Prévia do material em texto
ELETROTERAPIA Prof ª: DENISE MACHARETE Corrente russa • A corrente russa pode ser definida com uma corrente alternada de média freqüência, (2500 Hz a 5000 Hz), que pode ser modulada por “rajadas” (bursts) em baixa freqüência ( 1 a 150 Hz) e é utilizada com fins excitomotores. • Histórico • Nos fins dos anos 70, depois de uma rápida proliferação de unidades de TENS para controle da dor, o pesquisador russo Yakov Kots, professor de medicina desportiva na Academia do Estado em Moscou, apresentou o desenvolvimento de uma técnica de eletro estimulação que poderia aumentar a força muscular em 30 a 40% em atletas de elite, e também nos cosmonautas russos. Esses ganhos de força eram maiores que aqueles obtidos apenas através de exercícios. Outros benefícios registrados com a técnica de Kots foram o aumento da resistência muscular e a alteração da velocidade das contrações musculares. Características da corrente Russa: • Frequência portadora – 2500 Hz (e 400 Hz) – É corrente de média frequência que vai gerar a corrente baixa frequência para a estimulação muscular. • Ciclo – Constitui-se da rajada (burst) de pulsos de média freqüência mais o intervalo entre as rajadas. • Porcentagem do ciclo - Corresponde à quantidade de corrente dentro da rajada. Pode ser de 20% - 30% - 50% (Ex: 20%= 20% de corrente (rajada) e 80% de intervalo (sem corrente) • OBS: Quanto maior a porcentagem de corrente dentro do ciclo, mais agressiva ou com maior intensidade o paciente vai sentir a corrente. • Freqüência de modulação – É a freqüência de ciclos por segundo, ou seja, é a corrente de baixa freqüência que será utilizada para a estimulação muscular. Normalmente vai de 0 a 150 Hz, mas alguns aparelhos trazem um parâmetro fixo de 50 Hz (como proposto anteriormente por Kots). • Freqüência Portadora - 2500 a 5000Hz é a corrente de média freqüência que vais gerar a corrente de baixa freqüência para a estimulação muscular. • Ciclo - Constitui-se de rajada (burst) de pulsos de média freqüência mais intervalo entre as rajadas. Obedece ao estado de saúde do paciente. • Freqüência de Modulação - É a freqüência dos ciclos por segundo, ou seja, é a corrente de baixa freqüência que será utilizada para a estimulação muscular. Normalmente vai de 0 a 150Hz, mas alguns aparelhos trazem um parâmetro fixo de 50Hz (como proposto anteriormente por Kots). • Intensidade - É a quantidade de fluxo de elétrons através de um condutor, normalmente vai de 0 a 150 mA, podendo variar de 200mA (de acordo com o fabricante). comumente, regula-se a amplitude após todos os outros parâmetros estarem modulados. Especificações Técnicas da Corrente Russa • Tempo de Contração (on) - É a sustentação da estimulação. Normalmente varia de 0 a 30 segundos (quanto tempo a corrente passa para o paciente). • Tempo de Repouso (off) - É o tempo que não passa a corrente. Normalmente varia de 0 a 30 segundos. Em alguns aparelhos é possível encontrar um timer, para o controle do tempo total de estimulação; e rampas de subida e descida de corrente. • Controles de Rampa - Alguns aparelhos permitem também acesso a rampa de subida e descida. • Tempo Recomendado: • 20 a 30 minutos por grupamento muscular em pacientes em início de tratamento ou descondicionados. • 40 minutos por grupamento muscular em pacientes em fase avançada do tratamento ou condicionados fisicamente (atletas, praticantes de atividades físicas, etc.). Especificações Técnicas da Corrente Russa CORRENTE AUSSIE CORRENTE AUSSIE CORRENTE AUSSIE ESTIMULAÇÃO SENSORIAL: • Frequência portadora - 4kHz • Duração dos Bursts - 4ms • Frequência de modulação dos Bursts - 10Hz (drenagem) e 100 a 120Hz (analgesia) DRENAGEM LINFÁTICA E ANALGESIA CORRENTE AUSSIE ESTIMULAÇÃO MOTORA: • Frequência portadora - 1kHz • Duração dos Bursts - 2ms • Frequência de modulação dos Bursts - 50Hz FORTALECIMENTO E TONIFICAÇÃO MUSCULAR CORRENTE AUSSIE Modo sincronizado: A corrente e emitida em todos os canais ao mesmo tempo durante o tempo ON, e cessa sua emissão durante o tempo OFF. Destinado a contração para uma ação muscular. Modo recíproco: A corrente é emitida num grupo de canais (normalmente a metade do numero de canais) enquanto os canais restantes ficam inoperantes. A seguir, os canais inoperantes iniciam a emissão de corrente, enquanto os canais anteriormente operantes cessam a emissão. Trabalha dois grupamentos musculares em momentos de contração diferentes. Modo seqüencial: emitida pelos canais de forma sequencial. É utilizado normalmente para a drenagem de líquidos. Colocação de eletrodos de distal pra proximal. Modo continuo: A corrente é emitida em todos os canais ao mesmo tempo de forma ininterrupta. É utilizado normalmente para analgesia. • Em pesquisas realizadas sobre o comportamento clínico da nossa musculatura foram observados basicamente dois tipos de fibras musculares: fásicas e tônicas, ou brancas e vermelhas, sendo as brancas de velocidade e as vermelhas de sustentação. • Pesquisas comprovaram que as primeiras fibras a serem recrutadas são as fibras vermelhas, e as brancas só se ativam se for necessária força suplementar. Em movimentos rápidos as unidades motoras fásicas podem ser ativadas antes que as unidades motoras tônicas. • Melhor contração tetânica fibras brancas 50 a 80Hz, fibras vermelhas 20 a 30 Hz e fibras intermediárias entre 35 a 45Hz. Propriedades Histológicas, Histoquímicas e Fisiológicas da Musculatura Comportamento Clínico da Musculatura Musculatura de Contração Lenta (Tônica, tipo I) • Menor velocidade de contração • Pigmentação vermelha • Ótima resistência à fadiga • Utilizadas para as atividades contínuas • Resistente e dinâmica • Suporta intensa atividade • Grande capacidade de contração Musculatura Intermediária (Tipo IIa) Subdivididas em: tipo IIa oxidativas e glicoliticas Vermelhas, de contração rápida ou intermediárias Rápidas-oxidativas-glicolíticas Extremamentes adaptáveis Comportamento Clínico da Musculatura Musculatura de Contração Rápida: Fásica (tipoIIb) • Alta capacidade para a transmissão eletroquímica dos potenciais de ação • Alto nível de atividade miosina AT Pase • Alto nível de renovação (turnover) das pontes cruzadas • A velocidade intrínseca de contração e de elaboração de tensão das fibras de contração rápida é de duas a três vezes maior que aquela das fibras classificadas como contração lenta • A velocidade intrínseca de contração e de elaboração de tensão das fibras de contração rápida é de duas a três vezes maior que aquela das fibras classificadas como contração lenta • As fibras de contração rápida são ativadas nas atividades explosivas e rápidas • Segundo Scott (1998), ela cansa-se com facilidade e não tolera contrações prolongadas • Só é trabalhada com exercícios extenuantes e realizados numa freqüência rápida Parâmetros de Utilização • Determinar, em alguns casos, que tipo de músculo será tratado (tônico ou fásico). • Exigir o máximo em todas as fases do tratamento. • Observar que o tipo de corrente deve ser o mais agradável possível. • Observar que o músculo a ser trabalhado deve estar normal, e o nervo motor intacto. • Deve-se tomar cuidado com a amplitude articular nas contrações isotônicas nos casos de bloqueio articular (pode haver lesão tendinosa). • Certificar-se que não há lesão em músculos, tendão, ligamento e fáscia. • Evitar fadiga (por alteração bi química (glicogênio) ou o risco de estímulos em somente um tipo de fibra muscular (fásica ou tônica) sobrecarregando-a). • Evitar modificações não desejadas na composição da fibra muscular ( nas freqüências inadequadaspara a características da fibra muscular pode haver modificação na fibra nervosa e consequentemente na fibra muscular). • Estética: • Evitar flacidez em abdômen, glúteos e membros inferiores. • Tonifica e fortalece músculos no pós-parto. • Pós-emagrecimento. • Contra – indicações • Lesões musculares, tendinosas e ligamentares. • Inflamações articulares em fase aguda. • Fraturas não consolidadas • Miopatias que impeçam a contração muscular fisiológicas. Indicações Posicionamento dos eletrodos em região glútea baseando-se na área do ponto motor. Eletroestimulação de glúteos associando extensão ativa da coxa. Posicionamento dos eletrodos para estimulação do reto abdominal isoladamente (o uso de dois eletrodos de relativa dimensão são suficientes) Aspecto da contração efetiva do reto abdominal motivada pela eletroestimulação Posicionamento dos eletrodos para estimulação em reto abdominal e oblíquo externo simultaneamente. (normalmente utiliza-se o modo sincronizado de emissão de corrente) Posicionamento dos eletrodos para estimulação em oblíquos externos isoladamente. (normalmente utiliza-se o modo recíproco de emissão de corrente) Contração do reto abdominal eliciada eletricamente, associada à contração voluntária. Eletrodos posicionados na região de origem e inserção muscular de quadríceps. Eletrodos posicionados ao nível dos pontos motores de quadríceps. Extensão da perna eliciada eletricamente associando a contração volitiva, estando o joelho semifletido, apoiado por rolo. Eletroestimulação de adutores de forma isolada (unilateral). Eletroestimulação de adutores de forma simultânea associada à contração voluntária com uma resistência. Eletroestimulação na Estética Eletroestimulação em Posterior da Coxa Indicação: Flacidez e Perda de Tônus Posicionamento dos eletrodos para eletroestimulação em posterior da coxa. Eletroestimulação na Estética Eletroestimulação em Peitoral Indicação: Flacidez e Perda de Tônus Posicionamento dos eletrodos para eletroestimulação em peitoral. Mapa dos Pontos Motores • Os pontos motores são caracterizados por áreas de maior excitabilidade na pele e que consequentemente necessitam de menor quantidade de corrente para que haja excitação neuromuscular. Localização dos pontos motores no tronco. Mapa dos Pontos Motores Localização dos pontos motores no membro inferior face anterior e posterior. Localização dos pontos motores no membro superior face anterior e posterior Mapa dos Pontos Motores Referência de pesquisa: 1. BORGES, F. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. 1. ed. - São Paulo : Phorte Ed, 2016. 2. BORGES, F. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2 ed. São Paulo: Phorte Ed., 2010. 3. GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato–funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. São Paulo: Manole, 2004. 4. AGNE, J. E. Eletrotermoterapia: teoria e prática. Santa Maria: Orium, 2005 Referência de Pesquisa: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1- Arthur C. Guyton, MD - FISIOLOGIA HUMANA - Ed Guanabara - 1996 2- Watson, T. - ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA PARA A CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS (em ELETROTERAPIA DE CLAYTON - Kitchen, S. e Bazin, S.) - 10ª Edição - Ed. Manole - 1ª Edição brasileira - São Paulo – 1998 - pp. 312-336 3-Guirro, E. e Guirro, R. - FISIOTERAPIA EM ESTÉTICA - FUNDAMENTOS, RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manole - 2ª Ed. – 1996 4- Borges 2006 – 2010 MODALIDADES TERAPÊUTICAS NAS DISFUNÇÕES ESTÉTICAS