglo-português Henry 
Koster, registrada em 1811 no livro Viagens ao Nordeste do Brasil. “Notei que a 
peça de maior forçada estava voltada para a Vila. A que estava montada para o 
mar não tinha sequer calibre suficiente para atingir um navio no ancoradouro 
comum”. Para o historiador Antônio Luiz Macêdo e Silva Filho, na obra Fortaleza: 
Imagens da Cidade (2004), não é exagero imaginar que o posicionamento do 
armamento “expressava um modo repressivo de manter a ordem social, 
intimidando o surgimento de rebeliões e ondas de descontentamento popular”. 
Ele explica: “No Brasil colonial, tradicionalmente se atribui a ereção de bastiões 
militares à defesa territorial dos ataques navais de concorrentes europeus”. 
Mantida com poucas alterações estruturais pelos portugueses a partir de 
1654 - com a exceção de reformas de manutenção e da construção de uma 
pequena capela -, a fortaleza veio a ser totalmente remodelada apenas em 1812, 
após o desmoronamento de parte da antiga estrutura. Na área arruinada, o 
engenheiro Silva Paulet traçou novo alicerce do forte: quadrado, com 90 metros 
de lado e baluartes em cada ponta – formato próximo do mantido atualmente. 
A nova fortaleza foi construída com mão de obra voluntária e escrava, 
chegando a ter, em 1816, vinte e sete peças de artilharia. Em 1910, o forte foi 
desarmado, passando a funcionar como monumento histórico. Atualmente, 
279
funciona no espaço a 10ª Região Militar do Exército Brasileiro, que mantém 
museu e agenda de visitação ao monumento. 
 
10ª Região Militar do Exército funciona hoje no antigo espaço da Fortaleza de 
Nossa Senhora da Assunção (Aurélio Alves/O POVO) (Foto: Aurélio Alves/O 
POVO) 
 
 
O Schoonenborch não foi o primeiro forte, nem mesmo a primeira fortificação 
holandesa no território que hoje é Fortaleza. Mas foi, conforme explica o 
professor João Marcos Alves, da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), 
marco em torno do qual a cidade se desenvolveu - o Centro cresceu ao redor da 
atual 10ª Região Militar, não da Barra do Ceará. Por isso, para o historiador 
Raimundo Girão, com respaldo de pesquisadores como Câmara Cascudo, o 10 
de abril de 1649 demarca a fundação de Fortaleza. Ele não ignorava as 
experiências anteriores, na Barra do Ceará, que remontam a 1603. Porém, o 
entendimento era de que a "velocidade inicial" para desenvolver Fortaleza foi o 
Schoonenborch. Por isso, Girão defendia que o aniversário de Fortaleza fosse 
comemorado em 10 de abril. 
O assunto rendeu intensa polêmica intelectual no começo da década de 1960. 
O historiador Ismael Pordeus defendia a comemoração do aniversário de 
Fortaleza a partir da fundação do Forte de São Sebastião, fundado em 20 de 
janeiro de 1612, por Martim Soares Moreno. Por trás da controvérsia estava uma 
questão de fundo: a ideia de uma cidade de origem portuguesa, portanto católica, 
ou holandesa e protestante. 
280
Em meio às divergências, o aniversário de Fortaleza não foi fixado 
oficialmente nem numa data nem na outra. Escolheu-se 13 de abril de 1726, 
quando ocorreu uma formalidade: a transformação do povoado que já existia em 
vila, por decisão do rei de Portugal. 
Pesquisa histórica: Fred Souza/O POVO Dados 
 
 
A presença Holandesa 
No ano de 1630, os holandeses invadiram Pernambuco na pretensão de 
dominar a região açucareira e de encontrar riquezas. Em 1637, tropas 
flamengas, sob a liderança do major Gartimam Hendrick conquistam o forte 
cearense de São Sebastião. Na costa cearense os holandeses estavam 
interessados principalmente na exploração das salinas, na retirada de sal. De 
início, contaram os holandeses com ajuda dos índios revoltados com a 
dominação portuguesa. 
Depois, contudo a aliança se defez, pois os holandeses não se diferenciavam 
do português quanto aos maus tratos dados aos índios. Revoltados, em 1644 os 
nativos atacaram e destruíram o forte de São Sebastião, trucidando e 
expulsando os holandeses daquelas aréas. 
Os holandeses retornariam ao Ceará em 1649, sob o comando do capitão 
Matias Beck que desembarcou na baía do Mucuripe em busca de metais 
preciosos, este erigiu no monte Marajaitiba, nas margens do riacho Pajeú o Forte 
de Schoonemboch, em torno do qual, depois, iria espontaneamente surgir a atual 
cidade de Fortaleza. A permanência dos holandeses no Ceará durou até 1654, 
quando estes se retiram em virtude da derrota em Pernambuco e a expulsão do 
Brasil. Sob a liderança do capitão-mor Álvares de Azevedo, os portugueses 
tomam o forte flamengo para si e o batizam de Fortaleza de Nossa Senhora de 
Assunção. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Em 1603 ocorreu a primeira tentativa de ocupação do território do Ceará e do 
Maranhão, que foi: 
a) incentivada pelo governador geral Diogo Botelho. 
b) facilitada por Martin leitão. 
c) agilizada por Tomé de Souza depois da introdução do gado. 
d) acompanhada por grande número de padres jesuítas. 
e) liderada pelo governador geral Diogo de Menezes. 
281
2. Observe o que se diz nos itens a seguir sobre o início da colonização no Ceará: 
I. A proibição de criação de gado em uma faixa de 10 léguas da costa, como 
forma de preservar essa área para a produção de açúcar, influiu no fluxo de 
pecuaristas que vieram ocupar o interior do Ceará. 
II. Devido à pouca presença de indígenas na costa cearense e à amistosidade 
destes com os portugueses, o litoral foi a região do Ceará onde primeiro a 
colonização portuguesa se consolidou. 
III. A dificuldade em ocupar a região é demonstrada,ao longo do século XVII, 
pelos fracassos da bandeira de Pero Coelho de Sousa, da expedição dos padres 
Francisco Pinto e Luís Figueira, e do forte de São Sebastião, construído sob 
mando de Martim Soares Moreno. 
 
 
Está correto somente o que se afirma em 
a) I e II. 
b) II. 
c) I e III. 
d) III. 
 
 
3. Leia atentamente o seguinte excerto: 
 
 
“...Os holandeses então retornaram, em 1630, e atacaram Pernambuco, por ser 
a mais próspera capitania da colônia. A partir de Olinda e Recife, eles 
expandiram gradativamente seu domínio pelas terras do Nordeste”. 
 
 
O trecho acima está relacionado ao fato histórico que corresponde 
a) ao início da ocupação do litoral cearense, na região da atual cidade de 
Fortaleza, liderada por Pero Coelho de Sousa que ergueu o Fortim de São Tiago 
na foz do rio Ceará. 
b) à fundação do forte de Scoonenborch, considerado o marco inicial do 
desenvolvimento da atual cidade de Fortaleza, às margens do riacho Pajeú, sob 
liderança de Matias Beck. 
c) à Chegada, no Ceará, de Martin Soares Moreno que recupera o Fortim de São 
Tiago, rebatizando-o de Fortim de São Sebastião. 
d) ao avanço das tropas de Daniel de La Touche que, vindas da colônia chamada 
França Equinocial, no Maranhão, dominaram o litoral do Ceará e fundaram o 
Forte de São Luis 
282
Gabarito 
01 - A 
02 - C 
03 - B 
 
 
 
 
A ECONOMIA CEARENSE: PECUÁRIA 
 
A atividade de criação de gado sempre esteve presente junto à plantação de 
cana-de- açúcar do litoral. Todavia, o empenho de Portugal na empresa 
açucareira, a garantia de mercado para o açúcar na Europa, a pressão 
populacional de homens livres sem-terra e a disponibilidade de terras, forçaram 
o movimento da pecuária em direção aos sertões. Os engenhos, portanto, 
expulsavam o boi para o interior, em razão da necessidade, cada vez maior de 
terra litorânea para o plantio e produção do açúcar exigida pelo mercantilismo 
europeu e pelo próprio incentivo português com a Carta Régia de 1701, que 
proibia a criação de gado a menos de 10 léguas da costa geraram a ocupação 
do interior brasileiro. 
A penetração e a ocupação sertaneja aconteceram por duas rotas: a rota 
chamada “sertão-de-fora”, dominada pelos pernambucanos, vindos pelo litoral; 
e a rota chamada “sertão-de-dentro”, dominada por baianos, seguindo o curso 
do rio São Francisco. Tais rotas se confluem no Ceará, seguindo, sobretudo os 
rios Jaguaribe e Acaraú. 
As terras para a criação de gado eram conseguidas através da requisição às 
autoridades de cartas de sesmarias ou da compra, o que deu margem a 
formação dos latifúndios cearenses. 
As fazendas tinham um caráter autônomo e autossuficiente, o principal 
regime alimentar era fornecido pelo gado: leite, queijo, manteiga e carne. A baixa 
rentabilidade da pecuária ensejava o uso do couro para a fabricação de 
utensílios do dia-a-dia do sertanejo. Os chapéus, as roupas, bainhas de faca, 
botas, etc, era a chamada “civilização do couro”. O fazendeiro, quando residia 
na fazenda, dirigia os trabalhos cercados dos parentes sanguíneos, moradores, 
agregados, índios aliados e forasteiros. 
O grande símbolo dos sertões (ainda hoje) é o vaqueiro que assumiu as mais 
diversas condições sociais, o mestiço, o branco pobre, o negro cooptado e o 
índio catequizado. Conhecedor da fauna (animais) e da flora (vegetação), o 
vaqueiro cuidava da fazenda na ausência do senhor. Não recebia salário pelo 
trabalho exercido, tudo a ele era pago pelo sistema de “quarteação” – divisão 
de reses nascidas entre proprietários das terras e vaqueiros na proporção de 
283
quatro (fazendeiro) para um (vaqueiro). Assim, com o tempo o vaqueiro poderia 
ter uma possibilidade, embora remota, de ter sua própria fazenda de criar (daí o 
porquê a condição de vaqueiro ser algo almejado por muitos). 
Pouco se usou o negro na pecuária cearense, devido a certa 
incompatibilidade da escravidão com o pastoreio (facilidade de fuga), o alto preço 
dos africanos (grande investimento), a grande oferta de mão-de-obra sertaneja 
livre e ociosa e as secas. 
Os rebanhos bovinos cearenses eram conduzidos pelos tangerinos para a 
venda em Pernambuco, Bahia e posteriormente para Minas Gerais, no período 
da mineração. Percorriam rudes e grandes veredas, que no cruzamento de 
muitas destas, provocariam o surgimento de importantes cidades, como o Icó 
(1738), Quixeramobim (1789), Sobral (1773). 
Em pouco tempo os sertões cearenses estavam devastados pelos invasores. 
Para a expansão da economia pastoril contribuíram: a demanda dos mercados 
consumidores do litoral açucareiro e da região mineradora, a facilidade de 
obtenção de sesmarias e de novas terras, o crescimento dos rebanhos, a 
exigência de pouco capital e mão-de-obra na montagem da fazenda e o próprio 
fato do gado se autotransportar foram fatores decisivos para a expansão da 
pecuária. 
A venda de gado para outras regiões não era uma atividade muito lucrativa. 
O gado emagrecia, perdia-se, morria do ataque de animais, eram assaltados, os 
impostos na circulação dos animais eram considerados altos, etc. Desta 
maneira, criadores de gado do litoral passaram, no século XVIII, a vender seus 
rebanhos na forma de charque (carne seca salgada ao sol), produzido nas 
charqueadas. 
Para o desenvolvimento das charqueadas no litoral cearense, contribuíram 
os ventos constantes e a baixa umidade do ar, a abundância de sal, as barras 
dos rios acessíveis à cabotagem da época (navegação), o grande rebanho e o 
próprio fato da técnica salineira não exigir muitos conhecimentos e nem muito 
capital. 
As oficinas situavam-se nas áreas litorâneas, próximas da encosta dos rios, 
de onde se permitia o embarque da carne para o Recife, Salvador e até para o 
Rio de Janeiro. Destacam-se como grandes centros charqueadores: Aracati (na 
foz do Rio Jaguaribe), Granja e Camocim (na foz do Rio Coreaú) e Sobral (na 
foz do Rio Acaraú). 
O charque foi responsável pela mudança na face econômica e política 
cearense. Verificou-se a partir dele uma divisão social do trabalho na capitania, 
uma maior interpenetração política, cultural e comercial entre sertão e litoral, um 
crescimento do mercado interno local e o crescimento dos centros urbanos. 
As charqueadas perduraram no Ceará do século XVIII ao início do XIX, 
quando esta atividade entrou em decadência, devido às calamitosas secas que 
marcam a história da região, a concorrência do Rio Grande do Sul e a atenção 
284
que os cearenses passariam a dar ao algodão (cotonicultura), voltada para 
atender a demanda inglesa por volta da segunda metade do século XIX. 
 
 
1. No Brasil colônia, o gado: 
a) foi uma economia exclusiva do Nordeste, voltada para o mercado exterior. 
b) favoreceu a ocupação de extensas áreas, especialmente no litoral. 
c) prosperou nas serras do Ceará, onde o clima se mostrou especialmente 
favorável. 
d) contribuiu para a ocupação do interior do Brasil, para o seu comércio e 
urbanização. 
e) foi o fator responsável pela crise da economia canavieira no Nordeste do 
Brasil. 
 
 
2. Sobre a economia cearense entre os períodos colonial e imperial, marque a 
alternativa correta: 
 
 
a) O trabalho de vaqueiro no Ceará Colonial era ocupado por homens livres que 
recebiam salários. 
b) A cultura algodoeira foi responsável pelo povoamento da terra cearense a 
partir do século XVI. 
c) As oficinas de charque e a comercialização da carne seca fizeram do Cariri a 
principal região econômica do Ceará Colonial. 
d) A predominância da exportação do algodão pelo porto de Fortaleza contribuiu 
para consolidar a capital como principal centro urbano do Ceará no século XIX. 
e) O café no Ceará, só foi cultivado nas regiões de Sobral e Camocim, e não 
teve nenhuma expressividade na economia exportadora cearense do século XIX. 
 
 
3. O texto a seguir foi extraído do documento "Representação da Câmara de 
Aquiraz ao Rei de Portugal". 
 
 
"(...) para a conservação desta capitania será vossa majestade servido destruir 
estes bárbaros para que fiquemos livresde tão cruel jugo; em duas aldeias deste 
gentio assistem padres da Companhia que foram já expulsos de outras aldeias 
do sertão (...) estes religiosos são testemunhas das crueldades que estes tapuias 
tem feito nos vassalos de vossa majestade. (...) só representamos a vossa 
285
majestade que missões com estes bárbaros são escusadas, por que de humano 
só tem a forma, e quem disser outra coisa é engano conhecido." 
(Citado em PINHEIRO, Francisco José. "Mundos em confronto: povos nativos e 
europeus na disputa pelo território." In SOUSA, Simone de (org.) "Uma Nova 
História do Ceará." Fortaleza. Edições Demócrito Rocha. 2000. p. 39) 
 
 
A partir da leitura do documento acima, é correto afirmar que: 
a) a acirrada reação indígena constituiu uma forma de resistência à destruição 
do seu modo de vida. 
b) o projeto português de colonizar, civilizar e catequizar contribuiu para manter 
a organização tribal. 
c) a ocupação do interior cearense, em virtude da reação indígena, foi iniciada 
na segunda metade do século XVIII. 
d) o domínio do interior cearense pelo colonizador e a catequese jesuítica foram 
realizados de modo a preservar a cultura indígena. 
e) a Câmara de Aquiraz expressava a preocupação com a catequese indígena 
como forma de apaziguar o conflito entre os colonizadores e os índios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
01 - D 
02 - D 
03 - A 
286
A ECONOMIA CEARENSE: CHARQUEADA – COTONICULTURA 
 
 
A atividade de criação de gado sempre esteve presente junto à plantação de 
cana-de- açúcar do litoral. Todavia, o empenho de Portugal na empresa 
açucareira, a garantia de mercado para o açúcar na Europa, a pressão 
populacional de homens livres sem-terra e a disponibilidade de terras, forçaram 
o movimento da pecuária em direção aos sertões. Os engenhos, portanto, 
expulsavam o boi para o interior, em razão da necessidade, cada vez maior de 
terra litorânea para o plantio e produção do açúcar exigida pelo mercantilismo 
europeu e pelo próprio incentivo português com a Carta Régia de 1701, que 
proibia a criação de gado a menos de 10 léguas da costa geraram a ocupação 
do interior brasileiro. 
A penetração e a ocupação sertaneja aconteceram por duas rotas: a rota 
chamada “sertão-de-fora”, dominada pelos pernambucanos, vindos pelo litoral; 
e a rota chamada “sertão-de-dentro”, dominada por baianos, seguindo o curso 
do rio São Francisco. Tais rotas se confluem no Ceará, seguindo, sobretudo os 
rios Jaguaribe e Acaraú. 
As terras para a criação de gado eram conseguidas através da requisição às 
autoridades de cartas de sesmarias ou da compra, o que deu margem a 
formação dos latifúndios cearenses. 
As fazendas tinham um caráter autônomo e autossuficiente, o principal 
regime alimentar era fornecido pelo gado: leite, queijo, manteiga e carne. A baixa 
rentabilidade da pecuária ensejava o uso do couro para a fabricação de 
utensílios do dia-a-dia do sertanejo. Os chapéus, as roupas, bainhas de faca, 
botas, etc, era a chamada “civilização do couro”. O fazendeiro, quando residia 
na fazenda, dirigia os trabalhos cercados dos parentes sanguíneos, moradores, 
agregados, índios aliados e forasteiros. 
O grande símbolo dos sertões (ainda hoje) é o vaqueiro que assumiu as mais 
diversas condições sociais, o mestiço, o branco pobre, o negro cooptado e o 
índio catequizado. Conhecedor da fauna (animais) e da flora (vegetação), o 
vaqueiro cuidava da fazenda na ausência do senhor. Não recebia salário pelo 
trabalho exercido, tudo a ele era pago pelo sistema de “quarteação” – divisão 
de reses nascidas entre proprietários das terras e vaqueiros na proporção de 
quatro (fazendeiro) para um (vaqueiro). Assim, com o tempo o vaqueiro poderia 
ter uma possibilidade, embora remota, de ter sua própria fazenda de criar (daí o 
porquê a condição de vaqueiro ser algo almejado por muitos). 
Pouco se usou o negro na pecuária cearense, devido a certa 
incompatibilidade da escravidão com o pastoreio (facilidade de fuga), o alto preço 
dos africanos (grande investimento), a grande oferta de mão-de-obra sertaneja 
livre e ociosa e as secas. 
Os rebanhos bovinos cearenses eram conduzidos pelos tangerinos para a 
venda em Pernambuco, Bahia e posteriormente para Minas Gerais, no período 
287
da mineração. Percorriam rudes e grandes veredas, que no cruzamento de 
muitas destas, provocariam o surgimento de importantes cidades, como o Icó 
(1738), Quixeramobim (1789), Sobral (1773). 
Em pouco tempo os sertões cearenses estavam devastados pelos invasores. 
Para a expansão da economia pastoril contribuíram: a demanda dos mercados 
consumidores do litoral açucareiro e da região mineradora, a facilidade de 
obtenção de sesmarias e de novas terras, o crescimento dos rebanhos, a 
exigência de pouco capital e mão-de-obra na montagem da fazenda e o próprio 
fato do gado se autotransportar foram fatores decisivos para a expansão da 
pecuária. 
A venda de gado para outras regiões não era uma atividade muito lucrativa. 
O gado emagrecia, perdia-se, morria do ataque de animais, eram assaltados, os 
impostos na circulação dos animais eram considerados altos, etc. Desta 
maneira, criadores de gado do litoral passaram, no século XVIII, a vender seus 
rebanhos na forma de charque (carne seca salgada ao sol), produzido nas 
charqueadas. 
Para o desenvolvimento das charqueadas no litoral cearense, contribuíram 
os ventos constantes e a baixa umidade do ar, a abundância de sal, as barras 
dos rios acessíveis à cabotagem da época (navegação), o grande rebanho e o 
próprio fato da técnica salineira não exigir muitos conhecimentos e nem muito 
capital. 
As oficinas situavam-se nas áreas litorâneas, próximas da encosta dos rios, 
de onde se permitia o embarque da carne para o Recife, Salvador e até para o 
Rio de Janeiro. Destacam-se como grandes centros charqueadores: Aracati (na 
foz do Rio Jaguaribe), Granja e Camocim (na foz do Rio Coreaú) e Sobral (na 
foz do Rio Acaraú). 
O charque foi responsável pela mudança na face econômica e política 
cearense. Verificou-se a partir dele uma divisão social do trabalho na capitania, 
uma maior interpenetração política, cultural e comercial entre sertão e litoral, um 
crescimento do mercado interno local e o crescimento dos centros urbanos. 
As charqueadas perduraram no Ceará do século XVIII ao início do XIX, 
quando esta atividade entrou em decadência, devido às calamitosas secas que 
marcam a história da região, a concorrência do Rio Grande do Sul e a atenção 
que os cearenses passariam a dar ao algodão (cotonicultura), voltada para 
atender a demanda inglesa por volta da segunda metade do século XIX. 
 
 
COTONICULTURA 
O algodão cearense já era cultivado pelos nossos índios antes da invasão 
portuguesa com a colonização, era cultivado como atividade de subsistência. 
O algodão cearense, cultivado comercialmente desde o fim do século XVIII, 
conhece na segunda metade do século XIX, na década de 1860 o seu auge. Isso 
288
foi possibilitado pela alta do preço da fibra e em virtude também da 
desorganização da produção 
dos Estados Unidos (principais fornecedores das fábricas inglesas) que se 
encontravam envolvidos internamente numa guerra. A brutal Guerra de 
Secessão (1861 – 1865). 
Foram fatores que favoreceram o desenvolvimento da cotonicultura no Ceará: 
o clima quente e a regularidade das chuvas, a fertilidade dos solos, o curto ciclo 
vegetativo do algodão, a não exigência de muitos investimentos na lavoura, etc. 
As principais regiões produtoras de algodão, inicialmente eram os distritos de 
Fortaleza e Aracati, além das serras de Baturité, Uruburetama, Meruoca, Pereiro 
e Aratanha. 
A cotonicultura e a pecuária acomodaram-se uma à outra, dando origem ao 
chamado “binômio gado-algodão”. Uma relação de complementação, onde a 
rama do algodoeiro servia de alimento ao boi na época da estiagem e o animal 
adubava os solos com esterco, fator extremamente importante, já que temos 
nosso território costumeiramente abalado pelas secas. 
A vultosaprodução algodoeira tinha em Fortaleza seu grande centro coletor 
e exportador. A capital cearense assume nesse momento a condição de principal 
núcleo econômico, político e social da província, superando Aracati, que vivia da 
pecuária e da produção de charque. Para tanto contribuíram: os capitais 
acumulados com o comércio algodoeiro e de outros produtos como o café; a 
centralização política da monarquia brasileira, que concorria para concentrar nas 
capitais das províncias todo o poder decisório; a condição de capital, que 
Fortaleza assumira no início do século XIX (1823), o que a transformava em 
ponto destacado na recepção de obras e recursos; da construção de melhorias 
de estradas e ferrovias (como a Estrada Fortaleza – Baturité “EFB”, instalada em 
1873); e da migração rural-urbana principalmente na época das secas. 
Mas se Fortaleza conhecia algum progresso material, o mesmo não acontecia 
nos sertões, onde imperava a lei da violência, a arbitrariedade e a exploração 
dos latifundiários sobre seus agregados. A miséria e a exploração, agravadas 
com as secas, provocaram reações adversas entre os sertanejos, fosse por meio 
de seitas messiânicas, ao redor de um líder religioso, como o caso do movimento 
de Padre Ibiapina, Padre Cícero e Beato Zé Lourenço, fosse pela formação de 
grupo de cangaceiros, que se diferenciavam dos jagunços. 
Fortaleza nesse momento se “aformoseia”, sendo dotada de uma 
infraestrutura razoável. Passa a ter transporte coletivo com bondes de tração 
animal, calçamento nas ruas centrais, linhas de telégrafo e de vapor para a 
Europa e para o Rio de Janeiro, iluminação a gás carbônico, telefonia, Biblioteca 
Pública, bons educandários (como o Colégio da Imaculada Conceição e o Liceu), 
um Seminário (da Prainha) e os jornais. É a chamada “Belle Époque” (1860 – 
1930). A elite inspira-se nos valores europeus, em especial nos franceses – 
luvas, chapéus, casacos, etc. As praças eram os locais de encontro da elite para 
289
a amostragem de tais valores, a exemplo do Passeio Público que por um longo 
período era o local de encontros e paqueras. 
 
Planta de Fortaleza. Adolfo Herbster - 1875 
Desde o final do século XIX existem e existiram na cidade diversas 
agremiações e instituições literárias e científicas. O Instituto do Ceará que foi 
fundado em 1887 é a instituição ainda existente mais antiga. A Academia 
Cearense de Letras que foi a primeira instituição do gênero no país tendo sido 
fundada em 1894. Ainda no final do século XIX, em 1892, Fortaleza foi palco de 
um movimento cultural de expressão literária chamado "Padaria Espiritual" que 
preconizou o estilo literário utilizado na Semana de Arte Moderna de 1922. 
A intelectualidade cearense reunia-se nos famosos “cafés” quiosques da 
Praça do Ferreira para debater política, economia e cultura. Num desses cafés, 
o Java, em 1892 se formaria a mais irônica e crítica agremiação literária de 
letrados do Ceará, a Padaria Espiritual. O movimento tinha como expoente de 
suas ideias o jornal O Pão, onde homens como Adolfo Caminha, Antônio Sales, 
Rodolfo Teófilo e outros criticavam os valores da época. É coerente afirmar que 
de certo modo o movimento antecipou a preocupação nacionalista da Semana 
de Arte Moderna de 1922. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Considerando a economia do Ceará, na segunda metade do século XIX, 
podemos afirmar corretamente: 
a) apesar de o Ceará contar com uma diversidade de produtos do setor primário, 
estes não figuravam na pauta das exportações. 
b) a principal fonte de receita da Província era a exportação de artesanato, 
principalmente objetos de couro e madeira. 
c) o consumo interno de algodão no Ceará, sobretudo a produção de tecidos 
grossos para escravos, impossibilitava, qualquer excedente para exportação. 
d) o charque, produzido inicialmente em Pelotas (RS), logo após sua técnica de 
produção chegar ao Ceará, passou a figurar na pauta das exportações. 
290
e) dentre os produtos de exportação da Província do Ceará figurava o café, que 
tinha como principal região produtora a Serra de Baturité. 
 
 
2. Com o declínio das charqueadas, no final do século XVIII, ocorre uma queda 
do comércio na região do Aracati. Contudo, o equilíbrio comercial da referida 
cidade foi restabelecido pela (o): 
a) Cotonicultura. 
b) Canavial. 
c) Carcinicultura. 
d) Extração de ouro 
 
 
3. Considerando a economia cearense do século XIX, no que diz respeito à 
produção industrial, atente para o seguinte excerto e assinale a opção que o 
completa corretamente: 
“Durante o século XIX, com o avanço da indústria têxtil na Europa, aumentou 
consideravelmente a demanda pelo produto. A partir de meados do século XIX, 
a queda na produção de outros fornecedores e a Guerra da Secessão (1861-64) 
nos Estados Unidos, poderoso concorrente, contribuíram para expandir 
significativamente a indústria” 
a) algodoeira, que dinamizou o comércio da capital, Fortaleza, tornando-a 
hegemônica na província. 
b) de couro, baseada na produção de gado vacum, cuja exportação garantiu a 
Aracati a hegemonia econômica da província. 
c) siderúrgica, sobretudo após a inauguração do Porto do Mucuripe, que deu 
vazão à grande exploração do minério de ferro proveniente do Cariri. 
d) açucareira, que foi fundamental para o desenvolvimento de Fortaleza e das 
demais cidades de sua região metropolitana. 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 - E 
2 - A 
3 - A 
291
OS INDÍGENAS NO CEARÁ 
 
 
Todo dia é dia de índio: Quais são os povos indígenas do Ceará? 
 
Estado é o 8º do Brasil que reúne mais grupos de índios. Ao longo dos séculos, 
povos cearenses guardam com orgulho o que sobreviveu de suas manifestações 
culturais e tradições milenares. Série especial reflete – valoriza – o papel do índio 
na nossa sociedade 
Muito além do 19 de abril, instituído o Dia do Índio no Brasil em 1943, estão 
em todos os dias na vida dos índios a afirmação da sua identidade, a defesa das 
suas tradições e cultura, assim como a luta pelo direito à terra e por ocupação 
de espaços na sociedade. No Estado do Ceará são 14 os povos indígenas, 
espalhados por 18 municípios, que fortalecem esse legado de resistência. 
Através deles o que ainda há de mais ancestral em solo cearense mostra-se vivo 
e pulsando ativamente. 
Anacé, Gavião, Jenipapo-Kanindé, Kalabaça, Kanindé, Kariri, Pitaguary, 
Potiguara, Tapeba, Tabajara, Tapuia-Kariri, Tremembé, Tubiba-Tapuia e 
Tupinambá. São as comunidades que diariamente, seja ao pé da serra, na 
Região Metropolitana de Fortaleza, litoral ou sertão, celebram a memória dos 
seus antepassados, educam suas crianças por meio de escolas indígenas, se 
organizam enquanto etnias sobreviventes. 
292
 
 
Cada povo rememora as características de seus antepassados. Por meio da 
pesca, caça, artesanato, confecção e utilização dos penachos e cocares, das 
danças, das crenças, e de tantos outros tesouros guardados pela tradição. E 
também, incansavelmente, as comunidades se erguem em conjunto na 
reivindicação pela regularização das demarcações de terra. 
Segundo a coordenadora-geral da Federação dos Povos e Organizações 
Indígenas do Ceará (Fepoince) e integrante da Coordenação de Igualdade 
Racial do Governo do Ceará, Ceiça Pitaguary, além dos atuais 14 povos 
indígenas registrados, existem alguns outros grupos que estão se levantando, 
se organizando. “Temos assembleias todos os anos, onde é demandado quem 
aparece e pede reconhecimento. Um dos povos que surgiu no ano passado é o 
povo chamado Jaguaribara, apelidado de Karão, por conta do cacique deles. 
Eles estão ali perto dos Kanindé, em Baturité”, conta Ceiça. 
 
293
Populações desaparecidas 
Mais de 26 mil índios encontram-se hoje aldeados por cidades cearenses, o 
que corresponde a 17% do total da população indígena no Nordeste. Um número 
que é imensamente inferior se comparado à população maior que já se fez 
presente muito antes de existir Brasil enquanto país. 
“Foram muitas as populações indígenas extintas no Ceará. Você tem pelo 
menos uns20 povos que eram da área da pecuária que desapareceram durante 
o período colonial. Desapareceram povos como os Jucás, os Icós. No Vale do 
Jaguaribe, praticamente todos os povos foram extintos. E onde ressurgiram as 
etnias foram nas regiões serranas, na região litorânea, no Sertão. No Interior 
temos o ressurgimento de alguns povos na Região da Ibiapaba. Os que 
sobreviveram foram se reorganizando”, explica o historiador e autor de livros 
sobre a história no Ceará, Francisco Pinheiro, vice-governador do Estado entre 
2007 e 2010, e ex-secretário da Cultura. 
Conforme apontam estudos arqueológicos, a presença humana nos estados 
brasileiros, têm mais de 10 mil anos. Bem antes da vinda dos portugueses, a 
formação étnica e social se desenvolvia no Brasil. O historiador observa que se 
tem conhecimento de 23 etnias dentro dos povos indígenas que resistem no 
Ceará em dias atuais. E muito dos 14 povos indígenas de que se tem registro é, 
de acordo com Pinheiro, o resultado de migrações e junções de outras 
populações para garantir subsistência no período de colonização no Estado. 
“Muitos povos ganharam nomes das localidades. Por exemplo, Pitaguary era 
o nome da serra. Esses povos eram Potiguar, que pedem uma carta no começo 
do século XVIII, quando estavam na região da Parangaba, e justificam que 
necessitam de áreas para lavoura. Esses povos acabaram ganhando o nome da 
localidade. Os Tapeba são outro exemplo. Eles na origem são os Caucaia, mas 
terminaram adotando o nome da localidade em que se estabeleceram, que é a 
Tapeba”, relata. 
A repressão e a ameaça constante do avanço do etnocídio e genocídio fez 
com que os idiomas indígenas se perdessem. Quem vai às aldeias no Ceará, 
encontra o português fluido com sotaque cearense de índios que lamentam a 
perda do idioma de seus antepassados. “A partir de 1759, quando foi implantado 
no Ceará o diretório pombalino, o Marquês de Pombal dizia que para dominar os 
povos era preciso dominar suas línguas. Primeira coisa que ele fez foi proibir a 
língua nativa nas escolas. Por isso, os índios foram obrigados a aprender o 
português e acabaram por perder seus idiomas de raiz”, recorda Pinheiro. 
 
 
Índios e suas terras 
A Constituição Federal de 1988 garante, no artigo 231, que “são reconhecidos 
aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os 
direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à 
União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.” Com isso, há 
294
mais de 30 anos se desenrolam lutas de povos indígenas no Ceará pela 
resolução de seus processos demarcatórios de território pendentes perante ao 
governo federal. Um direito reivindicado que significa a necessidade de ter 
segurança contra as ameaças de perder-se ainda mais espaço de ocupação por 
índios em território cearense. 
“Há apenas uma terra indígena totalmente regularizada no Estado, que é a 
terra indígena Córrego João Pereira, no município de Itarema (dos índios 
Tremembé). Os outros processos ainda encontram-se em curso. Apenas a 
reserva dos Anacé que foi diferente, pois o Governo do Ceará comprou a terra e 
criou a reserva (primeira reserva indígena do Estado)”, explica Ceiça Pitaguary. 
Atualmente existem três tipos de terras indígenas: as ocupações tradicionais, 
e são estas as tratadas pela Constituição Federal; as reservas indígenas, as 
terras doadas, adquiridas ou desapropriadas pela União para posse permanente 
por povos indígenas (não se submetem aos procedimentos comuns de 
demarcação); terras interditadas, que são as áreas protegidas pela Fundação 
Nacional do Índio (Funai) para preservar grupos indígenas isolados, restringindo 
o trânsito de não índios às terras. 
Para as comunidades indígenas, a terra não se resume ao espaço ocupado. 
Trata-se do local necessário para a sobrevivência de sua cultura. O encontro 
com seu território ancestral. Assim, o acompanhamento do procedimento de 
demarcação de terras é feito criteriosamente e com muita atenção por parte dos 
grupos indígenas, para que não se concretize o cerceamento dos seus direitos 
à posse de territórios de origem. 
A demarcação de terras deve cumprir legalmente quatro fases: identificação 
e delimitação, demarcação física, homologação e o registro das terras indígenas 
(a oficialização da posse tão aguardada pelas comunidades indígenas). O solo 
indígena tem livre utilização dos índios somente a partir do momento em que é 
homologado. Até hoje, são 449 áreas regularizadas no Brasil, do total de 679 
contabilizadas pela Funai. 
 
 
Mobilização 
Mesmo com conquistas somadas em anos de militância, os índios não estão 
livres do preconceito e das sempre iminentes ameaças de conflito por parte de 
posseiros que reivindicam lotes em ocupações de grupos indígenas. Para seguir 
firme e assegurar novos passos rumo a uma sociedade justa com as populações 
de índios, associações e federações se formam para organizar o coro dos 
manifestos indígenas no país. 
No Ceará, a mobilização se alicerça por meio de Federação dos Povos e 
Organizações Indígenas do Ceará (Fepoince), Organização dos Professores 
Indígenas do Ceará (Oprince), Articulação das Mulheres Indígenas do Ceará 
(Amice) e Comissão de Juventude Indígena do Ceará (Cojicea). 
295
“O movimento possui organizações indígenas estaduais e elas atuam em 
conjunto com a organização regional, a Articulação dos Povos e Organizações 
Indígenas do NE, MG e ES (Apoinme), para coordenar as ações”, explica Ceiça 
Pitaguary. 
 
 
POVOS INDÍGENAS NO CEARÁ 
De acordo com a FUNAI os principais povos indígenas existentes no estado do 
Ceará são os listados no quadro 1 e são brevemente descritos a seguir. Todos 
esses povos perderam a língua nativa e falam o português. Além desses, o 
Conselho Indígena Missionário-CIMO identifica o povo Anacé, que habita os 
municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, sem terra definida. O mapa 
adiante, indica as terras indígenas e o respectivo município. 
 
 
Povos Indígenas no Ceará e Municípios onde habitam 
• Povos Indígenas - Município 
• Kalabaça - Poranga 
• Canindé - Aquiráz 
• Potiguara - Crateús 
• Tremembé - Trairí e Itarema 
• Pitaguary - Maracanaú e Pacatuba 
• Tabajara - Viçosa do Ceará Tapeba – Caucaia 
Fonte: Fundação nacional do Índio (FUNAI) 
 
Povo Kalabaça 
De acordo com o Conselho Indígena Missionário-CIMO existem 150 índios 
pertencentes a esse povo no estado que habita o município de Poranga. Povo 
Canindé Ou Kanindé, são cerca de 150 segundo dados da FUNAI. O Conselho 
Nacional Indígena—CIMO registra cerca de 1.040 índios pertencente a esse 
povo que também habita os municípios de Aratuba e Canindé além de Aquiráz. 
 
 
Povo Potiguara 
Povo que falava a língua tupi-guarani e que hoje, como os demais povos 
indígenas, fala apenas o português. Estão localizados no município de Crateús. 
Povo Tremembé No período colonial esse povo foi citado em documentos, em 
relatos de missionários, viajantes e cronistas como Trammambés ou 
Tarammambés. 
Os dados populacionais não são totalmente precisos, oscilando de acordo 
com a fonte, mas remetem a um montante de 4 a 5 mil pessoas. De acordo com 
296
dados de 2006 da FUNAI existem 5.183 índios Tremembé representando o 
grupo indígena mais populoso do estado. Os Tremembé vivem no estado do 
Ceará, nos municípios de Itarema, Acaraú e Itapipoca. Em Itarema, vivem tanto 
perto da costa, sobretudo no distrito de Almofala, como no interior, em área já 
regularizada pela FUNAI, conhecida por Córrego do João Pereira, que 
compreende o Capim-açu, São José e Telhas. 
Nos séculos XVI e XVII, os Tremembé ocupavam a extensa região litorânea 
que segue do atual Pará ao Ceará. Com a colonização portuguesa, aldeamentos 
missionários foram criados, destacando-se o de Tutóia (Maranhão), controlado 
pelos jesuítas, e o do Aracati-mirím (Ceará), que era controlado por padres 
seculares. A criação da Missão do Aracati-mirím ocorreu muito provavelmente 
no primeiro quartel do séculoXVIII. 
De fato, algumas sesmarias foram concedidas a padres seculares na região 
próxima à Missão entre 1724 e 1744, inclusive algumas se referem às terras da 
Missam do tapuya Tramanbe. Depois chamada de Missão de Nossa Senhora da 
Conceição dos Tramambés, ela consolidou- se como uma irmandade, composta 
e administrada por religiosos e leigos, que floresceu com extenso patrimônio de 
terras e cabeças de gado. 
Em 1766, a Missão tornou-se uma freguesia de índios e foi rebatizada de 
Almofala, um topônimo de origem árabe-portuguesa. No fim do século XVIII, 
porém, a irmandade foi declinando pouco a pouco, perdendo grande parte de 
seu patrimônio. A povoação de Almofala continuou a ser habitada, porém, por 
população indígena. No fim do século XIX, a antiga povoação foi sendo coberta 
pouco a pouco por dunas de areia. 
A partir de 1940, as dunas foram sendo paulatinamente desviadas pela força 
dos ventos, o que contribuiu outra vez para o crescimento da povoação. 9 De 
meados do século XIX ao longo do século XX, os Tremembé foram tratados 
como ‘caboclos”, “remanescentes” ou “descendentes” de índios. Contudo como 
os Tremembé mantém uma dança específica, o torém, eles passaram a ter sua 
identidade cada vez mais destacada. Em meados da década de 1990, os 
Tremembé passaram a receber atenção, especialmente nas áreas de educação 
e saúde. Atualmente, a FUNAI, o governo estadual e os municípios estão 
encarregados de suprir os Tremembé com serviços diversos, contando ainda 
com a intervenção direta de ONGs e entidades civis. 
 
 
Povo Pitaguari 
Pitaguari é a autodenominação do grupo que habita a serra de mesmo nome. 
O termo é uma variante de potiguara, etnia à qual estão historicamente 
relacionados. O nome Pitaguari designa lugares nas serras altas, visíveis do mar, 
que são marcações do território dos antepassados. Dali provêm as plantas 
medicinais, a matéria-prima dos trançados, adornos e trajes de festa, as histórias 
sobre os seres sagrados e a memória dos tempos de escravidão e liberdade do 
"povo das matas". 
297
O grupo habita a serra Pitaguari, no município de Maracanaú, no estado do 
Ceará. Os Pitaguari foram visitados pela FUNAI em 1997 e em 2000 a Terra 
Indígena Pitaguari foi aprovada pelo órgão com uma área de 1.735,60 hectares. 
Referida Terra Indígena engloba as localidades de Santo Antônio (incluindo a 
Aldeia Nova, Retiro e Ipioca), Pau Branco, Olho d'Água, Horto, Munguba e 
Jubaia, entre outras. Santo Antônio é a mais populosa. 
Há famílias dispersas no alto da serra e outras que vivem em meio a 
população urbana não indígena. Sua população é de cerca de 450 pessoas 
vivendo dentro da Terra Indígena e 300 nos arredores. 10 Fazem parte dos 
povos da família lingüística Tupi-Guarani, que, nos séculos XVI e XVII, fixaram- 
se nas costas do Ceará em sucessivas migrações procedentes de Pernambuco, 
Paraíba e Rio Grande do Norte. 
Hoje os Pitaguari falam somente o português. Povo Tabajara De acordo com 
o Conselho Indígena Missionário são 445 os índios Tabajaras que habitam os 
Municípios de Viçosa do Ceará e também Crateús. 
 
 
Povo Tapeba 
De acordo com os registros da Fundação Nacional do Índio-FUNAI, até a 
década de oitenta, apenas os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, 
bem como o Distrito Federal eram 
considerados sem a existência de índios. No Ceará, entretanto, a presença 
indígena passou a ser reconhecida quando a então Equipe de Assessoria às 
Comunidades Rurais, hoje Equipe de Apoio à Questão Indígena da Arquidiocese 
de Fortaleza passou a atuar no município de Caucaia, junto à coletividade dos 
Tapeba. A comunidade Tabeba que se concentra no município de Caucaia é 
composta por cerca de 4.658 índios. 
 
 
A RELAÇÃO DO CEARÁ COM PERNAMBUCO E A 
EMANCIPAÇÃO 
 
CAPITÃES E GOVERNADORES DE CAPITANIA 
O cargo de capitão e governador foi instituído para a administração das 
capitanias hereditárias a partir do processo de divisão e distribuição de extensas 
faixas de terra da colônia portuguesa na América. A doação mais antiga que se 
conhece é a da capitania de Pernambuco, oferecida a Duarte Coelho em 10 de 
março de 1534, considerada, portanto, como data de criação do cargo. 
Logo depois da descoberta das terras no continente americano em 1500, os 
portugueses iniciaram o envio de uma série de expedições para o 
reconhecimento e a patrulha do litoral, com o objetivo principal de evitar as 
298
investidas de estrangeiros, sobretudo franceses. Em 1501, a Coroa promoveu o 
arrendamento do território a um consórcio de comerciantes de Lisboa para 
desenvolver o comércio dos produtos encontrados, principalmente o pau-brasil, 
e começou a estabelecer feitorias para guardar os gêneros de resgate e facilitar 
seus carregamentos para Portugal. 
A continuidade dos ataques estrangeiros e o fracasso das feitorias fizeram 
com que os portugueses iniciassem a colonização efetiva da terra, seguindo o 
exemplo já empreendido nas ilhas do Atlântico e realizado quase sem ônus para 
a Coroa. Assim, foi enviada a expedição liderada por Martim Afonso, que partiu 
de Lisboa em março de 1530 a fim de fiscalizar a costa, estabelecer uma colônia 
por meio de concessões de terras e explorar a foz dos rios Amazonas e Prata 
para determinar sua proximidade em relação à linha de Tordesilhas (Johnson, 
1998, p. 253). 
A carta do rei d. João III, de 20 de novembro de 1530, conferiu grandes 
poderes ao capitão-mor Martim Afonso de Sousa, e a quem ficasse em seu lugar, 
dotando de diversas prerrogativas, que incluíam jurisdição criminal e cível. 
Também determinava, como suas atribuições, a demarcação de todas as terras 
conquistadas, das quais devia tomar posse em nome do rei, e a incumbência de 
ocupar o cargo de capitão-mor e governador nas novas terras. 
A expedição de Martim Afonso mostrou-se insuficiente para pôr fim às 
ameaças das outras nações contra os interesses portugueses. Essa situação 
motivou o rei d. João III a repartir e distribuir o território a algumas pessoas, entre 
os anos de 1534 e 1536. Foram criadas assim as chamadas capitanias, doadas 
a diferentes donatários. Embora não exista consenso na historiografia, acredita- 
se que as primeiras capitanias tenham sido as de Pernambuco, São Tomé, 
Bahia, Porto Seguro, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente, Itamaracá, 
Santo Amaro, Santana, Pará, Ilhéus, Piauí, Ceará e Rio Grande (Instituto dos 
Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, 1999; Wehling, 1994, p. 68-69). 
Os donatários eram, em sua quase totalidade, fidalgos da Casa Real. Alguns 
deles tinham se distinguido no desempenho de funções militares e navegações, 
como Duarte Coelho, Francisco Pereira Coutinho, Vasco Fernandes Coutinho, 
Antônio Cardoso de Barros, Martim Afonso de Sousa e Pero Lopes de Sousa, 
enquanto outros eram ligados à Coroa por terem ocupado importantes cargos na 
burocracia estatal, como João de Barros e Jorge de Figueiredo Correia. A 
doação das capitanias se constituiu, dessa maneira, como uma forma de o 
monarca recompensar aqueles que o tinham bem servido (Abreu, 2000, p. 66; 
Carvalho, 1992, p. 116-121; Silva, 2005, p. 43). 
A instituição das capitanias se manteve nas duas outras repartições que 
vigoraram, durante o período colonial, separadamente do Estado do Brasil, a 
“Repartição do Sul”, que abrangia as capitanias de São Vicente, Espírito Santo 
e Rio de Janeiro, e durou de 1608 a 1612, e o Estado do Maranhão, que existiu 
entre 1621 e 1774. 
299
A carta de doação da capitania era o documento pelo qual o rei fazia a 
concessão da terra aos capitães, que gozariam do título de governadores de sua 
donataria, enquanto o foral fixava os direitos, foros e tributos que cabiam ao rei 
e a parte relativa ao capitão (Tapajós, 1966, p. 47). A carta de doação da 
capitania de Pernambuco a Duarte Coelho continha não somente suas 
atribuições relativas à administração da terra, mas incluía seus direitos e 
privilégios. Seu conteúdo se assemelhava ao das doações praticadas desde 
longa data pela Coroa portuguesa, mas eramarcado por maior flexibilidade em 
razão da distância de Portugal e da extensão do território (Saldanha, 1991, p. 
73). 
A justificativa para a repartição das terras presente no documento radicava- 
se na necessidade de povoar e propagar a fé católica. O fato de ser uma doação 
de juro e herdade significava que seus sucessores herdariam os territórios, cuja 
concessão deveria ser confirmada por meio de uma nova doação (Hespanha, 
1994, p. 411). Dentre as atribuições do capitão e governador estava a de 
escolher uma pessoa para servir como ouvidor, com quem praticaria suas 
funções judiciais. Possuía jurisdição no cível e no crime, e podia conhecer, junto 
com o ouvidor, as ações novas a dez léguas de onde estivesse e as apelações 
e agravos de todos os juízes e oficiais – área maior do que aquela geralmente 
fixada nas doações em Portugal, cujo limite era de cinco léguas. 
 
 
A CAPITANIA DO CEARÁ 
A capitania do Ceará tornou-se subalterna à capitania de Pernambuco, a 
partir da expulsão dos holandeses na segunda metade do século XVII e 
permanecendo nessa condição até o final do século XVIII (1799). Nesta data 
tornou-se autônoma, podendo, dentre outras coisas, comercializar diretamente 
com a metrópole. 
Entre 1654 até 1700, quando se estabeleceu a primeira vila no Ceará, todo o 
poder, no âmbito local, estava concentrado nas mãos do capitão-mor 
governador. Em 1699, Portugal autorizou a instalação da primeira vila do Ceará, 
chamada de São José de Ribamar. A instalação no litoral liga-se a ideia do 
Ceará como um ponto de apoio logístico à conquista do norte. 
Com o estabelecimento da vila, haveria uma divisão de atribuições. O 
governador ficava responsável por cuidar da organização militar, zelar pela 
liberdade e impulsionar o desenvolvimento de suas aldeias indígenas, além de 
inspecionar as Câmaras Municipais e as justiças territoriais. No entanto, a 
possibilidade de distribuição de terras (cartas de sesmarias) pelo capitão-mor 
(governador), dentre todas as suas atribuições, sem sombra de dúvida, era a 
mais importante. Já as Câmaras ficariam responsáveis pelas obras de utilidade 
local, como caminhos, fontes, pontes, calçadas e o abastecimento dos víveres. 
Elas também promoviam a agricultura e taxavam o preço dos trabalhos 
mecânicos e de certos gêneros. Além das atribuições referidas acima, as 
300
Câmaras, também desempenhavam um importante papel político, através das 
representações feitas às autoridades, seja no âmbito colonial ou para ultramar. 
 
 
O problema é que em 1699 não houve especificação quanto ao local onde 
seria erguido o pelourinho (símbolo da elevação de uma localidade à condição 
de vila). Isso deu início a uma disputa pela sede da vila como forma de aumentar 
o prestígio social e político na colônia. Assim, entre anos o Pelourinho ficou 
deslocado entre o Forte de Nossa Senhora de Assunção, no qual viviam os 
militares e os religiosos, a Barra do Ceará, habitada por índios, mestiços e 
brancos pobres, e o Aquiraz, local onde moravam os homens bons. 
Em 1713, por fim, o pelourinho foi definitivamente instalado em Aquiraz – daí 
muitos historiadores afirmarem que Aquiraz foi a primeira vila do Ceará. Mas no 
mesmo ano, Aquiraz foi atacada por índios no episódio, chamado de Guerra dos 
Bárbaros, quando morreram e saíram feridos muitos dos habitantes da 
localidade. A vila esvaziou-se, pois quase todos os que não morreram, fugiram 
em direção ao forte de N. S. de Assunção. Com isso, teve início o predomínio da 
“Aldeia do Siará” sobre a rival Aquiraz. 
Em consequência, Fortaleza após inúmeros conflitos políticos, foi elevada a 
vila (13 de abril de 1726) pelo capitão-mor Manuel Francês. É importante 
ressaltar que sua importância econômica aquela época era muito pequena, já a 
atividade principal era a pecuária e está se concentrava quase que em sua 
totalidade no interior (sertão). 
 
Figura 1 - PRIMEIRA PLANTA DE FORTALEZA 
O objetivo de se criar uma vila era amenizar as arbitrariedades dos capitães- 
mores e viabilizar a cobrança dos impostos na região. Os principais tributos a 
serem cobrados eram o dízimo, subsídios militares, e os subsídios literários, as 
301
fintas e as derramas. Sua arrecadação foi realizada pela Provedoria do Rio 
Grande do Norte até 1723, quando da criação da Provedoria Cearense – cujas 
funções eram exercidas acumuladas pelo ouvidor (autoridade responsável pela 
justiça). Isso durou até 1799, quando D.Maria I que governava Portugal resolveu 
assinar a Carta Régia considerando o Ceará independente de Pernambuco, ano 
em que se criou a Junta da Fazenda do Ceará. 
Assim o Capitão-mor, a Câmara Municipal e Ouvidoria formavam a trilogia 
administrativa do Ceará-Colônia. 
Em 1799, o Ceará foi separado de Pernambuco, passando a comercializar 
diretamente com Portugal. Para tal, contribuiu o desejo de crescimento 
econômico da capitania e o consequente aumento da arrecadação tributária, o 
interesse em centralizar o poder e as pretensões dos produtos e exportadores 
de algodão. Todavia, o Ceará continuou bastante influenciado por Pernambuco 
a nível econômico. 
Com a separação de Pernambuco, o Ceará passou a ser administrado por 
governadores nomeados por Lisboa. Até 1821, foram cinco governadores. 
O primeiro foi Bernardo Manuel de Vasconcelos que teve como grande marco 
de seu governo a criação da Junta da Fazenda do Ceará, a construção das 
sedes da alfândega de Fortaleza e do Aracati e de várias casas de inspeção de 
algodão (Fortaleza, Aracati e Acaraú) e diversas estradas. Ainda no campo 
administrativo, Vasconcelos reformulou o quartel da tropa de linha e levantou um 
conjunto de baterias no Mucuripe para melhor proteção do litoral. Também 
reedificou as vilas indígenas de Arronches (Parangaba), Soure (Caucaia) e 
Messejana, bem como instalou as vilas de Russas e Tauá em 1801. 
O segundo governador foi João Carlos Augusto de Oeynhausen e 
Grwenbourg, de ascendência germânica, jovem afilhado da rainha D. Maria I, a 
rainha "Louca". Este administrou a capitania entre 1803 e 1807, quando, além 
de presenciar as pesadas chuvas do inverno de 1805 (que provocou inundações, 
desabamentos, mortes...) fez introduzir, em pequena escala, o uso da vacina 
contra a "bexiga" (varíola), doença que assolava a colônia (chegou mesmo a 
forçar os habitantes a se vacinarem). Contudo, talvez o fato principal desse 
período tenha sido a prisão que fez pessoalmente de um poderoso latifundiário 
chamado Manuel Martins Chaves (parente da família Feitosa), na vila Nova Del 
Rei (Guaraciaba do Norte). 
O seu sucessor foi Luís Barba Alado de Menezes, que se ocupou da 
administração do Ceará entre 1808 e 1812. Nesses quatro anos, com a “abertura 
dos portos as nações amigas”, verificou-se o comércio direto entre o Ceará e a 
Inglaterra, sobretudo o comércio de algodão, principal matéria prima para a 
indústria inglesa. 
O quarto governador do Ceará foi Manuel Inácio de Sampaio que governou o 
Ceará de 1821 a 1820, homem que ficou conhecido por sua competência 
administrativa e por suas realizações – a reconstrução de Fortaleza, o plano 
302
urbanístico da capital, o sistema de correios, etc – e pelo seu autoritarismo, pois 
reprimiu os cearenses que participaram da Revolução Pernambucana de 1817 
com muita violência. 
Foi a partir de 1808, com o porto de Fortaleza contribuiu para o 
desenvolvimento da economia cearense com a exportação de algodão para a 
Inglaterra. Com este fato, iniciou-se o processo de elevação da vila de Fortaleza 
à condição de capital da Província do Ceará. Assim feito, em 17 de março de 
1823, a então vila de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção foi elevada, por 
decreto Imperial, à condição de cidade e capital da província. 
Com o desenvolvimento econômico, Fortaleza crescia rapidamente e, para 
ordenar esse crescimento, foi, então, contratado o engenheiro Silva Paulet no 
ano de 1818, para desenvolver um projeto ou “planta” da cidade, de maneira a 
organizar o espaço urbano de Fortaleza. Como a cidade nãoparava de crescer, 
contratou-se na década de 1870, outro engenheiro, o senhor Adolfo Herbster, 
para dar uma nova estruturação e organização da cidade que crescia ano a ano. 
O quinto e último governador cearense do período colonial foi Francisco 
Alberto Rubim, que governou de julho de 1820 a novembro de 1821. Seu 
governo foi muito curto, pois, em novembro de 1821, acabou sendo deposto em 
um levante militar; seu rápido período no poder caracterizou-se por intensa 
agitação política, reflexo do que acontecia no resto do Brasil e em Portugal. 
 
 
O CEARPA NA REVOLUÇÃO ERNAMBUCANA DE 1817 
 
 
Revolução Pernambucana de 1817 
A Revolução Pernambucana levou a Capitania de Pernambuco a declarar sua 
separação da colônia e a proclamar uma república em março de 1817. 
A Revolução Pernambucana de 1817 foi um movimento que aconteceu na 
Capitania de Pernambuco durante o período colonial. Esse movimento de 
caráter separatista e republicano manifestou a insatisfação local com o controle 
de Portugal sobre a região e com as desigualdades sociais existentes. O 
acontecimento da Revolução Pernambucana estava diretamente relacionado 
com os desdobramentos da transferência da Corte portuguesa para o Brasil. 
Antecedentes 
Semelhantemente à Inconfidência Mineira e à Conjuração Baiana, a 
Revolução Pernambucana teve caráter separatista e defendia o sistema 
republicano. No entanto, essa revolta foi o único movimento dos três que 
conseguiu superar a fase conspiratória e deflagrar, de fato, a revolução, 
chegando, inclusive, a tomar o poder de Pernambuco e instalar um governo 
provisório. 
303
A Revolução Pernambucana foi resultado das insatisfações locais que já 
existiam havia um certo tempo e que foram aumentadas com a transferência da 
Corte portuguesa para o Brasil. Essa mudança ocorreu em 1807 e 1808 por 
causa da invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas. 
O descontentamento com a presença da Corte portuguesa no Brasil era 
explicado pelo aumento dos impostos, realizado para manter os luxos da família 
real portuguesa e para financiar as campanhas militares que eram travadas na 
Cisplatina. Além disso, D. João VI também havia nomeado portugueses a cargos 
públicos importantes, principalmente no exército, prejudicando as elites locais. 
Essa insatisfação pernambucana com o domínio português, no entanto, era 
antigo. No começo do século XIX, em 1801, uma conspiração foi denunciada e 
desmontada pelas autoridades portuguesas. Conhecida como Conspiração dos 
Suassunas, ela já evidenciava a existência de um alto grau de descontentamento 
com a Corte naquela capitania. 
A Revolução Pernambucana foi um movimento que se inspirou nos ideais 
liberais difundidos à época pelo Iluminismo. A presença dos ideais iluministas na 
região deveu-se à existência de uma loja maçônica conhecida como Areópago 
de Itambé. Além disso, esses ideais liberais eram largamente propagados na 
comunidade eclesiástica local a partir do Seminário de Olinda. 
 
 
A Revolução Pernambucana 
A Revolução Pernambucana iniciou-se no dia 6 de março de 1817, com a 
morte do brigadeiro português Manoel Joaquim Barbosa de Castro. O brigadeiro 
português foi morto quando estava cumprindo as ordens do governador local de 
prender o capitão José de Barros Lima, denunciado por participar de uma 
conspiração. Barros Lima reagiu à voz de prisão, o que resultou na morte de 
Castro. 
Após esse evento, a revolta espalhou-se por Recife e levou à tomada da 
cidade pelos revolucionários. O governador da capitania de Pernambuco 
abrigou-se em um forte local, o Forte do Brum, e logo embarcou para a cidade 
do Rio de Janeiro. Após conquista de Pernambuco, os revolucionários instalaram 
um Governo Provisório. 
Esse Governo Provisório aprovou uma série de medidas que foram colocadas 
em vigor: foi proclamada a República na Capitania de Pernambuco, decretada 
a liberdade de imprensa e credo, instituído o princípio dos três poderes e 
aumentado o soldo dos soldados. Todas essas mudanças iam em direção dos 
ideais liberais, apesar disso, os revolucionários optaram por manter a 
instituição da escravidão. 
Esse fato explicava-se pela quantidade de grandes fazendeiros que haviam 
aderido ao movimento. A abolição do trabalho escravo não era do interesse 
dessa classe e, além disso, a defesa dos “direitos iguais” por grande parte dos 
304
revolucionários partia muito de um ponto de vista elitista, que tendia a ignorar os 
interesses da massa popular e dos menos favorecidos. 
Os grandes nomes da Revolução Pernambucana foram Domingos 
José Martins, José Barros Lima, Padre João Ribeiro e Cruz Cabugá, entre 
outros. Cruz Cabugá, inclusive, foi enviado em missão diplomática aos Estados 
Unidos durante a revolução. Com 800 mil dólares em mãos, Cabugá tinha a 
tarefa de comprar armas e contratar mercenários, além de obter o apoio do 
governo americano ao movimento pernambucano. 
A duração da Revolução Pernambucana foi razoavelmente curta. A reação 
portuguesa foi intensa, e uma frota foi enviada do Rio de Janeiro com o objetivo 
de bloquear a cidade de Recife. Também foram enviados soldados por terra da 
Bahia com a missão de invadir essa cidade. A derrota dos revolucionários 
aconteceu oficialmente no dia 20 de maio de 1817. 
A repressão ordenada por D. João VI foi violenta, com os principais nomes da 
Revolução Pernambucana sendo severamente punidos. Domingos José 
Martins, por exemplo, foi arcabuzado (fuzilado). Outros envolvidos, além de 
arcabuzados, foram martirizados e muitos ainda ficaram presos por anos. 
 
 
O Ceará na Revolução Pernambucana 
História: O Ceará teve participação discreta (e restrita ao Cariri) na Revolução 
Pernambucana, mas fato serviu para o crescimento da influência política da 
família Alencar 
Um dos principais momentos de instabilidade da Coroa Portuguesa nos 
tempos de Brasil Colônia completa dois séculos. Nesta segunda-feira, 6, a 
Revolução Pernambucana de 1817 chega a 200 anos. A revolta de caráter liberal 
e republicano tem peso histórico por ter sido a única em que, de fato, a família 
real portuguesa chegou a ter seu poder tomado. Mesmo que por um curto 
período de tempo e áreas restritas. 
Embora o centro das ações tenha sido, como o nome da revolta sugere, em 
Pernambuco, o Ceará teve participação no processo. Mais especificamente o 
Cariri. Lá e naquela época, a família Alencar começava a expandir a influência 
política e econômica para além do nível local. Bárbara de Alencar, a matriarca 
do clã, e os filhos José Martiniano (pai do romancista José de Alencar) e Tristão 
Gonçalves foram os principais artífices locais da insurreição no Ceará. 
Das quatro províncias em que houve revolta, o Ceará foi onde ela ocorreu de 
maneira mais discreta. Do dia que José Martiniano liderou a tomada da Câmara 
da Vila do Crato até o fim da “república” no Ceará foram apenas oito dias. Além 
do Crato, apenas a vila de Jardim — outro reduto de influência dos Alencar — 
foi tomada. 
Os antecedentes que fizeram eclodir no Ceará a revolta são os mesmos das 
305
demais províncias em que ela ocorreu (Rio Grande do Norte e Paraíba, além de 
Pernambuco). A região Nordeste passava como um todo por uma crise 
econômica provocada pela seca dos anos 1816-17, o que impactou diretamente 
nas exportações de algodão e açúcar. Além disso, começou a ser despertado 
um sentimento de lusofobia pelo fato de portugueses ocuparem os principais 
cargos administrativos da região e da alta quantia de remessas enviadas ao Rio 
de Janeiro com a chegada da corte de dom João VI ao Brasil. 
O fim da revolta no Ceará se deu pela própria falta de força do movimento. A 
família Alencar tinha poder restrito ao Cariri e não conseguiu arregimentar 
lideranças nessa e em outras regiões. Embora tenham contado inicialmente com 
o apoio de José Pereira Filgueiras, capitão-mor e amigo da família, esse mesmo 
se viu pressionado pelo governador Inácio Sampaio a reprimir rapidamente a 
insurreição. 
Além disso, naquele mês de maio, as tropas de domJoão VI já fechavam o 
cerco a Pernambuco, impondo-lhe derrotas em batalhas significativas, o que 
enfraquecia o movimento. Enquanto isso, o Rio Grande do Norte havia sido 
retomado pelas tropas reais em abril. Mesmo situação que ocorreria na Paraíba 
no dia 7 de maio. 
Apesar do caráter discreto da Revolução Pernambucana em solo cearense, 
ela acabou tendo relevância à medida que a família Alencar passaria, a partir 
dali, a ter maior influência, mesmo com Bárbara, José Martiniano e Tristão tendo 
ficado presos e sendo, em seguida, anistiados. Era o primeiro momento de 
revolta deles contra a Coroa. Sete anos depois, estavam todos eles — inclusive 
Pereira Filgueiras — lutando contra o poder de dom Pedro I na Confederação do 
Equador. 
 
 
Personagens da revolução no CE 
Bárbara de Alencar 
Matriarca da família Alencar, dona de terras e de prestígio no Cariri. Deu 
apoio inconteste aos filhos José Martiniano, Tristão Gonçalves e Carlos José dos 
Santos na instalação da Revolução no Ceará. 
 
 
Inácio Sampaio 
Governador da província do Ceará e fiel à Coroa portuguesa. Reprime com 
veemência qualquer tipo de ação de caráter republicana. 
 
 
José Pereira Filgueiras. 
Era o capitão-mor responsável por acabar qualquer tipo de distúrbio social. 
Se mantém isento nos primeiros dias, mas é pressionado pelo governador 
306
Sampaio a acabar com a revolta. Vai insurgir contra dom Pedro I sete anos 
depois na Confederação do Equador. 
 
 
José Martiniano de Alencar 
Filho de Bárbara e pai do romancista José de Alencar, tinha apenas 22 anos 
em 1817. Trouxe do Seminário de Olinda as ideias iluministas e liberais que 
permearam a revolução. 
 
 
O Ceará na Revolução Pernambucana de 1817 
A influência de Pernambuco sobre o Ceará era muito forte. Mesmo com a 
autonomia político-administrativa obtida em 1799, a capitania continuou ligada 
economicamente às terras pernambucanas. Somem-se a isso os efeitos da crise 
econômica e política (secas e decadência do algodão), que também se faziam 
presentes no Ceará. Assim, a adesão dos cearenses à Revolução 
Pernambucana de 1817 foi bastante presente. 
A “revolução” era uma revolta influênciada pelas idéias iluministas europérias, 
pela Independência dos EUA e pela Revolução Francesa, visando a 
Independência do Brasil ante a exploração portuguesa, o desejo era conquistar 
a liberdade economica e a autonomia política. Os rebeldes conseguiram o apoio 
da Paraíba e do Rio Grande do Norte, mas foram violentamente reprimidos. 
A participação cearense na “revolução” foi pequena, a crise do algodão não 
atingira intensamente ainda a capitania. A elite cearense praticamente não 
aderiu e as massas não se mobilizaram. Além disso, o governador do Ceará, 
Inácio de Sampaio, estava pronto para reprimir qualquer movimento contra os 
interesses da coroa portuguesa. 
Somente a família Alencar da região do Cariri, aderiu ao movimento. Os 
“Alencar” sobre a chefia de Dona Bárbara de Alencar aderiram ao movimento, 
obtendo, de início, a neutralidade do capitão do Crato, José Pereira Filgueiras. 
José Martiniano de Alencar (jovem seminarista enviado por Pernambuco para 
revolucionar o Ceará), no dia 03 de abril de 1817, em frente a Igreja do Crato, 
proclamou a República. Dali marchou para o prédio da Câmara Municipal, onde 
depôs algumas autoridades monárquicas, soltou os presos e içou uma bandeira 
branca. 
Os rebeldes tomaram ainda a vila de Jardim. Mas, o movimento era frágil não 
sensibilizou a população. Assim, sem apoio, o movimento foi sufocado. O 
movimento foi suprimido 8 dias depois, em 11 de abril de 1817. 
Os membros da família Alencar e outros líderes foram presos e enviados para 
Fortaleza e, depois para Salvador. 
307
O CEARÁ NA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR – 1824 
 
 
Confederação do Equador - Movimento extrapolou a simples conspiração 
A Confederação do Equador foi um movimento político ocorrido em 1824 no 
nordeste brasileiro. Começando em Pernambuco, ampliou-se rapidamente para 
outras províncias da região, como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em 
síntese, a Confederação do Equador - que ganhou esse nome em referência à 
proximidade do centro do conflito com a linha do Equador - foi um movimento 
contrário à centralização do poder imperial. Daí, portanto, seu caráter 
revolucionário e, no extremo, seu aspecto independentista com relação ao Brasil. 
O movimento tinha ligações com outros dois episódios importantes ocorridos 
na mesma região, embora destes não fosse mero reflexo: a Revolução 
Pernambucana de 1817 e o Movimento Constitucionalista de 1821. Juntos, os 
dois haviam ajudado a concretizar em práticas políticas e sociais o ideário liberal 
- que se contrapunha à centralização do poder imperial - e a luta pela 
independência, num contraponto ao domínio exercido pelo Rio de Janeiro sobre 
as demais províncias. 
 
 
Contra a centralização e o autoritarismo 
Naquele início de século 19, Pernambuco expressava bem os interesses 
político-econômicos ligados, de um lado, à manutenção da influência portuguesa 
sobre o Brasil, e, de outro, ao afastamento do segundo em relação ao primeiro. 
A elite agrária produtora de cana-de-açúcar, por exemplo, queria garantir a 
continuidade das relações com Portugal. Em contraste, a aristocracia rural, 
ligada ao cultivo do algodão e articulada ao processo da Revolução Industrial, 
era favorável às medidas liberalizantes. A transferência da Corte para o Brasil, 
em 1808, e as medidas tomadas a partir de então, favoreceram esse segundo 
grupo. 
O ponto alto dessa separação entre Brasil e Portugal foi a declaração da 
Independência, em 1822. Contudo, o processo de elaboração da primeira 
constituição brasileira mostrou não apenas a grande influência que os 
portugueses ainda tinham sobre a vida política brasileira - a começar pelo fato 
de o primeiro imperador ser português - como também revelou a tendência à 
centralização do poder, ao invés de sua partilha. O ideário liberal perdia espaço. 
O fechamento da Assembleia Nacional Constituinte e a outorga da Carta Magna 
de 1824 por D. Pedro 1° foram expressões desse processo. 
Logo após a Independência, formou-se um novo governo em Pernambuco, 
chamado de "Junta dos Matutos", que contava com a participação dos dois 
grupos da elite rural pernambucana. 
308
Após a dissolução da Assembleia Constituinte, um dos membros da Junta, 
Francisco Paes Barreto, foi nomeado pelo imperador para o cargo de 
governador. Ocorre que outro político, Manuel Carvalho Pais de Andrade, já 
havia sido eleito pela província. Estava aberto, assim, o conflito entre o Império 
e Pernambuco. 
 
 
Ampliação e derrota do movimento 
A revolta explodiu depois de sucessivos episódios ocorridos após a outorga 
da Constituição, em março de 1824. Em julho do mesmo ano, Pais de Andrade 
lançou um manifesto de caráter revolucionário. Em Pernambuco, o movimento 
teve um aspecto popular e fundamentalmente urbano. Contou também com o 
apoio da intelectualidade local. As ideias e propostas expressas pelo movimento 
logo ganharam apoio de outras províncias do Nordeste, inseridas, por sua vez, 
num quadro político-social muito semelhante ao de Pernambuco. A 
Confederação do Equador se formou quando aos pernambucanos se juntaram 
as províncias do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. 
Entre as medidas tomadas pela Confederação do Equador estava a 
convocação de uma Assembleia Constituinte, a elaboração de um projeto 
constitucional com base na Carta colombiana (então considerada uma das mais 
liberais da região), a proposta de extinção do tráfico negreiro e a organização de 
forças populares de resistência à repressão imperial. A formação de um governo 
independente expressava o descontentamento com o centralismo nos primeiros 
anos pós-Independência. As medidas tomadas pela Confederação, contudo, 
acabaram levando à divisão do próprio movimento. 
Por outro lado, a dura repressão articulada pelo poder central foi decisiva para 
que o movimento tivesse vida curta. Vários líderes daConfederação do Equador 
foram condenados ao fuzilamento - caso de Frei Caneca. Outros, como Cipriano 
Barata, continuaram presos durante algum tempo. Ainda assim, a Confederação 
do Equador foi um movimento importante na história do Brasil, pois extrapolou a 
simples conspiração, existindo concretamente (ainda que por pouco tempo), e 
se diferenciou dos outros movimentos independentistas da época pela ampla 
participação popular que registrou. 
 
 
O Ceará na Confederação do Equador (1824) 
O processo de independência brasileira repercutiu no Ceará. O governador 
Francisco Alberto Rubim foi praticamente obrigado a renunciar, assumindo 
Francisco Xavier Torres, que realizou eleições para a escolha dos 
representantes cearenses na Assembleia Constituinte Portuguesa. 
Em novembro de 1821, o poder local foi entregue a uma junta governativa 
chefiada por José Raimundo do Paço de Porbém Barbosa, ligado a Portugal e 
contra as pretensões emancipacionistas brasileiras. 
309
Com a convocação da Constituinte Brasileira (1823), essa primeira junta 
governativa demorou em escolher os representantes cearenses. Em virtude 
disso, eclodiu no Crato um movimento para depor o governo de Porbém 
Barbosa. Este enviou tropas para sufocar os carirenses. Os rebeldes, contudo, 
derrotaram-nas e elegeram outra junta governativa, favorável a independência, 
sob as ordens de Pereira Filgueiras. 
Formaram-se dois governos na província; mas Porbém Barbosa, acabou 
renunciando, passando o poder para Pereira Filgueiras em janeiro de 1823. 
Pouco tempo depois, elegeu-se uma terceira junta governativa, entregue a Padre 
Francisco Pinheiro Landim. Foi na administração deste que se elevou Fortaleza 
à condição de capital cearense, com nome de Fortaleza de Nova Bragança 
(1823). 
É com a dissolução da Assembleia Constituinte, com a excessiva 
centralização administrativa e a tradição revolucionária, que se fizeram com que 
eclodisse em Pernambuco a mais forte reação ao absolutismo de Dom Pedro I, 
a chamada Confederação do Equador. 
De início, o conflito era entre setores da classe dominante e o poder imperial, 
porém, radicalizou-se, ameaçando torna-se uma revolução social, o que 
evidentemente, não convinha às classes proprietárias. As razões do movimento 
são basicamente as mesmas que motivaram a Revolução de 1817. 
A subordinação político administrativa do Ceará à jurisdição de Pernambuco 
que durou de 1656 a 1799, provocou uma subordinação econômica, que mesmo 
depois da separação formal (1799), permaneceu intacta, especialmente na 
região do Cariri. 
A família Alencar diretamente ligada a Pernambuco, tanto economicamente 
como politicamente, foi quem desencadeou o movimento no Ceará. Os “Alencar” 
lideravam o grupo liberal local, descontente com o centralismo de Dom Pedro I, 
e em sua oposição tinham o grupo do Boticário-Carcará que representava a ala 
mais conservadora da política cearense naquela região. 
O fechamento da Assembleia Constituinte foi o estopim do movimento. A vila 
de Campo Maior foi a primeira a se manifestar, e em 09 de janeiro de 1824, 
declararam “excluído do trono o imperador e decaída a dinastia de Bragança”, e 
proclamado o governo republicano. Várias outras vilas aderiram ao movimento, 
demonstrando insatisfação com as atitudes do imperador. 
Em agosto de 1824, escolheu-se como presidente definitivo da província 
Tristão Gonçalves (filho de Barbara de Alencar), deliberando-se pela anexação 
do Ceará à Confederação, que contava agora com participação e liderança de 
Pernambuco, do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, cujo desejo era a 
separação destas áreas do Brasil e a criação de uma nova nação (país) onde se 
efetivasse a República e tudo que ela representava. 
O movimento sucumbiu ante a repressão desencadeada pelo imperador, por 
várias razões: a superioridade militar das tropas do governo; a pouca 
310
participação popular; e as principais lideranças do movimento terem sido presas 
ou mortas. 
Derrotada a Confederação do Equador, o poder foi entregue a José Félix de 
Azevedo e Sá, e depois, a Costa Barros e novamente a Félix de Azevedo. No 
período deste último, aconteceu o fuzilamento dos cearenses envolvidos no 
movimento de 1824, a exemplo do Padre Mororó, do Coronel Pessoa Anta, do 
Tenente-Coronel Carapinima, etc. 
Entre 1825 a 1831, governaram o Ceará Antonio Sales Nunes Berford, José 
Antonio Machado, Joaquim Pereira da Silva e José de Castro e Silva, período 
em que a província foi atingida por calamitosa seca e pelos recrutamentos para 
a Guerra da Cisplatina, em que o Brasil se uniu com a Argentina e o Paraguai 
pela região do “Prata”. 
 
 
PERÍODO REGENCIAL 
O Período Regencial aconteceu entre 1831 e 1840 no Brasil. Foi um período 
intermediário necessário até que o príncipe tivesse idade para ser coroado 
imperador do Brasil. 
O Período Regencial é como conhecemos o período intermediário que existiu 
entre o Primeiro e o Segundo Reinado. Estendeu-se de 1831 a 1840 e foi iniciado 
após o imperador D. Pedro I ter abdicado do trono em favor de seu filho no ano 
de 1831. Foi encerrado em 1840 com o que ficou conhecido como Golpe da 
Maioridade, que garantiu a coroação de D. Pedro II como imperador do Brasil. 
 
 
CONTEXTO HISTÓRICO 
O Período Regencial resultou diretamente da maneira como terminou o 
Primeiro Reinado (época em que o Brasil foi governado por D. Pedro I). O 
Primeiro Reinado ficou marcado pelo autoritarismo do imperador e pelos 
crescentes confrontos entre brasileiros e portugueses. As tensões e as pressões 
existentes fizeram o imperador abdicar do trono brasileiro em abril de 1831. 
Quando D. Pedro I abdicou do trono, o sucessor naturalmente era seu filho, 
Pedro de Alcântara. Todavia, o príncipe do Brasil possuía apenas cinco anos e, 
por lei, não poderia ser coroado imperador do Brasil até que completasse a 
maioridade, que só seria alcançada quando obtivesse 18 anos. 
Assim, a saída legal existente e que constava na Constituição de 1824 era a 
de fazer um período de transição em que o país seria governado por regentes. 
Esse período deveria ter acontecido até 1844, quando Pedro de Alcântara 
completaria 18 anos, mas seu fim foi antecipado para 1840 por meio de um golpe 
parlamentar. 
Quando iniciado o Período Regencial, o Brasil foi governado por uma 
regência trina de caráter provisório. Os eleitos para essa regência foram três 
311
senadores: Francisco de Lima e Silva, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro 
e José Joaquim Carneiro de Campos. As principais medidas tomadas por essa 
regência provisória, conforme destacaram as historiadoras Lilia Schwarcz e 
Heloísa Starling, foram restituir ministros que haviam sido demitidos por D. Pedro 
I, convocar uma nova Assembleia Legislativa para composição de novas leis, 
anistiamento de criminosos políticos e afastar do Exército estrangeiros 
“desordeiros”. 
A Regência Trina Provisória teve vida curta, uma vez que a política brasileira 
estava tumultuada e uma série de distúrbios espalhava-se pelo país. Assim, em 
junho de 1831, foi eleita a Regência Trina Permanente, que era composta por 
José da Costa Carvalho, João Bráulio Muniz e Francisco de Lima e Silva. 
Durante a Regência Trina Permanente, houve três acontecimentos de 
destaque. Um deles foi a criação da Guarda Nacional, uma força pública 
composta por homens eleitores com idade de 21 a 60 anos de idade. Essa força 
foi criada com o intuito de controlar manifestações e impedir que revoltas 
acontecessem. 
Outra medida de destaque foi uma reforma no Poder Moderador, retirando 
atribuições desse poder e dando maiores possibilidades de os deputados e 
senadores vistoriarem as ações do Executivo. Por fim, um último acontecimento 
marcante foi o embate político entre José Bonifácio e o padre Feijó, que resultou 
na saída de José Bonifácio da vida política brasileira. 
A Regência Trina Permanente também não teve força para colocar sob 
controle os rumos da política nacional. Os conflitos entre Moderados, Exaltados 
e Restauradorespermaneciam, e revoltas pipocavam pelo país. Uma delas foi a 
Cabanada, que estourou em 1832, na província de Pernambuco. 
A continuidade das tensões no Brasil deixava claro que havia um choque 
entre o governo e as províncias. O choque envolvia, principalmente, a questão 
da centralização do poder no governo contra o desejo das províncias brasileiras 
de alcançarem maior autonomia (federalismo). Para atender as demandas das 
províncias e colocar a situação política sob controle, foi aprovado o Ato Adicional 
de 1834, uma lei que fazia alterações na Constituição de 1824. Com o Ato 
Adicional, as mudanças mais sensíveis foram: 
• fim do poder moderador durante o Período Regencial; 
• fim do Conselho de Estado; 
• criação de Assembleias Legislativas provinciais; 
• aumento dos poderes dos presidentes de província, mas a nomeação era 
função do imperador; 
• substituição da regência trina por uma regência una. 
Com as mudanças estipuladas pelo Ato Adicional, esboçava-se no Brasil um 
modelo que concedia às províncias um grau considerável de autonomia. Além 
disso, a eleição de um regente para governar todo o país aproximava o Brasil de 
um cenário republicano. Por isso, muitos historiadores afirmam que o Período 
312
Regencial foi uma experiência republicana no meio de dois reinados. 
Com a determinação de que o país seria governado por um regente apenas, 
eleições foram organizadas. Em eleição realizada em 1835, o padre Feijó 
obteve 2826 votos e, assim, derrotou Holanda Cavalcanti, que obteve 2251. A 
regência de Feijó ficou marcada pela Cabanagem, no Pará, e pela Revolta dos 
Farrapos, no Rio Grande do Sul. 
Feijó tinha humor explosivo e deparou-se com forte oposição em todas as 
frentes da política brasileira. Essa oposição fez padre Feijó solicitar afastamento 
da função. Com sua saída, nova eleição foi realizada, e Pedro de Araújo Lima 
derrotou Holanda Cavalcanti e foi eleito regente do Brasil. 
Na regência de Araújo Lima, houve o crescimento dos políticos 
conservadores (mescla dos Liberais Moderados com os Restauradores) e 
tentativas do regente de tentar retirar algumas das liberdades que as províncias 
haviam conquistado com o Ato Adicional de 1834. 
 
 
POLÍTICA NO PERÍODO REGENCIAL 
O Período Regencial ficou marcado pela intensa movimentação política que 
acontecia no país. O debate político nesse período foi bastante acalorado e 
girava em torno de três grupos políticos, que gradativamente se transformaram 
nos dois partidos políticos do Segundo Reinado. No caso do Período Regencial, 
os principais grupos políticos eram: 
• Liberais moderados: em geral, eram monarquistas que defendiam a 
limitação do poder do imperador. Defendiam uma monarquia 
constitucional no país e tinham no padre Feijó o seu maior representante. 
• Liberais exaltados: eram defensores abertos do federalismo, isto é, de 
ampliar a autonomia das províncias brasileiras. Alguns dos exaltados 
eram defensores da república, e o nome mais influente desse grupo foi 
Cipriano Barata. 
• Restauradores: eram defensores do retorno de D. Pedro I ao trono 
brasileiro e tinham nos irmãos Andrada (José Bonifácio era um deles) 
seus maiores expoentes. 
Ao longo do Período Regencial, esses grupos foram convertendo-se nos dois 
partidos que centralizaram a política durante o Segundo Reinado. O Partido 
Liberal surgiu da mescla dos liberais moderados com os exaltados, e o Partido 
Conservador surgiu da mescla dos liberais moderados com os restauradores. 
 
 
REVOLTAS 
A grande marca do Período Regencial foram as revoltas provinciais, que 
aconteceram em diversos locais do país. Essas revoltas envolviam insatisfações 
políticas com os rumos que o país tomava, além das disputas políticas locais, 
313
insatisfação popular com a pobreza e a desigualdade etc. 
 
 
Ao longo do Período Regencial, as principais revoltas que aconteceram 
foram: 
• Cabanagem: rebelião que aconteceu no Grão-Pará entre 1835 e 1840 em 
razão da insatisfação popular com a pobreza e a desigualdade e por 
disputas políticas locais. 
• Balaiada: rebelião que aconteceu no Maranhão entre 1838 e 1841 e foi 
resultado de disputas políticas locais. 
• Sabinada: foi uma rebelião de caráter separatista que desejava implantar 
uma república na Bahia. Aconteceu entre 1837 e 1838. 
• Revolta dos Malês: foi uma rebelião de escravos que aconteceu em 
Salvador em 1835. 
• Revolta dos Farrapos: foi uma revolta motivada por insatisfações da elite 
local com o governo por questões políticas e econômicas. Estendeu-se 
de 1835 a 1845. 
 
 
Como terminou o Período Regencial 
O fim do Período Regencial foi resultado da disputa política entre liberais e 
conservadores. Os liberais insatisfeitos com a regência de Araújo Lima, um 
conservador, reagiram defendendo a antecipação da maioridade do príncipe do 
Brasil, Pedro de Alcântara. Os liberais conseguiram conquistar o apoio da 
maioria dos deputados e senadores e realizar o Golpe da Maioridade em 1840. 
Com esse golpe, Pedro de Alcântara teve a sua maioridade antecipada e 
tornou-se imperador do Brasil com 14 anos de idade. Esse ato iniciou o Segundo 
Reinado e deixou os liberais satisfeitos porque foi retirado o poder das mãos dos 
conservadores. Os liberais também esperavam que a coroação do imperador 
colocasse fim à série de revoltas provinciais que aconteciam no país. 
 
 
A SEDIÇÃO PINTO MADEIRA 
Com a derrota da Confederação do Equador – 1824, tivemos uma vitória do 
centralismo político de D. Pedro I, e assim, as autoridades que foram nomeadas 
para o Ceará eram alinhadas aos interesses imperiais. Com a morte das 
principais lideranças liberais no contexto da repressão ao movimento do 
“Equador”, os representantes da facção liberal praticamente desapareceram da 
cena política cearense. 
O grupo dos “corcundas” passaram a dominar a cena política cearense. As 
eleições ocorridas após 1825, os eleitos eram de maioria conservadora e 
antiliberal. O Ceará vivia um momento bem difícil, marcado pela violência nos 
sertões, herdada ainda da “Confederação do Equador”, uma greve crise 
314
econômica e social decorrentes das secas de 1825 e 1826 e para complementar 
o quadro trágico os cearenses conviviam com a difusão da varíola. 
Em abril de 1831, ocorreu a abdicação de D. Pedro I, dando fim ao instável 
período do Primeiro Reinado (1822-1831). A notícia da abdicação só chega ao 
Ceará em maio de 1831. Os grupos liberais e alguns populares saíram para as 
ruas para celebrar o novo momento político, derrubaram com golpes de 
machados a forca do Campo da Pólvora, símbolo da força repressora imperial. 
Os liberais tinham condições de perseguir seus antigos algozes, dentre eles, o 
coronel de milícias Pinto Madeira. 
No período compreendido entre 1831 e 1848 o liberalismo radical vigorou no 
Brasil e os lideres revolucionários justificavam suas ações a partir do desejo da 
implantação do federalismo, da abolição do poder moderador e da 
nacionalização do comércio. O radicalismo liberal levou ao estabelecimento de 
muitos conflitos entre as elites regionais e o governo central. É nesse clima de 
tensão que surgem os partidos Liberal e Conservador que passam a disputar o 
poder em nível nacional. 
Neste cenário de disputa de poder entre liberais e conservadores, o Crato, 
principal núcleo populacional da região do Cariri, destaca-se na política regional 
e provincial pela sua participação em importantes revoltas liberais organizadas 
a partir de Recife como a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação 
do Equador, em 1824. 
A vila de Crato, politicamente influenciada pela família Martiniano Alencar, 
que desde 1817 já lutara pela implantação da República, era excelente locus de 
propagação dos ideais de 1824 para outras vilas e províncias, passando estas a 
protestar constantemente das atitudes do imperador, provocando tensões e 
conflitos. 
Na então vila de Jardim, de maioria monarquista e antiliberal, as pessoas que 
abraçaram os ideais revolucionários de 1834- as mesmas que já haviam 
participadodo movimento de 18172 - pagaram por isso com suas próprias vidas. 
Entre estes estavam os republicanos Leonel Pereira de Alencar, seu filho 
Raimundo Alencar, o tenente Coronel Bandeira e José Costa Sobrinho. Essas 
mortes acirraram as rivalidades existentes entre as vilas de Jardim e Crato, 
enquanto a vingança pelos assassinatos, como era uma tradição, tornara-se 
uma questão de honra. 
As rivalidades entre a população de Jardim e a de Crato, segundo o jornalista 
e historiador João Brígido (2001), são mais antigas que as diferenças político- 
ideológicas que opuseram monarquistas e republicanos das duas vilas. 
Pertencendo Jardim à vila de Crato, as elites das duas localidades disputavam 
constantemente a ocupação de cargos importantes como o de Capitão-Mor do 
Cariri. Em 1812 esse cargo era ocupado por José Alexandre Correa Arnaud, 
jardinense, que, após envolver-se em diversos conflitos com os cratenses, viajou 
à Corte, nesse mesmo ano, no intuito de conseguir a criação da vila de Jardim, 
desmembrando- a politicamente de Crato. 
315
A Solicitação de Arnaud foi aceita e a vila de Jardim fora instituída pelo Alvará 
Régio de 30 de agosto de 1814, devendo esta abranger uma vasta área territorial 
antes pertencente à vila de Crato. Após sua criação por lei, a vila de Jardim 
demorou quase dois anos para ser inaugurada, o que veio acontecer em três de 
janeiro de 1816. Com isto, a poderosa vila de Crato viu o seu poderio econômico 
e político abalado. 
Agora o conflito entre as duas localidades estava latente aguardando 
qualquer motivação para se manifestar. As razões vieram com revoluções 
liberais do século XIX em Pernambuco que refletiram sobre o Cariri cearense e 
opuseram republicanos cratenses aos monarquistas jardinenses, culminando 
com a “Sedição de Pinto Madeira”, em 1832. 
Joaquim Pinto Madeira, líder da revolução de 1832, nasceu no então povoado 
de Barbalha, sul do Ceará, em 1783, foi militar, rico proprietário rural e chefe 
político na vila de Jardim. Homem de temperamento forte e caráter conservador, 
Pinto Madeira atuou contra os movimentos rebeldes de 1817 e 1824, que tinham 
ideais republicanos. Na condição de militar, Pinto Madeira participou, 
ativamente, no Cariri, contra as manifestações da Revolução Pernambucana de 
1817 e da Confederação do Equador, em 1824. Segundo Irineu Pinheiro (1963), 
após a derrotados revolucionários republicanos cratenses de 1817, pelas forças 
monarquistas, coube a Pinto Madeira conduzir à prisão, em Fortaleza, os vinte 
presos políticos, a maioria da família Martiniano Alencar ou seus agregados. No 
percurso, consta que esses presos teriam sofrido humilhações da parte de 
Madeira. De acordo com esse autor, os Alencar e os demais liberais cratenses 
nunca perdoaram a ação de Joaquim Pinto Madeira naquelas duas agitadas 
fases da nossa história. 
Por outro lado, esse militar, acérrimo inimigo dos republicanos e liberais, 
quando da abdicação do Imperador dom Pedro I ao trono brasileiro - fato ocorrido 
em 7 de abril de 1831- aliou-se ao vigário de Jardim, Padre Antônio Manoel de 
Sousa, para atacar os republicanos de Crato, com a justificativa de que os 
liberais brasileiros teriam forçado o Imperador a abdicar. Ledo engano, 
desmentido posteriormente pela história, afirma Pinheiro (1963). Na verdade, 
aconteceram ataques dos dois lados. De acordo com o historiador João Brígido, 
atrocidades inomináveis foram praticadas tanto por republicanos como por 
monarquistas. 
Essa revolta teve início nos últimos meses do ano de 1831 e se prolongou 
por vários meses do ano de 1832. É considerada por historiadores um 
prolongamento das revoluções da 1817 e 1824, no Cariri cearense, e de outros 
acontecimentos que colocaram de lados opostos as oligarquias agrárias de 
Jardim e Crato. O estopim da revolta teria sido a anulação das promoções de 
Joaquim Pinto Madeira a tenente-coronel e a coronel, consideradas irregulares 
pelo governo regencial. 
Tais atos teriam sido interpretados por Pinto Madeira como ações dos liberais 
republicanos, que adquiriram prestígio junto à Regência, daí a razão do ataque 
a estes por aquele. Para tanto, Madeira conta com o apoio do vigário de Jardim, 
316
padre Antônio Manoel de Sousa. Os dois eram filiados à Coluna do Trono e do 
Altar, sociedade secreta sediada em Recife, fundada em 1828, que, aliada ao 
Partido Restaurador, tinha por objetivo disseminar a causa regressista no norte 
do país. 
O prestigio de Pinto Madeira no Cariri era sustentado pelo imperador. Com a 
queda deste a oligarquia cratense mal podia esperar a hora da vingança. Em 7 
de abril de 1831, tendo o imperador abdicado do trono, Pinto Madeira perde parte 
de seu prestigio, passando a ser alvo de várias acusações, entre elas a de ser o 
principal causador da rivalidade entre cratenses e jardinenses. 
Mesmo sofrendo represálias, Pinto Madeira e o padre Antônio Manoel de 
Sousa, continuaram demonstrando seu incondicional apoio à figura do imperador 
e defendendo o retorno do mesmo ao trono. Já cansados das acusações sofridas 
e das oposições enfrentadas, Joaquim Pinto Madeira e o padre Antônio Manoel 
de Sousa, não conseguiram mais conter o ódio contra os cratenses, que cada 
vez mais estavam próximos de alcançar seu objetivo: a República. 
Como se não bastasse aquele clima de revolta, os cratenses acusavam os 
jardinenses de quererem atacar sua vila e, como forma de defesa, procuraram 
se preparar para o suposto ataque. Indignados com as acusações, os 
jardinenses designaram Francisco Xavier de Sousa para comandar uma tropa 
de dois mil homens que, armados de cacetes, avançaram contra os republicanos 
cratenses. O próprio Pinto Madeira, mesmo sem se preparar para a guerra, pois 
não possuía armas de fogo suficientes, assumiu também o comando da 
campanha. Marcharam em direção à vila de Crato. 
Esta, tomando conhecimento da pretensa invasão dos jardinenses, 
avançaram contra eles. As duas tropas se enfrentaram no sitio Buriti, próximo à 
vila de Barbalha, travando ali mesmo uma sangrenta batalha, na qual Joaquim 
Pinto Cidade, integrante da tropa cratense foi assassinado. Pinto Madeira seria 
mais tarde acusado por esse assassinato. Após essa batalha em que os 
jardinenses, a maioria camponeses analfabetos, armaram-se de cacetes e 
obtiveram vitória sobre os cratenses, as tropas de Jardim e Crato invadiram cada 
uma a vila inimiga, cometendo as atrocidades já citadas acima. 
 
 
O Padre “Benze Cacetes” 
Considero importante ressaltar a participação do padre Antônio Manuel de 
Sousa na “Sedição de Pinto Madeira”. Para muitos historiadores o religioso teria 
sido o autor intelectual da revolta. Homem de grande inteligência e de 
conhecimentos, mas de paixões violentas, como afirmou João Brígido (2001), é 
atribuída a ele a autoria dos escritos assinados por Pinto Madeira durante a 
rebelião. Um deles dirigia-se aos brasileiros conclamando-os a lutarem pela 
honra da religião católica e do imperador d. Pedro I. 
Além de ser o “estrategista” do movimento de 1832, o padre Antonio Manoel 
de Souza participou ativamente dos conflitos ocorridos durante a rebelião, 
317
chegando algumas vezes a comandar uma tropa, enquanto Pinto Madeira 
comandava outra. 
Entretanto, a participação mais curiosa do padre na Revolta de 1832, deveu- 
se ao fato do mesmo ter armado seus correligionários com cacetes de madeira 
que a ele eram conduzidos para benzê-los. Dada a grande quantidade de 
cacetes que se prenunciava para receber a bênção, utilizou-se da ágil prática de 
escolher uma mata inteira de onde seria retirada a madeira para a confecção dos 
cacetes e pronunciou a sua benção sobre a mata inteira. Em decorrência deste 
fato, passou a ser chamado de Padre “Benze Cacetes”. 
Padre Manoel Antônio de Sousa e Pinto Madeira conseguiram importantes 
vitórias na luta contra os liberais republicanos de Crato, representados pela 
família Martiniano de Alencar, e avançaram para outras regiões do Ceará no 
intuito de combater os inimigos da Religião Católicae do Imperador dom Pedro 
I. Tantas vitórias fizeram com que o Conselho de Governo pusesse a prêmio a 
cabeça desses revolucionários e levassem o próprio presidente do Ceará a 
comandar pessoalmente as forças provinciais na captura dos dois chefes 
rebeldes. 
A partir desse momento iniciou-se uma série de derrotas que culminaria com 
a rendição de Pinto Madeira e do padre Antônio Manoel de Sousa e que poria 
fim à rebelião. O fim da rebelião e o julgamento de Pinto Madeira Na luta contra 
os revoltosos o exército legalista enfrentou muitas deserções. Alguns soldados, 
cansados da luta e com seus salários em atraso, passaram para o lado dos 
rebeldes. Fato que levou à intensificação da perseguição aos rebeldes e, em 26 
de julho de 1832, os legalistas venceram importante batalha na vila de Missão 
velha, que há tempo havia sido tomada pelos rebeldes pintista. 
No entanto, os legalistas, não encontraram naquela localidade o chefe dos 
rebeldes. Preocupada com o prolongamento da rebelião, a Regência enviou ao 
Ceará o general Pedro Labut, que deveria assumir o comando geral das forças 
legais e solucionar definitivamente o problema da rebelião. Chegando ao Cariri, 
o general Labut percebeu que a sua missão não seria mais de lutar e sim 
apaziguar. 
Sua experiência lhe dizia que aquela rebelião já chegara ao fim. Assim, fez 
de uma propriedade de Pinto Madeira, em Barbalha, seu quartel e convocou 
todos os rebeldes para que, no prazo de um mês, entregassem suas armas. 
Ao tomar conhecimento do ultimato, Pinto Madeira enviou uma carta ao 
general propondo se render sob a condição da garantia da sua vida, da vida do 
padre Antônio Manoel de Souza e dos demais rebeldes. Exigia, ainda, que o seu 
julgamento e o do padre acontecessem no Rio de Janeiro, diante da própria 
Regência. O general prometeu a garantia das exigências conseguindo, assim, 
por fim à rebelião, em outubro de 1832. No entanto, as garantias dadas por Labut 
não foram cumpridas. Segundo Figueiredo Filho (1966) não por traição daquele 
militar, mas porque cessada aquela campanha e entregues os presos à justiça 
comum, a autoridade militar do general também cessara. 
318
Os presos foram enviados ao Recife para de lá serem levados para o Rio de 
Janeiro, juntamente com uma carta enviada por Labut ao Ministro da Guerra 
apresentando os prisioneiros. Estando em Recife, os prisioneiros em vez de 
serem enviados ao Rio de Janeiro, foram remetidos à capital do Ceará a pedido 
de José Mariano de Albuquerque, então presidente dessa província. Ao 
chegarem ao Ceará em agosto de 1833, o presidente da província, sob a 
alegação de que ali não havia segurança para presos de tamanha 
periculosidade, enviou os dois líderes rebeldes para o Maranhão de onde só 
deveriam voltar apenas para serem julgados. 
Em outubro de 1834, José Martiniano de Alencar, líder dos republicanos 
cratenses e arqui-inimigo de Joaquim Pinto Madeira, assume a presidência da 
província do Ceará. O destino parecia conspirar contra Pinto Madeira, pois, no 
dia quinze desse mesmo mês, ele chegou à Fortaleza, vindo do Maranhão onde 
deixara seu companheiro de luta, padre Antônio Manoel de Souza, que lá 
permanecerá por se encontrar enfermo no dia em que deveria partir. Após rápida 
permanência em Fortaleza, Joaquim Pinto Madeira fora logo enviado à vila de 
Crato onde deveria ser julgado. 
Na ocasião, José Martiniano de Alencar, na condição de presidente da 
província cearense, enviou correspondência ao promotor de Crato falando da 
importância política daquele réu- Pinto Madeira- e pedindo urgência no seu 
julgamento. Relatam os historiadores desses fatos que aquele momento parecia 
propício para que os inimigos de Pinto Madeira fizessem daquele julgamento a 
sua vingança pessoal. “Contam que ao passar em Icó, o Tenente João da Rocha 
Moreira, ao conversar com o tabelião local, referindo-se a Pinto Madeira disse: - 
Já está fedendo a cadáver”. 
A chegada de Pinto Madeira à vila de Crato aconteceu em 26 de novembro 
de 1834, tendo este comparecido naquele mesmo dia ao Tribunal de Júri, 
presidido pelo juiz leigo José Vitoriano Maciel, sendo que “todo o júri foi 
composto, a exemplo do juiz, por inimigos declarados do réu” (SANTANA, 2011, 
p.71). Logicamente, todos esperavam que Pinto Madeira fosse julgado pelo 
crime de rebelião por ter liderado os revoltosos de 1832 nas lutas contra os 
liberais republicanos de 11 Crato. 
Mas não foi o que aconteceu. Surpreendentemente, ele foi acusado de crime 
de morte pelo assassinato de Joaquim Pinto Cidade, ocorrido em dezembro de 
1831, na Batalha do Buriti. O promotor teria acusado o réu de ser a pessoa que 
ordenou a execução daquele crime. Na acusação teria o promotor assim 
encerrado suas palavras: “O réu, é um homem mau, péssimo, sem religião, já 
afeito a matar... deve ser afastado da sociedade como ente pernicioso”. 
Na sua defensa o réu teria assumido a rebeldia, identificando-se como o líder 
dos revoltosos de 1832, mas negou a autoria daquele crime pelo qual estava 
sendo acusado. Afirmou, na ocasião, que ao alcançar a tropa comandada por 
Francisco Xavier de Mattos, Pinto Cidade já havia sido morto. 
319
ECONOMIA DO CEARÁ NA SEGUNDA 
METADE DO SÉCULO XIX 
 
CONTEXTO NACIONAL 
O Brasil nas primeiras décadas de sua independência sofreu uma grave crise 
econômica, resultado da decadência da mineração e da produção de açúcar. 
Entretanto, o interesse do mercado europeu e, posteriormente, dos EUA pelo 
café proporcionou um novo impulso à economia do Brasil. A partir da década de 
1830, o café transformou-se no motor da economia do Segundo Reinado. 
As primeiras mudas de café foram plantadas no norte do país, na segunda 
metade do século XIX. Mas nessa região não havia solo e clima propício para a 
produção do café em larga escala. Um solo propício à cultura cafeeira era o 
existente no sudeste do país. As primeiras grandes lavouras localizaram-se nos 
brejos e pântanos drenados da baixada fluminense. A partir desse local, os 
cafezais iriam se estender para o oeste de São Paulo e para o sudoeste de Minas 
Gerais. 
Diferentemente do início da produção de cana-de-açúcar no período colonial, 
os capitais iniciais necessários às lavouras foram provenientes dos próprios 
fazendeiros ou de alguns comerciantes, como os que realizavam o transporte de 
mercadorias na região de Sorocaba, interior de São Paulo. Na sua origem, o café 
não necessitou do investimento externo. 
A força de trabalho utilizada na produção do café foi inicialmente a de 
africanos escravizados e, até o fim do Império, eles compuseram a maior parte 
da força de trabalho nos cafezais. Porém, a pressão inglesa pelo fim do tráfico 
de escravos no Atlântico e as lei de proibição do tráfico, como a Lei Eusébio de 
Queiróz de 1850, dificultavam o acesso aos escravos. Seus preços subiram, 
tornando-se uma força de trabalho extremamente dispendiosa. Era necessária 
outra forma de organizar a força de trabalho nos cafezais, que passasse para a 
utilização de trabalhadores livres. 
A saída foi estimular a imigração de famílias europeias, principalmente em 
São Paulo. O trabalho livre era mais dinâmico economicamente que o trabalho 
escravo por estimular o mercado interno e pela possibilidade de introduzir novas 
técnicas de plantio, como a mecanização. Não havia interesse do escravo em 
trabalhar dessa forma, o que impedia o aumento da produtividade. Além do mais, 
essas novas técnicas fomentavam a produção de ferramentas e outros utensílios 
necessários às lavouras, nas regiões próximas às fazendas. 
Na imigração, o fazendeiro financiava a vinda das famílias europeias em troca 
do trabalho em suas lavouras. Esse método inicial ficou conhecido como 
parcerias. Porém, o não cumprimento de cláusulas contratuais pelos fazendeiros 
geraram inúmeros conflitos, sendo o mais notório o ocorrido na fazenda do 
senador Nicolau de Campos Vergueiro, em 1856, em Ibicaba. 
320
A partir desse momento, as parcerias foram abandonadas. O interesse do 
governo imperial nocrescimento da produção cafeeira levou o Estado a financiar 
a vinda dos imigrantes através de subsídios. Em virtude do maior dinamismo 
econômico decorrente do trabalhador livre, alguns fazendeiros, principalmente 
de São Paulo, passaram a defender o fim da escravidão no país. 
A força econômica do café foi tamanha que garantiu o superávit da balança 
comercial brasileira entre 1861 e 1885. Na década de 1880, o café respondia por 
cerca de 61% das exportações do Império. 
A produção cafeeira fez surgir ainda outras atividades econômicas veiculadas 
ao beneficiamento, transporte e à venda do café. Os fazendeiros tornaram-se 
acionistas de empresas. Apareceu também o comissário do café, que trabalhava 
nas casas de comércio externo, participando ainda da organização da produção 
e da logística de transporte. Tal atividade proporcionou aos comissários o 
acúmulo de capital, que serviu para formar instituições financeiras e empresas 
de importação. 
O café ainda estimulou a incipiente modernização da sociedade brasileira. 
Teve início o processo de urbanização de alguns locais, principalmente a cidade 
do Rio de Janeiro e São Paulo, e mesmo no interior paulista, na segunda metade 
do século, cidades como Campinas e Sorocaba urbanizaram-se a partir do 
capital acumulado pelos fazendeiros. 
O principal símbolo da modernização estava nas ferrovias. A primeira ferrovia 
foi construída entre Rio de Janeiro e Petrópolis, em 1854. A partir daí, esse meio 
de transporte teve uma grande expansão. Com as ferrovias, os custos do 
transporte do café diminuíram consideravelmente, facilitando ainda a ligação 
com os portos exportadores, principalmente o de Santos, no litoral paulista. A 
expansão ferroviária brasileira contou com capitais brasileiros e estrangeiros, 
principalmente os ingleses. 
A passagem das ferrovias por regiões interioranas favorecia o contato da 
população com as inovações técnicas do capitalismo, causando um grande 
impacto no país. 
Durante o governo imperial, o Brasil ainda tinha grande parte de sua 
economia sustentada pela exportação de gêneros agrícolas. Chegando ao 
Segundo Reinado, vemos que essa mesma situação se mantinha na medida em 
que as lavouras de café se desenvolviam com a grande demanda do mercado 
externo. Sendo assim, conservávamos nossa feição econômica sem grandes 
alterações e continuávamos a consumir produtos industrializados vindos 
principalmente da Inglaterra. 
Essa situação veio a se modificar no ano de 1844, quando a implantação da 
Tarifa Alves Branco modificou a política alfandegária nacional. Interessado em 
ampliar a arrecadação dos cofres públicos, o governo imperial dobrou o imposto 
cobrado sobre vários produtos vindos de fora. Com o passar do tempo, a Tarifa 
321
Alves Branco permitiu que a incipiente indústria brasileira pudesse fabricar 
produtos que tinham preços mais competitivos que os importados. 
Além desse fator, devemos também compreender que esse surto industrial 
vivenciado na metade do século XIX também foi estimulado pela proibição do 
tráfico negreiro. Em primeiro plano, essa outra ação incentivou a entrada de 
imigrantes estrangeiros que poderiam atender a demanda dos trabalhadores 
assalariados que apareciam nas grandes cidades. Ao mesmo tempo, antigos 
traficantes passaram a reinvestir seus capitais em outras atividades, como a 
indústria. 
Apesar do crescimento, devemos frisar que o governo imperial não dispunha 
de políticas essencialmente voltadas para a dinamização da economia. Não por 
acaso, percebemos que no ano de 1860, a redução da taxa alfandegária tratou 
de desacelerar o tímido crescimento industrial vivido naquele tempo. Sendo 
assim, temos a confirmação de que as elites políticas da época estavam longe 
de defender a transformação das antigas bases de sustentação econômica. Nos 
últimos anos do governo de Dom Pedro II, vemos que a indústria brasileira 
começou a apresentar alguns traços de novo crescimento. Assim como da 
primeira vez, a riqueza do café exportado gerou capitais que eram investidos na 
construção de novas fábricas. Enfatizamos que a produção industrial brasileira 
nessa época se destacou essencialmente pela abertura de fábricas que se 
envolviam com a produção de alimentos, tecidos e alguns produtos químicos. 
 
 
O CONTEXTO CEARENSE 
A economia cearense representou na segunda metade do século XIX, em 
menores proporções, o desenvolvimento da economia nacional. A base da 
economia estava pautada na lógica agrária de exportação o que acarretou numa 
certa integração ao mercado internacional. A partir de 1845, o Ceará passou por 
um período de mais de três décadas sem grandes secas, consolidando 
atividades como a pecuária e a cotonicultura e ainda apresentando novos 
produtos para exportação, o café, o açúcar e cera de carnaúba. 
O algodão cearense já era cultivado pelos nossos índios antes da invasão 
portuguesa com a colonização, era cultivado como atividade de subsistência. 
O algodão cearense, cultivado comercialmente desde o fim do século XVIII, 
conhece na segunda metade do século XIX, na década de 1860 o seu auge. Isso 
foi possibilitado pela alta do preço da fibra e em virtude também da 
desorganização da produção dos Estados Unidos (principais fornecedores das 
fábricas inglesas) que se encontravam envolvidos internamente numa guerra. A 
brutal Guerra de Secessão (1861 – 1865). 
Foram fatores que favoreceram o desenvolvimento da cotonicultura no Ceará: 
o clima quente e a regularidade das chuvas, a fertilidade dos solos, o curto ciclo 
vegetativo do algodão, a não exigência de muitos investimentos na lavoura, etc. 
As principais regiões produtoras de algodão, inicialmente eram os distritos de 
322
Fortaleza e Aracati, além das serras de Baturité, Uruburetama, Meruoca, Pereiro 
e Aratanha. 
A cotonicultura e a pecuária acomodaram-se uma a outra, dando origem ao 
chamado “binômio gado-algodão”. Uma relação de complementação, onde a 
rama do algodoeiro servia de alimento ao boi na época da estiagem e o animal 
adubava os solos com esterco, fator extremamente importante, já que temos 
nosso território costumeiramente abalado pelas secas. 
A atividade exportadora não era restrita ao algodão, na parte final do século 
XIX, o café produzido no Ceará alcançou certa significância na pauta de 
exportação. A expansão da produção cafeicultura ocorreu de maneira lenta nas 
regiões serranas – Baturité, Maranguape, Aratanha, Ibiapaba, Uruburetama e 
Araripe. Os recursos vindos da pecuária e da cotonicultura muitas vezes eram 
utilizados para investir na atividade cafeicultora, inicialmente a principal região 
produtora era Maranguape, sendo superada pela região de Baturité. 
A vultosa produção algodoeira tinha em Fortaleza seu grande centro coletor 
e exportador. A capital cearense assume nesse momento a condição de principal 
núcleo econômico, político e social da província, superando Aracati, que vivia da 
pecuária e da produção de charque. 
O contexto de desenvolvimento econômico no Ceará, na segunda metade do 
século XIX, possibilitou a criação de grandes empresas comerciais exportadoras. 
Muitas dessas casas comerciais eram pertencentes a estrangeiros erradicados 
no Ceará, que buscavam bons lucros na região. A principal dessas casas 
comerciais era a Boris Freres, com sede em Paris e pertencente aos judeus 
Alphonse e Theodore Boris. A importância da empresa era tamanha, que a 
mesma, chegava a emprestar dinheiro ao governo local. 
Depois de algumas tentativas frustradas, finalmente em 1870, foi assinado 
um acordo que previa a construção de uma ferrovia que ligasse a capital à vila 
de Baturité. Em 1873 foi inaugurado o primeiro trecho da ferrovia para ligar 
Fortaleza a “Arronches” atual Parangaba, em 1878, os trilhos chegavam a 
Pacatuba. 
Na década de 1880 foram instaladas as primeiras fábricas têxteis em território 
cearense. Em 1883 começava a funcionar em Fortaleza a pioneira fábrica de 
tecidos Progresso, em 1893, surgiria a Fábrica Santa Thereza em Aracati. Na 
última décadado século XIX, o algodão, era consumido principalmente pelas 
fábricas de tecidos localizadas na capital, Aracati e Sobral. 
Para o desenvolvimento econômico local contribuíram: os capitais 
acumulados com o comércio algodoeiro e de outros produtos como o café; a 
centralização política da monarquia brasileira, que concorria para concentrar nas 
capitais das províncias todo o poder decisório; a condição de capital, que 
Fortaleza assumira no início do século XIX (1823), o que a transformava em 
ponto destacado na recepção de obras e recursos; da construção de melhorias 
de estradas e ferrovias (como a Estrada Fortaleza – Baturité “EFB”, instalada em 
1873); e da migração rural-urbana principalmente na época das secas. 
323
O modelo agroexportador cearense entra no século XX, apresentando um 
grave quadro de crise econômica. 
 
 
A HEGEMONIA ECONÔMICA DE FORTALEZA 
 
 
APRESENTAÇÃO 
Quando Fortaleza foi elevada à condição de vila, em 13 de abril de 1726, não 
havia indícios de atividade econômica de caráter urbano, diferente de outras 
grandes cidades que tiveram origem no período colonial. Salvador, Recife, São 
Luís e Rio de Janeiro, por exemplo, já nasceram como centros de produção para 
o mercado externo e sede dos aparatos militar e burocrático. Enquanto 
Fortaleza, como o nome sugere, cumpria apenas a função de defesa do território. 
Essa condição permaneceria pelas décadas seguintes, até que o ciclo do 
algodão consolidou a vila fundada junto à Fortaleza de Nossa Senhora da 
Assunção como a principal cidade do Ceará. 
“O comércio direto com Lisboa e depois com outras praças da Europa seria 
a grande mola de animação da vida da Cidade”, disse o historiador Raimundo 
Girão na obra Geografia Estética de Fortaleza (1979). Entretanto, segundo a 
socióloga Maria Auxiliadora Lemenhe, em As Razões de uma Cidade (1991, 
Stylus), mesmo em 1726, Fortaleza ainda estaria longe ter força econômica. “A 
vila de Fortaleza, distanciada dos sertões da pecuária, continuaria sendo por 
mais de um século, um aglomerado sem sustentação econômica”, ela diz. 
Mas, apesar da vantagem econômica de Aracati, o que fez Fortaleza vencer 
a disputa pela hegemonia no Ceará foi o fato de ter sido escolhida como capital 
da província. “O sistema político-administrativo do Império criou os mecanismos 
políticos e institucionais favoráveis à hegemonia do núcleo”, diz Lamenhe. 
Para Rui Martinho Rodrigues, as capitais brasileiras sempre exerceram um 
forte poder de atração sobre os mais diversos setores da economia, devido à 
concentração de recursos financeiros e das atividades burocráticas. 
“Chama atenção a importância do poder político para a atividade econômica. 
E os grandes negócios têm, muitas vezes, uma passagem pelo poder público. 
Nos estados federados pobres, o poder da economia estatal é muito grande e, 
para obter vantagens, o setor privado tem de negociar muito com o público”, diz 
Rodrigues. 
Nos primeiros 150 anos de fundação, foram o porto e, posteriormente, a 
ferrovia, que contribuíram para tornar Fortaleza um empório comercial, diz 
Rodrigues. Para ele, a vocação de Fortaleza para o comércio se deu por falta de 
alternativas. “O Estado não tem vocação extrativista mineral, nem vocação 
agrícola ou industrial. Então sobrou o comércio.” 
Jornal O Povo. 
324
O DESENVOLVIMENTO 
Fortaleza, até o início do século XIX, era um povoado sem nenhuma 
importância econômica, mas a presença da fortaleza, garantia apoio aos barcos 
que navegavam entre o Maranhão e o Piauí e aí aportavam para se abastecer. 
Adquire o status e as características de cidade, no século XIX, após a separação 
da província de Pernambuco e, principalmente, com a inserção do Ceará na 
divisão internacional do trabalho, como exportador de algodão. O crescimento 
econômico da província e a política do Império de fortalecimento das capitais das 
províncias, atraíram moradores, investimentos foram realizados em edificações 
e infraestrutura e serviços foram implantados em Fortaleza. 
Fortaleza, como muitas outras cidades, tem no quadro natural sua limitação, 
que cresce acompanhando a margem esquerda do rio Pajeú. Além dessas 
condições naturais, para a compreensão da formação de Fortaleza, é 
fundamental analisar o papel dos diferentes agentes produtores do espaço, 
principalmente o Estado, que investiu na construção de edificações públicas, 
estradas, ferrovias, legislou e aprovou Códigos de Posturas e concedeu a 
exploração dos serviços públicos (iluminação, distribuição de água, transporte, 
comunicações) a empresários nacionais e estrangeiros, como a Ceará Water 
Company, Ceará Gas Company e a Ceará Harbour Corporation. 
Os exportadores e importadores, fazendeiros, industriais, comerciantes, 
prestadores de serviços que organizavam e coletavam a produção, beneficiavam 
a matéria prima e distribuíam os produtos locais e importados contribuíram na 
organização do espaço urbano de Fortaleza. A população, de acordo com suas 
condições financeiras, edificava suas habitações. Aqueles com melhor renda 
moravam no centro e nos bairros que vão surgindo no final do século XIX, 
quando as linhas de bonde são implantadas. A população mais carente 
autoconstruía suas choupanas com material local nas chamadas “areias”, nos 
arredores da área mais urbanizada. 
 
 
SÍTIO URBANO: ASPECTO DA VILA NO COMEÇO DO SÉCULO XIX. 
No começo do século XIX, Fortaleza ainda crescia lentamente, à margem 
esquerda do Pajeú, acompanhando as tortuosidades deste rio, principal fonte de 
abastecimento de água. O riacho do Pajeú dividia as terras imediatas à Fortaleza 
de N. Senhora da Assunção em duas zonas distintas. Na margem direita, a 
elevação do Outeiro da Prainha, alargava-se até a descida para o mar, cujas 
águas lambiam suas encostas. Ali foi construído o seminário episcopal que ficou 
conhecido como Seminário da Prainha. À margem esquerda, com seu terreno 
ondulado pelas dunas formadas pela força do vento era cortada por um tributário 
do Pajeú: o córrego do Garrote que formava a lagoa do Garrote. 
As duas elevações separadas pela depressão onde corriam os córregos 
ficaram conhecidas como: colina do Teatro Taliense, ao sul, na Rua Formosa, e 
colina da Misericórdia ou Marajaitiba, ao norte onde se erguia o forte e foram 
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estabelecidas a Santa Casa de Misericórdia e a Cadeia Pública. Em torno dessas 
duas principais colinas, erguiam-se outras cinco pequenas formando um total de 
sete. Dentre elas destaque merece pela importância posterior para a cidade, a 
elevação da Aldeota, antiga povoação de índios. (GIRÃO, 1997, p. 35). 
A vila de Fortaleza apresentava formato quadrangular com quatro ruas 
partindo da Praça do Conselho (atual Praça da Sé), onde ficavam o pelourinho 
e a Igreja da Matriz. De acordo com Malmmann, as quatro ruas mencionadas por 
Koster eram a antiga Rua da Cadeia ou do Quartel; a Rua da Boa Vista, atual 
rua Floriano Peixoto; a rua dos Mercadores, na margem oriental do riacho do 
Pajeú e a rua da Fortaleza, depois denominada rua da Misericórdia. Havia 
também, outra rua, a das Flores, “bem longa, do lado norte desse quadro, 
correndo paralelamente, mas sem conexão” e que passava defronte à Matriz. 
Na planta de Fortaleza, elaborada por Silva Paulet, em 1813, pode-se 
visualizar a vila visitada por Koster. Observa-se um aglomerado de casas na 
altura da ponta da Prainha, próximo ao ancoradouro. A maior concentração de 
edificações está à esquerda do riacho Pajeú, se espalhando para o interior, na 
direção sul da lagoa do Garrote. Já estão presentes os caminhos, que orientaram 
inicialmente o crescimento de Fortaleza, dispostos de modo mais geral, em 
forma radioconcêntrica: Estradas de Jacarecanga, de Soure, de Arronches, do 
Aquiraz, da Precabura, e a Picada de Macoripe. Posteriormente a vila cresceria, 
obedecendo ao traçado em xadrez que seria proposto por Paulet. Os edifícios 
públicos - Palácio do Governador, Casa da Câmara, Cadeia, Alfândega e a 
Tesouraria - eram pequenos e baixos, “mas limpos e caiados, e perfeitamente

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